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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

1977 - Crescimento do punk, surgimento da New Wave

Depois de relembrarmos diversos lançamentos de meio século atrás (confira aqui o post sobre o ano de 1967), agora é hora de avançar uma década, para o ano de 1977. O punk começava a crescer e a New Wave dava os primeiros sinais de vida. Sem esquecer lançamentos de muitos gigantes do rock. Apertem os cintos, vamos voltar no tempo quarenta anos!!

No ano de 1976, falamos sobre a eleição de Jimmy Carter nos EUA, a criação da Apple Computers, o Levante de Soweto, os jogos olímpicos de Montreal e também sobre o acidente de Niki Lauda. O piloto não só voltou a correr como foi campeão neste ano de 1977. No Brasil, o campeão mais memorável foi o Corinthians, que depois de 21 anos voltou a conquistar um campeonato, derrotando a Ponte Preta na final e sagrando-se campeão paulista. No cinema, tivemos duas grandes estreias: "Contatos Imediatos de Terceiro Grau", de Steven Spielberg, indicado ao Oscar em diversas categorias, incluindo melhor diretor e melhores efeitos especiais; e "Guerra nas Estrelas", de George Lucas, também multiplamente indicado ao Oscar em diversas categorias. Era o começo de uma incrível franquia que já viu oito filmes, com bilheterias gigantescas. Foi o ano em que o mundo conheceu o temido Darth Vader, talvez o maior vilão da história do cinema. Muitas mortes aconteceram no mundo do cinema e da música. No cinema, Charlie Chaplin, o gênio que reinou na era do cinema mudo. Na música, tivemos as mortes de Marc Bolan (T-Rex) e do rei Elvis Presley. Elvis já estava gordo e viciado em remédios e acabou sucumbindo em sua própria mansão. Mas a morte mais marcante deste ano fica para o acidente aéreo envolvendo a banda Lynyrd Skynyrd. O acidente matou três membros da banda - o vocalista Ronnie Van Zant, o guitarrista Steve Gaines e a backing vocal Cassie Gaines (irmã de Steve). O acidente aconteceu apenas três dias depois do lançamento do álbum "Street Survivors", e acabou causando o fim da banda. Eles retornariam em 1987, com o irmão de Ronnie como vocalista. E já que estamos falando em acidentes aéreos, devemos citar o maior acidente aéreo da história da aviação, acontecido em Tenerife, nas Ilhas Canárias, quando dois boeings 747 se colidiram no aeroporto, matando 583 pessoas.

Bom, chega de falar de desastres e vamos aos grandes lançamentos do ano de 1977!

Ramones - "Leave Home" - depois da grande estreia, os Ramones mantiveram o ritmo acelerado e lançaram mais dois álbuns neste ano de 1977, este e o grande clássico "Rocket To Russia" (ver mais abaixo). Sem alterar sua sonoridade, a banda adicionou com este disco mais diversos clássicos a seu repertório, seguindo a simplicidade, arranjos simples, nada de solos ou teclados, apenas o bom e velho trio guitarra, baixo e bateria e a famosa contagem "1, 2, 3, 4" em meia hora de punk rock de primeira. Sem saber, você já deve ter curtido, pulado e dançado ao som de grandes canções deste álbum: "Gimme Gimme Shock Treatment", "Sheena Is A Punk Rocker", "Suzy Is A Headbanger", "Pinhead", "Now I Wanna Be A Good Boy", "Commando", ufa! Viu, só? Se quiser animar uma festa e dançar sem parar, basta tocar este disco sem parar! Animação pra noite toda!!

David Bowie - "Low" - este é o primeiro de uma trilogia de álbuns de David Bowie, conhecidos como a "Trilogia de Berlim". Bowie foi morar em Berlim (ao lado de Iggy Pop) para tentar se desintoxicar e se livrar de seu vício em drogas. Aproveitou para gravar três álbuns por lá. O primeiro é este, muito mais experimental que seus trabalhos anteriores, graças à influência do Kraftwerk e ao envolvimento de Brian Eno (ex-Roxy Music, futuro produtor que iria trabalhar com Talking Heads e U2, dentre outros artistas), que tocou teclados nos três álbuns. A música mais conhecida deste trabalho é "Sound And Vision". Por ser um trabalho experimental e pioneiro, não foi bem recebido na época de seu lançamento, mas atualmente é visto como um dos grandes trabalhos de Bowie. Mais pra frente neste mesmo post, falaremos sobre o segundo álbum lançado pelo camaleão do rock neste ano de 1977: o clássico "Heroes"!

Pink Floyd - "Animals" - este foi um grandioso projeto do Pink Floyd (mais um...), um álbum conceitual aproveitando as ideias do livro "A Revolução dos Bichos", de George Orwell (aproveitou em termos: o livro originalmente critica o stalinismo; já as letras do álbum criticam mais o capitalismo). A ideia do projeto saiu da cabeça de gênio de Roger Waters, que compôs quase todas as músicas (a exceção é "Dogs", com grandes contribuições de David Gilmour). Musicalmente, o álbum é maravilhoso do começo ao fim. Começa e termina com um pequeno trecho acústico, "Pigs On The Wing", cantado por Waters, e no meio contém três grandes suítes, de mais de dez minutos de duração e cada uma nomeada com um nome de bicho: "Dogs", "Pigs (Threee Different Ones)" e "Sheep". Desnecessário dizer que as canções viraram clássicos, tamanha a qualidade delas. Curta o longo solo de Gilmour em "Dogs" ou seu grande uso do talk box em "Pigs"; Richard Wright e toda sua desenvoltura, seja no órgão Hammond, no piano, moog, ou até cantando junto em "Dogs"; Roger Waters assumindo os vocais em "Pigs" e "Sheep"; sem esquecer da ótima performance de Nick Mason na bateria, claro. Enfim, curta o álbum do começo ao fim, para conseguir captar todas as nuances que a banda gravou. O Pink Floyd partiu para uma turnê logo após o lançamento, com a adição dos músicos Dick Parry (o saxofonista que gravou com seu instrumento nos clássicos "Money", "Us And Them" e "Shine On You Crazy Diamond") e Snowy White (seria guitarrista do Thin Lizzy entre 1980 e 1982 e depois tocaria com Roger Waters em suas turnês solo), só que as relações entre Waters e os demais já estava fragilizada. A Wikipedia menciona que ele chegava em separado e saía logo após o fim dos shows. Pra culminar, no último show da banda, Roger se desentendeu com alguns fãs e chegou a agredi-los (cuspiu neles, pra ser mais exato). Daí surgiu o desejo dele de tocar com um muro entre a banda e a plateia e a ideia do próximo álbum apareceu. História para um post futuro!

