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quarta-feira, 16 de março de 2016

1976 - Começo do punk, declínio de alguns gigantes


E vamos a mais um post varrendo os principais lançamentos de décadas passadas. Após o post com alguns lançamentos de 1966, agora é a vez do ano de 1976 - lançamentos de quarenta anos atrás! Veremos bandas no auge, outras chegando lá, e algumas também já entrando em declínio. Em especial, veremos o começo do punk rock com sua banda mais importante, os Ramones. E alguns campeões de vendas, como "Frampton Comes Alive!" e "Boston". Chega de papo furado, vamos direto aos grandes lançamentos de 1976!

No post de 1975, falamos um pouco sobre o fim da Guerra do Vietnã, que acabou causando a união das partes separadas, do norte e do sul, formando uma única nação, comunista. Falamos também da Revolução dos Cravos em Portugal, que encerrou um longo período de ditadura. Neste ano de 1976, os portugueses tiveram a promulgação de uma nova constituição para seu país. Aqui na América do Sul, surgia mais uma ditadura: a da Argentina, através de mais um golpe militar, que derrubou a então presidente Isabel Perón do poder. Na África do Sul, o apartheid seguia se aprofundando, e acabou acontecendo um evento conhecido como Levante de Soweto, um protesto de estudantes que acabou fortemente reprimido pela polícia local, levando à morte de mais de uma centena de jovens. Nos EUA, o democrata Jimmy Carter era eleito o novo presidente do país, e uma importante companhia era formada: a Apple Computers, por Steve Jobs e Steve Wozniak. Nos esportes, foi ano de jogos olímpicos, sediados em Montreal, no Canadá, e o maior destaque foi a ginasta romena Nadia Comaneci, a primeira a ganhar uma nota dez - ela tinha apenas 14 anos. Ela terminou os jogos com três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Outro evento importante naquele ano foi a tragédia que aconteceu com o piloto da fórmula 1 Niki Lauda. Seu carro pegou fogo no autódromo alemão de Nurburgring, e ele ficou preso nas ferragens por vários minutos. Sofreu graves queimaduras mas voltou a correr e ainda ganhou mais dois títulos mundiais após o acidente. Na parte musical, tivemos o fim do Deep Purple, que sofria com o vício pesado em drogas de alguns membros - Glenn Hughes e Tommy Bolin em especial. Bolin faleceria no final deste ano de 1976, vítima de uma overdose de heroína. A banda retornaria suas atividades em 1984, com a volta da formação Mk2, com Gillan, Glover e Blackmore. Além da morte já citada de Tommy Bolin, tivemos também as mortes do blueseiro Howlin' Wolf e do guitarrista Paul Kossoff, ex-Free, que tentava o recomeço de carreira com uma nova banda, Back Street Crawler. Ele também sofreu dos males do vício em heroína. Com todos os abusos e excentricidades, o rock começava a mostrar que precisava de uma revolução, que começaria neste mesmo ano, com o punk rock. E um outro estilo ganharia muito mais importância comercial nos próximos anos: a disco music, que assolou o mundo musical até o final da década e acabaria influenciando até mesmo grandes bandas de rock (Kiss e Rolling Stones, por exemplo). A disco tirou tanto espaço do rock que chegou a haver um movimento intitulado "Disco sucks", contra esse estilo musical.

Sem mais delongas, vamos aos grandes lançamentos de 1976!

Peter Frampton - "Frampton Comes Alive!" - depois de sair do Humble Pie, em 1971, Peter Frampton iniciou uma carreira solo de pouco sucesso. Foram quatro álbuns de estúdio que ficaram longe de estourar em vendas ou posições na parada, mas ao lançar este disco ao vivo, a história mudou. Logo no lançamento, o álbum alcançou uma posição baixa na parada (191ª posição) mas até abril ele subiu todos os degraus e alcançou o topo da parada norte-americana, e acabou sendo o álbum mais vendido do ano de 1976. Destaques não faltam neste disco duplo: as ultraconhecidas "Show Me The Way" e "Baby, I Love Your Way", uma versão bem diferente de "Jumpin' Jack Flash", dos Rolling Stones, e a longa e cheia de improvisos e solos (inclusive abusando do talk box"Do You Feeel Like We Do". Vale destacar também o uso do talk box em algumas destas canções. Frampton ficaria muito conhecido e associado ao efeito, e também produziria sua própria linha de equipamentos neste sentido. Atualmente, ele não consegue mais o sucesso de outrora, mas continua na ativa, excursionando e lançando álbuns em sua carreira solo. Confira este post sobre o show que Peter fez no Rio de Janeiro, em 2010. Showzaço!!

Lou Reed - "Coney Island Baby" - este não foi um grande sucesso de Lou Reed, mas ainda assim um álbum de boa qualidade e que apostou em canções mais calmas e suaves, tornando sua audição muito agradável. Este foi o único trabalho de Reed a contar com o guitarrista Bob Kulick, irmão mais velho de Bruce Kulick, e que também tem ligações com o Kiss - ele gravou algumas canções da banda em estúdio. Destaque para as canções "Crazy Feeling", "She's My Best Friend" e a faixa-título, que encerra o álbum. Lou Reed não voltaria a alcançar grande sucesso em sua longa carreira nos anos seguintes, excetuando-se Top 40 para o belo álbum "New York" e para "Lulu", a conturbada e polêmica parceria com o Metallica, que acabou sendo seu último trabalho de estúdio lançado. Reed faleceu em outubro de 2013, após um transplante de fígado que acabou não dando certo. Deixou um enorme legado e uma carreira a ser explorada por quem não conhece seu trabalho. Vale a pena conhecer seus álbuns!

