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terça-feira, 16 de abril de 2013

1983 - metal ainda em alta, começo do thrash metal

Continuando a série de posts revivendo os grandes lançamentos de anos atrás, este post vai varrer o ano de 1983, destacando os mais importantes discos lançados naquele ano - pelo menos na minha visão. Para conferir o post que falou sobre o ano de 1973, veja aqui.

No post lançado ano passado sobre 1982 (veja aqui), vimos que o mundo teve guerras e início da luta por abertura política no leste europeu. Este ano é mais uma continuação desta luta, e de algumas revoluções tecnológicas que iriam mudar o mundo - o lançamento do PC XT, pela IBM, um sucesso estrondoso que em breve estaria nas casas de quase todas as famílias ao redor do mundo. Aqui na América do Sul, a Argentina elege seu primeiro presidente após a ditadura, e no Brasil tomam posse os governadores eleitos no ano anterior - mais alguns anos e o país também veria o fim do golpe militar que nos assombrou por 20 anos. No cinema, os grandes sucessos são "Flashdance" e "Star Wars: O Retorno do Jedi", o último episódio da trilogia revolucionária de George Lucas. Musicalmente, o Kiss resolve chocar e apareceu pela primeira vez sem maquiagem - eles lançariam o álbum "Lick It Up" neste ano e ficariam sem a pintura facial até o ano de 1996, quando houve a reunião da formação original. No Brasil, grandes bandas de rock são iniciadas, como Titãs, Kid Abelha e Capital Inicial. Os Paralamas do Sucesso lançavam seu primeiro disco e Ritchie era o grande fenômeno musical, com seu sucesso "Menina Veneno". A grande perda deste ano seria a de Muddy Waters, lenda do blues norte-americano, influenciou as mais importantes bandas de rock do mundo (quem nunca escutou "Rollin' And Tumblin'" e "Hoochie Coochie Man"?). Também faleceu o baterista dos Beach Boys, Dennis Wilson (segundo a Wikipedia, o único que realmente era surfista...).

Então, vamos lá aos álbuns que estão completando 30 anos:

Exciter - "Heavy Metal Maniac" - continuando com bandas canadenses (o Triumph é), temos o álbum de estreia do Exciter, uma banda que acabou influenciando o gênero que começaria neste ano - o thrash metal. O disco possui uma crueza, aspereza e brutalidade fundamentais no futuro estilo que floresceria nos EUA nos anos seguintes. Destaque para a faixa de abertura, "Stand Up And Fight", a grande faixa-título, além de "Iron Dogs", "Under Attack" e "World War III". Este power trio canadense ainda gravaria álbuns importantes (como o disco seguinte, "Violence & Force"), e no final dos anos 80 começaria a gravar e excursionar esporadicamente, vagando entre gravadoras independentes, com diversas mudanças em sua formação. Finalmente, em 2014, a formação original se reuniu novamente e tem excursionado. Ainda bem, os heavy metal maniacs agradecem!

Eric Clapton - "Money And Cigarettes" - este é um álbum menosprezado da carreira do deus da guitarra Eric Clapton. Não alcançou uma posição muito alta nas paradas, ainda mais em comparação com os discos anteriores. Porém, o álbum possui boas canções, calcadas no blues, estilo que Clapton passeia com desenvoltura e talento. Destaque para as canções "The Shape You're In", com belo riff de introdução; "Ain't Going Down", belo solo do mestre; o single "I've Got A Rock 'N' Roll Heart"; a bonita balada "Pretty Girl"... Um grande álbum, curta todas estas canções que estão completando 30 anos!!

U2 - "War" - disco de forte contexto político, catapultou o U2 ao sucesso mundial com composições fortes que não deixaram mais dúvidas de que a banda explodiria dali em diante - chegaram a desbancar Michael Jackson do topo da parada britânica. Destaque para o hino "Sunday Bloody Sunday" e os clássicos "New Year's  Day" e "40". A turnê promovendo o disco também seria um marco, rendendo um ótimo disco ao vivo lançado ainda neste ano (ver mais abaixo). Melhor disco da banda, na minha opinião!! 

