Já relembramos os diversos lançamentos de meio século atrás e quarenta anos atrás, então agora vamos avançar uma década, para o ano de 1988. O thrash metal ainda ia muito bem, com diversos lançamentos de qualidade, algumas bandas novas lançavam sua estreia e outros grandes nomes seguiam reinando no mundo da música. É hora de viajar no tempo - marque no visor: trinta anos de volta para o passado!!
O ano de 1988 foi um ano movimentado: no Brasil, tivemos a promulgação da atual Constituição brasileira, que resiste até os dias de hoje, trinta anos. Não é a mais longa que tivemos, mas vamos torcer para que esta Constituição atual dure longo tempo e seja respeitada. No post sobre o ano de 1987 falamos sobre o tricampeonato mundial na Fórmula 1 para Nelson Piquet, e neste ano de 1988 foi a vez de Ayrton Senna ganhar seu primeiro título mundial na categoria - ele ganharia mais dois títulos, em 1990 e 1991. Voltando à política, tivemos eleições nos EUA, e quem ganhou foi o republicano George Bush, pai do futuro presidente George W. Bush. Bush pai iria iniciar a guerra contra o Iraque em 1990, e em 2003 Bush filho voltaria a guerrear contra o país de Saddam Hussein. No Brasil, tivemos o assassinato de Chico Mendes, um seringueiro e sindicalista que lutava contra o desmatamento da Floresta Amazônica. Ele foi assassinado por um fazendeiro descontente com a atuação de Chico. O fazendeiro e seu filho foram condenados pelo crime. A morte de Chico acabou chamando a atenção para o que acontecia na Amazônia e ajudou no combate ao desmatamento.
Na música, tivemos a primeira edição do Hollywood Rock, em janeiro de 1988, com participação de Pretenders, Simple Minds, Duran Duran, Supertramp, UB40 e Simply Red, além de alguns dos principais nomes do pop/rock nacional: Ira!, Titãs, Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, Lulu Santos e Marina Lima. Também em janeiro tivemos o show de Tina Turner no Maracanã, atraindo um público gigantesco de mais de cento e oitenta mil pessoas.
No cinema, outro ano de grandes lançamentos: "Rain Man", "Um Príncipe em Nova York", "Quero Ser Grande", "Irmãos
Gêmeos", "Duro de Matar", "Corra Que a Polícia Vem Aí", "Os Acusados" e
"Mississípi em Chamas".
Pra fechar, tivemos duas grandes perdas de artistas: o cantor Roy Orbison e o ator Ramón Valdés. Talvez você não esteja fazendo a devida associação com o nome do ator, mas Valdés é ninguém menos que o ator que interpretava a personagem Seu Madruga no seriado mexicano "Chaves". E no finalzinho deste ano, tivemos a tragédia do do Bateau Mouche, um barco que acabou naufragando na Baía da Guanabara no dia do Reveillon daquele ano. 55 pessoas acabaram falecendo. A tragédia foi causada pelo excesso de peso e passageiros e outros motivos variados.
Agora sim, vamos conferir os lançamentos deste ano de 1988, completando trinta anos!!
AC/DC - "Blow Up Your Video" - este álbum marca o retorno dos produtores Harry Vanda e George Young (irmão de Malcolm e Angus), que tinham produzido os primeiros álbuns da banda. Os álbuns anteriores de estúdio da banda ("Flick Of The Switch" e "Fly On The Wall") não foram bem recebidos pela crítica e não alcançaram uma posição muito alta nas paradas. A banda precisava de um disco que recolocasse eles no topo. Este disco se saiu muito melhor que os anteriores, alcançou a 12ª posição e vendeu mais também. Foi um pouco melhor recebido pela crítica, que ainda assim reclamou que algumas músicas do álbum tinham qualidade inferior. O disco abre com dois grandes petardos: "Heatseeker" e "That's The Way I Wanna Rock 'N' Roll", mas depois acaba perdendo um pouco a pegada. Ainda assim, outras canções se destacam: "Go Zone", "Some Sin Fir Nuthin'" e "This Means War". Este seria o último álbum do AC/DC a contar com o baterista Simon Wright. Ele sairia da banda e daria lugar a Chris Slade. Simon gravaria o álbum "Lock Up The Wolves" com Ronnie James Dio - ele gravou também os últimos álbuns do mestre. O AC/DC iria encontrar um sucesso muito maior com seu próximo álbum de estúdio, que seria lançado em 1990. Quando chegar a hora, a gente fala sobre esse ano!!
Megadeth - "So Far, So Good... So What!" - este álbum pertence à fase áurea da banda, mas foi marcado por uma série de problemas. Primeiro, a troca de membros: saíram Gar Samuelson e Chris Poland (por problemas com drogas), entrando Chuck Behler e Jeff Young. Segundo, Dave Mustaine também estava atravessando seus problemas com vício em heroína e ele acabou entrando em conflito com o produtor do disco, Paul Lani. Ainda assim, a banda conseguiu produzir um grande álbum, digno do speed metal que Mustaine praticava nesta época. Logo na abertura, temos um petardo instrumental fulminante, "Into The Lungs Of Hell", prelúdio para outra grande faixa, "Set The World Afire". Outros destaques do álbum são as canções "Mary Jane", "In My Darkest Hour" e "Hook In Mouth", além da versão arrebatadora para "Anarchy In The UK", dos Sex Pistols. Eu sempre tive a impressão que este disco não era tão bom, mas passei a valorizá-lo muito mais em tempos recentes. O problema é que este disco está posicionado entre "Peace Sells... But Who's Buying?" e "Rust In Peace", os dois maiores álbuns do Megadeth. Ainda assim, um grande álbum de thrash metal, que deve ser devidamente degustado, reconhecendo todo o talento de Dave Mustaine!!
