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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Os discos da segunda era Bruce Dickinson no Iron Maiden

Bastaram 27 segundos do disco novo do Iron Maiden, "The Book Of Souls", serem divulgados para as especulações começarem - vem aí um grande álbum ou apenas mais um disco, como pretexto para uma longa e rentável turnê? Será que o novo disco terá alguma relevância na longa discografia da banda? E dentre os lançamentos recentes, será um dos melhores ou ficará bem abaixo? Esta última pergunta acabou gerando uma boa discussão (em um grupo do Facebook que faço parte) e eu resolvi fazer o post pra falar dos discos de estúdio da segunda era Bruce Dickinson, que começou em 1999 e já teve quatro lançamentos: "Brave New World" (2000), "Dance Of Death" (2003), "A Matter Of Life And Death" (2006) e "The Final Frontier" (2010). Vamos lá!

Como eu falava acima, logo após a divulgação dos 27 primeiros segundos do novo álbum, "The Book Of Souls", uma bela discussão começou no grupo do Facebook que participo (um grupo criado por uma galera que sofreu, assim como eu, as desilusões do festival maranhense Metal Open Air), e muitos comentários temiam por mais um disco calcado em canções longas e arrastadas, quase um disco de rock progressivo. E começamos a discutir sobre a qualidade dos discos anteriores. Uns gostam deles, outros nem tanto. E varia em qual dos discos antigos desta segunda era são bons e quais são arrastados demais.

Os 27 segundos que causaram a discussão e inspiraram o post:

Então vamos começar a passar a limpo a segunda era Bruce Dickinson no Iron Maiden!

"Brave New World" (2000) - este foi unanimidade na discussão - o melhor lançamento do Iron Maiden nos anos 2000. Bruce Dickinson e Adrian Smith vinham de dois grandes lançamentos: "Accident Of Birth" e "The Chemical Wedding", que contrastavam com os lançamentos sofríveis do Iron com o vocalista Blaze Bayley, que não estavam agradando os fãs e também não estavam dando o devido retorno financeiro, até mesmo em turnê. Pra completar, as performances vocais de Blaze estavam muito abaixo do que se esperava e ele acabou sendo conduzido para fora da banda. O retorno de Bruce significou um renascimento para o Iron Maiden, que agora contava com um trio de guitarristas, já que Adrian retornou e seu substituto, Janick Gers, continuou na trupe. Com composições fortes, como o primeiro single "The Wicker Man", músicas épicas como "Dream Of Mirrors" e "The Nomad", grande performance vocal de Dickinson e sonoridade relembrando os grandes clássicos, rendeu uma grandiosa turnê que se encerrou aqui no Rio de Janeiro, na terceira edição do Rock In Rio, um show que foi gravado e lançado em CD e DVD, para a posteridade. Este é um álbum que, além de ser o melhor desta era, não faz feio com os clássicos do passado. Pena que a banda quase não explora suas canções ao vivo...

"Dance Of Death" (2003) - fazia um tempo que não escutava este álbum (para fazer este post, escutei novamente todos os discos desta segunda era Bruce). Logo na época do lançamento, eu curti o álbum, mas torcia o nariz para a parte final dele. Nesta nova audição, pra minha surpresa, o álbum me pareceu melhor, mas seu final ainda deixou a desejar um pouco. Está um degrau abaixo do anterior, com certeza. Ainda assim, tem vários pontos altos: os primeiros singles "Wildest Dreams" e "Rainmaker", e as mais longas "No More Lies" e a faixa-título ("Montségur" também merece menção). É um álbum que trouxe algumas novidades, como a primeira participação em uma composição de Nicko McBrain, na faixa "New Frontier", além de uma canção acústica, "Journeyman". Na comparação final, considero este disco disputando lado a lado com "The Final Frontier", em termos de qualidade.

"A Matter Of Life And Death" (2006) - talvez eu nunca tenha dado a devida atenção a este álbum; talvez eu tenha sentido falta do galope acelerado dos discos clássicos, totalmente ausente aqui. A verdade é que este álbum nunca me apeteceu muito. A banda estava em boa forma, tocando bem e tal, mas as canções são muito arrastadas para mim, muitos teclados, não funcionam. Nem a temática recorrente da guerra nas letras, um assunto que tanto me agrada, chegou a me empolgar. Talvez este tenha sido o ponto mais progressivo da carreira do Iron Maiden, e apesar de eu curtir muito progressivo, não achei que aqui funcionou. Não digo que seja um disco ruim, mas não me empolga, como outros álbuns da donzela. Salvo duas canções aqui: "Different World", não tão longa e com boa melodia, e "Lord Of Light", que tem um trecho acelerado que me agrada. Esta minha falta de empolgação para com este disco foi um dos motivos da dissonância no grupo que participo, já que os colegas veem com bons olhos este álbum...

"The Final Frontier" (2010) - depois de reviver o passado durante 2008 e 2009, em longas turnês que contavam apenas com os clássicos antigos, a banda descansou um pouco e partiu para a gravação do novo álbum, e resolveu continuar revivendo o passado, escolhendo o estúdio Compass Point, em Nassau, nas Bahamas, onde gravaram alguns de seus grandes clássicos, como "Piece Of Mind" e "Powerslave". A onda de revival tomou conta também da sonoridade do disco, que me pareceu apontar para as principais influências da banda, os grandes grupos de rock dos anos 70 como UFO, Thin Lizzy, Jethro Tull, dentre outros. A introdução meio futurista da faixa-título despista, mas ainda na mesma canção percebe-se a sonoridade apontando para a década de ouro do rock (quem foi na turnê deste álbum teve outro indicativo: a música escolhida para tocar antes da banda entrar no palco: "Doctor, Doctor", do UFO). Este é um disco que me parece se dividir em duas partes: a primeira metade, de canções mais curtas, diretas, lembrando um pouco a época mais clássica da banda; e a segunda metade, metendo o pé fundo no heavy progressivo que a banda tem explorado muito nesta segunda era Bruce. Com certeza que eu prefiro a primeira metade, mas este disco se torna um belo álbum pois a segunda metade, apesar de ser arrastada, funciona melhor que no álbum anterior. Eu já tinha feito uma resenha deste disco quando fiz este post sobre os shows de 2011 aqui no Brasil. Minha surpresa, ao discutir com os amigos do grupo no Facebook, foi que quase ninguém curtia este disco. Preferiam o anterior...

Então é assim: um mês antes do lançamento do novo álbum, "The Book Of Souls", relembrei aqui os discos da segunda era Bruce Dickinson no Iron Maiden, que se iniciou em 2000 com o melhor lançamento, "Brave New World"; teve outro belo lançamento com "Dance Of Death", de 2003; caiu de qualidade com "A Matter Of Life And Death", de 2006; e se recuperou com outro bom disco, "The Final Frontier", de 2010. Claro que isto tudo na minha humilde opinião! Qual é a sua? Deixe suas impressões nos comentários!

Um abraço rock and roll e até a próxima resenha! Up The Irons!!!

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