Ramones - "Subterranean Jungle" - apesar de não ser um dos  álbuns mais clássicos e conhecidos dos Ramones, é um bom disco, com aquela sonoridade punk característica que acompanhou toda a carreira da banda. Vale citar que após gravar este disco, Marky Ramone foi posto pra fora da banda, graças a problemas com álcool, sendo substituiído por Ritchie Ramone (Richard Reinhardt era seu nome original). Marky voltou à banda em 1987. Também vale citar que este disco contém a canção "Time Bomb", primeira em que o baixista Dee Dee Ramone assume os vocais. O grande destaque do álbum é o clássico "Psycho Therapy", mas também posso destacar "Outsider" e "Time Has Come Today". Felizes aqueles (como eu) que tiveram a felicidade de ver um show dos Ramones ao vivo - era incrível!!

Thin Lizzy - "Thunder And Lightning" - último disco de estúdio do Thin Lizzy, foi o único a contar com o talento do guitarrista John Sykes (ex-Tygers Of Pan Tang), que mais tarde faria parte do Whitesnake. É um álbum que, graças a presença de Sykes, traz mais peso nas guitarras, flertando com o heavy metal, apesar do guitarrista contribuir muito pouco nas composições (apenas na canção "Cold Sweat"). Destaque para a faixa-título e as canções "This Is The One", "The Sun Goes Down" e "Cold Sweat". Apesar do sucesso do álbum, e de uma turnê promovendo-o, a banda se desfez, e Phil Lynott se dedicou a sua carreira solo. Contribuiu e cantou no álbum "Run For Cover", de Gary Moore, em 1985, antes de falecer no começo do ano seguinte, por complicações do abuso de drogas. Um grande artista, que contribuiu bastante com sua banda para nos presentear com diversos clássicos do rock!

Quiet Riot - "Metal Health" - este é simplesmente o primeiro álbum de heavy metal a chegar ao topo da parada norte-americana. A façanha se deu com a segunda encarnação da banda (a primeira teve Randy Rhoads, que gravou dois discos com a banda antes de sair para tocar com Ozzy Osbourne, em 1979). O sucesso veio principalmente graças ao vídeo clipe da cover da banda para "Cum On Feel The Noize", do Slade, que tocou exaustivamente na MTV. Outros destaques ficam para a faixa-título, que abre o disco, e também para "Slick Black Cadillac" (uma antiga composição de Rhoads) e "Breathless". O vocalista Kevin DuBrow acabou falecendo em 2007, de uma overdose acidental de cocaína. Mas seu nome está escrito para sempre na história do rock!!

Pink Floyd - "The Final Cut" - este foi o último álbum do Pink Floyd a contar com Roger Waters, que aliás compôs todo o disco. A esta altura, a banda não contava mais com o tecladista Richard Wright, expulso por Waters durante as gravações do álbum anterior, "The Wall". E Waters também cantou em quase todas as canções, deixando apenas umazinha para David Gilmour. Então, este álbum está mais para um disco solo de Roger Waters do que um verdadeiro álbum do Pink Floyd. Ainda assim, chegou ao topo da parada britânica e possui suas qualidades, como um protesto anti-guerra, atacando a então primeira ministra Margareth Tatcher (faleceu recentemente), que guerreava com a Argentina pelo domínio das Ilhas Malvinas. Destaco a faixa-título e as canções "The Gunners Dream", "The Fletcher Memorial Home" e "Not Now John" (a única com vocal de David Gilmour). Após este álbum, a banda se separou e brigou feio nos tribunais, pelo uso do nome. Gilmour e Mason ganharam e continuaram com a banda. Waters se enveredou por uma carreira solo de discos de qualidade mas pouco sucesso. Recentemente, ele revisitou a obra da banda, tocando álbuns importantes ao vivo - "Dark Side Of The Moon" e "The Wall" - com as turnês passando pelo Brasil. Obrigado, Waters, por lembrar da gente...

ZZ Top - "Eliminator" - disco fundamental na carreira dos barbudos do Texas. Foi um álbum que trouxe uma sonoridade que ficaria famosa e se identificaria com a banda imediatamente, um som com forte uso de sintetizadores. A Wikipedia cita que o baixista Dusty Hill e o baterista Frank Beard participaram muito pouco da gravação deste álbum, com o guitarrista Billy Gibbons assumindo os trabalhos e usando bateria eletrônica e muito sintetizador, como já disse. Apesar desta polêmica, o álbum foi um sucesso completo, e já vendeu mais de 10 milhões de cópias somente nos EUA. Destaque para as canções "Gimme All Your Lovin", "Got Me Under Pressure", "Sharp Dressed Man" e "Legs", o grande sucesso do disco. A banda continua firmemente na ativa: tocaram no Brasil, em 2010; e lançaram um disco ano passado, muito elogiado pela crítica. Viva os barbudos texanos!