Pixies - "Surfer Rosa" - álbum de estreia desta que é uma das bandas mais icônicas do rock alternativo norte-americano, ao lado do R.E.M. Se Michael Stype e seus companheiros já tinham estourado e migrado para uma grande gravadora a esta altura, os Pixies ainda começavam a trilhar seu caminho de sucesso e qualidade musical. Este disco mostrou ao mundo uma sonoridade suja, os vocais conflitantes e complementares de Black Francis e Kim Deal, a guitarra única de Joey Santiago, elementos que iriam influenciar um sem número de grupos nas próximas décadas (até mesmo o Nirvana). Aqui temos diversos clássicos da banda, tais quais "Bone Machine", "Broken Face", "Gigantic", "Where Is My Mind?", um discaço de estreia, sem dúvida. Apesar de não ter sido um grande sucesso nos EUA, conseguiu disco de ouro. Na Europa, a banda foi aclamada pela crítica e já fazia sucesso suficiente para realizar suas próprias turnês, sem necessidade de abrir para ninguém. Tudo isso contribuiu para um contrato com uma gravadora melhor, que lhes deu mais dinheiro para gravar o segundo álbum, lançado em 1989. A gente fala sobre esse disco no post correspondente!!
Iron Maiden - "Seventh Son Of A Seventh Son" - as experimentações iniciadas no álbum anterior, "Somewhere In Time", continuaram neste álbum de estúdio, o primeiro a incluir teclados (cortesia principalmente de Adrian Smith, mas também de Steve Harris). Trata-se de um álbum conceitual, baseado no livro "Seventh Son", do escritor Orson Scott Card. Um clássico do começo ao fim, o disco traz excelentes faixas, desde a abertura com "Moonchild", a incrível "Infinite Dreams", as populares "Can I Play With Madness", "The Evil That Men Do" e "The Clarvoyant", além dos quase dez minutos de qualidade da faixa-título, encerrando em alta com a excelente "Only The Good Die Young". Sucesso absoluto, o álbum foi direto para o topo da parada britânica e alcançou a 12ª posição na parada dos EUA. O Iron Maiden excursionou bastante promovendo este grande disco, e uma dessas apresentações foi gravada (e filmada) e gerou o famoso vídeo "Maiden England",que foi relançado em 2013 como uma edição dupla em DVD, e acabou sendo a base de uma turnê muito famosa que também aconteceu em 2013, revivendo esta época de ouro da banda - esta turnê passou pelo Brasil, culminando com a apresentação da banda fechando o Rock In Rio daquele ano. Longa vida à donzela de ferro!!
Scorpions - "Savage Amusement" - depois do sucesso estrondoso do álbum de estúdio anterior, "Love At First Sting", a banda excursionou muito mundo afora (incluindo Brasil, show no primeiro Rock In Rio), lançou um álbum ao vivo ("World Wide Live") e excursionou ainda mais. Depois de tudo isso, foram se preocupar com o sucessor de estúdio. Este álbum continua de onde o anterior parou, apostando no hard rock que estava na moda nos EUA, reforçando com algumas baladas e músicas trabalhadas para tentar um sucesso ainda maior nas rádios rock norte-americanas (e até arriscando algumas modernices com sintetizadores). O resultado não ficou tão bom assim, apesar da banda alcançar uma boa posição na parada - 5º lugar. O álbum vendeu menos que o anterior, e nenhum grande sucesso foi gerado. Os destaques ficam para as faixas "Don't Stop At The Top", "Rhythm Of Love", "We Let It Rock... You Let It Roll" e "Love On The Run". Este seria o último álbum dos Scorpions a ser produzido por Dieter Dierks. A banda voltaria a fazer muito mais sucesso com o álbum seguinte de estúdio. Tudo graças a uma balada com um assobio. Papo para posts futuros!!
Eric Clapton - "Crossroads" - este box set abrangeu toda a carreira de Eric Clapton até então, incluindo as principais faixas do deus da guitarra com os Yardbirds, com o power trio Cream, com a participação de Clapton no grupo John Mayall & The Bluesbreakers, com o Blind Faith, com o Derek And The Dominos e em sua carreira solo. A seleção é muito boa e inclui os clássicos mais importantes do mestre, tais quais "Layla", "Cocaine", "After Midnight", "Wonderful Tonight", "Sunshine Of Your Love", "White Room", "Badge", ufa!! Se você quer um atalho para conhecer a carreira deste grande guitarrista, este grande box set é uma grande pedida. O box foi um sucesso, entrou no Top 40 da parada norte-americana e já vendeu três milhões de cópias por lá. Um grande item de colecionador que vale a pena conferir!!
Queensrÿche - "Operation: Mindcrime" - depois de dois álbuns de sucesso mediano, o Queensrÿche lançou este álbum conceitual, cuja história gira em torno de um personagem, Nikki, que acaba se envolvendo com um grupo revolucionário e se torna assassino após uma espécie de lavagem cerebral. Trata-se de um dos grandes álbuns de heavy metal da década, talvez o melhor disco na história da banda, e que conseguiu levar a banda ao estrelato. Destaque para as canções "Revolution Calling", a faixa-título, "The Mission" e "Eyes Of A Stranger" - o melhor, neste caso, é escutar o álbum do começo ao fim, para entender toda a história e o trabalho conceitual da banda. A banda iria lançar um álbum de sucesso ainda maior em 1990, o que traria a banda ao Brasil, para o segundo Rock In Rio - papo para outros posts!!
