Hatebreed e Napalm Death começaram sua excursão sul-americana nesta sexta-feira, 26 de setembro, com shows arrasadores no Circo Voador, a casa que continua a ser a melhor para shows de rock no Rio de Janeiro. Antes, abrindo os trabalhos, tivemos o Forceps, banda carioca de death metal.
Antes de mais nada, muitos elogios para a produção do evento, que respeitou todos os horários - abriu a casa às 21h, começou todos os shows no horário e sem grandes intervalos entre eles, e o som estava muito bom. Dentro do horário combinado, e valorizando quem chegou cedo, o Forceps entrou para fazer sua apresentação às 21:30, apenas meia hora após a abertura dos portões. A banda trouxe um death metal técnico, rápido e bem tocado, com um vocalista de boa presença de palco e sempre convocando a plateia a agitar e participar do show. Meia horinha foi pouco para eles, conseguiram esquentar bem o público.
Napalm Death em ação no palco do Circo Voador |
Sim, o Napalm Death já tocou várias vezes no Brasil, inclusive no Rio de Janeiro, mas em todas eu acabei não conseguindo ir por algum maldito motivo. Desta vez, eu finalmente pude presenciar um show desta lenda do grindcore / death metal mundial. E digo a vocês, que puta show a banda fez! A guitarra potente de Mitch Harris (e seus backing vocals gritados como nunca), o baixo alucinado de Shane Embury (um senhor, com uma respeitável careca entre seus longos cabelos), o monstro atrás da bateria Danny Herrera destruindo tudo, e regendo esta orquestra de música extrema estava um lunático de sotaque britânico que não parou por um segundo durante todo o show - Barney Greenway é o vocalista perfeito para esta banda, sempre foi; parece natural quando ele canta urrando a plenos pulmões as canções do Napalm Death. A banda desfilou dezenas de petardos de sua longa discografia e transformou a pista do Circo Voador em uma grande roda de mosh pit, intensa e incansável. Destaque para os clássicos "Scum", "You Suffer", a cover do Dead Kennedys "Nazy Punks Fuck Off" e o encerramento com "Siege Of Power". Uma apresentação que me impressionou bastante: já vi muitas bandas de death metal, brasileiras, e algumas lá de fora; nenhuma chegou perto do impacto que o Napalm Death me causou.
Mais uma do Napalm Death em ação |
Depois de tamanho impacto, fiquei receoso de que acabasse não gostando do show do Hatebreed. E com um público cansado do show anterior, eles teriam que mostrar serviço. Não decepcionaram. Jamey Jasta e seus asseclas entraram no palco do Circo Voador um pouco antes da meia noite, tocaram por pouco mais de uma hora, e varreram sua discografia entregando diversas canções bem conhecidas do público carioca, que cantou a plenos pulmões em diversas delas, ajudando o vocalista, que insistia que todos deveriam acabar sem voz ao final do show. As canções da banda variam do hardcore rápido e direto ao peso fortemente influenciado de bandas thrash como o Slayer, devidamente homenageado na cover "Ghosts Of War". O público também variava de grandes rodas insanas a um pula-pula generalizado, sem ficar parado um segundo sequer. Destaque para a abertura com "Straight To Your Face", "Doomsayer", "As Diehard As They Come", e o final arrasador com "Live For This", "I Will Be Heard" e "Destroy Everything". Meu elogio particular ao vocalista Jamey Jasta, que pediu aplausos ao Napalm Death, reconhecendo a importância da banda de abertura; soube conduzir a plateia muito bem e também a defendeu, reclamando de um segurança que estava implicando e sendo violento com o pessoal da plateia (ver vídeo abaixo). No final das contas, o Hatebreed também me causou um belo impacto positivo, só não foi tão grande quanto ter visto as lendas do grindcore pela primeira vez. Saldo da noite: dois showzaços que, tenho plena certeza, agradaram e muito a todo a plateia presente no Circo Voador. O público carioca agradece!
Hatebreed iniciando seu show no Circo Voador |
Napalm Death - "Protection Racket":
Napalm Death - "Nazi Punks Fuck Off":
Hatebreed - "Honor Never Dies":
Um abraço rock and roll e até a próxima resenha. !