Saxon - "Power And The Glory" - disco de estreia do baterista Nigel Glockler (o baterista anterior, Pete Gill, machucou a mão - mais tarde, ele entraria no Motörhead), é um álbum que segue a linha NWOBHM que o Saxon ajudou a fundar, com canções fortes, um álbum que tinha tudo para fazer mais sucesso do que fez; ainda assim, conseguiu fazer a banda entrar na parada americana pela primeira vez, o álbum seguinte alcançaria uma marca ainda melhor. Destaque para a faixa-título e também para as canções "This Town Rocks", "Midas Touch" e "The Eagle Has Landed". O Saxon segue firme e forte na ativa - recomendo o último álbum deles, "Sacrifice", heavy metal de primeira qualidade!!

David Bowie - "Let's Dance" - álbum mais vendido da carreira do camaleão David Bowie, ele é especial porque conta com o mestre Stevie Ray Vaughan na guitarra solo. Bowie descobriu Stevie no festival de Montreux, no ano anterior, e o chamou para as gravações - chamou também para a turnê, mas Vaughan acabou declinando para priorizar sua carreira solo, ele lançou seu primeiro disco solo este ano (ver abaixo). Os destaques ficam por conta da faixa-título, "Modern Love" (minha preferida) e "China Girl", esta última uma composição de Bowie com Iggy Pop e que já tinha sido gravada por Iggy. Algumas versões do álbum traziam também a canção "Under Pressure", a clássica parceria de Bowie com o Queen. O disco chegou ao topo da parada britânica, número 4 na parada americana e vendeu mais de seis milhões de cópias. Sucesso merecido para o grande camaleão do rock!

Iron Maiden - "Piece Of Mind" - quarto disco de estúdio da donzela de ferro e segundo com Bruce Dickinson nos vocais - Bruce demonstra estar plenamente integrado à banda, contribuindo com diversas composições. Este foi o álbum de estreia para o baterista Nicko McBrain, que mostra suas credenciais logo na canção de abertura, "Where Eagles Dare". É um disco clássico, de qualidades inegáveis - difícil achar uma canção ruim nele. Inclusive, acho ele até meio injustiçado pelos fãs, que costumam preferir outros clássicos como "The Number Of The Beast" e "Powerslave". Meus destaques ficam para a canção de abertura, já citada, e para "Revelations", "Flight Of Icarus" (que performances de Dickinson!), "The Trooper" e seu riff fantástico, e "To Tame A Land", épico lindo, uma tradição da banda encerrar seus discos dos anos 80 com uma longa canção épica como esta. O álbum foi um sucesso, alcançando a terceira posição na parada britânica e ganhou disco de platina (mais de um milhão de cópias) nos EUA. Um grande clássico de 30 anos de idade!!

Dio - "Holy Diver" - depois das desavenças na mixagem do álbum "Live Evil", do Black Sabbath, Ronnie resolveu sair da banda e iniciar uma bem-sucedida carreira solo. Levou com ele o baterista Vinny Appice, e chamou o baixista ex-Rainbow Jimmy Bain (tocou no álbum que mais gosto do Rainbow - "Rising"). Pra completar sua banda, faltava um guitarrista; inicialmente, ensaiaram com Jake E. Lee, porém este acabou saindo para tocar com Ozzy Osbourne. O novo guitarrista veio da banda Sweet Savage (banda da NWOBHM, os fãs do Metallica lembrarão da cover "Killing Time"), Vivian Campbell, então com 20 anos (Vivian depois tocaria com Whitesnake, Thin Lizzy e Def Leppard, onde está até hoje). O álbum é uma coleção de clássicos, talvez o melhor registro da carreira solo de Dio, com algumas de suas canções mais conhecidas, como "Rainbow In The Dark", a faixa-título, "Don't Talk To Strangers", "Stand Up And Shout", uma melhor que a outra. Relembremos este grande disco desse maravilhoso vocalista que já nos deixou, infelizmente...