Living Colour - "Vivid" - este foi o álbum de estreia desta banda única no cenário rock, uma banda com quatro virtuosos que se uniram e conseguiram transmitir uma musicalidade única, misturando rock, heavy metal, reggae, soul e funk de forma extremamente competente. A banda gira em torno do guitarrista Vernon Reid, um músico que ficou muito conhecido no cenário jazz de New York e agregou ao seu redor o vocalista Corey Glover (ator, fez participação no filme "Platoon"), o baterista Will Calhoun (graduado com honras na Berklee College Of Music) e o baixista Muzz Skillings. Eles tocaram muito ao vivo juntos (incluindo participações constantes no famoso CBGB) e acabaram conseguindo um contrato para eles na gravadora Epic. Este primeiro álbum foi produzido em sua maior parte por Ed Stasium (conhecido pelo seu trabalho com os Ramones, Talking Heads e Biohazard, entre outros), sendo que duas músicas foram produzidas por ninguém menos que Mick Jagger - o Living Colour conseguiria, no ano seguinte, uma vaga como banda de abertura na turnê dos Rolling Stones. O álbum já abre com o petardo "Cult Of Personality", primeiro single do disco e que ganhou um vídeo clipe que ajudou a impulsionar as vendas, conseguindo chegar ao sexto lugar da parada norte-americana, com duplo disco de platina. Os solos alucinantes de Reid, o vocal cristalino e perfeito de Glover, com a cozinha afiada formada por Calhoun e Skillings trouxeram um frescor musical para a cena que foi muito bem recebido. O álbum traz muito mais: "Glamour Boys", a levada reggae que fica pesada no refrão; o rockaço "Desperate People", com riffaço; o funk "Funny Vibe", com participação de Flavor Flav e Chuck D, do Public Enemy; a gingada "What's Your Favorite Color? (Theme Song)"; e muito mais. Um dos melhores álbuns lançados neste ano de 1988, apenas o começo da carreira desta grande banda, que se nega a seguir um estilo em particular ou ficar preso a rótulos. Os caras exploram sua musicalidade livremente, seja com heavy metal, reggae, funk, rap ou o que quer que seja. Longa vida ao Living Colour!!
Testament - "The New Order" - depois de uma estreia de respeito, o Testament se superou e lançou, neste ano de 1988, um de seus melhores álbuns (é meu favorito), um disco desbundante do início ao fim, mostrando um thrash metal empolgante, de sair agitando no meio da sala mesmo. Até hoje, as canções deste álbum são geralmente a maioria nos shows do Testament. Desde a faixa-título, passando por "Trial By Fire", "Into The Pit", o grande clássico "Disciples Of The Watch", "The Preacher", uma coleção impressionante de petardos que colocou a banda na elite do movimento thrash. A banda caiu rapidamente na estrada para promover este disco, abrindo para o Megadeth (na sua turnê promovendo o álbum citado acima) e também tocando ao lado de outros nomes do thrash como Death Angel, Nuclear Assault e Vio-lence. Vamos celebrar um dos grandes álbuns do thrash metal, completando trinta anos!!
Blind Guardian - "Battalions Of Fear" - mais uma banda lançando seu álbum de estreia. Aqui, falamos sobre o Blind Guardian, banda alemã que ficaria muito famosa ao longo de sua carreira, praticando um power metal mais inspirado em lendas épicas de escritores como J.R.R. Tolkien. Entretanto, neste álbum de estreia, a banda ainda praticava um speed metal com influência de Helloween e alguns traços de thrash. Destaque para a longa faixa de abertura, "Majesty", e para as canções "Guardian Of The Blind", "The Martyr" e a faixa-título. A banda iria evoluir musicalmente para algo muito mais complexo nos álbuns seguintes. A banda continua na ativa, tendo lançado seu último álbum em 2015. Um novo álbum de estúdio deve demorar ainda, já que a banda planeja lançar um álbum com uma orquestra. A conferir!!
Judas Priest - "Ram It Down" - depois de um álbum confuso, explorando guitarras sintetizadas, o Judas Priest resolveu colocar as experimentações um pouco de lado e abraçar novamente o heavy metal que sempre fizeram muito bem. Logo na abertura, a faixa-título mostra a banda cuspindo fogo a toda velocidade, Rob Halford em grande performance, guitarras alucinantes, Judas como gostamos. Em "Heavy Metal" ainda temos traços do estilo do álbum anterior, sem comprometer. Outros destaques do álbum ficam para "Hard As Iron", "I'm A Rocker" e "Monsters Of Rock". Este seria o último álbum da banda a contar com o baterista Dave Holland (faleceu no final de janeiro deste ano de 2018). Para o próximo álbum de estúdio, a banda contaria com novo baterista, Scott Travis. O Judas Priest está para lançar mais um álbum de estúdio, "Firepower", que contará novamente com o produto Tom Allom (ao lado de Andy Sneap), o mesmo que produziu este álbum de estúdio de trinta anos atrás!!
Van Halen - "OU812" - depois do sucesso absoluto do álbum anterior, "5150", primeiro com Sammy Hagar nos vocais, a banda tomou um tempo de descanso e a dupla Eddie Van Halen / Sammy Hagar começou a trabalhar nas composições para este novo álbum de estúdio. O sucesso foi imediato, topo da parada norte-americana e quatro discos de platina ao longo do tempo. Musicalmente, a banda se afastou ainda mais de sua sonoridade da era com David Lee Roth. Os teclados estavam mais proeminentes e a guitarra de Eddie só se destacava mesmo nos solos. As melodias eram boas, as composições tinham sua força, mas os fãs sentiam falta do peso dos primeiros discos. O álbum começa bem, com "Mine All Mine" e o mega hit "When It's Love", um dos responsáveis pelo grande sucesso do disco. Temos também outros destaques, como "A.F.U. (Naturally Wired)", "Source Of Infection" e "Finish What Ya Started". Não se trata de um álbum ruim, tem muitas qualidades, mas talvez seja o mais fraco da era Hagar. O próximo álbum de estúdio faria muito mais impacto na base de fãs da banda - confira o post sobre o ano de 1991 para ler sobre esse disco!!