Fleetwood Mac - "Rumours" - o Fleetwood Mac tinha acabado de alcançar o topo da parada norte-americana com seu álbum anterior, auto-intitulado, e sofria com desentendimentos entre seus membros: Christine e John McVie tinham acabado seu casamento; Lindsey Buckingham e Stevie Nicks também estavam se relacionando, mas brigavam o tempo todo. Depois de já ter atingido grande sucesso e estar atravessando problemas de relacionamento entre seus integrantes, era de se esperar que a banda produzisse um álbum de baixa qualidade ou sem foco. Nada disso. Negócios são negócios, problemas pessoais à parte. A banda foi profissional e, acima de tudo, produziu sua grande obra-prima. Topo da parada norte-americana novamente, topo da parada britânica também. Em apenas 11 dias, o álbum alcançou disco de ouro; em pouco mais de um mês, disco de platina. Atualmente, o álbum já alcançou disco de diamante - mais de vinte milhões de cópias vendidas somente nos EUA! Aquelas músicas com uma pegada folk, rock, melodias pop altamente envolventes, produção caprichada, viraram sucessos instantâneos e até hoje emocionam e conquistam fãs ao redor do mundo. Se duvida, confira os clássicos "Second Hand News", "Dreams", "Don't Stop", "Go Your Own Way", "The Chain" e "Gold Dust Woman". Esta formação da banda ainda lançaria alguns álbuns de sucesso antes de se separar no final dos anos 80. Chegaram a substituir Lindsey Buckingham, mas Stevie Nicks também saiu da banda. Atualmente, a formação que gravou este álbum ainda realiza turnês juntos, mas não tem gravado álbuns de estúdio. Quem não adoraria ver um show da banda no Brasil? Eu adoraria!!

Jethro Tull - "Songs From The Wood" - este trabalho do Jethro Tull marcaria o início de uma sequência de álbuns focados no folk rock. Ian Anderson já vinha flertando com o estilo durante algum tempo, mas aqui a coisa toda se aprofundaria. Mas fique tranquilo, a flauta característica dele continua presente, firme e forte. E a qualidade do álbum também se mantém alta. O disco conseguiu colocar a banda de volta ao Top 10 norte-americano e também voltou a conseguir alcançar a marca de disco de ouro. Destaque para a faixa-título, que abre o álbum, e para as canções "Velvet Green", "The Wistler" e "Fire At Midnight". O álbum foi muito elogiado pela crítica (segundo a Wikipedia) e deu novo fôlego ao grupo para chegar ao fim dos anos 70. Nos anos 80, a banda arriscaria outras mudanças de sonoridade e formação para se manter relevante e atraente para seu público. Papo para os futuros posts!

The Damned - "Damned Damned Damned" - as primeiras bandas punk britânicas estavam em plena atividade no underground desde o ano anterior (1976), inclusive tocando juntos em turnê. Foi o caso do Damned, que abriu para os Sex Pistols junto com o The Clash e outras. O primeiro single deles, "New Rose", foi lançado antes até do famoso single dos Pistols, "Anarchy In The UK". O mesmo aconteceu com este primeiro álbum, sendo considerado o primeiro de uma banda punk britânica (mais a frente neste post falaremos dos primeiros discos do The Clash e dos Sex Pistols). Além de seu primeiro single, "New Rose", o álbum também teve como destaques as canções "Neat Neat Neat", "I Fall", "Stab Your Back" e "So Messed Up". A banda ainda lançaria um segundo álbum neste ano de 1977, "Music For Pleasure", produzido por ninguém menos que Nick Mason, o baterista do Pink Floyd! Escolha mais estranha, impossível... A banda conseguiria algum sucesso  no começo dos anos 80, com o sucesso "Smash It Up", mas seria só. Eles ainda se mantém na ativa e ainda hoje continuam tocando juntos, com algumas mudanças de formação ao longo do caminho.

Cheap Trick - "Cheap Trick" - álbum de estreia desta banda norte-americana que faria sucesso mais para o final da década. Produzidos aqui por Jack Douglas, que também produziu os clássicos álbuns do Aerosmith "Toys In The Attic" e "Rocks" (dentre outros), a banda iniciou sua carreira com um som mais cru, tendendo para o hard rock norte-americano da época - cortesia de seu produtor já citado. Destaque para as canções "ELO Kiddies", "Hot Lover" e "He's A Whore". O álbum não fez sucesso na época; nem no Top 200 entrou. Ainda neste ano de 1977, o Cheap Trick lançaria um segundo álbum, "In Color", sem grande sucesso também. A banda seguiu sem sucesso por algum tempo nos EUA, até que conseguiram estourar no Japão e gravaram um álbum ao vivo por lá. O álbum acabou sendo lançado nos EUA e finalmente deu o sucesso que a banda perseguia. Papo para o post sobre o ano de 1979!

Bad Company - "Burnin' Sky" - quarto álbum desta grande banda inglesa, não alcançou muito sucesso se comparado com os anteriores, mas em termos de qualidade faz parte da era de ouro do Bad Company, dos seis primeiros álbuns com Paul Rodgers nos vocais. Auto produzido pela banda, trouxe a banda com canções mais introspectivas, mas fortes, com destaque para a faixa-título e para as faixas "Morning Sun", "Peace Of Mind", "Too Bad" e "Man Needs Woman". Décima quinta posição na parada norte-americana e disco de ouro, abaixo dos lançamentos anteriores. O próximo lançamento da banda, em 1979, recuperaria uma posição no Top 5 da parada e voltaria a vender muito. Papo para o post de 1979!!