The Police - "Synchronicity" - último álbum de estúdio deste trio inglês que fez muito sucesso, mas já revelava aqui muito desgaste nas relações entre seus integrantes. Ainda assim, este disco chegou ao topo das paradas americana e britânica, muito graças ao grande sucesso do single "Every Breath You Take". Outros destaques são a faixa de abertura, "Synchronicity I",  "Synchronicity II" (minha preferida) e "King Of Pain". A banda ainda lançou um single em 1986, mas não conseguiu gravar um novo álbum e resolveu encerrar as atividades. Recentemente, a banda se reuniu para uma turnê mundial, entre 2007 e 2008, lotando shows ao redor do planeta (Brasil incluído) e lançando um DVD gravado em Buenos Aires, Argentina. Segundo o vocalista Sting, a banda agora acabou pra valer...

Motörhead - "Another Perfect Day" - este é o único disco gravado pelo guitarrista Brian Robertson (ex-Thin Lizzy), que substituiu "Fast" Eddie Clarke. Teve uma boa performance, mas depois de uma sequência fantástica de álbuns clássicos maravilhosos gravados pelo trio Lemmy, Clarke e Taylor, este disco não conseguiu trazer a mesma intensidade dos anteriores e costuma ser um pouco negligenciado pelos fãs da banda. Destaque para as canções "Dancing On Your Grave" (que teria inspirado Max Cavalera a nomear o Sepultura), "Rock It" e "Tales Of Glory". Após a saída de Robertson, a banda traria dois guitarristas para seu lugar: Phil Campbell, até hoje na banda, e Würzel, que faleceu em 2011. Grande dupla!!

Stevie Ray Vaughan - "Texas Flood" - disco de estreia deste seminal guitarrista norte-americano, que neste mesmo ano participou das gravações de outro lançamento - o állbum "Let's Dance", de David Bowie (ver acima). Tudo isso resultado da performance avassaladora do músico e de sua banda, a Double Trouble, no festival de Montreux do ano anterior. Stevie e seus companheiros gastaram apenas três dias gravando este clássico, com algumas canções que se tornariam marcos, tais como a faixa-título, "Love Struck Baby", "Pride And Joy" e "Mary Had A Little Lamb", esta última uma cover de Buddy Guy. O álbum foi um sucesso, rendeu indicações ao Grammy e iniciou uma carreira fantástica e lamentavelmente curta, graças a um acidente aéreo. Um dos melhores guitarristas de todos os tempos, em seu início fantástico!!

Twisted Sister - "You Can't Stop Rock 'N' Roll" - segundo disco de estúdio desta banda norte-americana de heavy metal, foi um prelúdio do grande sucesso que estava para acontecer com eles. A crueza apresentada no primeiro álbum é mantida aqui, apenas com uma produção um pouco mais polida. A gravadora, na época, resolveu dar mais apoio e lançou três singles que impulsionaram as vendas do disco: "The Kids Are Back", faixa de abertura, "I Am (I'm Me)" e a faixa-título, o maior sucesso do álbum. Este apoio resultou em disco de ouro para o grupo (vendas acima de 500 mil cópias). O álbum seguinte, "Stay Hungry", seria o grande sucesso da banda, mas este é assunto para outro post... O grupo continua na ativa, e tocou recentemente em São Paulo, no festival Live 'N' Louder, como atração principal. Atualmente, eles não tocam mais com maquiagem - dizem que não precisam mais!

Venom - "At War With Satan" - depois de chocar com dois álbuns toscos e satânicos, com canções rápidas e diretas, a banda lançou este disco de maiores pretensões musicais, incluindo a longa faixa-título, que ocupava todo um lado do vinil - quase vinte minutos. Era o Venom lançando seu álbum conceitual, que segundo entrevista com os integrantes, teve inspiração no clássico "2112", do Rush. Ainda podemos destacar as canções "Cry Wolf" e "Stand Up (And Be Counted)". A formação original e clássica do Venom ainda lançaria mais um disco, "Possessed", até que uma série de mudanças nos integrantes descaracterizasse um pouco a banda. O trio da formação original voltou a se reunir no meio dos anos 90, chegaram a lançar um álbum ("Cast In Stone"), porém o guitarrista Mantas (nome verdadeiro: Jeffrey Dunn) saiu da banda, depois o baterista Abaddon (nome verdadeiro: Anthony Bray). Atualmente, somente Cronos (nome verdadeiro: Conrad Lant) permanece, da formação original.

