Depois do carnaval, nada melhor do que voltar falando de uma das bandas mais importantes do rock: Black Sabbath. Junto com Led Zeppelin e Deep Purple, esta tríade sagrada definiu os caminhos musicais do rock pelo resto dos tempos. E o Sabbath foi relegado a segundo plano por muito tempo, mas agora é ponto comum de que é banda fundamental; suas temáticas, capas, shows foram marcantes para gerações.
Além desta importância, o nome Black Sabbath carrega também muita polêmica. Isto porque o grupo teve diversas incarnações, com diferentes formações. E muitos fãs só gostam de uma das formações, maldizendo as outras. Eu nunca tive esse tipo de preconceito e gosto de todas as formações, com preferências e paixão por alguns álbuns em particular.
Como praticamente todo mundo, conheci o Sabbath (há decadas atrás...) pelo seu disco mais famoso, "Paranoid". É clássico pra todo lado, o disco é muito bom mesmo. A capa é hilária e existe toda uma história lendária sobre ter sido trocada com uma capa de propaganda de sabão. Depois de ter adorado o Paranoid, fui correr atrás pra conhecer mais, claro, e acabei comprando o vinil do "Volume 4", que tava numa promoção boa naquele pessoal que vendia disco na porta do cinema de Madureira (essa é só pro pessoal da antiga!). Caramba, o Vol.4 tem uma sonoridade absurda, é clássico demais, foi escutando esse disco que meu ouvido passou a adorar aquela guitarra pesada que só o Iommi sabe fazer com perfeição. Depois, "Master Of Reality" e "Sabotage" são meus preferidos. Todo mundo fala mal dos dois últimos com o Ozzy, mas são bons. É que comparando com os outros, é covardia mesmo...
Já conhecedor do potencial do Sabbath, certa vez (muito tempo atrás...) caíram em minha mão os discos do Sabbath com Dio - "Heaven And Hell" e "Mob Rules". Primeira audição, estranhei, a sonoridade era diferente. Mais melódico, não era cru como o Vol.4. Mas em pouco tempo se tornaram discos favoritos para mim, e comecei a seguir a carreira do Dio com toda a atenção que o baixinho merece. O disco ao vivo só fui conhecer bem depois, quando meu caro amigo Paulo me apresentou, após falar bem um tempão. "Dehumanizer" e o novo do Heaven and Hell são muito bons, mas aqueles dois ficaram na memória.
Quem gosta de Sabbath e de Purple tem que pelo menos ouvir o "Born Again". Sim, é aquele filho bastardo do Sabbath, com aquela capa horrível que acabou virando clássica. O Ian Gillan cantando no Sabbath é algo marcante, adorei desde a primeira vez que escutei. E quem gosta tem que correr atrás de algum pirata ao vivo (eu tenho o "Gillan Tapes", excelente!), pois ele arrebenta cantando as antigas, o Gillan dispensa comentários, canta muito mesmo.
Outro filho bastardo do Sabbath e que gosto muito é o "Seventh Star". Era pra ser disco solo do Iommi, mas não foi. Foi um disco com uma formação muito legal: Glenn Hughes no vocal, Eric Singer na bateria (sim, o mesmo que hoje se pinta de gatinho no Kiss, quem diria...) e alguém no baixo, que não era o Geezer, não lembro agora o nome, tô sem paciência de procurar no Google. E eu vou confessar que eu adoro a lentinha do disco, "No Stranger To Love". Quem já viu o clipe sabe que a coisa é meio brega, estilão anos 80, de hair band, mas gosto muito da música, não tem jeito. Fazer o quê...
Não vou falar sobre a passagem relâmpago do Ray Gillen no Sabbath, eu até tenho o pirata com suas gravações, mas é coisa muito instável. Ray Gillen é um bom vocalista e quem quiser conhecer que corra atrás dos Badlands, muito legal (pros fãs do Kiss, lá tem o Eric Singer também).
Chegou a hora de falar do patinho feio do Sabbath: Tony Martin. O pobre coitado é odiado por tanta gente que deve sofrer. Mas não merece tanta raiva, pois gravou excelentes registros com o Sabbath. "Eternal Idol" é um deles, quando escutei adorei, tem riffs fantásticos, em especial "The Shining". "Headless Cross" e "Tyr" também são bons álbuns, e ainda contaram com o grande baterista Cozy Powell, que infelizmente já se foi. Mas meu disco preferido com Tony Martin é o "Cross Purposes". A diferença está na formação: Geezer está presente! Esse disco tem cada petardo excelente, minhas preferidas são "I Witness", "Cross Of Thorns" e "The Hand That Rocks The Cradle", pena que exista tanto preconceito contra o pobre do Martin, aí fica difícil mesmo. Disco ruim com o Martin é o "Forbidden", esse não salva mesmo. Mas foi muito estranho colocar o Earnie C pra produzir, não tem muito a ver (pra quem não conhece, Earnie C é o guitarrista do Body Count, aquela banda hardcore que o Ice-T montou).
Faltou falar de alguns ao vivo com o Ozzy que tenho: "Live At Last", que é bom mas a banda não gosta e só foi lançar pra valer mesmo quando lançou o "Past Lives", que tem o "Live At Last" mais um monte de extras (estes extras são irregulares, versões ao vivo meio capengas, já indicando a queda de performance do Ozzy). O "Reunion" é muito bom, mas fica a clara impressão que foi manipulado no estúdio pra apagar as cagadas do Ozzy. Só falo mal do Reunion agora, porque quando lançou adorei e fiquei louco com ele. Coisa de fã...
Sobre os discos das carreiras solo, vou deixar os do Ozzy e do Dio para outros posts, porque são carreiras à parte, merecem. O Iommi lançou um disco solo muito irregular, não gostei não. Do Bill Ward, não conheço nada, fico devendo mesmo. Do Geezer, eu adoro o primeiro, "Plastic Planet". A música "Drive Boy Shooting" tem uma pegada excelente e tem o Burton Bell (vocalista do Fear Factory) no vocal, arrebenta. O segundo eu comprei e acabei não gostando muito não.
Pra encerrar, os discos de tributo. São bastante irregulares, tem coisa muito boa e coisa muito estranha. Do primeiro Nativity In Black, eu gosto muito das versões do Biohazard, White Zombie e Sepultura. Do segundo, as versões de Megadeth, Slayer e Soulfly são minhas preferidas. Esses tributos são sempre muito irregulares, não tem jeito.
Viva o Black Sabbath !!!!