Nesta última sexta, dia 15/10, foi a vez do Green Day animar os roqueiros cariocas com um (surpreendente) longo show. A banda aproveitou a fama recuperada com os últimos álbuns ("American Idiot" e "21st Century Breakdown") e conseguiu lotar a HSBC Arena (coisa que Peter Frampton ficou muito longe de fazer, infelizmente).
Green Day no palco da HSBC Arena
O show começa com os singles do último álbum, que nem posso comentar pois não escutei. E o vocalista Billie Joe Armstrong procura ganhar a plateia (que já chegou ganha, diga-se de passagem) desde o início, puxando corinhos de micareta, correndo de um lado para outro do palco e incitando o público a participar ativamente do show. A banda também abusa de efeitos explosivos, labaredas e tudo mais para agradar o público (tipicamente) adolescente.
Mike Dirnt e Tré Cool no detalhe
Ao contrário do que se podia esperar de uma banda (pseudo) punk, as músicas são longas, com muita enrolação no meio. Não se trata daquele típico ataque direto que se costuma assistir das melhores bandas punk (quem já assistiu a um show dos Ramones, sabe do que estou falando). O Green Day assumiu totalmente seu lado pop, deixou o punk meio de lado e faz do show um verdadeiro circo performático.
Billie Joe Armstrong no detalhe
Voltando ao show, após a primeira parte baseada no último álbum, é hora de explorar o repertório do excelente "American Idiot", começando por "Holiday" e fechando com a balada "Boulevard of Broken Dreams". Pena que a banda transforme cada canção numa longa enrolação. Uma coisa é assistir a um improviso de músicos qualificados, mas de uma banda pop/punk, se espera um ataque mais direto, e a falta deste acaba tirando bastante o punch do show.
Efeitos especiais não faltaram no show
A terceira parte do show ataca o repertório antigo da banda, começando com "Burnout", música que abre o disco "Dookie", passando por "When I Come Around" (lembram da guerra de lama em Woodstock?), "Geek Stink Breath" e acaba finalizando com "She". É a melhor parte do show, quando a banda enrola pouco com as músicas, mostra um rock mais direto e simples e anima bastante o público verdadeiramente roqueiro, que se anima em algumas poucas rodinhas.
Alguns sucessos a mais até o fim, e temos o primeiro bis, que é arrasador: com as duas músicas que abrem "American Idiot" - a faixa-título e "Jesus of Suburbia" - tocadas de forma direta e eficiente, deixam o público em êxtase completo e poderiam encerrar com chave de ouro o show. E para mim encerrou, já que estava bem cansado e resolvi partir para casa, aproveitando para evitar qualquer dor de cabeça com engarrafamentos e confusões na saída. A banda ainda tocou mais três baladinhas para deixar o público ainda mais extasiado - "Whatsername" e "Wake Me Up When September Ends" do "American Idiot" e "Good Ridance (Time of Your Life)", esta última uma velha conhecida dos fãs do seriado americando "Seinfeld".
No final das contas, o show foi bom, mas cansativo. Tem muita gordura para cortar, coisa que se o Green Day fizer, vai tornar o show muito mais eficiente e atraente. Aguardemos a próxima turnê...