Metallica - "Kill 'Em All" - álbum de estreia do Metallica e também de um novo estilo que surgiria e cresceria a ponto de se tornar gigante. Estamos falando do thrash metal, que o Metallica, e mais tarde Slayer, Anthrax e tantos outros ajudariam a definir e desenvolver. Após a polêmica demissão de Dave Mustaine, a banda partiu para o estúdio com o ex-Exodus Kirk Hammett e gravou a coleção de músicas que já era bastante famosa no underground norte-americano, graças à popularidade da demo "No Life 'Til Leather". Destaque para a rapidez supersônica de "Whiplash", o solo sensacional de baixo de Cliff Burton na instrumental "(Anesthesia) Pulling Teeth" e o riff memorável de "Seek And Destroy", que até hoje é destaque nos shows da banda. A banda ainda lançaria álbuns fundamentais nos próximos anos, até que um acidente de ônibus vitimaria o lendário baixista Cliff Burton e mudaria a história da banda. Eles se tornariam a maior banda de heavy metal, e também se tornariam polêmicos. Mas esta é outra história...

Black Sabbath - "Born Again" - apesar de Ian Gillan não gostar tanto deste álbum, a capa ter sido oferecida meio que a contragosto do artista (que trabalhava com Ozzy na época), este é um disco super clássico, pesadíssimo, performance mais que inspirada de Gillan, que ainda tinha muita voz nesta época. Tony Iommi criou riffs monumentais e solou como nunca neste grande disco. É um de meus preferidos da discografia da banda. Destaco a arrasa-quarteirão "Trashed", que abre o álbum em grande estilo, "Disturbing The Priest", "Zero The Hero" (o riff desta canção teria sido a "inspiração" de Slash para o riff de "Paradise City"...), a linda faixa-título e "Digital Bitch". Clássico supremo, recomendo que você corra atrás também de algum disco pirata ao vivo desta turnê, onde Gillan se superou interpretando os clássicos da banda!!

AC/DC - "Flick Of The Switch" - este álbum do AC/DC costuma ser um pouco menosprezado, talvez por não ter uma canção de grande sucesso ou por não ter alcançado uma posição tão alta na parada americana (alcançou a 15ª posição, sendo que o disco anterior chegou ao topo da parada). Porém, não se engane, pois se trata de outro belo disco dos australianos, aquele rock forte, riffento, inconfundível e que é a marca da banda. Destaque para a faixa-título e para as canções "This House Is On Fire", "Nervous Shakedown" e "Guns For Hire". No meio das sessões de gravação deste disco, o baterista Phil Rudd foi demitido (graças a uma briga com Malcolm Young), e só voltaria à banda para gravar o álbum "Ballbreaker", de 1995. Simon Wright assumiu as baquetas para a turnê, ficando na banda até 1989.

Kiss - "Lick It Up" - muito marketing acompanhou o lançamento deste álbum do Kiss. Toda a estratégia de abandonar a maquiagem conseguiu trazer de volta o sucesso que a banda não tinha desde os seus álbuns clássicos nos anos 70. Musicalmente, o disco traz uma continuação do álbum anterior, "Creatures Of The Night", carregando um pouco mais nas melodias e sem o clima soturno que o outro disco trazia. Destaque para a faixa-título, que até hoje é tocada ao vivo nos shows da banda, "All Hell's Breakin' Loose", "Fits Like A Glove" e "And On The 8th Day". Este foi o segundo e último disco com Vinnie Vincent na guitarra - ele ainda completaria a turnê de promoção do álbum, mas como esteve em constante atrito com Paul Stanley (fonte: Wikipedia), acabou saindo (ou posto pra fora) da banda. Seu substituto foi Mark St. John, que também durou muito pouco na banda, apenas um álbum ("Animalize") e alguns poucos shows. Bruce Kulick o substituiria e ficaria por 12 anos na banda, até que uma turnê de reunião com maquiagem e os membros originais fosse orquestrada, em 1996.