Bad Company - "Run With The Pack" - este é mais um dos discos da fase clássica do Bad Company, com Paul Rodgers nos vocais, e manteve a performance de boas vendas (disco triplo de platina nos EUA, segundo a Wikipedia) e boa posição nas paradas (Top 5 tanto nos EUA quanto na Inglaterra, terra natal da banda). Musicalmente, trouxe mais alguns clássicos que se imortalizaram na história da banda: a faixa-título, a deliciosa "Simple Man", o rockão "Live For The Music" e "Silver, Blue & Gold". O álbum traz também a cover "Young Blood", da banda The Coasters (banda de doo-wop que fez muito sucesso no final dos anos 50). O Bad Company se mantém relativamente ativo, fazendo algumas turnês pela Europa e EUA esporadicamente (as últimas foram ao lado do Lynyrd Skynyrd). A banda retornou a sua formação mais clássica, com Paul Rodgers, Mick Ralphs e Simon Kirke (da formação original; o baixista Boz Burrell faleceu em 2006,de um ataque cardíaco). Vamos torcer para algum produtor lembrar deles e trazê-los para o Brasil!!

Lynyrd Skynyrd - "Gimme Back My Bullets" - este é um dos discos de menor sucesso do Lynyrd Skynyrd nos anos 70. A banda já tinha sentido a falta de sucesso no álbum anterior, e resolveu adicionar um trio de cantoras para fazer backing vocals (as cantoras ficaram conhecidas como as Ronkettes) e trazer o conhecido produtor Tom Dowd (produziu diversos álbuns clássicos dos Allman Brothers e também o clássico álbum do Derek And The Dominos) para produzir o álbum. O disco tem suas qualidades, mas é um dos menos conhecidos e elogiados da banda. Ainda assim, podemos destacar a faixa-título e as canções "Trust", "Double Trouble" e "Cry For The Bad Man". Uma das cantoras adicionadas, Cassie Gaines, iria se provar muito importante para a banda por fornecer um novo terceiro guitarrista para a banda, seu irmão mais novo, Steve Gaines. Ele ajudaria a banda a recuperar seu sucesso no próximo álbum, "Street Survivors". Até que o trágico acidente aéreo de 1977 matasse os dois Gaines e o vocalista Ronnie Van Zant. A banda voltaria à ativa na segunda metade dos anos 80 e se mantém até os dias de hoje, mantendo apenas o guitarrista Gary Rossington como membro da formação clássica da banda. Chegaram a tocar no Brasil em 2011, no festival SWU. Que retornem mais vezes!!

Ramones - "Ramones" - este é um dos discos mais cruciais, seminais e diretos da história do rock. Também um dos primeiros do movimento punk rock que se iniciava e iria explodir nos anos seguintes (e iria revolucionar o rock). Trazendo de volta a simplicidade do rock, as músicas dos Ramones raramente passavam dos três minutos e eram rápidas e simples, sem grandes solos ou arranjos. Poucos acordes, muita energia e a famosa contagem "1, 2, 3, 4" introduzindo as canções. Já no primeiro álbum, alguns clássicos do punk se revelavam: "Blitzkrieg Bop", "Beat On The Brat", "Judy Is A Punk""Now I Wanna Sniff Some Glue", "I Don't Wanna Walk Around You", "Today Your Love, Tomorrow The World", a maioria presente nos shows da banda até seus últimos dias. Na época de seu lançamento, o álbum não fez muito sucesso, mas com o passar dos anos influenciou uma gama enorme de bandas: desde as primeiras bandas do punk britânico como os Sex Pistols e o The Clash até o U2, Metallica, Red Hot Chili Peppers, Sepultura, bandas do rock nacional como Ira!, Raimundos e muitas outras. A banda acabou em 1996, por conflitos internos, e nem teve a chance de uma turnê de reunião, já que seus três principais integrantes faleceram logo a seguir: Joey em 2001 (morreu de um linfoma), Dee Dee em 2002 (morreu de overdose de heroína) e Johnny em 2004 (morreu de câncer de próstata). O outro membro desta primeira formação, Tommy, faleceu em 2014, de câncer. Hoje em dia, a marca Ramones está presente até no mundo da moda, em camisas vendidas até em lojas de departamento. Seria bom que todas essas pessoas que compram as camisas escutassem as músicas da banda...

Kiss - "Destroyer" - depois de estourar nas paradas com o álbum ao vivo "Alive!", no ano anterior, a banda resolveu evoluir sua sonoridade e trouxe o produtor Bob Ezrin (a esta altura, Bob já tinha trabalhado com Alice Cooper e Lou Reed; mais tarde ele viria a trabalhar com o Pink Floyd no álbum "The Wall" e recentemente produziu "Now What?!", do Deep Purple) para ajudá-los nesta tarefa. Deu muito certo, Ezrin conseguiu elevar a qualidade sonora da banda em muitos degraus, além de introduzir novos elementos na música do grupo, como efeitos especiais introduzindo algumas canções, um coral de crianças (na canção "Great Expectations") e até um arranjo orquestral (na canção "Beth"). Apesar de toda a evolução musical, os grandes destaques podem ser dados para os rockões que o disco traz: a abertura com o clássico "Detroit Rock City" e seu riff incendiário; a grande "God Of Thunder" cantada por Simmons; a preferida do público em shows "Shout It Out Loud"; e "Do You Love Me?", falando um pouco sobre a vida de rock star. Em 2012, Bob Ezrin (com a aprovação de Stanley e Simmons) remasterizou o álbum, que foi relançado com a capa originalmente feita pelo artista Ken Kelly (ligeiramente diferente que a lançada na época). Um dos melhores álbuns da carreira do Kiss, com certeza!

