Comecemos falando da organização do espetáculo: apesar de informar no ingresso que a casa abriria às 20:30 (uma hora e meia antes do show), os portões só foram abertos às 21h, com muita desinformação. Tinha umas três filas distintas e ninguém sabia qual fila servia pra quê. Não entendo porque demoram a abrir essas casas, se o pessoal que entra fica consumindo bebidas e dando lucro à casa...
A abertura do show ficou a cargo de uma banda chamada Das Fossem, um trio que, confesso, não me agradou. O baixista/vocalista forçava a voz demais pro agudo, tornando seu vocal desagradável. O guitarrista não me agradou também, sem presença de palco e com pouca inspiração. O baterista era o único que se salvava, tinha uma pegada boa, pena que o resto da banda não lhe acompanhou. Qual o critério que os organizadores utilizam pra escolher essas bandas é um grande mistério...
A dupla de guitarristas Rudolf Schenker e Mathias Jabs
O show principal começou com meia horinha de atraso (22:30), até justificável pela demora da organização em abrir os portões. Os alemães escolheram a faixa título de seu último disco, "Sting In The Tail", para iniciar os trabalhos. Depois dessa, uma sucessão de clássicos da banda permitiu ao quinteto ganhar completamente o público: "Make It Real", "Bad Boys Running Wild", "The Zoo", a instrumental "Coast To Coast" e "Loving You Sunday Morning" foram executadas sem muitos intervalos entre elas, dando um ritmo forte ao show e mostrando o ataque preciso que a banda ainda tem.
A banda executando "Coast To Coast"
Começa então uma segunda parte do show, a parte "lenta" ou "balada". Iniciando com "The Best Is Yet To Come", que teve excelente recepção do público presente; seguiram "Holiday" e "Wind Of Change", baladas manjadíssimas, sucessos absolutos. A banda chamou o público para participar e cantar junto, aumentando ainda mais a empatia e a sintonia da banda com os presentes.
O vocalista Klaus Meine convoca o público a participar
De volta ao hard rock, a banda toca mais uma do novo disco, "Raised On Rock", para depois emendar com a excelente "Dynamite" e esquentar de vez o show. Um solo de bateria poderia ter esfriado o clima, mas o baterista James Kottak soube interagir bem com o público e o vídeo que rolou de fundo (muito interessante, mostrando Kottak interagindo com cenas que lembravam as capas dos discos da banda) mantiveram o clima quente. O clássico "Blackout" (com o guitarrista Rudolf vestido como na capa do disco de mesmo nome) incendiou a galera e abriu a parte final do show. Um solo rápido e eficiente de Mathias Jabs precedeu mais um clássico - "Big City Nights", do aclamado "Love At First Sting".
James Kottak em seu solo - Kottak Attack
Depois de uma rápida pausa, a volta acontece em grande estilo, para os dois clássicos finais: "Still Loving You", a balada que consagrou a banda no primeiro Rock In Rio, e o grande clássico "Rock You Like A Hurricane" encerraram uma noite em que a banda fez um belo show e agradou bastante ao público presente.
Mathias Jabs executando seu solo
Final do show - a banda se despede
Como já tinha falado em um post anterior, senti falta de músicas que representassem a primeira fase da banda, dos anos 70, com Uli John Roth na guitarra. Dos sucessos, a única que senti falta foi "No One Like You". Mesmo assim, o show valeu muito, o que já era de se esperar, sempre que o Scorpions vem ao Brasil mostra competência, profissionalismo e energia nos seus shows. Agora, é esperar pelo próximo grande show, já com data marcada: 10 de outubro, praça da Apoteose, um tal trio canadense tocando - acho que vai ser bom...