Mötley Crüe - "Shout At The Devil" - segundo álbum desta banda californiana, os bad boys travestidos que tomaram os anos 80 de assalto com seu hard rock. Este disco seria a porta de abertura para todo o sucesso, a partir deste todos os álbuns da banda venderiam que nem pãozinho quente. Destaque para a faixa-título, o sucesso "Looks That Kill", a acelerada "Red Hot" e "Danger". Aqui ainda temos a banda apresentando um som mais cru, direto e pesado; conforme o sucesso aumentaria, a produção ficaria mais polida, o som mais pop... A banda passou por mudanças de formação, problemas com álcool e drogas e até prisões e vídeos pornô, mas continua na ativa até hoje. Atualmente, estão trabalhando em um novo disco, que eles prometem ser o último da carreira, seguido de uma turnê de despedida. Já ouvi esse papo antes...

Michael Schenker Group - "Built To Destroy" - quarto disco de estúdio do MSG, este álbum conta com o retorno do vocalista Gary Barden, que gravou os dois primeiros álbuns e foi substituído por Graham Bonnet no terceiro. Essas trocas excessivas de integrantes devem ter prejudicado a qualidade do álbum, que fica um pouco aquém dos três anteriores, principalmente dos dois primeiros com o mesmo Gary Barden nos vocais. Neste disco, os teclados assumem muita importância, dando uma diluída no som. Destaco apenas "Rock My Nights Away", a instrumental "Captain Nemo" (o apresentador norte-americano Eddie Trunk usa essa faixa como abertura de seus programas de rádio) e "Red Sky". Depois deste álbum, Michael Schenker iniciaria uma parceria com o vocalista Robin McAuley, formando o McAuley Schenker Group (que, curiosamente, tem a mesma sigla, MSG). Atualmente, Michael Schenker está tocando com ex-integrantes dos Scorpions e com o vocalista Doogie White, ex-Rainbow. Estão com show marcado para São Paulo, dia 22 de junho. Tocarão também em Belo Horizonte, no dia anterior. Taí um show que me anima ver!!

Mercyful Fate - "Melissa" - álbum de estreia desta banda dinamarquesa que foi uma das primeiras a desenvolver um estilo satânico dentro do heavy metal, angariando uma multidão de seguidores com seus álbuns. Em especial, a performance vocal e teatral de seu cantor, King Diamond, que se apresentava com o rosto maquiado. Com uma sonoridade fortemente calcada nos pilares do heavy metal, mas com um vocalista único que alcançava os agudos e falsetes, a banda fez história. Os destaques deste primeiro álbum são a faixa de abertura "Evil", "Curse Of The Pharaohs", "Satan's Fall" e a faixa-título. Atualmente, a banda está em um grande hiato, já que o vocalista King Diamond precisou passar por uma cirurgia no coração e ainda está se recuperando. Melhoras para este grande vocalista!!

U2 - "Under A Blood Red Sky" - depois de todo o sucesso do álbum "War" (ver mais acima), a banda aproveitou a turnê pelos EUA e gravou este fantástico disco ao vivo, curto e direto, no ponto, com as melhores canções do grupo em performances memoráveis e que ficarão pra sempre na história do rock. Desde a abertura com "Gloria" e Bono apresentando a banda, passando pelos clássicos "I Will Follow", "Sunday Bloody Sunday" (esta versão é incrível, ainda melhor que a versão de estúdio) e "New Year's Day", incluindo também canções não tão conhecidas, porém em versões fortes. Foi um álbum que ajudou a consolidar e até aumentar a reputação da banda, abrindo caminho para o próximo disco, que estourou mundo afora. O post de 1984 falará dele...

Rolling Stones - "Undercover" - depois de lançar o excelente "Tattoo You" e excursionar bastante para promovê-lo, a banda pareceu cansada e preguiçosa para lançar um novo álbum. O mais provável é que este disco tenha sido lançado apenas para encerrar o vínculo da banda com a gravadora Atlantic. Ainda pra piorar, tem traços da música disco que ainda fazia algum sucesso na época. Difícil achar um destaque aqui, mas vou indicar "She Was Hot" e "Too Tough". As sessões de gravação deste disco marcam o início das desavenças entre Mick Jagger e Keith Richards, que durariam mais ou menos até o final da década de 80. Em 1989, quando a relação entre os dois melhorou, veio um grande álbum novamente. História para outro post!

