Este post vai falar sobre o livro "Iron Man: My Journey through Heaven and Hell with Black Sabbath", simplesmente a biografia do grande guitarrista Tony Iommi, o mestre de riffs fantásticos a frente do Black Sabbath em todas as suas formações. Falarei sobre as impressões que tive ao ler o livro recentemente. Antes que alguém se anime muito, revelo que li a versão digital em inglês. Este livro ainda não foi lançado por aqui...
O livro conta toda a história do grande guitarrista, desde sua infância até os dias atuais, quando excursionou como Heaven And Hell - ele chega a falar da morte de Ronnie James Dio (mas não cita nada sobre sua recente descoberta de estar com linfoma). Curiosamente, a abetura do livro começa falando sobre o acidente que decepou partes dos dedos de Iommi, no seu último dia de trabalho, obrigando-o a transformar totalmente seu jeito de tocar (ele fala como construiu os dedais que usa até hoje). Acredito que uma forma de mostrar a superação que ele teve que passar para se tornar um dos guitarristas mais importantes da história do rock.
Os primeiros capítulos do livro contam um pouco da infância e da adolescência de Iommi, mostram que antes de tentar a sorte na guitarra ele chegou a tentar tocar acordeão (!?!?!?), mostra o momento em que ele conhece Bill Ward, quando vê o anúncio de Ozzy, a formação da banda como Earth, o porquê da mudança de nome e toda a história do Black Sabbath. Um capítulo interessante é a passagem meio que instantânea que Iommi fez no Jethro Tull. Com direito a descrever como foi a gravação do especial que acabou gerando o filme "Rock and Roll Circus", dos Rolling Stones.
Iommi e Ozzy ao vivo em 1973. Foto: Wikipedia |
Próximo do fim da era Ozzy, temos detalhes interessantes também. Iommi explica os problemas com os agentes, a falta de dinheiro, apesar das altas vendas, e os efeitos destes problemas nos relacionamentos entre os integrantes. Mas os detalhes que mais me chamaram a atenção foram que Ozzy chegou a cantar em "Children Of The Sea" (clássico na voz de Dio - Iommi revela que ainda tem uma fita em algum lugar com esta versão com Ozzy). E que Sharon, futura esposa do madman, na época ajudando o pai a gerenciar a carreira do Sabbath, apresentou Dio a Iommi (depois ela romperia com o pai e ficaria com Ozzy). Mais pra frente, ficamos sabendo que Gillan topou entrar para a banda após uma bebedeira. No dia seguinte, nada se lembrava. Mas acabou gravando o álbum... Alguns capítulos dedicados à vida privada do guitarrista talvez não interessem tanto, exceto o que ele revela alguns detalhes de seu relacionamento com Lita Ford. E tome casamentos e divórcios, problemas com a guarda da filha, etc. Mas estes capítulos estão entrelaçados entre os outros e a leitura flui facilmente.
Para quem já leu a biografia de Ozzy Osbourne ("Eu sou Ozzy"), percebemos claramente que Ozzy era mais lunático, aventureiro, e Iommi era mais pé no chão, aquele que olhava os detalhes de gravação, a musicalidade, criação dos riffs. Ambos se viciaram em drogas, mas Ozzy é bem mais profundo e variado em termos de substâncias. Iommi ficou mais restrito à cocaína e por um período de tempo mais curto.
Iommi ao vivo nos dias recentes. Foto: Wikipedia |
Alguns vídeos:
"Sweet Leaf", com a tossida de Iommi:
"Children Of The Grave", com Rob Halford nos vocais:
"Children Of The Sea", com Dio nos vocais:
Recomendo a leitura deste post ao som de "Sabbath Bloody Sabbath"! Até a próxima!!