Judas Priest - "Sad Wings Of Destiny" - este segundo álbum do Judas Priest veio para iniciar a sonoridade mais heavy metal da banda, já trazendo alguns clássicos que até hoje estão presentes nos shows, como a abertura com "Victim Of Changes""The Ripper". Destaque também para a pouco conhecida "Dreamer Deceiver". Rob Halford já mostrava toda a sua potência vocal aqui, e a dupla de guitarristas Glenn Tipton e K.K.Downing dominam o disco com riffs e solos que se tornariam memoráveis ao longo do tempo. Após o lançamento deste álbum, a banda começou a ver sua base de fãs começar a aumentar, também graças a uma bela apresentação no festival de Reading no ano anterior. Com os próximos álbuns, a banda se consolidaria como uma das mais importantes e influentes do heavy metal. Ainda na ativa, estão para lançar um novo DVD, gravado em sua última turnê, que promoveu o álbum "Redeemer Of Souls". Longa vida ao Judas Priest!!

Thin Lizzy - "Jailbreak" - com a formação consolidada com os dois guitarristas Brian Robertson e Scott Gorham, faltava alcançar o sucesso, e a gravadora já pressionava bastante a banda para tal. A sonoridade do grupo já tinha aparecido no álbum anterior, as famosas guitarras gêmeas que tanto influenciaram o heavy metal. Neste disco, a musicalidade do Thin Lizzy fluiu e amadureceu a ponto de alcançar o merecido sucesso, variando desde clássicos absolutos do rock como a faixa-título e as canções "Warriors" e "Emerald", a canções deliciosas e ecléticas como a grande "The Boys Are Back In Town" e "Running Back". Resultado: Top 10 na parada britânica e Top 20 na parada norte-americana (melhor posição por lá). Foi o único álbum da banda a alcançar disco de ouro (meio milhão de cópias vendidas) nos EUA. A banda ainda tentaria capitalizar em cima deste sucesso, lançando outro disco ainda este ano. Veja mais abaixo. Mais um grande clássico do rock lançado neste ano de 1976!!

Led Zeppelin - "Presence" - depois de tantos álbuns e turnês de sucesso na primeira metade da década de 70, este álbum veio como uma reafirmação da força do Led Zeppelin, ainda mais depois do acidente de carro sofrido pelo vocalista Robert Plant (ele gravou este disco em uma cadeira de rodas). Mais uma vez chegando ao topo das principais paradas (britânica e norte-americana), este foi um disco que demorou a vender (e acabou competindo neste mesmo ano com outro álbum, ver mais abaixo), e recebeu algumas críticas negativas em seu lançamento, mas com o tempo se afirmou como mais um grande álbum, gerando diversos clássicos e alcançando disco triplo de platina (mais de três milhões de cópias vendidas). Se alguém tem alguma dúvida da qualidade deste álbum, basta escutar a abertura épica com "Achilles Last Stand", a levada empolgante de "For Your Life", o riffaço de abertura de "Nobody's Fault But Mine" ou o encerramento em grande estilo com "Tea For One". Em 2015, Jimmy Page se debruçou sobre toda a discografia do Led Zeppelin e relançou todos os álbuns com diversas faixas bônus, incluindo este disco. Para os colecionadores, tornou-se obrigatório recomprar toda a discografia da banda!

Rush - "2112" - no post do ano de 1975, eu citei a pressão que a gravadora fez sobre o Rush, querendo um álbum mais comercial, depois do fracasso do disco "Caress Of Steel". O trio fez o melhor: ignorou o conselho do patrão, se manteve fiel a seus instintos artísticos e nos presenteou com um álbum clássico de rock progressivo que trouxe uma suíte de mais de vinte minutos, nada mais nada menos que a faixa-título do álbum, que acabou agradando em cheio e foi o primeiro álbum da banda a entrar na parada, alcançando disco de ouro no ano seguinte. A famosa faixa-título acabou se tornando um clássico e uma das preferidas dos ferrenhos fãs do Rush. Outros destaques do álbum são "A Passage To Bangkok", a linda "Tears" e "Something For Nothing". Atualmente, a banda descansa após uma longa turnê norte-americana comemorando 40 anos de estrada. O futuro do Rush está incerto: apesar do desejo de continuar de Geddy Lee e Alex Lifeson, o baterista e letrista Neil Peart tem afirmado em entrevistas que não aguenta mais (fisicamente) as longas turnês. Eu adoraria vê-los novamente, seja gravando ou apenas tocando ao vivo, mas se for o caso e realmente se aposentarem, terão o descanso merecido. Longa vida ao legado do Rush!

The Rolling Stones - "Black And Blue" - este foi um disco de transição para os Rolling Stones. Mick Taylor tinha saído da banda, e Ronnie Wood foi escolhido como substituto (até Jeff Beck chegou a ser cogitado para a segunda guitarra), mas não chegou a tocar em todas as faixas do álbum - outros guitarristas também gravaram algumas faixas (Harvey Mendel e Wayne Perkins, ambos chegaram a ser testados para substituir Taylor). Como resultado, não há nenhum grande clássico no álbum, e a banda experimentou muito, chegando a flertar bastante com o reggae, em voga naquela época (vale lembrar que o reggae e Bob Marley apareceram com mais destaque para o público norte-americano com o álbum "461 Ocean Bouleavard", de Eric Clapton). Algum destaque para as faixas "Hand Of Fate", "Memory Motel" e "Crazy Mama". A banda alcançaria resultados bem melhores com o próximo álbum, "Some Girls", de 1978. Os Rolling Stones acabaram de fazer uma turnê brasileira: tocaram no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre - os coroas ainda queimam lenha como poucos dentro do rock!