Emerson, Lake & Palmer - "Works, Volume 1" - este supergrupo de rock progressivo ficou em hibernação desde 1974, quando terminaram a turnê de divulgação do álbum anterior, "Brain Salad Surgery". Ao retornar à ativa, resolveram se arriscar em um disco duplo, com cada lado (vinil na época, tinha dois lados, A e B, para quem não sabe) dedicado a um integrante e apenas um lado com composições comuns a todos. Keith Emerson e Carl Palmer apostaram em música clássica, muitas vezes acompanhados de uma orquestra (como é o caso da canção "Piano Concerto Nº 1", de Emerson). Já Greg Lake preferiu compor algumas baladas acústicas para seu lado ("C'est La Vie" é a mais conhecida). No lado comum a todos (o último), temos como destaque o clássico "Fanfarre For The Common Man", uma instrumental sensacional, composta pelo músico Aaron Copland - o próprio permitiu o uso de sua música pelo Emerson, Lake & Palmer. A megalomania do álbum talvez tenha afastado um sucesso maior para ele; mesmo assim, conseguiu Top 10 na parada britânica e 12ª posição na parada dos EUA. Sendo uma das bandas mais extravagantes do rock progressivo, eles sofreriam bastante com a ascensão do punk. Ainda neste ano de 1977, a banda lançaria "Works, Volume 2", uma coletânea de faixas gravadas mas não lançadas, sem muito sucesso. Ainda devendo um álbum para sua gravadora, eles acabaram gravando seu pior álbum no ano seguinte. No post de 1978, a gente fala sobre ele!!

AC/DC - "Let There Be Rock" - a esta altura na carreira do AC/DC, eles já haviam conquistado o sucesso na terra natal, Austrália, e algum reconhecimento na Europa. Entretanto, nos EUA, a coisa não andava. O álbum anterior, "Dirty Deeds Done Dirt Cheap", foi recusado pela gravadora Atlantic, e o único disco lançado lá alcançou uma modesta posição: apenas 146ª posição. Este álbum tinha tudo para mudar esta situação. A banda estava "nos cascos", saiu chutando traseiros intensamente, as guitarras se sobressaem absurdamente, as composições fortes, no melhor estilo AC/DC onde você não consegue ficar parado nem um segundo. Aqui, é um clássico atrás do outro. Confere só: "Go Down", "Dog Eat Dog", "Let There Be Rock", "Problem Child" (presente no álbum anterior, incluída neste também), "Overdose", "Hell Ain't A Bad Place To Be", "Whole Lotta Rosie". Quase o disco todo. Um primor, do começo ao fim. Lamentavelmente, o álbum não aumentou muito a popularidade do AC/DC nos EUA. Uma turnê da banda abrindo para diversos grupos populares da época (Aerosmith, Kiss, Cheap Trick) ajudou eles a penetrar no mercado norte-americano. Este seria o último álbum da banda a contar com o baixista Mark Evans. Ele acabou demitido no final deste ano de 1977, e foi substituído por Cliff Williams, que permanece no cargo até hoje (bem, não se sabe, ele prometeu se aposentar ao final da última turnê...). O futuro do AC/DC, atualmente, é uma grande incógnita. Axl Rose ajudou a banda a acabar a última turnê, e não se ouviu mais nenhuma notícia deles desde então. Muitos acreditam que a banda deva acabar, já que agora está muito desfigurada. Se este for realmente o fim, já ficarão marcados para sempre como uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, com certeza!

Jeff Beck - "Jeff Beck With The Jan Hammer Group Live" - conforme falado no post sobre o ano de 1976, Jeff Beck já tinha iniciado sua parceria com o tecladista Jan Hammer no álbum anterior ("Wired") e aproveitou a turnê de promoção para gravar alguns shows e lançá-los como este álbum ao vivo. O disco traz canções de Jeff Beck e de Jan Hammer, misturadas na apresentação, com muito improviso e virtuosismo, fortes doses de jazz fusion e do talento de ambos os músicos. Do repertório de Beck, temos "Freeway Jam", "She's A Woman" (cover dos Beatles), "Scatterbrain" e "Blue Wind". Este seria o último sucesso do guitarrista a alcançar disco de ouro. A carreira de Jeff Beck seguiria esparsa nos próximos anos. Ele só lançaria seu próximo álbum de estúdio em 1980. Em toda a década de 80, ele liberou apenas três álbuns. Essa seria sua média de álbuns de estúdio para as próximas décadas também. Trata-se de um gênio da guitarra que nunca foi totalmente compreendido ou reconhecido. Se você está lendo este post, trate de corrigir esta injustiça e escute este grande álbum!

The Clash - "The Clash" - outra banda punk britânica lançando seu disco de estreia. Era o The Clash, que teria uma das carreiras mais criativas entre todas do punk britânico. O álbum já traz um pouco da genialidade da dupla de composição Mick Jones / Joe Strummer em canções simples porém impactantes como "Janie Jones", "Remote Control", "I'm So Bored With The USA", "White Riot", "London's Burning""Career Opportunities", todo o poder dos quatro acordes com pequenos flertes com reggae e ska aqui e ali, já dando o prenúncio da variedade musical que a banda iria produzir mais para a frente. O álbum foi extremamente bem recebido pela crítica especializada, e também alcançou boa posição na parada britânica - 12ª posição. A filial norte-americana da gravadora da banda se negou a lançar o álbum nos EUA, por achar que não venderia. Acabaram lançando somente em 1979, depois do lançamento do segundo disco do grupo, "Give'Em Enough Rope", e com diversas mudanças na relação das faixas, adicionando diversos singles lançados no Reino Unido. Os próximos álbuns do The Clash alcançariam muito sucesso e elevariam a banda ao status de uma das maiores bandas de punk rock do mundo!

