Pesquisar neste blog:

Páginas

sábado, 18 de maio de 2013

Anthrax e Testament em São Paulo - como foram os shows

Este post vai falar sobre a noite thrash metal que São Paulo teve na última quarta-feira, dia 15/05. Anthrax e Testament passaram como dois rolos compressores, com performances avassaladoras que deixaram os fãs brasileiros extasiados e contentes.

Minha jornada começou logo pela manhã: peguei o ônibus e parti daqui do Rio de Janeiro para São Paulo, seis horas de viagem até a rodoviária do Tietê, mais uma hora no engarrafamento de Sampa dentro de um ônibus rumo ao HSBC Brasil. Por volta de 19:40, cheguei ao meu destino, uma casa de shows de médio porte - para os cariocas, ela lembra, em tamanho, o Vivo Rio. Ao chegar, tranquilidade total: uns poucos roqueiros entrando, alguns calibrando em bares próximos; uma banda doida tocava na esquina em frente, um som meio tosco, bem agressivo. Adentro a casa, que estava ainda vazia. Beleza, consegui lanchar, sentei e aguardei. Nas caixas de som, diversos clássicos do heavy metal sendo tocados - Sepultura, Accept, Metallica, Black Sabbath - um alívio, muitas casas colocam cada porcaria pra tocar antes de show de heavy metal... De vez em quando, as futuras atrações do HSBC Brasil são anunciadas - e a galera aproveita pra zoar um pouco com a Sandy... O tempo vai passando e a casa vai enchendo. Não, não lotou, mas encheu, um bom público - especialmente para uma quarta-feira, meio de semana, que acabou minando excursões de outros estados (a que eu participaria não rolou por falta de pessoas interessadas, só pra dar um exemplo). E ainda era dia de futebol...

Testament no palco do HSBC Brasil - Chuck Billy e seu suporte para microfone brilhante; Alex Skolnick e Greg Christian mais à direita
Por volta de 21h, os roadies se movimentam para dar os últimos ajustes. Era a deixa para os que descansavam sentados nas beiradas se levantarem e se aproximarem do palco - o primeiro show se aproximava. Passados 15 minutos das 21h, as luzes se apagam e aos poucos os membros do Testament entram no palco, para delírio dos presentes. A banda está em um grande momento, após gravar dois grandes álbuns; o retorno da formação original, reforçada do baterista Gene Hoglan (que arrasou nas baquetas neste show), foi um sopro de ar na vida conturbada da banda, que antes lutava muito para se manter na ativa; agora, porém, estão em alta novamente. Esta turnê promove o mais recente álbum do grupo, "Dark Roots Of Earth", lançado em julho do ano passado - um disco poderosíssimo, o melhor lançamento do último ano, em minha opinião. E é deste álbum que saem quatro das cinco primeiras canções do show. As canções são bem recebidas, mas é na sequência a seguir que o público se extasia, os clássicos dos anos 80 como "Into The Pit" e "The New Order", "Practice What You Preach", "Over The Wall" e "The Haunting". A banda executa suas músicas com maestria, competência e adrenalina ao máximo - já falei do baterista Gene Hoglan, um monstro destruindo todo o seu kit, mas posso também destacar Alex Skolnick e seus lindos solos, o baixo agressivo de Greg Christian ou a guitarra base afiadíssima de Eric Peterson. Chuck Billy, com sua voz poderosa, que ecoava por toda a casa e incitava o público a abrir grandes rodas de mosh, além de "tocar guitarra" no seu suporte para microfone iluminado. Após os clássicos dos anos 80, a banda saiu rapidamente do palco, retornando a seguir para mais três canções mais recentes: duas do excelente álbum "The Gathering" (aquele disco com Dave Lombardo na bateria e Steve DiGiorgio no baixo) e a faixa-título do álbum "The Formation Of Damnation", que encerrou o set de pouco mais de uma hora. Show potente, execução poderosíssima; entretanto, os presentes sentiram falta de alguns clássicos, como "Disciples Of The Watch", "The Preacher", "Trial By Fire", dentre outros. Faz parte, ainda mais para uma banda com discografia extensa...

