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quinta-feira, 6 de março de 2014

Passando a limpo o The Answer

Este post vai passar a limpo e comentar um pouco sobre a carreira do The Answer, uma banda de hard rock da Irlanda do Norte, dica de um post do blog Cadinho de Songs do amigo Ricardo, e que caiu como uma luva no meu gosto. Inspiração de primeira nas grandes bandas dos anos 70!

Existe uma pequena onda de bandas revivendo a sonoridade fantástica dos anos 70, em especial o hard rock. A influência é óbvia e bem-vinda: Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath, a santíssima trindade do hard rock e heavy metal, tão importante para o desenvolvimento dos dois estilos; adicione também alguns grandes nomes de importância do mesmo período, entretanto não tão conhecidos, como Thin Lizzy, UFO, Free, Bad Company, só para nomear alguns. Quase toda década temos este movimento revivendo o passado: nos anos 90, os Black Crowes foram o grande nome que se destacou. Agora nos anos 2000 (década passada, já entramos nos anos 2010) algumas boas bandas tem surgido e talvez o sucesso estrondoso ainda não tenha acontecido para elas graças à grande crise que as gravadoras estão passando - não há mais rios de dinheiro para se gastar na promoção das novas bandas.
Foto promocional da banda
Alguns nomes que se destacam e me saltam aos olhos nos anos 2000 são Rival Sons, Airbourne (este mais uma influência escancarada do AC/DC), Scorpion Child (ainda faço um post sobre esta, aguarde...), The Vintage Caravan (uns moleques finlandeses que estão impressionando muita gente) e o The Answer, a banda tema deste post. Uma banda da Irlanda do Norte formada por Paul Mahon na guitarra (curiosamente, se declara um fã de Nelson Piquet no site oficial da banda), Cormac Neeson no vocal, Micky Waters no baixo e James Heatley na bateria. Esta formação se manteve estável até os dias de hoje. Como toda boa banda que se preza, teve que construir sua reputação da forma rock and roll tradicional: muitos shows abrindo pra todo mundo que deixasse, composições próprias que foram amadurecendo na estrada, e sendo lançadas de forma independente e aos poucos, chamando a atenção das gravadoras para finalmente arranjarem um contrato para lançar seu primeiro álbum. No total, já foram quatro discos de estúdio, um álbum e um DVD ao vivo (gravado nos shows que a banda abriu para o AC/DC, na Black Ice World Tour). Vamos passar a limpo rapidamente os quatro álbuns de estúdio da banda:

"Rise" (2006) - o álbum de estreia da banda vem com aquela garra típica de grupos iniciantes. É um trabalho com uma pegada hard rock crua, sem polimentos ou concessões. Uma junção de um vocalista que canta bem naquele estilo anos 70, porém sem imitar o timbre de nenhum ídolo em particular; um guitarrista com um trabalho muito consistente de riffs, solos certeiros e talento com o slide nos dedos (confira "Preachin'", por exemplo); e uma cozinha com a pegada adequada e bem entrosada completando o grupo. Você vai encontrar influências das mais diversas, como riffs incendiários típicos das grandes bandas de hard rock da década de ouro (confira "Come Follow Me"), riffs lembrando Black Sabbath ("Into The Gutter" tem um riff que me remete a "Paranoid"), passagens a la Led Zeppelin (de novo "Into The Gutter"), pegada blues rock ("Memphis Water" e a já citada "Preachin'", slide guitar de primeira de Paul Mahon) e até lentinhas de bom gosto e grande qualidade, sem apelar para um romantismo pop insosso (confira "Be What You Want" e "Always"). Participando da equipe de produção, George Young, irmão mais velho dos irmãos Young do AC/DC. Todos esses elementos garantem um grande álbum de estreia, altamente recomendado para os fãs do gênero. Em 2007, este álbum foi relançado com um disco bônus com alguns lados B de singles, versões ao vivo e acústicas. Destaque para a cover de "Sweet Emotion", do Aerosmith.