Jethro Tull - "Too Old To Rock'N'Roll: Too Young To Die!" - este disco foi mais um álbum conceitual gravado pelo Jethro Tull nos anos 70. Muitos disseram na época que ele foi uma espécie de resposta ao movimento punk que ganhava força. Ian Anderson apenas afirmou que era uma tentativa de mostrar que os movimentos musicais eram cíclicos, e que o artista devia se manter íntegro ao seu estilo e eventualmente voltaria a fazer sucesso (concordo com ele). Entretanto, era inegável que a banda começava a mostrar que não estava mais na crista da onda e que o rock progressivo já mostrava sinais de que estava saindo do mainstream. Musicalmente, o álbum não foge muito das raízes folk e da pegada progressiva presente nos trabalhos anteriores além, claro, da flauta do vocalista, presente sempre. Podemos destacar a pegada mais roqueira da faixa de abertura, "Quizz Quid", e da faixa "Taxi Grab" (ponto para o guitarrista Martin Barre); e a faixa-título, mais progressiva. O álbum não entrou no Top 10 norte-americano (ao contrário dos discos anteriores, todos entraram desde o lançamento de "Aqualung") e também não conseguiu disco de ouro (meio milhão de cópias vendidas). Atualmente, o grupo está em hiato; Ian Anderson já declarou que prefere agora gravar e excursionar usando seu próprio nome. Uma pena, já que dessa forma ele deixa Martin Barre de fora (gosto muito do trabalho dele). Seu último trabalho solo, "Homo Erraticus", foi lançado em 2014 e é... um álbum conceitual. Longa vida a Ian Anderson e que ele pense duas vezes e retorne e a gravar e excursionar com o Jethro Tull!!

Aerosmith - "Rocks" - este foi o auge artístico do Aerosmith. Após dois discos bons, a banda se superou e lançou seus maiores clássicos: no ano anterior, "Toys In The Attic", e em 1976, este grande álbum. Estes dois álbuns são considerados os melhores momentos da banda, e é geralmente deles que o grupo tira muitos clássicos que até hoje são tocados em seus shows. Deste disco em particular, destaque para a abertura com o clássico "Back In The Saddle", o rockão "Last Child", "Nobody's Fault" (coverizada pelo Testament em seu álbum "The New Order") e a balada "Home Tonight". O álbum alcançou a terceira posição na parada norte-americana e vendeu muito bem, já tendo alcançado quatro milhões de cópias somente nos EUA. A banda continua firme na ativa, e deve tocar este ano de 2016 no Brasil, com uma apresentação prevista para São Paulo. Sempre um belo show a assistir, basta a banda não encher seu set de baladas!

Rainbow - "Rising" - apesar do grande disco de estreia, Ritchie Blackmore resolveu demitir quase todo mundo da banda, mantendo apenas o vocalista Ronnie James Dio para este novo álbum. Para a bateria, trouxe Cozy Powell (oriundo da segunda formação do Jeff Beck Group); para o baixo, Jimmy Bain; e para os teclados, Tony Carey. Esta formação provou ser a melhor formação que o grupo já teve, gravando um álbum fantástico, talvez o melhor de toda a discografia do Rainbow. Com composições robustas, calcadas na linha melódica de canto de Dio combinadas com a guitarra clássica de Blackmore, respaldadas por uma cozinha de respeito e complementadas pelos teclados de Carey, este disco se provaria influente até os dias de hoje na cena heavy metal. Destaque para os clássicos "Starstruck", "Stargazer" e "Light In The Black", onde a banda brilha intensamente. A turnê que promoveu este grande disco nos trouxe apresentações memoráveis, imortalizadas em alguns discos ao vivo (e até em DVD), como o clássico "On Stage" ou o mais completo "Live In Munich 1977". O Rainbow gravaria mais um disco com Dio nos vocais, e partiria para voos mais comerciais com outros vocalistas, até encerrar as atividades para o retorno da formação Mk2 do Deep Purple, em 1984. Retornaria brevemente para um disco e turnê, em 1995. Blackmore então abandonou o rock e se dedicou a seu projeto de música renascentista junto com a patroa. Entretanto, no ano passado, o mestre das seis cordas resolveu acordar da hibernação e anunciou que retornaria ao rock para algumas poucas apresentações, este ano, na Europa. Três shows foram marcados até agora. Tomara que Ritchie mantenha-se ativo no rock, onde influenciou toda uma cena hard rock e heavy metal. Longa vida ao mestre Ritchie Blackmore!!

UFO - "No Heavy Petting" - mais um disco clássico do UFO a contar com Michael Schenker na guitarra, e mais uma vez ele (e toda a banda) entrega um trabalho grandioso, com composições e riffs que iriam influenciar diversas gerações de guitarristas no futuro. Escute a abertura demolidora com "Natural Thing", a musicalidade de "I'm A Loser", a beleza lírica de "Belladonna", os riffs matadores de "Reasons Love", e muito mais - é um disco ótimo do começo ao fim. Este álbum também conta, pela primeira vez, com um tecladista, Danny Peyronel, que chegou a contribuir com composições também. Ele não duraria na banda; para o próximo disco, Paul Raymond seria incluído nos teclados e teria longa vida na banda - com alguns períodos de ausência, ele continua no UFO até os dias atuais. Uma banda de vital importância e de tamanha influência, que pouca gente conhece a fundo. Aproveite e vá escutar este álbum!!