Nuclear Assault - "Survive" - este segundo álbum do Nuclear Assault segue mais ou menos o caminho iniciado pelo disco de estreia: um thrash metal acelerado, letras ácidas, cortesia de Dan Lilker e John Connelly. A banda se manteve constantemente na estrada tocando ao vivo, e o lançamento deste segundo álbum veio consolidar sua carreira, fazendo com que a banda entrasse na parada norte-americana e se estabelecesse como um dos nomes fortes da cena thrash metal. Destaque para a abertura com "Rise From The Ashes", "Brainwashed" e "F#", além da faixa-título e "Great Depression". A banda caiu na estrada de novo, abrindo para o Slayer e também como banda principal, pelos EUA e Europa. Seu melhor álbum ainda estava pra ser lançado - papo para o post sobre o ano de 1989!!
Jimmy Page - "Outrider" - após o fim do Led Zeppelin, Jimmy Page participou de um grande número de projetos: ao lado de Roy Harper, ao lado de Paul Rodgers, e até uma rápida reunião com o Zeppelin no festival Live Aid. Ao contrário de Robert Plant, que começou sua carreira solo logo após o fim da banda, em 1982. Enfim, Page arranjou tempo e disposição e lançou este seu primeiro álbum solo, com participações de diversos artistas: Jason Bonham na bateria, Robert Plant cantando na canção "The Only One", dentre outros. O álbum passeia pelo rock e pelo blues com propriedade, incluindo belos riffs e temas instrumentais interessantes. Destaque para as canções "Wasting My Time", "Writes Of Winter", "The Only One" e "Hummingbird". O álbum conseguiu disco de ouro nos EUA, mas não foi considerado um sucesso. A próxima aventura musical de Jimmy Page seria o projeto com David Coverdale, em 1993 - confira tudo sobre este projeto aqui!!
Saxon - "Destiny" - este foi o último álbum onde o Saxon tentou mudar sua sonoridade heavy metal para alcançar sucesso nos EUA. Tivemos uma troca de baterista para este álbum: saiu Nigel Glockler e entrou Nigel Dunham. Com uma sonoridade mais amenizada, a banda perdeu um pouco de sua identidade e seu punch característicos, mas ainda podemos destacar as canções "Ride Like The Wind", "For Whom The Bell Tolls" (não confundir com o clássico do Metallica) e "Jericho Siren". Como resultado do pouco sucesso atingido pelo álbum, a gravadora EMI acabou terminando o contrato com a banda. O Saxon então se concentrou em fazer um álbum de qualidade, para ganhar novamente seus fãs de longa data. O resultado deu certo e foi o álbum "Solid Ball Of Rock", de 1991 - confira aqui outros lançamentos deste ano!!
Deep Purple - "Nobody's Perfect" - depois de dois álbuns de estúdio de sucesso que reviveram a formação Mk2, o Deep Purple aproveitou a gravação de suas últimas turnês para lançar este disco ao vivo, que me traz excelentes recordações. Foi o primeiro álbum do Deep Purple que comprei, lá nos anos 80 mesmo. Lembro de estar passando na Mesbla do Méier e ver a fita K7 vendendo. Resolvi arriscar e foi paixão intensa pelas belas performances da banda em seus clássicos habituais, abrindo maravilhosamente bem com "Highway Star", seguindo com "Strange Kind Of Woman" e passeando pelo repertório grandioso da banda: "Child In Time", "Lazy", "Space Truckin'", "Black Night" e a onipresente "Smoke On The Water". O álbum ainda contava com uma versão nova de estúdio para "Hush", com Ian Gillan nos vocais (esta canção foi o primeiro sucesso do Deep Purple, fez parte do primeiro álbum da banda, com Rod Evans nos vocais). A banda mudaria no ano seguinte, 1989, com a saída de Ian Gillan, que já estava se estranhando novamente com Ritchie Blackmore. O resultado seria a entrada de Joe Lynn Turner e um álbum mal visto pelos fãs: "Slaves And Masters". Papo para o post de 1990!!
Slayer - "South Of Heaven" - depois de acelerar ao máximo com "Reign In Blood", o Slayer surpreendeu a todos quando lançou este álbum, claramente mais lento que o anterior, incluindo trechos com guitarras não distorcidas e a primeira cover gravada pela banda - "Dissident Aggressor", do Judas Priest. A recepção dos fãs foi de estranheza, já que estavam acostumados com a banda mais violenta. Apesar da reação, trata-se de um dos grandes álbuns do Slayer, contendo diversos de seus clássicos, começando pela fantástica faixa-título e também incluindo "Silent Scream", "Mandatory Suicide", "Ghosts Of War" e "Spill The Blood". Foi o álbum mais bem sucedido do Slayer até então, alcançando a 57ª posição e disco de ouro pouco tempo depois. O próximo álbum traria o Slayer acelerando suas músicas novamente e fazendo ainda mais sucesso - papo para o post sobre o ano de 1990!!
Carcass - "Reek Of Putrefaction" - mais uma estreia, desta vez do Carcass, banda britânica pioneira do grindcore, aqui sofrendo com a qualidade precária da gravação. A sonoridade deste álbum está a milhas de distância do som atual da banda: aqui, temos músicas curtinhas, aquele vocal bem gutural, lembrando o começo do Napalm Death (Bill Steer fez parte da banda e participou do primeiro disco) e que influenciaria muitas bandas norte-americanas como Cannibal Corpse e Obituary, por exemplo. Destaque para as canções "Genital Grinder", "Pyosisfied (Rotten To The Gore)", "Feast On Dismembered Carnage" e "Pungent Excruciation". A banda iria evoluir bastante nos álbuns seguintes de estúdio, chegando mais próxima da sonoridade death metal e adicionando partes melódicas - eles são considerados os pioneiros do death metal melódico também!!