Judas Priest - "Sin After Sin" - se o álbum anterior marcou o início da caminhada do Judas Priest na sonoridade heavy metal, este álbum marcou a estreia por uma grande gravadora e também o primeiro trabalho produzido por alguém mais famoso - neste caso, o na época ex-baixista do Deep Purple, Roger Glover. A banda trocou de baterista um pouco antes das gravações deste disco: saiu Alan Moore, entrou Simon Phillips. Simon apenas gravou este disco e não tocou ao vivo com o Judas. Les Binks, uma recomendação do produtor Glover, entrou na banda para a turnê e ficou até o final da década. Dos anos 70, este é um dos discos do Judas Priest que mais me agrada. Grandes canções da banda estão presentes nele: a abertura fantástica com "Sinner"; a maravilhosa cover "Diamonds & Rust", de Joan Baez; "Starbreaker"; a longa e intensa "Let Us Prey/Call For Priest"; e "Dissident Aggressor". Roger Glover acertou a produção e o álbum soa perfeito até os dias de hoje. Claro, há de se louvar a performance vocal de Rob Halford, e da incrível dupla de guitarristas, Glenn Tipton e K.K. Downing. Se você é fã do Judas Priest, conhecer este álbum é uma obrigação!

Ted Nugent - "Cat Scratch Fever" - Ted Nugent começou sua carreira na banda The Amboy Dukes, como guitarrista. A banda não fez muito sucesso, então em 1975 Ted iniciou sua carreira solo, contando com o colega de banda e baixista Rob Grange, o vocalista Derek St. Holmes e o baterista Cliff Davies. Após dois álbuns de estúdio, sucesso moderado (ambos entrando no Top 30 norte-americano) e muitas turnês, este terceiro álbum acabou sendo o catalisador do sucesso de Ted Nugent, catapultando as vendas dos dois discos anteriores e também impulsionando o lançamento seguinte, o álbum ao vivo "Double Live Gonzo!" (todos conquistaram um ou mais discos de platina nos EUA). O grande destaque deste terceiro álbum é a faixa-título, um dos maiores sucessos do cantor. Outros destaques do álbum são "Wang Dang Sweet Poontang", "Death By Misadventure", a instrumental "Home Bound" e "Fist Fightin' Son Of A Gun". Um grande álbum, com certeza. Além de suas qualidades na guitarra, Ted Nugent também é conhecido pelo seu posicionamento anti-drogas e a favor do uso de armas. Recentemente, ele foi um dos poucos a apoiar a candidatura do presidente Donald Trump. Um cara que adora uma polêmica, mas possui grande talento e grandes discos lançados, vale a pena conferir!

UFO - "Lights Out" - desde 1974 lançando grandes álbuns com a formação mais clássica, com Michael Schenker na guitarra, este álbum pode ser considerado o ápice comercial do UFO. Avançando ainda mais nas composições, a banda entregou um trabalho conciso, bem produzido, arranjos mais complexos, e recheado de clássicos. Logo de abertura, um rockão, "Too Hot To Handle", pra agitar o ouvinte; "Just Another Suicide", com uma grande performance de Phil Mogg; a linda balada "Try Me", com o piano de Paul Raymond reinando e um belo solo de Schenker no final; a faixa-título, clássico supremo e presença obrigatória nos shows da banda; temos outro grande clássico, "Love To Love", encerrando ó álbum, uma linda canção épica de sete minutos de duração. Sem dúvida o maior sucesso comercial da banda, o álbum conseguiu alcançar a 23ª posição na parada norte-americana, a melhor posição para um disco do UFO. A era Schenker ainda duraria mais um álbum de estúdio e um disco ao vivo até chegar ao fim. A gente fala sobre esses álbuns nos próximos posts históricos da década de 70!

Kiss - "Love Gun" - a esta altura, nos EUA, o Kiss era a banda mais popular de rock, batendo nomes muito populares como Aerosmith e Led Zeppelin. A banda já ganhava muita grana vendendo todo tipo de bugiganga relacionada com seu nome: revistas em quadrinhos, bonecos, máquinas de pinball, e muitos outros itens. Além disso, ainda ganhavam muita grana vendendo discos, claro. Este álbum foi lançado apenas sete meses depois de seu antecessor ("Rock And Roll Over", ver post de 1976). Ambos alcançaram boas posições (este alcançou a quarta posição na parada norte-americana), e rapidamente se tornaram disco de platina para a banda. E apesar do pouco tempo entre os lançamentos, o Kiss conseguiu entregar bons álbuns. Aqui, a banda continuava inspirada e entregou grandes petardos, até hoje cultuados pelos fãs. Podemos citar a faixa-título, "Tomorrow And Tonight", "Christine Sixteen" e "Plaster Caster". E não podemos esquecer de falar de "Shock Me", primeira canção cantada por Ace Frehley em um álbum da banda. Em agosto deste ano de 1977, a banda se apresentou por três noites seguidas na casa de shows L.A. Forum e gravou as apresentações. Elas se tornariam o segundo disco ao vivo da banda, "Alive II" - veja mais abaixo!

Yes - "Going For The One" - este álbum marca o retorno de Rick Wakeman à banda. Ele tinha saído da banda após a turnê do álbum "Tales From Topographic Oceans", e tinha sido substituído por Patrick Moraz. Wakeman criticou muito a megalomania do Yes ao lançar um álbum tão complexo e longo quanto aquele. Após algum tempo, Jon Anderson entrou em contato novamente com o tecladista, mostrando o novo material, mais enxuto e melódico (dentro dos padrões do Yes, claro...). Ele se interessou e retornou à banda; Moraz foi demitido e acabou indo para o Brasil, onde trabalhou com certa banda de rock progressivo (Vímana, de Lulu Santos, Ritchie e Lobão). Voltando ao álbum do Yes, ele realmente traz canções mais acessíveis e curtas, como a faixa-título, as lindas e de pegada acústica "Turn Of The Century" e "Wonderous Stories", além do longo encerramento com "Awaken". Apesar do punk rock, que estava entrando de sola nas paradas, o Yes ainda conseguiu boa colocação com este álbum: topo da parada britânica e Top 10 na parada norte-americana. Disco de ouro em pouco mais de um mês. A banda sofreria desentendimentos ao longo da carreira, e muitas mudanças de formação. Em 2015, o grande baixista Chris Squire faleceu. Ele acabou perdendo a inclusão da banda no Rock And Roll Hall Of Fame, marcada para acontecer agora, em 2017. Será que com o reencontro a formação mais clássica (sem Squire, infelizmente) volta a se reunir? Só o tempo dirá. Enquanto isso, vamos degustar este grande clássico!!

