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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ronnie James Dio - os anos com o Elf

Em homenagem a um ano da morte de nosso mestre e ídolo Ronnie James Dio, resolvi fazer este post falando um pouco sobre a banda menos conhecida que Dio participou: o Elf. O Elf foi uma banda com sonoridade diferente da que a gente se acostumou a ter nas bandas de Ronnie, mas com qualidade o suficiente para chamar a atenção de membros de uma certa banda britânica...

A banda se iniciou em 1967, com um nome diferente: The Electric Elves. A Wikipedia cita um acidente de carro que acabou tirando a vida de um dos membros da banda, Nick Pantas. A esta altura, a banda já se chamava The Elves.A formação da banda era: Ronnie James Dio, baixo e vocais; David Feinstein, guitarras; Doug Thaler, teclados; Gary Driscoll, bateria. Depois do acidente, a banda acabou mudando mais uma vez de nome, finalmente se chamando Elf; em 1972, o tecladista Doug Thaler resolveu sair. Para seu lugar, entrou Micky Lee Soule. Thaler acabou virando agente e uma de suas primeiras bandas foi o Elf!

A banda, como todas as bandas que querem um contrato e se tornar famosas, tocava em clubes, festas, o que pintasse. Tanta aparição acabou chamando a atenção de dois membros de uma banda famosa: Roger Glover e Ian Paice, do Deep Purple, acabaram vendo a banda se apresentar e se interessaram bastante pelo grupo. A força dada pelos dois, além de conseguir fazer a banda gravar seu primeiro disco, também arranjou shows como banda de abertura nas turnês do Purple. Eles ainda produziram este primeiro álbum. Isto que é ser padrinho!!

Em 1973, a banda adicionou o baixista Craig Gruber, deixando Dio apenas nos vocais. Pouco depois, David Fenstein saiu da banda, sendo substituído por Steve Edwards. Em 1974, muitas novidades: um segundo disco foi lançado, "Carolina County Ball", além de Dio participar da gravação do disco solo de Roger Glover (ele cantou na canção "Love Is All" - os fãs de Deep Purple puderam ver ele cantar naquele disco mais recente gravado com orquestra), que também produziu este segundo disco. Vale lembrar que, nesta época, Glover tinha saído do Deep Purple, junto com Ian Gillan. Quem começa a ficar insatisfeito no Deep Purple também é Ritchie Blackmore, que insistia que a banda deveria gravar um cover do Quatermass, "Black Sheep Of The Family" (ele acaba gravando esta música no primeiro disco do Rainbow). Com a recusa da banda, e por diversos outros motivos, Blackmore também sai do Deep Purple. 

No final de 1974, Blackmore grava duas faixas para seu suposto disco solo, com Dio nos vocais e Gary Driscoll na bateria. As gravações agradam muito a Ritchie, que resolve trazer toda a banda Elf para gravar com ele, menos Edwards, e acaba lançando o primeiro disco do Rainbow, "Ritchie Blackmore's Rainbow". Neste meio tempo, o Elf ainda lança seu terceiro e último álbum, "Trying To Burn The Sun", mas se desfez antes mesmo do lançamento, com os integrantes já compromissados no Rainbow. Seria o fim da carreira desta banda, mas apenas o início da caminhada de Ronnie James Dio rumo ao estrelato mundial!

Abaixo, uma rápida comentada nos três discos de estúdio do Elf:

Elf - Elf - a sonoridade que o Elf exibe neste primeiro disco de 1972 é de um blues rock, explorando bem os teclados para complementar o trio tradicional bateria-baixo-guitarra. A voz de Dio recheia toda esta musicalidade com muito talento, elevando e muito a qualidade do álbum. O disco começa com "Hoochie Coochie Lady", um rock bem tradicional, bem apoiado nos teclados. Idem para a faixa seguinte, "First Avenue". Já em "Never More" (ver vídeo lá embaixo), temos um som mais maduro, início lento, aquela voz lírica tradicional de Dio que cai em em uma levada muito boa, me lembra um pouco o Trapeze em "Medusa", guardadas as devidas proporções. O blues rock apoiado em teclados volta em "I'm Coming Back For You" e "Sit Down Honey (Everything Will Be Alright)". Perceba que o teclado, neste disco, assume sua forma mais pura, o piano. "Dixie Lee Junction" começa lentinha, mas um solo de guitarra traz ela de volta para o padrão sonoro do disco. Aliás, o trabalho de David Feinstein nesse disco é digno de nota (David é primo de Dio). "Love Me Like A Woman" e "Gambler, Gambler" (esta foi regravada pelo guitarrista em seu recente disco solo) encerram o disco no mesmo padrão sonoro e no mesmo nível elevado de qualidade. Grande estreia do Elf!

Elf - Carolina County Ball - o segundo disco do Elf, lançado em 1974, segue mais ou menos pelo mesmo caminho sonoro do disco anterior. Já contando com o novo guitarrista Steve Edwards, que mostra bom serviço, o álbum é uma vez mais produzido por Roger Glover. A faixa título e "L.A. 59" (curiosamente, foi faixa título nos EUA) abrem no mesmo estilo do álbum anterior: blues rock fortemente apoiado no piano de Mickey Lee Soule. "Ain't It All Amusing" me lembra um pouco os Stones na levada, estilo "Sympathy For The Devil". "Happy" é, como o título da canção diz, bem alegre, com sua levada de piano, mas acaba longa demais e no final meio arrastada. "Rocking Chair Rock 'N' Roll Blues" é metade uma balada linda, com uma levada vocal do mestre de arrepiar; outra metade um blues rock de primeira - a melhor do disco para mim. A banda fez uma música chamada "Rainbow" - será que já sabiam que seu destino fatídico seria compor no futuro uma banda com este nome? No geral, este disco tem qualidade parecida com o anterior, mas eu considero o disco de estreia melhor.

Elf - Trying To Burn The Sun - o disco começa na mesma levada blues rock com forte apoio de piano, com "Black Swampy Water" e "Prentice Wood". "When She Smiles" chega a ter uma característica jazz, uma levada bem diversificada da banda, que já arriscava mais neste álbum, talvez pelo envolvimento com Ritchie Blackmore e talvez já imaginando que o futuro da banda estivesse atrelado ao grande guitarrista. "Good Time Music" também tem levada mais pro jazz do que pro blues rock. "Liberty Road" traz novamente o som característico da banda, numa levada bem bluesy. "Shotgun Boogie" tem aquela levada do rock anos 50, inspiradíssima, melhor do disco pra mim. "Wonderworld" tem uma levada mais lenta (ver vídeo lá embaixo), onde a qualidade vocal de Dio se destaca enormemente e nós percebemos o quão excelente vocalista ele era. "Streetwalker" encerra o álbum com mais uma levada blues rock de qualidade. Este disco foi novamente produzido por Roger Glover, o álbum é mais diversificado, abrangendo sonoridades maiores, com qualidade e evolução da banda como um todo. No meu gosto pessoal, o primeiro disco é o melhor, este ficaria em segundo.

Vídeos:
"Never More" (do primeiro disco)


"Carolina County Ball" (do segundo disco)


"Wonderworld" (do terceiro disco)


Um abraço rock and roll e até a próxima!!

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