Death - "Leprosy" - após o lançamento do primeiro álbum, o baterista Chris Reifert saiu do grupo para formar o Autopsy, Chuck Schuldiner então recrutou o guitarrista Rick Rozz, que já tinha tocado com ele no comecinho da banda, e o baterista Bill Andrews, e excursionou um pouco. Esta formação acabou gravando este álbum, um avanço musical para a banda, principalmente pela qualidade das gravações, que contaram com o engenheiro de som Scott Burns, que ficaria famoso por ser um dos principais produtores da cena death metal (Scott produziu diversos álbuns do Cannibal Corpse, do próprio Death, do Deicide, do Obituary e do Sepultura, dentre muitas outras bandas). O álbum novamente contava com composições fortes de Schuldiner em parceria com Rozz, e o álbum viu a banda aumentar sua base de fãs e ganhar muito respeito na cena. Destaque para a faixa-título e para as canções "Forgotten Past", "Pull The Plug", "Open Casket" e "Choke On It". Esta foi uma banda que foi melhorando álbum após álbum, e só parou sua caminhada brilhante com a morte de Chuck Schuldiner, seu mentor. Uma perda gigante para a cena metal!!
Jane's Addiction - "Nothing's Shocking" - este não foi o primeiro álbum do Jane's Addiction. Eles tinham gravado um disco ao vivo no ano anterior, por uma gravadora pequena. Este já saiu pela Warner, e contou com o produtor Dave Jerden (já produziu Alice In Chains, Anthrax, Offspring e Biohazard). A Wikipedia cita uma grande desavença entre os membros da banda durante a gravação, com o vocalista Perry Farrell exigindo um percentual acima de 50% sobre os royalties da banda, o que quase causou o fim do grupo. Eles acabaram se resolvendo, e acabaram gravando um álbum grandioso, com grandes canções, fortes e impactantes, que não te deixam parado. Logo de cara, "Up The Beach" é uma quase instrumental que prepara o caminho para "Ocean Size" arrebentar com tudo, seguida por outro arrasa-quarteirão, "Had A Dad". O álbum guarda espaço também para longos improvisos, como "Ted, Just Admit It...", uma baladinha acústica, "Jane Says", e outros petardos de primeira como "Mountain Song" e "Pigs In Zen". Um álbum que impressionou toda a cena alternativa norte-americana, apesar de não ter vendido tanto - muitas lojas se recusaram a vender o disco graças à capa polêmica. O segundo álbum da banda, que só seria lançado em 1990, traria ainda mais polêmica. A conferir!!
Metallica - "...And Justice For All" - depois da perda (irreparável) do baixista Cliff Burton, em um acidente horrível em 1986, o Metallica rapidamente se recompôs chamando Jason Newsted para seu lugar. Completaram a turnê que faltava e gravaram um EP de covers com o novo baixista, numa espécie de teste antes de partir para a gravação de seu próximo álbum de estúdio. As gravações ocorreram neste mesmo ano, e podemos considerar que este foi o primeiro álbum da banda a trazer uma polêmica: o som do baixo de Newsted é completamente inaudível, além das críticas à mixagem do álbum (o álbum deveria ter sido produzido por Mike Clink, mas a banda não se deu bem com ele e trouxe de volta Flemming Rasmussen, mesmo produtor dos dois discos anteriores). Altamente complexo, com muitas músicas longas, sem nenhuma música comercial e flertando com o progressivo, surpreendentemente o disco fez um enorme sucesso, entrando no Top 10 da parada norte-americana e chegando a oito discos de platina ao longo do tempo. Logo na abertura, a banda cospe marimbondos com "Blackened", um thrash tenso, com um riff complexo porém nervoso que empolga rapidamente. A faixa-título é longa e complexa, não empolga tanto, mas "Eye Of The Beholder" e "One" são esmagadoras, sendo que a última teria vídeo clipe gravado - o primeiro da carreira do Metallica. "Harvester Of Sorrow" traz toneladas de peso para o álbum, e a instrumental "To Live Is To Die" foi a última contribuição de Cliff Burton no Metallica. Fechando o álbum, um arrasa quarteirão de primeira, "Dyers Eve", pra levantar defunto do caixão. Atualmente, o álbum traz a aura de último disco thrash do Metallica, e um dos últimos celebrados pelos fãs. Existem rumores de que a banda está atualmente trabalhando em uma versão remasterizada do álbum (assim como fizeram para os discos anteriores, todos lançados em luxuosas versões remasterizadas e estendidas). Será que o baixo de Jason Newsted será restaurado e finalmente teremos a chance de ouvir seu trabalho? Aguardemos com expectativa!!
Helloween - "Keeper Of The Seven Keys, Pt. 2" - continuação do álbum lançado no ano anterior, esta segunda parte conseguiu ser ainda mais bem sucedida que a anterior, rendendo alguns sucessos, inclusive uma posição razoável na parada norte-americana - 108º lugar. Algumas das músicas mais conhecidas do Helloween saíram deste álbum: "Eagle Fly Free", "Rise And Fall", "Dr. Stein" e a mais conhecida de todas, "I Want Out". Destaque também para a longa faixa-título, que encerra o álbum de forma brilhante. A banda conseguiu muito boa exposição participando de grandes turnês ao redor do mundo (a principal sendo uma turnê promovida pela MTV americana, ao lado de Exodus e Anthrax), consolidando de vez seu nome como grande banda no cenário heavy metal. Entretanto, a banda acabou com uma baixa ao final da turnê: o guitarrista Kai Hansen saiu da banda, alegando cansaço com as turnês e desgaste com os outros integrantes. Outros saíram ao longo do tempo, tornando as mudanças de formação uma constante no Helloween. No final de 2016, a banda anunciou o retorno de Hansen e Kiske (que deixou a banda em 1993), mantendo os membros atuais. Eles excursionaram relembrando os antigos sucessos, em especial os clássicos deste e do álbum de estúdio anterior. A turnê passou pelo Brasil em novembro de 2017, e foi muito elogiada!!