Rainbow - "On Stage" - este é um dos grandes álbuns ao vivo da história do rock, resultado da turnê da banda promovendo o maravilhoso álbum "Rising". Para apimentar o set list, eles adicionaram o clássico "Mistreated", brilhantemente interpretado por Dio. Desde a introdução com uma fala do filme "O Mágico de Oz", a eletrizante "Kill The King" (que só foi incluída no álbum de estúdio seguinte), a deliciosa "Catch The Rainbow", a já citada "Mistreated", todas capturadas de apresentações memoráveis da turnê europeia/japonesa. No final da turnê, Ritchie Blackmore demitiu metade da banda, mas isso não vem ao caso nem tira o brilho deste grande álbum. O disco fez sucesso na Europa, o público principal da banda na época. Nos EUA, apenas uma posição modesta, 65ª. Com o passar do tempo, ele ganhou ares de clássico e de um dos álbuns ao vivo mais incríveis de todos os tempos!

Motörhead - "Motörhead" - esta foi a estreia do Motörhead, já com a chamada formação clássica, composta do grande Lemmy Kilmister no baixo e vocais, Phil "Philty Animal" Taylor na bateria e "Fast" Eddie Clarke na guitarra. A banda teve algumas formações anteriores, chegou a gravar um álbum antes deste, que não foi lançado (acabou lançado em 1979 com o título "On Parole", depois que a banda fez sucesso com o álbum "Overkill"), e estava a ponto de encerrar as atividades quando conseguiram algumas horas de estúdio para gravar um single. Acabaram gravando 11 faixas e ganharam tempo extra para a mixagem. O álbum acabou lançado e até conseguiu entrar na parada britânica, com a modesta 43ª posição. Musicalmente, eles ainda estavam buscando a identidade pela qual ficariam conhecidos, e as composições ainda não tinham toda a potência que se espera de uma canção do Motörhead (a banda já tinha toda a potência ao vivo, mas não conseguiram capturar esta potência com tão pouco tempo de estúdio). Os destaques acabaram ficando para a faixa-título, "Iron Horse / Born To Lose" (minha preferida) e "Lost Johnny". A banda sofreria mais algum tempo até alcançar o devido reconhecimento, sempre esbarrando em empresários enganadores e gravadoras gananciosas. Entretanto, sobreviveram a tudo e tiveram uma longa e brilhante carreira!

Iggy Pop - "Lust For Life" - depois que os Stooges, sua banda anterior, encerrou as atividades, Iggy Pop se aprofundou no vício em drogas e acabou se internando em uma clínica. David Bowie foi visitá-lo e acabou levando o amigo para acompanhá-lo durante a turnê de seu álbum "Station To Station". Com ambos aprofundados no vício, resolveram se mudar para Berlim, para se livrarem do vício. Foi quando Bowie lançou sua grande trilogia de discos em Berlim (falamos sobre dois destes álbuns neste post). E ele também ajudou Iggy a lançar seus dois primeiros álbuns da carreira solo: "The Idiot", que continha a canção "China Girl", que acabou sendo regravada mais tarde pelo próprio Bowie, e este álbum. Ambos os discos tem diversas composições feitas em parceria entre Pop e Bowie, e este álbum alcançou um pouco mais de sucesso, graças à canção "The Passenger" (os fãs do Capital Inicial vão se lembrar da versão "O Passageiro"). Outros destaques ficam com a faixa-título, "Tonight" e "Neighboorhood Threat". A carreira de Iggy Pop não conseguiu grande sucesso ao longo dos anos. Mudou de gravadora algumas vezes e nunca alcançou grandes posições nas paradas. As regravações de músicas compostas por Iggy que David Bowie fez, acabaram rendendo alguma grana que manteve Iggy por algum tempo. Um dos seus álbuns de maior sucesso só apareceria no começo dos anos 90: "Brick By Brick". Papo para outro post!!

Rush - "A Farewell To Kings" - depois de quatro discos de estúdio baseados no hard rock, com um álbum ao vivo para fechar o ciclo, este primeiro disco do novo ciclo do Rush já mergulha mais profundamente no rock progressivo, em especial em faixas como "Xanadu" e "Cygnus X-1 Book I: The Voyage" (esta faixa teve uma segunda parte no álbum seguinte). E como em todos os discos do Rush, o trio esbanja virtuosismo ao longo de todas as canções. Pode ser considerado um disco de transição, uma ponte entre a fase hard rock anterior e a fase de rock progressivo, mais intensa nos próximos álbuns. O maior sucesso deste álbum é a linda balada "Closer To The Heart", uma das mais preferidas dos fãs nos shows. A banda mergulharia ainda mais no progressivo no disco seguinte, "Hemispheres", com apenas quatro faixas! Mas vamos deixar este disco pro próximo post histórico!

Thin Lizzy - "Bad Reputation" - em 1976, o guitarrista Brian Robertson se meteu em uma grande briga de bar e acabou machucado, se ausentando de uma importante turnê do Thin Lizzy nos EUA. Gary Moore foi o substituto na turnê. Phil Lynott pediu a Gary para ficar de vez na banda, mas este não aceitou. A ideia inicial de Lynott era gravar este álbum somente com Scott Gorham na guitarra, mas Scott acabou convencendo Phil a deixar Brian tocar seus solos. No final das contas, Robertson voltou à banda e ainda tocou a turnê seguinte. Voltando ao álbum, ele faz parte da era de ouro da banda, trazendo mais alguns clássicos para o repertório do Thin Lizzy: a faixa-título, "Southbound", "Dancing In The Moonlight (It's Caught Me In Its Spotlight)" e "That Woman's Gonna Break Your Heart". As guitarras gêmeas seguiam firmes e fortes, e as composições de Phil Lynott permaneciam inspiradas. Depois da turnê de promoção do álbum, Brian Robertson sairia de vez da banda (ele formaria a banda Wild Horses com Jimmy Bain, e acabou substituindo "Fast" Eddie Clarke no Motörhead, em 1982), e dessa vez Lynott conseguiu convencer Gary Moore a retornar para a banda pra valer. Moore seria o guitarrista a gravar o próximo álbum de estúdio da banda. Assunto para posts futuros!