Yes - "90125" - já tinha comentado sobre a tendência do rock progressivo dos anos 80 quando falei sobre o primeiro álbum do Asia, formado por alguns ex-membros de bandas do estilo (incluindo Steve Howe e Geoff Downes, ambos ex-Yes): músicas mais curtas, sonoridade mais pop e melódica, como é apresentado aqui, com esta nova (na época) formação do Yes, com o guitarrista Trevor Rabin substituindo Howe e o retorno do primeiro tecladista da banda, Tony Kaye. A faixa de abertura, "Owner Of A Lonely Heart", já dá o tom deste novo som que a banda resolveu levar, e se tornou um clássico do rock e uma das canções mais executadas nas rádios mundo afora. Destaque também para as canções "Hold On", "Changes" e "Our Song". Lembrando que o Yes está com shows marcados para o Brasil no próximo mês de maio, incluindo o Rio de Janeiro, no Vivo Rio. Tocarão três álbuns clássicos na íntegra: "The Yes Album", "Close To The Edge" e "Going For The One". Show imperdível!!

Accept - "Balls To The Wall" - na ativa desde os anos 70, este é o quinto álbum de estúdio da banda. E me faça o favor, ignore a capa do disco. Ela provavelmente foi feita para chamar a atenção nos EUA - e conseguiu seu feito, este é o álbum de maior sucesso do Accept. Ao escutá-lo, você saberá que se trata de um belo disco de heavy metal, bem tocado e com boas composições, em especial a faixa-título, um clássico do estilo. Também destaco as canções "Love Child", "Losers And Winners" e "Guardian Of The Night". Atualmente, a banda segue na ativa, mas sem o vocalista Udo Dirkschneider, que segue em carreira solo. O atual vocalista é o norte-americano Mark Tornillo (lembrando que o Accept é uma banda alemã).

Ozzy Osbourne - "Bark At The Moon" - depois da morte do fantástico guitarrista Randy Rhoads, Ozzy excursionou com o guitarrista Brad Gillis, que aparece no álbum "Speak Of The Devil", mas acabou não ficando para a gravação deste álbum de estúdio: o escolhido aqui foi Jake E. Lee (ex-Ratt). Jake gravaria este disco e o seguinte, que na minha opinião é bem melhor que este. O restante da banda consistia do baixista Bob Daisley, o baterista Tommy Aldridge e o tecladista Don Airey. Uma bela banda, que gravou um disco um pouco irregular, com pontos altos e baixos. A faixa-título é definitivamente o grande destaque do álbum, com seu riff de abertura contagiante, e até hoje é obrigatória nos shows do madman. Posso destacar também "Rock 'N' Roll Rebel", "Centre Of Eternity" e "Slow Down". Considero este um álbum de transição; o próximo, "The Ultimate Sin", alcançaria mais sucesso com muito mais qualidade. Mas este é assunto para outro post...

Slayer - "Show No Mercy" - já falamos sobre o álbum de estreia do Metallica, e agora falamos do primeiro disco do Slayer, que ajudou também a definir um novo estilo que surgia, o thrash metal. Enquanto o Metallica se alimentou primariamante da NWOBHM, o Slayer bebeu pouco dessa fonte - mais pelas fortes influências de Iron Maiden. A banda juntou no seu caldeirão elementos de Judas Priest e Venom, com fortes doses de temática satanista, dominante no álbum. O resultado foi um disco rápido, de solos supersônicos da dupla Kerry King / Jeff Hanneman, e os gritos alucinados do baixista e vocalista Tom Araya. Dave Lombardo já se provava um grande baterista, segurando as pontas lá atrás. Destaque para os clássicos "The Antichrist", "Die By The Sword" e "Black Magic", até hoje constantes nos shows da banda, além de uma canção que gosto muito, "Tormentor". O álbum se tornou um dos maiores sucessos do pequeno selo Metal Blade, de Brian Slagel, que colocou a banda rapidamente para gravar um EP, "Haunting The Chapel", para capitalizar ainda mais sobre sua mais nova aquisição. Fechando esse post em grande estilo com um clássico do thrash!!


Meus amigos, chegamos ao fim de mais um post relembrando lançamentos do passado, mais uma vez espero que tenham gostado - neste post, foi a vez do surgimento do thrash metal, além do heavy metal marcar forte presença também. Deixe seu comentário sobre o que achou desses lançamentos ou algum álbum que eu tenha esquecido de falar. Participe também pelas redes sociais: TwitterFacebookTumblr. Um grande abraço e até o próximo post - muito rock and roll para todos!!

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