Danzig - "Danzig" - depois que o Misfits encerrou atividades, Glenn Danzig, seu vocalista, criou o projeto Samhain, com outros membros de bandas de punk. O projeto não teve muito sucesso, mas chamou a atenção de Rick Rubin, que tinha criado sua gravadora, Def Jam, e estava procurando por novas atrações. Por recomendação de Rubin, a nova banda usou o sobrenome de Glenn, para que ele não começasse completamente do zero e tivesse controle artístico sobre o que iria fazer. Ao contrário dos Misfits, este álbum foge completamente do punk, flertando com um heavy metal próximo dos primeiros discos do Black Sabbath, algumas pitadas de blues e hard rock, alcançando um resultado muito interessante. Destaque para as canções "Twist Of Cain", "She Rides", "Am I Demon" e "Mother". A carreira de Danzig não decolou até 1993, quando um EP com uma versão ao vivo de "Mother" acabou estourando e impulsionando as vendas deste álbum e dos outros lançados. Recentemente, Glenn voltou a se reunir com seus companheiros do Misfits, para alguns shows (no festival Riot Fest, em Chicago). Na bateria, ninguém menos que Dave Lombardo!!
The Smiths - "Rank" - quando este álbum foi lançado, a banda já tinha terminado. Este álbum foi lançado como uma obrigação contratual. A origem do álbum é uma gravação de uma apresentação no National Ballroom em Killburn, Londres, e que foi transmitida pela rádio 1 da BBC. O show é uma demonstração da força dos Smiths ao vivo, com performances energéticas de alguns clássicos do grupo como "Ask", "The Boy With The Thorn In His Side" e "Bigmouth Strikes Again". O álbum alcançou a segunda posição da parada britânica quando foi lançado, mostrando a força da banda mesmo após seu término. Neste mesmo ano, o vocalista Morrissey lançou seu primeiro álbum solo, "Viva Hate", que alcançou o topo da parada britânica graças à força que o grupo tinha e de boas composições presentes, como a manjada "Suedehead", muito tocada aqui no Brasil na época. A banda continua separada e os dois principais membros do grupo (Morrissey e Johnny Marr) não pretendem trazê-la de volta a vida. Uma pena, tratava-se de uma grande banda de rock!!
Bad Religion - "Suffer" - depois do disco de estreia, "How Could Hell Be Any Worse?", o Bad Religion lançou um álbum totalmente estranho ("Into The Unknown") e se dissolveu. Foram retornando aos poucos, lançaram um EP e finalmente lançaram este disco de estúdio, considerado por muitos como o início da fase mais clássica da banda. O sentimento foi formado pela força das composições e pela presença de diversos clássicos do grupo: "You Are (The Government)", "Best For You", a faixa-título, "Delirium Of Disorder" e "Do What You Want". A recepção ao álbum foi extremamente positiva e atualmente este é considerado um dos melhores discos da carreira do Bad Religion. Carreira que iria finalmente engrenar, lançando álbuns constantes pela gravadora do grupo, Epitaph. O Bad Religion está em atividade até os dias atuais, e é considerado um dos grupos mais influentes do punk rock - uma das maiores influências do revival punk dos anos 90!!
Suicidal Tendencies - "How Will I Laugh Tomorrow When I Can't Even Smile Today" - conforme falamos no post do ano anterior (1987), a entrada do guitarrista Rocky George levou a música do Suicidal Tendencies a terrenos mais heavy metal. A banda aqui estreava por uma gravadora grande, a Epic, e resolveu assumir mais ainda sua nova identidade musical, adicionando um segundo guitarrista, Mike Clark (Mike ficaria na banda até 2012). O baixista também era novo: Bob Heathcote, que gravaria somente este disco com a banda - seria substituído no ano seguinte por Robert Trujillo (ele mesmo, hoje no Metallica). A natureza punk / hardcore de Mike Muir se juntou com as influências heavy metal dos guitarristas citados e temos um grande álbum de thrash metal, aquela pitada crossover única na música do Suicidal. Logo na abertura, um petardo com "Trip At The Brain", e segue firme e forte com canções intensas como "Pledge Your Allegiance" (e o refrão com o nome da banda), a sensacional faixa-título, viajando do começo lentinho à bateção de cabeça, e outros destaques como "The Miracle", "Suicyco Mania" e "One Too Many Times". O álbum fez sucesso e contribuiu para o aumento da base de fãs da banda, que iriam tornar os próximos lançamentos deles disco de ouro. A popularidade da banda cresceria até a metade dos anos 90, quando o grupo acabou se separando. Quando retornaram, não conseguiram mais o mesmo sucesso de outrora. Entretanto, os shows do grupo continuam intensos e gerando grande impacto - vide a última turnê no Brasil. Se tiver chance, não perca um show do Suicidal Tendencies!!
Jeff Healey Band - "See The Light" - este é o álbum de estreia de Jeff Healey e sua banda. Healey é um guitarrista prodígio que navegou pelo blues e pelo jazz durante sua curta carreira (ele faleceu em 2008, aos 41 anos). Ele perdeu a visão com apenas um ano de idade, vítima de um raro câncer nos olhos. Ele desenvolveu um estilo único de tocar guitarra no seu colo e se destacou rapidamente no Canadá, seu país de origem. Neste disco de estreia, Jeff passeia com desenvoltura pelo blues e pelo rock, com deliciosas canções em que ele distribui talento e feeling com propriedade. Destaque para as canções "Confident Man", "River Of No Return", "Angel Eyes" e a faixa-título. Este seria o álbum de maior sucesso dele, alcançando a 22ª posição na parada norte-americana e alcançando disco de platina. Jeff Healey exploraria suas raízes blues até o ano 2000. Então, ele entraria a fundo no jazz, onde ficaria até a sua morte, em 2008. Um grande talento na guitarra, com certeza!!
