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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Dream Theater - Train Of Thought

Este post vai falar sobre um álbum de dez anos atrás: "Train Of Thought", do Dream Theater, um disco que gosto muito mas que foi recebido, na época de seu lançamento, com muitas críticas. Vamos tentar entender o porquê desta má recepção e tentar encontrar suas qualidades. Vamos lá!

A primeira metade dos anos 2000 trouxe ventos novos para o Dream Theater. Com o novo tecladista Jordan Rudess (substituiu Derek Sherinian em 1999), gravaram o aclamado álbum "Metropolis Pt.2: Scenes From A Memory", excursionaram durante um ano, gravaram o show para um CD / DVD e, apesar do contratempo da capa (uma maçã em chamas com imagem das torres gêmeas no fundo; o CD foi lançado exatamente no dia 11 de setembro de 2001...), o álbum seguinte, "Six Deegrees Of Inner Turbulence", alcançou a posição mais alta da parada americana desde "Awake", sendo muito bem recebido.

Durante a turnê promovendo o álbum, a banda tocou um show longo, dividido em duas partes, onde a segunda parte trazia a execução de um álbum na íntegra, geralmente "Master Of Puppets", do Metallica, ou "The Number Of The Beast", do Iron Maiden (em alguns casos, "Dark Side Of The Moon", do Pink Floyd, também foi executado na íntegra). Talvez esta experiência de tocar álbuns mais pesados tenha inspirado o Dream Theater na composição de seu disco seguinte, que traria uma orientação voltada a riffs mais pesados e temas mais obscuros, com a arte da capa do álbum também seguindo essa temática. Vale lembrar também que a esta altura a banda tinha, pela primeira vez, um tecladista por três álbuns seguidos de estúdio (Kevin Moore participou de três álbuns mas saiu antes do fim da gravação de "Awake") e podia se dar ao luxo de experimentar e arriscar mais com a formação da banda mais consolidada.

Imagem da banda ao final de um show daquela época. Foto: Wikipedia
Diante destas condições, a banda entrou em estúdio em março de 2003, compôs o álbum em aproximadamente três semanas (segundo informação da Wikipedia) e partiu para a gravação a seguir. Ficaram até setembro em estúdios na cidade de New York e lançaram o disco no dia 11 de novembro daquele ano. O álbum alcançou apenas a 53ª posição na parada norte-americana, desempenho inferior ao disco anterior, que alcançou a posição de número 46 (não se prendam totalmente nestas informações sobre posições na parada: o melhor álbum da banda, "Scenes From A Memory", chegou apenas na posição 73...).

O álbum abre com "As I Am", belo riff de John Petrucci, e talvez a canção mais acessível, sem o tamanho acima de dez minutos das demais (ignorando "Vacant", que é uma acústica lentinha) e refrão pegajoso - foi a escolha óbvia como primeira música de trabalho e foi presença marcante nos shows da banda nos anos que se seguiram. "This Dying Soul" faz parte da sequência de canções que Mike Portnoy compôs sobre seu alcoolismo (as demais canções são: "The Glass Prison", "The Root Of All Evil", "Repentance" e "The Shattered Fortress"; uma em cada álbum desde 2002, até 2009); uma das mais longas do álbum, composta de duas partes ("Reflections Of Reality (Revisited)" e "Release", dois dos doze passos totais da suíte), com pegada pesada no começo, quebra para um ritmo mais lento e indo e voltando; James LaBrie usou muitos efeitos e formas diferentes cantando esta canção, o que pode ter causado estranheza na época para os fãs. "Endless Sacrifice" é talvez a minha preferida do álbum, começo calmo e lento ganhando força e crescendo conforme a música se desenvolve, ótimo trabalho da banda. Adoro o riff que introduz a parte mais pesada da canção, ali pela metade da música.

"Honor Thy Father" trouxe diversos elementos do metal moderno que estava em voga na época, e me lembro dela ter sido a canção que mais incomodou os tradicionais fãs da banda. Particularmente, acho a música a mais fraca do álbum mesmo, porém mantém qualidades; as demais é que estão acima dela. Segundo a Wikipedia, Mike Portnoy escreveu a letra como uma "homenagem" ao seu padrasto. A lentinha acústica "Vacant" é muito bonita, um curto oásis de calmaria no meio dos solos e riffs pesados de todo o álbum. Um arranjo de cello enriquece ainda mais esta pequena canção. "Stream Of Consciousness" é uma longa música instrumental, comum nos álbuns da banda, e com a costumeira qualidade que se espera de um grupo de virtuosos. Fechando o álbum, "In The Name Of God", a mais longa do álbum, quatorze minutos de muito virtuosismo, solos infindáveis de John Petrucci e tudo o mais. Talvez a banda tenha exagerado um pouco no tamanho desta canção, poderiam ter dado uma enxugadinha... Ainda assim, temos um bom resultado, encerrando este disco, talvez o mais pesado de todo o catálogo do Dream Theater.

A banda caiu na estrada para promover o álbum e varreu EUA, Canadá e Europa durante todo o ano de 2004, tocando um longo set, de três horas de duração. Também passaram pela Ásia, em especial pelo Japão, onde gravaram alguns shows para lançamento do DVD "Live At Budokan", retrato fiel desta turnê e das músicas deste álbum. Vale a pena conferir este DVD duplo, traz entrevistas com a banda explicando as composições e diversas canções deste álbum estão presentes no show. Mas todos esses detalhes sobre este DVD já ficam para um outro post...

Relação das músicas:
1 - "As I Am"
2 - "This Dying Soul"
3 - "Endless Sacrifice"
4 - "Honor Thy Father"
5 - "Vacant"
6 - "Stream Of Consciousness"
7 - "In The Name Of God"

Alguns vídeos:
"As I Am", ao vivo em Budokan:


"Endless Sacrifice":


"In The Name Of God":



Até a próxima resenha! Muito rock and roll em 2014 para todos!!

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