Este post vai falar sobre o primeiro álbum do Audioslave, auto-entitulado, que completa dez anos em novembro deste ano, e vamos aproveitar este post para analisar este grande petardo que os remanescentes do Rage Against The Machine fizeram junto a Chris Cornell, ex-Soundgarden. Atualmente, ambas as bandas originais retornaram para turnês (o Soundgarden está para lançar um novo álbum de estúdio. Existem rumores de que o Rage Against The Machine também esteja em estúdio...), mas há dez anos atrás eles formaram este novo grupo e gravaram esta preciosidade, que passamos a analisar agora. Vamos lá!!
Em 2000, Zack De La Rocha, vocalista do Rage Against The Machine, resolveu sair da banda (aparentemente para se dedicar a carreira solo) e os três membros restantes se viram no dilema de substitui-lo. Segundo a Wikipedia, o produtor Rick Rubin teve um papel decisivo nesta busca, sugerindo o nome de Chris Cornell, ex-Soundgarden. Quando todos se encontraram e começaram a ensaiar juntos, a química entre os integrantes foi imediata, e rapidamente começaram a compor e trabalhar no que viria a ser seu primeiro álbum, com Rick Rubin assumindo a produção do disco.
No começo de 2002, antes mesmo de divulgar o nome da banda ou fazer sua primeira apresentação, o grupo teve sua primeira briga, chegando a anunciar a separação. Novamente segundo a Wikipedia, a briga se deu graças a conflitos com os empresários (ou devido a problemas com álcool do vocalista, que foi parar em uma clínica de reabilitação para se livrar do vício...). A banda acabou resolvendo as diferenças, trocou de empresário e anunciou de forma oficial o nome da banda - uma ideia de Chris Cornell. Rapidamente seguiu-se a divulgação do primeiro single, "Cochise", e finalmente o álbum viu a luz do dia em novembro de 2002. Chegou ao sétimo lugar na parada americana, e já vendeu mais de três milhões de cópias somente nos EUA. Três vídeos foram feitos para promover o disco: o já citado single, "Like A Stone" e "Show Me How To Live" (ver abaixo). Musicalmente, não é a música revolucionária que o Rage Against The Machine praticava nem o hard rock do Soundgarden. Eles conseguiram encontrar um meio termo e mesclaram o estilo da banda de onde os três instrumentistas eram oriundos com o vocal forte e potente de Chris Cornell. Imaginem um Led Zeppelin repaginado para os anos 2000, com aqueles sons e solos inovadores de Tom Morello e você começará a ter uma noção da sonoridade do Audioslave.
Foto promocional da banda |
Depois da linda baladinha, "Set It Off" corrige o curso de navegação e coloca o barco novamente em chamas - uma das mais pesadas do disco. "Shadow On The Sun" começa calma, suave como outras do álbum, mas parte num foguete rumo ao refrão pesado (influência clara de Led Zeppelin e outras dos anos 70, o famoso estilo luz e sombras, pesado e suave se alternando). O solo de Tom Morello se destaca novamente nesta faixa (no Audioslave, Morello conseguiu evoluir seu estilo, mesclando todos aqueles sons diferentes com belíssimas melodias), e o final pesadíssimo mostra influências fortíssimas de Black Sabbath. "I Am The Highway" é outra balada do disco, mais calma, muito bonita, parece até oriunda do disco solo de Chris Cornell. Até no solo, Tom Morello relaxa e nos brinda com suaves notas. "Exploder" volta a pegar pesado e agita novamente o álbum com toneladas de riffs e vocais raivosos. "Hypnotize" apresenta um ritmo mais quebrado, se tornando a faixa mais diferente de todo álbum, uma espécie de peixe fora d'água.
"Bring Em Back Alive" começa lenta, calma, e repete a fórmula de outras canções, num crescente de peso e intensidade. Acho que o Rick Rubin exagerou aqui nos efeitos de voz do Chris Cornell. "Light My Way" é outra que começa pesadíssima, uma de minhas preferidas, o refrão com Cornell gritando a plenos pulmões. "Getaway Car" é mais uma baladinha suave e tranquila, também bela - a interpretação de Cornell e o solo lindo de Morello a tornam um destaque no disco. "The Last Remaining Light" fecha o álbum com um tom um pouco melancólico, arrastado, uma faixa atípica das demais, porém com destaque para a interpretação vocal de Chris Cornell, um grande vocalista sem dúvida alguma.
Um belo disco, um sopro de rock contemporâneo de uma banda que visitou os gigantes dos anos 70 e os deixou com uma nova roupagem para a década que se iniciava. Uma década que trouxe poucos rebentos de criatividade como este. Valorizemos este grande petardo que completa dez anos do seu lançamento. A banda ainda lançaria mais dois álbuns, antes de brigar (a famosa desculpa das "diferenças musicais") e se separar, abrindo espaço para a reunião com suas antigas bandas. Mas os álbuns estão aí para serem ouvidos e degustados, aproveitemos!!
Lista de músicas do álbum:
1 - "Cochise"
2 - "Show Me How To Live"
3 - "Gasoline"
4 - "What You Are"
5 - "Like A Stone"
6 - "Set It Off"
7 - "Shadow On The Sun"
8 - "I Am The Highway"
9 - "Exploder"
10 - "Hypnotize"
11 - "Bring Em Back Alive"
12 - "Light My Way"
13 - "Getaway Car"
14 - "The Last Remaining Light"
Alguns vídeos:
"Cochise":
"Like A Stone":
"Show Me How To Live":
Até o próximo post, analisando outro grande álbum ou falando de algum show. Keep on rocking!!