King Diamond - "Them" - terceiro álbum de estúdio de King Diamond e mais um álbum conceitual (o álbum anterior, "Abigail", também foi) cheio daquele clima aterrorizante típico do artista. A história deste álbum gira em torno de sua avó e seus problemas mentais, tudo envolto em um heavy metal de primeira qualidade, com os já famosos falsetes do cantor e com uma ótima banda de apoio, incluindo o sempre presente Andy LaRocque na guitarra, Mikkey Dee na bateria novamente, e os novos membros Pete Blakk (na segunda guitarra) e Hal Patino (no baixo). Destaque para as canções "Welcome Home", "The Invisible Guests", "Bye, Bye Missy" e "Twilight Symphony". Acabou sendo o álbum mais bem sucedido de King Diamond nos EUA, alcançando a 89ª posição. Ao alcançar os anos 90, King Diamond passou a dividir seu tempo com sua banda solo e com a reunião do Mercyful Fate - inclusive lançando álbuns com sua antiga banda!!
Bon Jovi - "New Jersey" - depois de estourar com o álbum anterior, o Bon Jovi precisava provar que não era uma banda de um disco só. Mantiveram o mesmo produtor (Bruce Fairbairn, também produziu AC/DC, Aerosmith e Van Halen), mantiveram o estilo hard rock açucarado e se deram bem: o álbum foi até o topo da parada norte-americana e rendeu diversos sucessos para a banda: "Lay Your Hands On Me", "Bad Medicine", "Born To Be My Baby", "I'll Be There For You", uma sequência impressionante de singles que ajudaram o álbum a vender muito - sete milhões de cópias vendidas até hoje, somente nos EUA. Depois do lançamento, eles entraram em uma longa turnê de promoção que rodou o mundo todo, incluindo o Brasil, com shows no Hollywood Rock de 1990. Após a longa turnê, a banda resolveu descansar e tirou uma longa pausa na carreira. Jon Bon Jovi e Richie Sambora lançaram álbuns solo, e a banda só voltaria a se reunir três anos depois, para iniciar a gravação do próximo álbum de estúdio, que mudou a sonoridade da banda, se afastando do hard rock e dos longos solos. Entretanto, manteve a banda no topo das paradas!!
Anthrax - "State Of Euphoria" - depois de uma sequência de lançamentos incríveis, o Anthrax criou uma tremenda expectativa para o lançamento deste álbum. Com uma produção um pouco abafada e algumas canções longas, o disco não agradou tanto logo quando foi lançado (com o passar do tempo foi considerado mais um clássico da banda). Ainda assim, conseguiu alcançar disco de ouro e a 30ª posição na parada norte-americana (nada mal na época para uma banda de thrash metal). Os destaques do álbum ficam para a abertura com "Be All, End All" e para as canções "Out Of Sight, Out Of Mind", "Antisocial" (cover da banda francesa Trust, a mesma de onde saiu o baterista Nicko McBrain), "Now It's Dark" e "Schism". A banda cresceria ainda mais com o próximo lançamento, em 1990. Papo para outro post!!
Oingo Boingo - "Boingo Alive" - apesar do nome do álbum, não se trata de um típico álbum ao vivo. Ele foi gravado em um estúdio, sem uma audiência. O álbum é bem agrangente e traz diversas canções de todos os álbuns anteriores do Oingo Boingo (trata-se de um álbum duplo, 31 canções). Destaque para as canções mais conhecidas, em versões mais interessantes: "Dead Man's Party", "Just Another Day", "Not My Slave", "We Close Our Eyes" e em especial a versão para "Stay", pois esta versão foi utilizada em uma novela global da época ("Top Model"), o que acabou fazendo com que a popularidade da banda no Brasil estourasse - o Oingo Boingo acabou tocando no Brasil em 1990 graças a esta popularidade. A banda encerrou as atividades em 1995. O vocalista Danny Elfman passou a se dedicar à composição de trilhas sonoras de filmes, em especial os dirigidos por Tim Burton, como "Batman" e "Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça". Quem viveu os anos 80 com certeza curtiu o Oingo Boingo!!
Ozzy Osbourne - "No Rest For The Wicked" - após terminar a parceria com o guitarrista Jake E. Lee, Ozzy Osbourne foi mais uma vez atrás de um guitarrista para sua banda. Encontrou ninguém menos que Zakk Wylde, que iria impressionar o mundo com suas performances em sua famosa guitarra "bulls eye". Zakk ficaria ao lado de Ozzy durante muito tempo: até 1995, e depois retornaria em 2001 para ficar até 2009 - ele também está de volta para a suposta turnê de despedida do madman. Voltando ao álbum, ele traz músicas um pouco mais pesadas, e retorna a parceria com o baixista Bob Daisley, que participou compondo e escrevendo algumas letras para o disco. Destaque para a grande abertura com "Miracle Man", onde Zakk já mostra a que veio, e para as canções "Crazy Babies", "Breaking All The Rules", "Bloodbath In Paradise" e "Demon Alcohol". Para a turnê promovendo o álbum, Ozzy trocou de baixista: saiu Bob Daisley e entrou ninguém menos que Geezer Butler!! É ele que aparece no EP ao vivo "Just Say Ozzy" que seria lançado em 1990. Ozzy Osbourne já confirmou turnê no Brasil no mês de maio deste ano de 2018. Evento imperdível!