Talking Heads - "Talking Heads: 77" - uma das bandas mais pioneiras do movimento New Wave, os Talking Heads tinham como líder e principal compositor o vocalista David Byrne, e desde o primeiro álbum a banda já trazia a essência de sua sonoridade: melodias pop com boas doses de rock e pitadas de outros estilos. A banda começou envolvida na cena punk de New York, mas como estudantes de artes, acabaram se afastando e ajudando a criar o movimento New Wave. O álbum foi recebido muito bem pela crítica especializada na época, e trazia como grande destaque o sucesso "Psycho Killers", que conseguiu abrir as portas para a banda no início de carreira. A banda iria experimentar muito nos próximos lançamentos, com parcerias com grandes produtores como Brian Eno e influências de world music. Mesmo com tantas experimentações, a banda conseguia compor canções que acabaram se tornando grandes sucessos dos anos 80. Quem viveu aquela época com certeza se lembra de clássicos como "And She Was" e "Wild Wild Life". A banda acabou encerrando as atividades no final da década de 80, depois de vender muitos discos. David Byrne seguiu carreira solo de muitas experimentações, se arriscando também com trilhas sonoras de filmes. Um dos grandes nomes da música pop mundial!

Kansas - "Point Of Know Return" - este é o segundo álbum de maior sucesso do Kansas, ficando atrás apenas de seu antecessor, "Leftoverture". Aqui, o sucesso pode ser creditado à balada "Dust In The Wind" e também pela faixa-título, as canções mais conhecidas do disco. Musicalmente, a banda continuava seguindo os mesmos caminhos, abandonando um pouco as longas composições e apostando em canções mais curtas e diretas. Além das duas faixas já citadas, podemos destacar também as canções "The Spider", "Portrait (He Knew)" e "Closet Chronicles". O álbum alcançou a melhor posição que um disco do Kansas chegou em sua história: 4º lugar na parada norte-americana. Conseguiu vender, até hoje, quatro milhões de cópias (4 discos de platina). O Kansas ainda lançaria um álbum bem sucedido nos anos 70, e então as coisas começariam a desandar. O tecladista Kerry Livgren se converteu ao cristianismo e acabou aplicando sua conversão nas letras da banda também, o que deixou o vocalista Steve Walsh descontente. Walsh resolveu sair da banda e só retornaria em 1985, quando Livgren já tinha saído da banda. Como já foi falado no post de 1976, a banda continua na ativa, mas sem seus dois principais compositores, os já citados Kerry Livgren e Steve Walsh. Ainda assim, um nome importante do rock clássico surgido nos anos 70!

Kiss - "Alive II" - este álbum se originou de três apresentações seguidas, em agosto de 1977, na casa de shows L.A. Forum. A ideia inicial era gravar as apresentações da banda no Japão, mas depois que o produtor Eddie Kramer trabalhou em cima das gravações, o projeto acabou sendo cancelado e o disco "Love Gun" foi gravado e lançado. Com a turnê de promoção deste último álbum, a banda conseguiu gravar as apresentações citadas e este segundo disco ao vivo do Kiss foi lançado em outubro do mesmo ano. Para não conflitar com o álbum ao vivo anterior, as escolhas recaíram sobre material lançado nos três discos de estúdio lançados deste então ("Destroyer", "Rock And Roll Over" e "Love Gun"). Então, neste disco a gente confere versões ao vivo para clássicos como "Detroit Rock City", "Love Gun", "Hard Luck Woman", "Beth", "God Of Thunder", "Shout It Out Loud", dentre outras. Para completar o disco, algumas faixas novas de estúdio foram adicionadas. Um detalhe interessante: das cinco faixas de estúdio, em apenas uma Ace Frehley toca (e canta). Nas outras quatro, Bob Kulick (Bob é irmão de Bruce Kulick; Bruce entraria para o Kiss na segunda metade dos anos 80) é quem toca os solos. Um indicativo que pode ser interpretado como um prenúncio do que estaria por vir (as mudanças de formação no começo dos anos 80). O álbum alcançou a sétima posição na parada norte-americana e rapidamente conseguiu o disco de platina - em apenas pouco mais de um mês. A disco music iria bagunçar a sonoridade da banda para o próximo lançamento de estúdio, e o excesso de lançamentos e aparições acabaram desgastando um pouco a imagem da banda, que começaria a ter queda de popularidade. Papo para os próximos posts, com certeza!

David Bowie - "Heroes" - segundo álbum da "Trilogia de Berlim", este trabalho mantém a influência de Kraftwerk e a parceria com Brian Eno, adicionando a participação do guitarrista Robert Fripp (King Crimson). Ou seja, a experimentação continua, se bem que mais atenuada, com boas pitadas de pop e rock. A faixa-título, por exemplo, é um bom exemplo de experimentação suave sobre uma base pop caprichada. Uma composição de Bowie em parceria com Eno, acabou se transformando em um clássico e em uma das músicas mais conhecidas da carreira do camaleão. Este álbum já foi recebido com mais entusiasmo pela crítica especializada na época, e foi seguido por uma turnê mundial no ano seguinte (mundial no sentido que era entendido no mundo musical dos anos 70: EUA, Europa, Oceania e Japão). Só a faixa-título já garante a este álbum sua aura de clássico!

Lynyrd Skynyrd - "Street Survivors" - este é o álbum de maior sucesso e o que alcançou a posição mais alta na parada norte-americana (5º lugar) lançado pelo Lynyrd Skynyrd. Conseguiu alcançar disco de ouro apenas dez dias depois do lançamento, segundo a Wikipedia. E não dá pra falar deste álbum sem citar o terrível acidente de avião que acabou vitimando o vocalista Ronnie Van Zant, o guitarrista Steve Gaines e a backing vocal Cassie Gaines (irmã de Steve), e representou o término das atividades da banda. Duas canções do álbum acabaram ficando muito famosas: "What's Your Name" e "That Smell". Talvez o sucesso do álbum tenha contribuições da empatia após o acidente, mas sua qualidade precisa ser considerada também. Mais uma vez gravado com o produtor Tom Dowd, é um disco que viu a banda retomando sua inspiração, em parte graças à vitalidade do então novo guitarrista Steve Gaines, que havia entrado no ano anterior e gravado um álbum ao vivo com a banda. Gaines participou ativamente da composição do disco, em nada menos que quatro canções - a metade do álbum - e ainda cantou em duas canções. Seus solos enriqueceram ainda mais este grande disco. Além dos dois grandes clássicos já citados, podemos citar também as canções "One More Time", "You Got That Right" e "I Never Dreamed". A banda somente retomou as atividades em 1987, com o irmão de Ronnie, Johnny Van Zant, nos vocais. Chegaram a tocar no Brasil no ano de 2011, no festival SWU. Que retornem mais vezes!!