Jeff Beck - "Wired" - depois do grande sucesso do disco anterior, o antológico "Blow By Blow", Jeff Beck manteve o produtor George Martin e gravou mais um grande álbum, sem o impacto profundo do primeiro, mas ainda assim definindo terreno para o rock instrumental. Destaque para as canções "Led Boots" (segundo a Wikipedia, uma homenagem ao Led Zeppelin), o grande jazz "Good Bye Pork Pie Hat" e "Blue Wind". Foi o começo também da parceria musical com o baterista Narada Michael Walden e o tecladista Jan Hammer (com quem tocaria nos próximos anos no Jan Hammer Group), ambos oriundos do grupo de jazz fusion Mahavishnu Orchestra. Jeff Beck, no alto de seus 71 anos, continua na ativa: seu mais recente lançamento é o álbum ao vivo "Live+", com gravações de performances suas da turnê norte-americana de 2014. Que Jeff Beck volte mais vezes ao Brasil, seu show de 2010 foi antológico (confira aqui como foi)!

The Runaways - "The Runaways" - esta banda é muito conhecida por ser uma das mais famosas formadas apenas por mulheres, e uma das pioneiras também. Elas foram reunidas em torno do produtor Kim Fowley (além de produtor, ele chegou a compor alguns sucessos em parceria com o Kiss e Alice Cooper) e rapidamente lançaram este primeiro álbum, que não causou muito impacto em seu lançamento, mas acabou sendo um marco que influenciou e abriu espaço para as mulheres no rock. Musicalmente, o disco apresenta um hard rock direto e sem frescuras, quase um proto-punk. Destaque para a abertura incendiária com "Cherry Bomb", a cover de Lou Reed "Rock And Roll", "American Nights" e "Dead End Justice". A banda excursionaria intensivamente, abrindo para diversas bandas, e acabaram fazendo muito sucesso no Japão. Lançaram mais três discos de estúdio, e acabaram encerrando atividades, por disputas internas e desavenças sobre qual sonoridade seguiriam. Depois do fim da banda, suas integrantes acabaram fazendo sucesso também em suas carreiras solo: Joan Jett (ela foi a integrante que mais fez sucesso, tocou no Brasil, no Lollapalooza de 2012), Lita Ford (fez sucesso com um dueto com Ozzy Osbourne) e Cherie Currie (gravou discos com sua irmã gêmea e chegou a atuar no cinema). Recentemente, um filme foi feito contando a história da banda, com Joan Jett sendo interpretada pela atriz Kristen Stewart e Cherie Currie pela atriz Dakota Fanning. O filme recebeu boas críticas, mas não foi tão bem recebido pelas ex-integrantes da banda, que reclamaram de simplificações e ausência de fatos da história real da banda.

Uriah Heep - "High And Mighty" - este disco vem mostrar que o Uriah Heep vinha numa espiral de queda de qualidade em seus álbuns, não conseguindo alcançar bons resultados nem artísticos nem comerciais. A banda já tinha trocado de baixista no disco anterior, e no próximo iria trocar de vocalista, tornando este álbum o último a ter sido gravado com David Byron. John Lawton foi seu substituto. Sobre este álbum, a tentativa de flertar com uma sonoridade mais pop acabou não dando resultados comerciais e acabou alienando parte dos fãs mais fieis, acostumados a canções mais elaboradas, calcadas no hard rock com flertes de rock progressivo. O álbum não tem o punch que se espera de um disco do Uriah Heep. Dá pra destacar "Misty Eyes""Midnight""Can't Keep A Good Band Down". Após sair da banda, Byron gravou alguns álbuns solo e tentou montar bandas com outros músicos, sem alcançar um sucesso que lhe agradasse. Acabou falecendo em 1985, de complicações do abuso de álcool. O Uriah Heep tocou sua carreira com o novo vocalista, e chegou a trocar o cantor mais algumas vezes até firmar com Bernie Shaw, em 1986. A banda veio ao Brasil em 2014, promovendo seu último álbum de estúdio, "Outsider".

Jon Anderson - "Olias Of Sunhillow" - o Yes tirou uma longa folga depois da turnê promovendo o álbum "Relayer", de 1974. Quase todos os membros do grupo resolveram investir em discos solo. Jon Anderson chegou a gravar participações com outros artistas (incluindo uma parceria com Vangelis), mas também seguiu a mesma tendência, e gravou seu primeiro disco solo, um álbum conceitual girando em torno da história de uma raça alienígena viajando para um novo mundo (fonte: Wikipedia). Anderson gravou todos os instrumentos e também produziu o disco. O resultado é um ótimo álbum de rock progressivo, com diversas nuances musicais, trechos instrumentais alternando com harmonias vocais em alto nível, uma prova da excelência de Anderson não somente como cantor mas também como multi-instrumentista. Destaque para a faixa de abertura, a instrumental "Ocean Song" (esta chegou a ser tocada pelo Yes na turnê seguinte), e para as mais longas "Quoquac Ën Transic / Naon / Transic Tö" e "Moon Ra / Chords / Song Of Search". Como álbum conceitual, o ideal é escutá-lo do início ao fim, claro. Jon Anderson planeja uma continuação deste álbum, mas ainda está trabalhando no projeto, que se chamará "The Songs Of Zamran: Son Of Olias". No começo deste ano de 2016, ele anunciou uma nova parceria com o guitarrista Trevor Rabin e o tecladista Rick Wakeman (ambos ex-membros do Yes), num supergrupo que se chamará Anderson Rabin Wakeman. A princípio, gravarão um álbum com material inédito e excursionarão em 2017, tocando este material e clássicos do Yes. A conferir!

