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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O disco preto do Metallica - Parte III: a grandiosa turnê

Este post é o último sobre o álbum homônimo do Metallica, mais conhecido como disco preto, que completou 20 anos de idade semana passada. É uma forma de homenagear um dos discos mais vendidos de heavy metal de todos os tempos. Neste post falaremos sobre a grandiosa turnê que se seguiu ao lançamento do disco, durou quase três anos e percorreu o mundo inteiro, Brasil incluído.

No primeiro post, fechamos com a banda encerrando a mixagem do álbum. Após o período de mixagens, a banda entrou na fase de promover o disco. As promoções incluíram o de sempre - entrevistas para rádios e revistas especializadas, aparições em lojas de discos, etc - e também algumas não triviais. A que mais me chamou a atenção foi encher o Madison Square Garden com fãs convidados, onde uma audição na íntegra do novo disco aconteceu. Mas era óbvio que a banda iria promover mesmo o novo álbum caindo na estrada. A grande turnê seria gigantesca, varrendo diversas partes do mundo durante quase três anos (de 1991 a 1993). Para o design do palco, a banda resolveu trazer uma novidade, o snake pit, ideia do produtor Peter Mensch, que pensou em um lugar mais próximo da banda e reservado para os fãs mais hardcore.

A turnê começou em agosto de 1991, com dois shows na California, no Phoenix Theatre, antes de rumar para a Europa, onde a banda participou do festival Castle Donnington pela terceira vez (o AC/DC era a banda principal) e tocou em diversos outros países através do velho continente. O ápice da turnê européia foi o festival a céu aberto em Moscou Tushino Air Field, com um mar de pessoas assistindo-os (diversos vídeos mostram músicas deste show; há um vídeo que apresenta os melhores momentos deste festival, com AC/DC, Metallica, Pantera, dentre outros). Em outubro, a banda retornou aos EUA e começou sua turnê por ginásios do país, começando em Oakland, California. Nesta turnê foi que a banda pôs em prática sua concepção do snake pit. Nesta parte da turnê, a banda passou por San Diego e registrou o show todo para posterior lançamento na caixa (mais pra frente falaremos desta caixa). A turnê pelos EUA (com passagem pelo Canadá) abriu um espaço para a banda participar do tributo a Freddie Mercury em abril de 1992, onde tocaram "Enter Sandman", "Sad But True" e "Nothing Else Matters", além da participação de James Hetfield, junto com Tony Iommi e os remanescentes do Queen tocando a canção "Stone Cold Crazy" (a alegria de James em tocar com o ídolo Iommi é clara). Esta turnê por ginásios foi até julho de 1992, quando o Metallica resolveu excursionar ao lado do Guns n' Roses...

O palco do Metallica durante a turnê, com o snake pit no meio.
Na época, as duas bandas eram as maiores e mais famosas na América, e a turnê conjunta varreu os EUA (Canadá incluído) lotando estádios. As bandas de abertura, segundo a Wikipedia, foram o Faith No More, Body Count e Motörhead. O Nirvana foi cogitado e era desejo de Axl Rose ter a banda como abertura, mas Kurt Cobain recusou o convite. A turnê durou aproximadamente quatro meses, de julho a outubro de 1992. A turnê acabou ficando mais famosa pelos eventos do show em Montreal, no Canadá. Durante os efeitos pirotécnicos em "Fade To Black", James Hetfield acabou se queimando de forma mais grave, obrigando a banda a interromper o show, que estava na metade. O Guns n' Roses seria a salvação da noite, mas a banda reclamou de não estar escutando o que tocava (retorno prejudicado) e Axl Rose resolveu dar ataque e dizer que sua garganta estava com problemas. O resultado pode ser visto no vídeo do Metallica "A Year And a Half In The Life Of Metallica": o público frustrado quebrou tudo que viu, virou carros e a polícia teve muito trabalho para conter a revolta. A turnê teve que ser parcialmente interrompida e retornou com o Metallica apresentando uma nova configuração: James, com bandagens nos braços, apenas cantava, e seu roadie John Marshall assumiu a guitarra. No final das contas, a Wikipedia relata que quem saiu no lucro foi o Metallica, já que o Guns tinha tantas exigências de camarim que os custos acabaram causando prejuízo à banda (Slash foi quem declarou isto).

O Metallica retornaria à Europa para uma turnê mais extensa durante o restante do ano de 1992. Retornariam aos EUA e Canadá no começo do ano seguinte, 1993, para uma turnê de dois meses - janeiro e fevereiro. No final de fevereiro e começo de março acontecem as cinco noites seguidas na Cidade do México, que foram gravadas e estão registradas na caixa lançada pouco tempo depois. Agora era a vez do restante do mundo vê-los. Foram os shows por Japão, Austrália, Nova Zelândia, Indonésia, Cingapura e Tailândia. Após quatro anos de espera (a banda veio aqui em 1989), os fãs sul-americanos puderam ver novamente o Metallica. Dois shows em São Paulo, um em Santiago, no Chile, e dois em Buenos Aires, Argentina. Confira aqui o set list do primeiro show em São Paulo. Mais uma passagem pela Europa a partir de maio, e a grandiosa turnê se encerraria com um show em julho de 1993, na Bélgica. Confira neste link aqui tudo sobre a turnê.

Depois de tantos shows feitos, a banda aproveitou e gravou alguns para ganhar mais alguns trocados. Primeiro foram os vídeos que formam as duas partes do "A Year And a Half In The Life Of Metallica". A primeira parte abrangia as sessões de gravação do disco, e a segunda parte documentava a turnê. Estes vídeos foram relançados como um único DVD posteriormente.

A caixa "Live Shit: Binge & Purge" com seu formato característico.
O grande lançamento relativo a esta turnê foi um item de colecionador, que documentava não só esta turnê, como continha também um show em vídeo da turnê passada. A caixa "Live Shit: Binge & Purge" continha três CDs, 3 fitas de vídeo (já foi relançada uma versão atualizada com 2 DVDs no lugar das fitas de vídeo), um livro com fotos da turnê e uma réplica de um passe para o snake pit. Os CDs traziam as gravações dos shows no México; duas fitas de vídeo traziam o show em San Diego e a outra fita de vídeo trazia um show em Seattle, da turnê do disco "...And Justice For All". Tudo isto em uma caixa no formato das caixas que transportam material da banda nas turnês. Esta caixa, lançada no final de 1993, foi um sucesso completo entre os fãs e exemplifica o tamanho que esta turnê teve e o que ela acabou significando para o Metallica: uma transformação completa, de uma banda de thrash metal mais ou menos conhecida em um dos grupos de rock mais conhecidos, famosos e bem-sucedidos do planeta.

Vídeos da turnê:
For Whom The Bell Tolls, ao vivo em Castle Donnington, 1991:


Harvester Of Sorrow, ao vivo no Tushino Air Field, Moscou, 1991:


Trecho do acidente de James HetField onde ele se queima, e a banda tocando "Nothing Else Matters" com James enfaixado nos braços e com John Marshall na guitarra:


Creeping Death, ao vivo em São Paulo, 1993 (qualidade inferior):


Acompanhe o blog pelas redes sociais. FacebookTwitterTumblr. O especial sobre o disco preto do Metallica termina neste post, espero que tenham gostado. Rock on!!

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