Meat Loaf - "Bat Out Of Hell" - Meat Loaf é o nome artístico de Michael Lee Aday, um cantor que participou do musical "Hair" (chegou a se apresentar na Broadway) e também do musical "The Rocky Horror Picture Show", inclusive participando do filme de mesmo nome. Após conhecer o compositor Jim Steinman, eles trabalharam juntos montando um espetáculo e compondo músicas que acabariam se tornando este álbum, "Bat Out Of Hell". Produzido por Todd Rundgren (já produziu Grand Funk Railroad, New York Dolls, Bad Religion, dentre muitos outros), o disco viaja pelo hard rock, pelo rock progressivo, música clássica, pelo pop e por um estilo de cantar meio operístico, muito potente, de Meat Loaf. Apesar de não vender muito logo no seu lançamento (a gravadora não sabia como promover um álbum tão único e diferente), aos poucos o disco começou a vender e alcançou rapidamente o mega-sucesso internacional. Atualmente, o disco já vendeu 14 milhões de cópias somente nos EUA, com uma estimativa de vendas mundiais de 43 milhões de cópias, tornando-se um dos discos mais vendidos de todos os tempos. O pessoal mais novo talvez não saiba quem é Meat Loaf, então aqui vai uma pista: ele trabalhou no filme "Clube da Luta", interpretando o papel do garçom que vira lutador "Robert 'Bob' Paulson". Um dentre muitos papeis que ele interpretou no cinema. O álbum teve mais duas "continuações", que conseguiram sucesso moderado; nunca o sucesso estrondoso deste original, do ano de 1977! (uma curiosidade rápida: Scott Ian, guitarrista do Anthrax, é casado com a filha de Meat Loaf, Pearl Aday!)

Sex Pistols - "Never Mind The Bollocks, Here's The Sex Pistols" - este é o único álbum de estúdio dos Sex Pistols. A banda se formou alguns anos antes, com Steve Jones na guitarra e Paul Cook na bateria. Com o auxílio de Malcolm McLaren, conseguiram iniciar uma carreira. Com a entrada de John Lydon (Johnny Rotten) e a escolha do nome para a banda, eles começaram a (tentar) tocar em seus primeiros shows. A banda não tinha proficiência musical, tocava muito alto e acabava arranjando muita confusão por onde passava. Começaram a chamar muito a atenção e arranjaram contrato com a gravadora EMI. Até que xingaram em um programa de TV ao vivo, causaram um tremendo rebuliço no Reino Unido e foram demitidos. O então baixista Glenn Matlock foi demitido e entrou o lendário Sid Vicious (que mal sabia tocar baixo quando entrou para a banda...). Conseguiram outro contrato, desta vez com a gravadora A & M. O contrato não durou uma semana, com tantas confusões que a banda arranjou. Conseguiram um terceiro contrato, desta vez com a gravadora Virgin. Foi onde gravaram o single "God Save The Queen", que chocou mais uma vez todo o país. Chocou, e vendeu muito - segundo lugar na parada britânica de singles (muitos dizem que o single vendeu o suficiente para chegar ao primeiro lugar, mas o órgão responsável pela contagem de vendas não deixou acontecer...). Enfim, a banda entrou em estúdio para gravar seu primeiro álbum - bem, Sid mal toca seu baixo no disco, apenas em uma faixa, "Bodies" - e este álbum vai direto para o topo da parada britânica. Um único álbum que influenciou centenas, milhares de bandas punk que surgiram desde então (e provavelmente vai influenciar as bandas a serem formadas no futuro). Contidas no álbum, canções simples porém certeiras, intensas, letais para quem as escuta. "Holidays In The Sun", "Liar", "God Save The Queen", "Problems", "Anarchy In The UK", "Bodies", "Pretty Vacant". Você pode não ter escutado estas canções em suas versões originais, mas provavelmente já escutou pelo menos uma delas coverizada por alguma banda famosa. O Megadeth, por exemplo, já coverizou "Anarchy In The UK" e "Problems"; Anthrax e Motörhead coverizaram "God Save The Queen"; os Raimundos coverizaram "Bodies"; só para citar alguns exemplos. Lançado no final de outubro de 1977, ele impulsionou os Sex Pistols a realizar uma turnê nos EUA. A turnê aconteceu em janeiro de 1978, e durou menos de 20 dias. No meio da turnê, o vocalista resolveu sair da banda, e ela acabou se desfazendo. Voltaram a se reunir em algumas ocasiões, realizando algumas turnês ao redor do mundo. Em uma destas turnês, vieram ao Brasil, no final de 1996, onde tocaram em São Paulo e no Rio de Janeiro, no festival Close Up Planet. Quem viu, viu!

Queen - "News Of The World" - este é simplesmente o álbum do Queen que contém duas de suas músicas mais famosas e tocadas mundo afora. Logo na abertura, o hino "We Will Rock You", aquela introdução ritmada que todo mundo hoje conhece. A seguir, outro hino, mega utilizado em jogos de futebol, "We Are The Champions". Mas este grande álbum não se resume a estes dois clássicos. Tem muito mais. Tem a aceleradíssima "Sheer Heart Attack"; tem a linda "All Dead, All Dead", cantada por Brian May; tem as melodias envolventes de "Spread Your Wings"; tem a swingada "Fight From The Inside", cantada por Roger Taylor; a épica "It's Late"; e muito mais. Enfim, um álbum grandioso que se tornou um dos mais vendidos do Queen - ganhou quatro vezes disco de platina nos EUA, Top 5 tanto na parada norte-americana quanto na britânica. Quarenta anos atrás, o Queen reinava com esta maravilha de álbum. Longa vida aos remanescentes e que voltem a produzir música de qualidade!