Boston - "Boston" - o Boston foi uma banda formada por Tom Scholz, um músico que se formou no MIT e montou um estúdio caseiro onde gravava demos com muitos equipamentos desenvolvidos por ele mesmo. Depois de muitas tentativas, uma dessas demos acabou impressionando uma gravadora (Epic), que ofereceu finalmente um contrato e as gravações deste primeiro disco foram iniciadas. A gravadora desejava que Scholz fosse para Los Angeles, mas ele preferiu gravar em seu estúdio caseiro mesmo, onde ele mesmo cuidou da produção do álbum. Com uma sonoridade única, melodias cativantes e arranjos muito bem feitos, o disco foi um sucesso enorme e estonteante, se tornando um dos álbuns de estreia mais vendidos de toda a história do rock: já vendeu mais de 17 milhões de cópias, somente nos EUA! Quase todas as canções do disco atualmente são consideradas clássicos, mas podemos destacar o clássico supremo "More Than A Feeling", "Peace Of Mind", "Rock & Roll Band" e "Smokin'" (esta última foi coverizada pelo Anthrax em seu EP "Anthems"). O ideal é escutar o álbum de cabo a rabo e se deliciar com grandes composições que combinam lindas melodias e grandes arranjos em diversas canções que ainda empolgam, quarenta anos depois. Os próximos álbuns do Boston também alcançariam sucesso, mas diversos conflitos entre Scholz e sua gravadora atrasariam em muito seus lançamentos. A banda ainda se mantém na ativa, e promete uma turnê comemorativa de 40 anos. Tom Scholz é o único membro presente da formação original. O vocalista Brad Delp se manteve na banda até falecer, em 2007. Que algum produtor de shows se lembre de trazer o Boston ao Brasil!

AC/DC - "Dirty Deeds Done Dirt Cheap" - depois do disco(s) de estreia (internacionalmente, os dois primeiros álbuns foram lançados como um só, "High Voltage"), este disco veio para consolidar a carreira dos australianos e mostrar que teriam muita lenha para queimar ainda. Alguns clássicos foram gravados neste álbum, como a faixa-título, "Problem Child", "Jailbreak" e a lentinha com forte influência de blues "Ride On". O humor sarcástico de Bon Scott nas letras, os riffs incendiários e empolgantes da dupla Malcolm e Angus Young, todos os elementos que fariam do AC/DC uma das maiores bandas dos anos 70, já estavam lá presentes, na sua forma mais crua e direta. Por mais incrível que pareça, a esta altura a banda não era nem conhecida nos EUA - a versão internacional do primeiro álbum tinha acabado de ser lançada por lá, e este disco foi rejeitado, sendo lançado apenas em 1981, depois do estouro com "Back In Black". Pelo menos, ao ser lançado, alcançou a terceira posição da parada e acabou vendendo mais de seis milhões de cópias. Atualmente, eles excursionam lá percorrendo grandes estádios lotados, em shows totalmente esgotados - aliás, eles fazem isso mundo afora, incluindo nosso Brasil, que aguarda ansiosamente uma parada deles por aqui desde 2009!!

Black Sabbath - "Technical Ecstasy" - depois de muitos problemas legais (veja o post de 1975 e o texto sobre o álbum "Sabotage"), a banda foi para a ensolarada Miami para gravar seu novo disco, mas os problemas só aumentavam para a banda: o punk rock surgia com força total e diversas bandas vendiam muito com um som mais pop e suave. Parecia que o Black Sabbath e sua música estavam ficando fora de moda. Talvez por esse motivo, Tony Iommi (praticamente o produtor do disco) tenha direcionado o álbum para algo mais acessível, e arriscado uma sonoridade diferente para a banda. Então, você não encontra aquelas canções arrasa quarteirão e ultra pesadas, típicas dos discos anteriores. Você encontra a balada "It's Alright", cantada pelo baterista Bill Ward; você encontra "Rock 'n' Roll Doctor", de andamento mais acessível; você vê os teclados muito mais proeminentes no disco todo; você encontra "Dirty Women" fechando o álbum, uma canção sem o punch que se espera de uma música do Black Sabbath. Da era Ozzy, este álbum é quase unanimidade em ser escolhido como o pior de todos. Pra completar o drama deste álbum, após a turnê de promoção do disco, Ozzy saiu da banda. Chegou a ser substituído pelo vocalista Dave Walker, mas acabou retornando para gravar seu canto de cisne na época. Papo para o post de 1978, quando falarmos sobre o álbum "Never Say Die!"!

Rush - "All The World's A Stage" - existia uma regra na discografia do Rush: após quatro álbuns de estúdio, era certo que a banda gravaria um álbum ao vivo para registrar aquela fase (esta regra acabou terminando quando a banda começou a lançar DVDs ao vivo praticamente em toda a turnê, a partir dos anos 2000). A regra começou com este ao vivo, que documenta a fase mais hard rock do grupo, trazendo os clássicos dos primeiros discos, como "Bastille Day", que abre o show, "Fly By Night", "2112" (tocada quase na sua integridade aqui) e a dupla "Working Man"/"Finding My Way", do primeiro disco. E com esta performance registrada, a fama de músicos virtuosos para o trio começou a se formar, em especial para o baterista Neil Peart, que foi contemplado com um solo de bateria no disco. A maioria das revistas especializadas só se lembra do segundo disco ao vivo do Rush, "Exit... Stage Left", mas este álbum é muito bom e merece a sua atenção, com certeza!