U2 - "Rattle And Hum" - o sucesso estrondoso do álbum de estúdio anterior, "The Joshua Tree", foi acompanhado por uma igualmente grandiosa turnê, que felizmente foi documentada e filmada. Junto a algumas covers e canções inéditas, temos este álbum, uma espécie de tributo à música norte-americana: o U2 explora o gospel em uma excitante versão ao vivo de "I Still Haven't Found What I'm Looking For" ao lado do grupo New Voices Of Freedom; o blues com uma versão de "When Love Comes To Town" ao lado de B.B. King; uma performance junto a Bob Dylan com a canção "Love Rescue Me"; e versões ao vivo arrebatadoras de diversos clássicos, como "Pride (In The Name Of Love)" e "Bullet The Blue Sky". Junto com este álbum também foi lançado um filme, que chegou a passar em poucos cinemas do Brasil na época. O filme não fez muito sucesso, mas este álbum chegou ao topo das paradas britânica e norte-americana, e já alcançou a marca de cinco milhões de cópias vendidas nos EUA. Podemos dizer que este álbum marca o final de uma época de ouro para a banda. Eles entrariam em um pequeno hiato, somente retornando no final de 1991 com um novo álbum e nova sonoridade - a banda simplesmente se reinventou para os anos 90!!
Soundgarden - "Ultramega OK" - este foi o álbum de estreia do Soundgarden, bem antes do estouro do grunge nos EUA. Foi lançado por uma gravadora independente e é bem pouco conhecido do público. Neste disco, a banda ainda não tinha criado sua identidade própria, e experimentava com sua sonoridade, passeando entre o heavy metal e o punk, ainda assim alcançando um bom resultado, já mostrando o talento da banda, em especial do vocalista Chris Cornell. Destaque para as canções "Flower", "Beyond The Wheel", "Mood For Trouble" e "Nazi Driver". A banda conseguiu uma indicação ao Grammy por este álbum. Eles trocariam de gravadora para o próximo álbum, indo para uma gravadora maior. Começariam então um caminho de muito sucesso e muita qualidade!!
R.E.M. - "Green" - este foi o primeiro álbum do R.E.M., um baluarte da cena alternativa dos EUA, por uma grande gravadora (Warner). Apesar de alguns fãs terem acusado a banda de ter se vendido, eles recusaram propostas financeiras melhores pela proposta da Warner, que lhes deu liberdade artística completa. O álbum passeia por canções rock agradáveis, canções com cunho político e canções acústicas muito trabalhadas, com um resultado final muito agradável, um álbum que hoje já é considerado um clássico e o segundo da incrível sequência de lançamentos que o R.E.M. faria até meados dos anos 90. Destaque para as canções "Pop Song 89", "Get Up", "Stand", "World Leader Pretend", "Orange Crush" e "Turn Inside Out". A banda embarcou em uma longa turnê mundial, e só voltaria a gravar na década seguinte, um ábum revolucionário que os levou ao topo da parada - "Out Of Time" - confira o post sobre o ano de 1991 para ver mais sobre ele!!
Candlemass - "Ancient Dreams" - terceiro álbum de estúdio, segundo com a formação mais clássica da banda, com Messiah Marcolin nos vocais, Mats Björkman e Lars Johansson nas guitarras, Jan Lindh na bateria e Leif Edling no baixo. Este foi o primeiro álbum da banda a entrar na parada norte-americana, apesar da posição alta (174ª posição). Mais um grande disco de doom metal épico como o Candlemass sempre fez. Destaque para as canções "A Cry From The Crypt", "Bearer Of Pain", a faixa-título e "The Bells Of Acheron". Esta formação mais clássica duraria até 1991, quando o vocalista Messiah Marcolin sairia pela primeira vez da banda. Ele retornaria novamente nos anos 2000, e sairia novamente. Atualmente, o Candlemass está em uma espécie de hiato, enquanto seu líder, Leif Edling, concentra suas forças em um novo projeto, o Doomsday Kingdom. Vale a pena conferir!!
Guns N' Roses - "G N' R Lies" - o primeiro álbum de estúdio dos Guns N' Roses, "Appetite For Destruction", levou quase um ano para estourar em vendas, ou seja, alcançou o topo da parada neste ano de 1988. Uma surpresa para a sua gravadora, que ficou satisfeita com vendas tão rápidas, e resolveu que precisava faturar mais em cima do nome da banda. Como a banda estava na estrada excursionando bastante, e eles não teriam tempo para compor e gravar um novo álbum de estúdio. A ideia então foi lançar uma espécie de mini-LP: as quatro primeiras músicas seriam um EP de canções ao vivo lançado em 1986; as quatro restantes seriam gravadas rapidamente no estúdio, de forma acústica, sendo uma regravação ("You're Crazy", presente no primeiro disco). Pessoalmente, prefiro a primeira parte, ao vivo, mostrando a banda cuspindo fogo em faixas eletrizantes, sendo duas covers: "Nice Boys", do Rose Tatoo; e "Mama Kin", do Aerosmith (de onde a banda sempre buscou grande inspiração). A parte acústica trouxe um dos singles de maior sucesso do grupo, "Patience", com os famosos assobios de Axl Rose. "Used To Love Her" é outra canção que acabou bem conhecida e costuma estar presente nos shows recentes deles. A controvérsia ficou para a canção "One In A Million", com letra acusada de homofobia e racismo. Axl sempre negou tais acusações, apesar da letra utilizar termos pejorativos como "nigger" e "faggots". Este seria o último álbum a contar com o baterista Steven Adler: seus problemas com drogas acabariam causando sua demissão. Ele até tocaria com a banda em algumas raras aparições, mas nunca voltou a ser membro do grupo novamente.
Chegamos então ao final de mais um post relembrando os lançamentos de anos passados. Em breve falaremos sobre os lançamentos nacionais deste mesmo ano, e depois outro post sobre o ano de 1998. Deixe seu comentário falando sobre seu disco preferido lançado neste ano ou algum disco que você achou que ficou faltando.
Um abraço rock and roll e até a próxima!!