Ramones - "Rocket To Russia" - terceiro álbum de estúdio da banda, segundo lançado neste ano de 1977, era uma tentativa dos Ramones de aproveitar o estouro do movimento punk rock em todo o mundo. Conseguiram sua melhor posição na parada norte-americana até então (49ª) e lançaram um dos maiores clássicos do punk. Mais maduro, produção mais caprichada, a banda acertou em cheio nas composições e conseguiu mais uma penca de clássicos para sua coleção: "Cretin Hop", "Rockaway Beach", "We're A Happy Family", "Teenage Lobotomy", "Ramona" e a cover "Surfin' Bird", que acabou mais conhecida pela versão dos Ramones do que pela versão original dos Trashmen. Apesar da melhorada de posição na parada, o álbum não vendeu tanto assim, e o baterista Tommy Ramone (que também ajudava a produzir os discos) resolveu pedir as contas da banda. Acabou substituído por Marky Ramone, que marcou época na banda. No final deste ano de 1977, a banda gravou um show realizado em Londres, no Rainbow Theatre. Acabou sendo lançado quase dois anos depois, em 1979, com o título "It's Alive". Abra espaço no meio da sala, bote este disco pra tocar e pule e dance pra valer. Gabba Gabba Hey!!

Eric Clapton - "Slowhand" - este é um dos álbuns mais bem sucedidos da carreira solo de Eric Clapton. Produzido por Glyn Johns (já produziu Rolling Stones, The Who, Humble Pie, The Faces, Eagles, só banda clássica!), traz diversos clássicos do mão lenta: "Cocaine" (cover de J.J. Cale), "Wonderful Tonight", "Lay Down Sally", "Mean Old Frisco". Tocaram no disco, além do deus da guitarra, o guitarrista George Terry, o baixista Carl Radle (tocou com Clapton no disco do Derek And The Dominos e em todos os discos solo dele até então) e Jaime Oldaker na bateria, dentre outros músicos. O álbum foi um sucesso no seu lançamento, alcançando a segunda posição na parada norte-americana e atingiu disco de platina pouco tempo depois - atualmente, já tem 3 discos de platina. Eric Clapton recentemente voltou a trabalhar com o produtor Glyn Johns, no seu último trabalho de estúdio, "I Still Do". Longa vida a esta parceria e a estes dois gigantes do rock!

Uriah Heep - "Innocent Victim" - este foi o segundo álbum lançado pelo Uriah Heep neste ano de 1977 (o primeiro foi "Firefly"; estreia de Trevor Bolder no baixo e John Lawton nos vocais). Era a banda tentando sobreviver sem o vocalista David Byron, demitido da banda por conta de seu vício no álcool. Tanto este álbum quanto o anterior possuem diversas qualidades, construídas em cima do bom trabalho vocal de Lawton e do restante da banda, que se manteve intacta: Mick Box na guitarra, Lee Kerslake na bateria e Ken Hensley nos teclados. Entretanto, a sonoridade da banda tinha mudado. Explorava um lado mais acústico e suave, perdendo a potência dos discos anteriores. Essa suavidade pode ser conferida aqui neste disco em canções como "Keep On Ridin'", "Illusion""Free Me". Exceção a essa calmaria é a canção protótipo do heavy metal "Free 'n' Easy", com um riff incendiário de Mick Box. A banda ainda gravaria mais um álbum com Lawton e mudaria novamente de vocalista. Só acertariam o substituto pra valer em 1986, com Bernie Shaw, até hoje com a banda. O último trabalho de estúdio do Uriah Heep foi lançado em 2014 - "The Outsider" - pouco depois deles excursionarem pelo Brasil. Que retornem sempre, toda vez um show de grande qualidade!

Aerosmith - "Draw The Line" - depois de dois grandes clássicos seguidos, "Toys In The Attic" e "Rocks", é natural que este álbum não tenha chamado tanto a atenção quanto seus antecessores. Acontecia também que a banda estava pesadamente envolvida com as drogas. Talvez o vício tenha prejudicado o processo de composição da banda, costumeiramente centrado em Steven Tyler e Joe Perry - aqui, os demais membros da banda perceberam a ausência dos dois e conseguiram contribuir com material. Ainda com todos os percalços, o álbum possui grandes momentos, como a faixa-título, "Get It Up" e "Kings And Queens". O vício em drogas da banda continuaria prejudicando-os ao ponto deles praticamente implodirem como banda. Acabaram se recuperando no meio dos anos 80 e atualmente são uma das bandas mais requisitadas para shows e festivais ao redor do mundo!

Scorpions - "Taken By Force" - este foi o último álbum dos Scorpions a contar com o guitarrista Uli Jon Roth. Em compensação, foi o álbum de estreia do grande baterista Herman Rarebell. Podemos afirmar que foi um primeiro passo, ainda tímido, em direção a uma sonoridade mais comercial, ainda mantendo os pés no hard rock. E foi este leve direcionamento que levou Roth a sair da banda. A banda continuou trabalhando com o produtor Dieter Dierks, com quem gravariam ainda seus álbuns de maior sucesso. Temos algumas grandes canções neste álbum, como a canção "We'll Burn The Sky", com a letra sendo um poema escrito pela última namorada de Jimi Hendrix, Monika Dannemann (fonte: Wikipedia). Outros destaques ficam com as canções "The Riot Of Your Time", "The Sails Of Charon" e "He's A Woman - She's A Man". A banda ainda lançaria um álbum ao vivo com esta formação - "Tokyo Tapes" - e buscaria um substituto para Uli. A escolha recaiu em Mathias Jabs, que está até hoje com a banda (ele chegou a sair para Michael Schenker retornar brevemente para a banda, mas foi muita curta esta passagem). Esta é uma fase da carreira dos Scorpions não muito conhecida, mas de grandes lançamentos, sendo este um deles - vale a pena a audição!

Chegamos ao fim de mais um post de viagem no tempo, relembrando diversos clássicos do rock que completaram ou estão completando quarenta anos. Participe com sua opinião nos comentários, indicando o que achou do post ou se sentiu falta de algum lançamento. Como sempre, logo logo saem os posts sobre os anos de 1987 (nacional e internacional) e 1997. Um abraço rock and roll e até o próximo post!!

Um abraço rock and roll!!

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