Scorpions - "Virgin Killer" - este foi o quarto álbum de estúdio dos Scorpions, terceiro com o guitarrista Uli Jon Roth, e que explorou um pouco mais a musicalidade hard rock com tons de música clássica, cortesia das influências de Uli. Inclusive, ele canta em duas faixas do disco: "Hell Cat" e "Polar Nights". Outros destaques podem ficar com a faixa de abertura, "Pictured Life", a faixa-título e "Catch Your Train". Foi um álbum de pouco sucesso, entrando na parada apenas no Japão, onde o grupo sempre teve muita força. A capa do disco gerou polêmica (foto de uma menina nua) e acabou obrigando a banda a trocá-la. Uli gravaria mais um álbum de estúdio com o grupo e sairia, abrindo espaço para uma mudança de sonoridade e a guinada para um hard rock mais comercial, que acabou estourando em todo o mundo. Atualmente, os Scorpions continuam na ativa, apesar de ter feito uma turnê de despedida e tudo. Essas turnês de despedida estão ficando cada vez mais comuns...

Thin Lizzy - "Johnny The Fox" - após o sucesso alcançado com o disco anterior, "Jailbreak", lançado no começo do ano, a banda se agendou para excursionar bastante e promover o novo álbum. Entretanto, após alguns poucos meses de turnê, Phil Lynott ficou doente (hepatite) e teve que retornar ao Reino Unido para se recuperar. Ele aproveitou e compôs o material que seria lançado neste novo álbum. Basicamente, uma continuação musical do disco anterior, sem tantas canções tão marcantes mas, ainda assim, um belo álbum. Destaque para "Johnny", "Don't Believe A Word", "Massacre" (coverizada mais tarde pelo Iron Maiden) e "Boogie Woogie Dance". Nas sessões de gravação para este disco, os primeiros atritos entre o líder Lynott e o guitarrista Brian Robertson surgem. Robertson só participaria de mais um álbum como convidado, e seria substituído. Estórias para os próximos anos...

Led Zeppelin - "The Song Remains The Same" - este é o famoso disco ao vivo do Led Zeppelin, que também foi lançado nos cinemas como um filme, na época. Trata-se das gravações de três shows seguidos que a banda fez no Madison Square Garden, em New York, 1973. O projeto acabou atrasando e só foi lançado três anos depois, mais para o final de 1976. Apesar de a própria banda não ter ficado muito satisfeita com o produto final, e ele ter recebido algumas críticas negativas, o álbum se tornou mais um clássico absoluto da banda e mostra, para os que não viveram nos anos 70 e não tiveram como assistir a um show da banda, como era o Led Zeppelin ao vivo (ou não, já que muitos dizem que a banda era muito melhor ao vivo). Este foi um daqueles filmes que se tornaram lendários no Brasil, e ganhou um título nada a ver que ficou muito conhecido na época: "Rock é Rock Mesmo". Tanto o filme quanto sua trilha sonora foram relançadas, remasterizadas e com diversos extras, em 2007. Item obrigatório para os fãs da banda!

Kansas - "Leftoverture" - este é o quarto álbum de estúdio do Kansas, que até aqui não tinha chamado muito a atenção, e não tinha conseguido entrar nem no Top 40 norte-americano com seus discos anteriores. Entretanto, este álbum tornou-se o divisor de águas para a banda, chegando á quinta posição na parada norte-americana e já tendo vendido cinco milhões de cópias. Musicalmente, o álbum mistura pitadas de hard rock, rock progressivo, melodias pegajosas e acessíveis, harmonias vocais, tudo junto numa fórmula que agradou bastante. O grande destaque do álbum é o clássico "Carry On Wayward Son", rockão com um riff de levantar defunto, melodia agradável, refrão pegajoso e muitas quebras. Mas outras canções também se destacam muito e ajudaram o álbum a vender bem, com certeza: "What's On My Mind", "Miracles Out Of Nowhere" e a faixa de encerramento, a suíte "Magnum Opus". A banda continuaria a fazer sucesso nos anos seguintes, alcançando grandes resultados comerciais; entretanto, este disco é considerado a obra-prima da banda. Atualmente, o grupo continua em atividade, apesar de manter apenas o baterista Phil Ehart e o guitarrista Rich Williams da formação original. Kerry Livgren e o vocalista Steve Walsh, membros mais ativos no processo de composição nos anos de ouro, já não se encontram mais presentes na atual formação do Kansas.

Kiss - "Rock And Roll Over" - depois de alcançar um grande resultado com um produtor de verdade no disco anterior, a banda resolveu manter a ideia e trouxe mais um nome de respeito para produzi-los. Desta vez eles trouxeram Eddie Kramer (tinha trabalhado com Jimi Hendrix, Led Zeppelin e Humble Pie e Peter Frampton, ver mais acima), que já tinha trabalhado com a banda e produziu o primeiro disco ao vivo, "Alive!". Neste disco, a banda resolveu retomar sua sonoridade mais crua e direta, alcançando belo resultado, em canções que se tornaram clássicos com o tempo: "I Want You", "Calling Dr. Love", "Makin' Love". O baterista Peter Criss cantou em duas canções deste álbum, incluindo a mais acústica "Hard Luck Woman", um dos maiores sucessos do álbum. O disco chegou próximo de entrar no Top 10 norte-americano (11ª posição) e ganhou disco de platina (um milhão de cópias vendidas) rapidamente. A banda se manteria em uma grande fase de sucesso até o final dos anos 70, quando começaria a sofrer com o vício em drogas de alguns de seus integrantes. Os anos 80 veriam o Kiss alternar bons momentos com alguns fracassos. Nos anos 90, a banda recuperaria seu status de uma das bandas mais populares de rock, mantendo-se na ativa até os dias de hoje, apesar de não contar mais com a formação original.

