Eu imaginava que o show do Rush, em 2002, seria insuperável. Tamanha competência, tamanha vibração do público, a banda tocando muito bem, e tudo o mais. Mas eu estava errado... Um domingo de tempo fechado, com ameaça de chuva para estragar o evento, guardava uma noite maravilhosa, inesquecível para os roqueiros cariocas que foram à Apoteose.
O Rush em ação na Apoteose - palco continha elementos remetendo ao passado
Antes de falar sobre o show propriamente dito, vamos comentar um pouco sobre o público presente, que não lotou mas compareceu em bom número. Os preços estavam salgados (especialmente para a maldita pista VIP), e os organizadores acabaram fazendo promoção para o local não ficar meio vazio. Mesmo com a promoção, a Apoteose não encheu - tinhamos espaços na pista e a arquibancada também ficou a menos da metade de sua capacidade. O Rio de Janeiro está com esse problema sério do público não encher os shows - já tinha falado isso no show do Peter Frampton, se repetiu no Bon Jovi e também no Rush. Veremos no Green Day, na próxima sexta.
Geddy Lee em ação
Voltemos ao show. Às 20h, pontualmente, as luzes se apagam completamente e um vídeo inicia a saga de 3 horas de música com a qual o público iria ser presenteado. Este vídeo, muito engraçado por sinal, conta com a presença dos próprios integrantes da banda, interpretando papeis bizarros hilários que acabam apresentando a música de abertura do show - "The Spirit Of Radio". O set list foi aquele mesmo que mostrei no post anterior, sem tirar nem por. Mesmo assim, foi muito bem executado, coisa meio óbvia de se dizer, afinal o Rush tem competência de sobra, tanto em estúdio quanto ao vivo.
Efeitos de fumaça na música "BU2B"
Os destaques do show, além da música de qualidade executada de forma perfeita, ficaram com o excelente jogo de luzes. Uma espécie de "aranha" que se move acima do palco dando efeitos luminosos muito interessantes. Os efeitos tradicionais de explosões e labaredas, já tradicionais e manjados em outros shows, também se fizeram presentes.
"Aranha" - jogo de luzes móvel que proporcionou efeitos luminosos de primeira!
Alex Lifeson em ação
Após 20 minutos de intervalo, mais um vídeo cômico inicia a segunda parte do show. E começa também a execução, música após música, do clássico absoluto "Moving Pictures". Com perfeição, o trio nos conduz numa viagem pelo tempo em que as canções clássicas são executadas com maestria. É de impressionar!! O lado A do disco sempre me deixou completamente embasbacado, e ao vivo ficou perfeito! "The Camera Eye" também ficou excelente ao vivo.
Neil Peart em ação
Após a execução do "Moving Pictures", o Rush apresenta a segunda música nova da noite, "Caravan" (a primeira tinha sido "BU2B"). E então, é chegada a hora do solo de bateria. Apresentando versatilidade, perfeccionismo e técnica extremamente apurada, Neil Peart nos deixa totalmente embasbacados com seu número. O cara está alguns anos-luz a frente dos outros bateristas, e prova isso ao tocar nos shows.
Alex solando e Geddy acompanhando
Chegando ao fim do show, a banda apresenta dois clássicos, "Closer To The Heart" e "2112" - esta última apenas as duas primeiras partes. A segunda parte se encerra com "Far Cry", do disco "Snakes And Arrows".
Para o bis, mais dois clássicos para completar a viagem no tempo: "La Villa Strangiato", do disco "Hemispheres" de 1979, e "Working Man", onde tudo começou, o primeiro disco, que levava o nome da banda, de 1974. Pra encerrar o show, mais um vídeo cômico, agora explorando a estória iniciada no filme "Eu Te Amo Cara", com os atores Paul Rudd e Jason Segel.
O adeus de Geddy Lee no fim do show... Que seja apenas um "até logo"!
Vamos torcer que o Rush não nos esqueça como nos últimos 8 anos de hiato entre os dois shows e que venha novamente na próxima turnê. O público brasileiro já provou que merece!!