Joey Belladonna, do Anthrax - performance perfeita no show
Fim de show, corrida para os banheiros, longas filas para se aliviar. Aliviado, retornei ali para perto da grade (da pista normal...), muita movimentação dos presentes querendo ficar perto do palco, e rapidamente (uns 20 minutos de intervalo entre os shows apenas), às 22:50, a introdução "Worship" começa a ecoar. A seguir, a introdução gravada da canção "Among The Living" começa e leva a plateia ao delírio! Aos poucos, os membros do Anthrax assumem suas posições no palco e começam um show apocalíptico com adrenalina a mil. Ao contrário do Testament, o Anthrax preferiu um começo de show com as primeiras canções de seu álbum mais importante, numa sequência de tirar o fôlego - quase que sem intervalo, vieram "Caught In A Mosh" (veja vídeo abaixo) e "Efilnikufesin (N.F.L.)". Pronto, a banda já tocou fogo nos presentes, que agitaram até o fim sem parar. Após os clássicos do "Among The Living" tivemos duas canções do último álbum da banda, "Worship Music", intercaladas por uma instrumental rapidinha, cover do projeto paralelo de Scott Ian e Charlie Benante, o S.O.D.. Vale citar que durante "In The End", os rostos de Ronnie James Dio e Dimebag Darrel são expostos por sobre os amplificadores, numa belíssima homenagem. Hora de promover um pouco o álbum de covers, "Anthems": a banda escolheu tocar a cover do AC/DC, "T.N.T.", onde Scott falou que "não compôs, mas queria muito ter composto esta música" e também "melhor banda do mundo". O público gritando e pulando ao som desta cover foi impressionante. Mais clássicos: "Indians", totalmente celebrada junto com a plateia, e "Medusa". "Got The Time", tocada na velocidade da luz, também agitou muito a plateia, e o final da primeira parte do show acontece com outro clássico do "Among The Living", a excelente "I Am The Law". Rápida pausa, e Charlie Benante volta primeiro, fazendo um mini-solo de bateria, emendando com a introdução de "I'm The Man", cantada por Frankie Bello e Scott Ian. Rapidinho, eles tocam a introdução de "Raining Blood" como homenagem a Jeff Hanneman. "Madhouse" vem a seguir, e então a plateia entoa o coro pedindo "Antisocial"; Scott fala, "OK, vocês conseguiram", iniciando a canção, última de um show fantástico, uma performance memorável de uma das melhores bandas de thrash metal do planeta. O primeiro show que as quatro bandas do Big Four farão este ano no Brasil - sim, teremos Big Four no Brasil, só que com shows em dias separados...

Belladonna homenageando Ronnie James Dio, fazendo seus "chifrinhos"
Pouco antes do fim da última música, iniciei minha jornada de volta, com um taxista doido que foi rasgando a Marginal rumo à rodoviária. Mais seis horas de viagem até o RJ, engarrafamento na Avenida Brasil, tudo isso pelo rock and roll...

Set list do show do Testament:
"Rise Up"
"More Than Meets The Eye"
"Native Blood"
"Dark Roots Of Earth"
"True American Hate"
"Into The Pit"
"Practice What You Preach"
"The New Order"
"Over The Wall"
"The Haunting"
"D.N.R. (Do Not Resuscitate)"
"3 Days In Darkness"
"The Formation Of Damnation"

Set list do show do Anthrax:
"Worship" (introdução do show, pré-gravada)
"Among The Living"
"Caught In A Mosh"
"Efilnikufesin (N.F.L.)"
"Fight 'Em 'Til You Can't"
"March Of The S.O.D."
"Hymn 1"
"In The End"
"T.N.T." (cover do AC/DC)
"Indians"
"Medusa"
"Got The Time" (cover de Joe Jackson)
"I Am The Law"
Bis:
"I'm The Man" / "Raining Blood" (introdução do clássico do Slayer)
"Madhouse"
"Antisocial"

Alguns vídeos:
Testament - "D.N.R. (Do Not Resuscitate)":


Anthrax - "Caught In A Mosh":


Confira mais fotos na página do Ripando a História do Rock no Facebook: http://www.facebook.com/ripandohistoriarock

Até o próximo show, muito rock and roll para todos!!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...