Eagles - "Hotel California" - quinto álbum de estúdio da banda, foi lançado no finalzinho do ano, logo depois de uma coletânea da própria banda que acabou se tornando o segundo disco mais vendido de todos os tempos nos EUA (atrás apenas de "Thriller", de Michael Jackson). Este álbum também se tornou extremamente bem sucedido, alcançando a marca de 16 milhões de cópias vendias no mercado norte-americano, empurrado pelo seu carro chefe, a faixa-título, uma épica canção country rock com um solo memorável em dueto que impressiona até os dias de hoje. Outras faixas também se destacaram, como "New Kid In Town", "Life In The Fast Lane" e "The Last Resort". Uma curiosidade interessante é que este álbum foi gravado ao mesmo tempo e no mesmo estúdio onde o Black Sabbath gravava o disco "Technical Ecstasy". Os Eagles precisavam interromper as gravações enquanto os horários eram conflitantes, pois o Sabbath tocava muito alto e o som vazava para as gravações deste disco. A banda recentemente sofreu um grande baque com a morte, em janeiro, do membro fundador Glenn Frey. Recentemente, resolveram não continuar mais com a banda. A banda, nos últimos anos, contava apenas com os membros Don Henley e Joe Walsh; Don Felder foi expulso em 2001 e brigou com seus ex-amigos de banda nos tribunais. O caso foi resolvido com um acordo entre as partes, sem se revelar o valor pago.

Queen - "A Day At The Races" - depois do grande sucesso do álbum anterior, "A Night At The Opera", a banda resolveu produzir este próximo álbum sozinha, sem nenhum produtor de fora. Caprichou no trabalho e produziu outro grande clássico, costumeiramente referido como uma continuação do disco anterior, com título e capa similares. O disco já mostra sua grandeza na primeira faixa, com uma introdução imponente de guitarra que rapidamente se transforma no grande clássico "Tie Your Mother Down", um dos riffs mais poderosos da história do rock e que sempre esteve presente nos shows do Queen a partir de então. Destacam-se também a lentinha "You Take My Breath Away", a épica e cheia de nuances "The Millionaire Waltz", o sucesso "Somebody To Love" e a pesadíssima "White Man". O disco repetiu o sucesso do anterior, chegando ao topo da parada britânica e ao Top 5 da parada norte-americana. A banda manteria seu sucesso durante o restante dos anos 70 e através dos anos 80, alterando um pouco sua sonoridade e explorando um pouco estilos em voga como a disco music e elementos eletrônicos, além de flertar com o pop. Atualmente, a banda excursiona com o vocalista convidado Adam Lambert, revivendo os sucessos imortalizados com Freddie Mercury, exatamente como fizeram no Rock In Rio do ano passado. Apesar do vocalista não ter pegada roqueira, os shows se mostram válidos para manter vivo um repertório valioso e mostrar aos mais novos a importância da banda dentro do rock!!

The Wings - "Wings Over America" - já falamos sobre o The Wings em posts anteriores. A banda de Paul McCartney alcançou seu primeiro grande sucesso ao lançar seu terceiro disco, "Band On The Run". A partir de então, os álbuns da banda passaram a chegar sempre ao topo da parada norte-americana, incluindo o lançamento "Wings At The Speed Of Sound" deste ano e este triplo ao vivo, que seria o quinto lançamento consecutivo da banda a alcançar o topo da parada. O núcleo da banda, o casal Paul e Linda McCartney, e o guitarrista Denny Laine, é complementado pelo guitarrista Jimmmy McCulloch e pelo baterista Joe English, além de um naipe de metais. No repertório, algumas poucas canções dos Beatles ("The Long And Winding Road", "Blackbird", "Yesterday" e "I've Just Seen A Face") e os maiores sucessos da banda, como "Jet", "Let Me Roll It", "Listen To What The Man Said", "Live And Let Die" e "Band On The Run", além de um clássico do primeiro disco solo de McCartney, a canção "Maybe I'm Amazed". Este álbum foi relançado recentemente, em 2013, em diversos formatos, incluindo um DVD com o documentário "Wings Over The World" e outros itens para colecionadores. A banda duraria até o ano de 1981, quando Paul McCartney iria se voltar para sua carreira solo e não mais excursionaria com os Wings.

Genesis - "Wind & Wuthering" - depois de superar o trauma da saída de Peter Gabriel no disco anterior, e ter sido bem sucedido, o Genesis partiu para mais um álbum, que acabou ficando marcado por ser o último a contar com o guitarrista Steve Hackett. Após gravar o excelente disco "Voyage Of The Acolyte", Hackett se sentiu na obrigação de ver mais composições suas entrando neste álbum. Entretanto, a banda acabou optando por mais material composto pelo tecladista Tony Banks. Apesar dos conflitos, o álbum é considerado como um dos grandes momentos desta formação, com mais qualidade que o disco anterior, "A Trick Of The Tail". Destaque para as canções "Eleventh Earl Of Mar", "One For The Vine", a mais acústica "Blood On The Rooftops" e "Afterglow". A turnê que se seguiu ficou marcada não somente por ser extremamente bem sucedida, como também por ter sido uma das primeiras turnês a incluir a América do Sul no roteiro, nosso Brasil incluído. O Genesis se apresentou no Maracanãzinho, Rio de Janeiro, e no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, no ano de 1977. Ano passado, Steve Hackett esteve em pequena turnê por aqui e apresentou um repertório totalmente voltado para os clássicos da banda - confira aqui como foi este show aqui no Rio de Janeiro.

Então é isso, chegamos ao fim deste post de viagem no tempo, relembrando diversos clássicos do rock que completaram ou estão completando quarenta anos. Não deixe de participar com sua opinião nos comentários, indicando o que achou do post ou se sentiu falta de algum lançamento. Como sempre, logo logo saem os posts sobre os anos de 1986 (nacional e internacional) e 1996. Um abraço rock and roll e até o próximo post!!

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