"Under The Sky" (do álbum "Rise"):

"Come Follow Me" (do álbum "Rise"):


"Be What You Want" (do álbum "Rise"):


"Everyday Demons" (2009) - três anos de intervalo, com muitos shows para promover o álbum anterior, e a banda então soltou este novo petardo que trouxe uma sonoridade ainda calcada nos grupos dos anos 70, só que desta vez a influência não é escancarada, ela é mais sutil, mais incorporada na forma como a banda trabalha. O trabalho de produção deste álbum foi mais aprimorado, trazendo elementos modernos a diversas canções, só que acabou deixando o som mais polido, removendo um pouco da aspereza encontrada no primeiro disco. As três primeiras canções ("Demon Eyes", "Too Far Gone", "On And On") são destaques, a banda cuspindo fogo como se ainda estivesse no álbum de estreia. Conforme o disco avança, começa a se perceber mais claramente o aprimoramento na produção, composições mais maduras e os elementos mais modernos que citei anteriormente. "Why'd You Change Your Mind" e "Comfort Zone" se destacam com estas características. Pessoalmente, eu ainda prefiro o primeiro álbum, mas é importante ver que a banda se preocupou em evoluir e amadurecer, sem ficar estacionada fazendo a mesma música. E este álbum tem me conquistado um pouco mais a cada ouvida... Assim como no primeiro álbum, este também foi lançado em versão especial com um segundo disco, contendo o áudio de um show da banda no Japão.

"On And On" (do álbum "Everyday Demons"):


"Tonight" (do álbum "Everyday Demons"):


"Comfort Zone" (do álbum "Everyday Demons"):



"Revival" (2011) - para este terceiro álbum, a banda resolveu mudar de produtor, ficando com Chris Smith (já produziu The Darkness, Greg Rollie e Scorpion Child), enquanto que a mixagem ficou a cargo de Chris Sheldon (já trabalhou com Foo Fighters, Garbage e Pixies), o que acabou trazendo de volta parte daquele som cru e mais pesado presente no primeiro disco. Os destaques ficam para "Use Me", um rockão acelerado de primeira; "Trouble", um blues rock inspirado com o vocalista Cormac Neeson tocando gaita; "Vida (I Want You)", com uma melodia grudenta que não sai da tua cabeça; e "Destroy Me", uma composição serena que mostra o amadurecimento progressivo da banda. A canção "Nowhere Freeway" traz a participação especial da cantora Lynne Jackaman, da banda Saint Jude. A versão especial do álbum traz um disco extra de bônus com versões demo, versões acústicas e algumas faixas extras, como as inéditas "Piece By Piece" e "Faith Gone Down", ou a cover para "Fire And Water", do Free. Destaques que apimentam e tornam este disco extra valioso - vale a pena conferi-lo.

"Nowhere Freeway" (do álbum "Revival"):




"New Horizon" (2013) - o mais recente trabalho da banda teve troca de produtor novamente: Toby Jepson (chegou a participar como vocalista do Dio Disciples) assumiu o controle da cabine. A bela arte da capa foi feita pela lenda Storm Thorgerson (criou as capas de Pink Floyd, Bad Company, UFO e mais um monte de bandas dos anos 70 na empresa Hipgnosis), pouco antes de falecer. Percebe-se um trabalho de guitarra cada vez mais variado, composições mais maduras e uma sonoridade construída ao longo dos anos, com uma influências dos anos 70 presente porém bastante sutil, conforme já foi observado nos lançamentos anteriores. Destaque para a faixa-título, "Baby Kill Me", "Burn You Down" e "Scream A Louder Love" - estas duas últimas bons exemplares do típico hard rock que a banda gosta de fazer, aqueles que te fazem bater cabeça involuntariamente. O álbum foi lançado também em edição limitada com três faixas extra, com destaque para "Road Less Travelled".

"Spectacular" (do álbum "New Horizon"):


Pra você, que não conhece ainda a banda, eis uma grande oportunidade de ver os vídeos e ir se aprofundando no som dos caras. Hard rock de primeira!!

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