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sábado, 8 de outubro de 2011

Machine Head no Brasil - o que esperar

Dia 14 de outubro, no Via Funchal, em São Paulo, teremos o encontro de duas grandes bandas do thrash metal dos anos 90: Machine Head e Sepultura. O Sepultura tá sempre tocando por aqui, então vamos falar mais desta banda norte-americana inédita em nossas terras. Lembrando que teremos show dos caras também em Curitiba e Porto Alegre, dias 15 e 16, respectivamente.

Robb Flynn em ação

Para contar a história do Machine Head, precisamos voltar aos anos 80, quando Rob Flynn tocava guitarra em uma banda de thrash chamada Vio-Lence. Nesta banda, tínhamos também o guitarrista Phil Demmel. A banda gravou alguns discos e, em 1992, Flynn se mostrou insatisfeito e quis iniciar um projeto paralelo. Não permitiram, e ele resolveu sair da banda. Juntou-se ao baixista Adam Duce e formaram então uma nova banda, trazendo para a segunda guitarra Logan Mader. Depois de um baterista que não deu certo, chamaram Chris Kontos para assumir as baquetas. Esta é a formação que consegue um contrato com a Roadrunner e grava o excepcional primeiro disco, "Burn My Eyes". Com o álbum gravado, a banda parte para turnê, abrindo para o Slayer (o home video do Slayer "Live Intrusion" traz a participação da banda na cover do Venom - "Witching Hour"). Ainda fariam uma turnê como headliners. Antes do final desta turnê, Kontos saiu da banda porque não quis excursionar, sendo substituído posteriormente pelo atual baterista, Dave McClain.

"Burn My Eyes", disco de estreia da banda
O segundo disco, "The More Things Change...", de 1997, segue mais ou menos a linha do anterior, mantendo a qualidade e a pegada agressiva. Durante a turnê, nova baixa na banda: o guitarrista Logan Mader deixou seu cargo, sendo substituído por Ahrue Luster. Após mais de dois anos de turnês intercaladas por sessões de estúdio com o produtor Ross Robinson (a gente já falou dele no post sobre o Slipknot), em 1999 a banda lança seu terceiro disco, o polêmico "The Burning Red". Polêmico no mesmo nível do "Load" do Metallica - o álbum apresentou mudança sonora e visual, tendendo para a onda nu metal que dominava a cena na época. Apesar disso, o disco tem suas qualidades, e a cover para a canção "Message In A Bottle", do The Police, acabou ficando muito boa. Mais turnês e a banda novamente parte para a gravação de um novo disco, seu quarto. No segundo semestre de 2001 a banda finaliza o álbum "Supercharger" e prepara também um vídeo clip, usando a canção "Crash Around You". O que eles não esperavam era a reação que este vídeo causou. Por mostrar prédios caindo, o vídeo foi totalmente banido graças aos efeitos do 11 de setembro daquele ano (o engraçado é que vimos que o System of a Down também sofreu com esses efeitos por causa da letra de "Chop Suey!", mas no caso deles não afetou as vendagens do disco). Resultado: a gravadora abandonou completamente a banda, que ficou sem recursos financeiros e decidiu sair da gravadora. Pra completar a desgraça, o guitarrista Ahrue Luster deixou a banda também. Parecia que o fim do Machine Head estava próximo...

O polêmico álbum "The Burning Red",  sue não agradou os fàs da banda
A banda resolveu se isolar e ficar ensaiando e compondo suas novas canções. Fizeram uma demo com algumas destas e enviaram para diversas gravadoras. TODAS rejeitaram a banda. Alguns shows pintaram em festivais na Europa e a banda chamou o ex-companheiro de banda de Flynn, Phil Demmel. Phil não se firmou imediatamente na banda, só após algum tempo. Sem problema, a banda estava sem contrato com gravadora mesmo... Após a efetivação de Demmel na segunda guitarra, com diversas canções já compostas, a banda parte para a gravação do novo disco, e resolvem lançá-lo apenas na Europa (curiosamente, pela gravadora Roadrunner internacional...). A excelente repercussão do novo disco no velho continente ajuda a banda a conseguir um melhor contrato com a mesma Roadrunner. "Through The Ashes Of Empires" trouxe de volta o som de qualidade que a banda praticou nos dois primeiros discos, e colocou novamente os californianos numa posição de destaque na cena metal internacional, com participações em diversos festivais. A banda aproveitou o bom momento e gravou um DVD - "Elegies" - de uma apresentação na Brixton Academy, em Londres.

"Through The Ashes Of Empires", o álbum que trouxe de volta o som poderoso dos primeiros discos
Depois de mais um longo tempo excursionando, mais uma vez foi hora de entrar no estúdio para gravar um disco. Com formação estável e vivendo um bom momento, tudo acabou conspirando para que a banda lançasse seu melhor disco até então. "The Blackening" foi aclamado pela crítica especializada como um dos grandes discos de metal da década, um conjunto de petardos poderosos que elevaram ainda mais o status da banda. "Aesthetics Of Hate" é um dos destaques do disco, com letra atacando um artigo de um retardado que escreveu ofensas a Dimebag Darrel na época de sua morte. A repercussão excelente deste disco aumentou a participação da banda em festivais e também permitiu-os excursionar pelos EUA promovendo o álbum. Em uma destas excursões, a banda abriu para o Metallica em alguns shows, sendo que James Hetfield tocou com eles em um show a canção "Aesthetics Of Hate".

"The Blackening" foi considerado um dos melhores discos de metal da década
Este ano de 2011 nos trouxe a feliz notícia do lançamento de mais um disco da banda. "Unto The Locust" foi lançado lá fora no mês passado e já vem recebendo grandes elogios pela sua qualidade. A canção "Locust" foi liberada no Youtube e mostra um som pesado, complexo e de qualidade. Após alguns shows nos EUA de aquecimento, a banda caiu na estrada e já está a caminho do nosso Brasil para estrear seu poderoso show em nossas terras. Vejamos um set list recente, praticado em um show em Nevada, EUA, no mês de julho (entre parênteses o nome do álbum onde a música foi lançada):

1 - "Imperium" ("Through The Ashes Of Empires")
2 - "Beautiful Mourning" ("The Blackening")
3 - "Ten Ton Hammer" ("The More Things Change...")
4 - "Now I Lay Thee Down" ("The Blackening")
5 - "The Blood, The Sweat, The Tears" ("The Burning Red")
6 - "Locust" ("Unto The Locust")
7 - "Aesthetics of Hate" ("The Blackening")
8 - "Old" ("Burn My Eyes")
9 - "Bulldozer" ("Supercharger")
10 - "Struck A Nerve" ("The More Things Change...")
Bis:
11 - "Halo" ("The Blackening")
12 - "Davidian" ("Burn My Eyes")

Está me parecendo um set list curto, mais baseado no último disco; eu acredito que a banda deverá adicionar mais canções nos shows aqui no Brasil. Aposto em algumas canções que gosto e que ao vivo ficarão de matar: "Blood For Blood", "None But My Own", "Take My Scars", "Seasons Wither". Com estas, o show ficará arrasador!

Alguns vídeos ao vivo da banda:
"Locust":


"Aesthetetics Of Hate" (com participação de James Hetfield, do Metallica):



"Witching Hour", com o Slayer:

"Imperium":


Acompanhe as novidades do blog pelas redes sociais: Facebook, Twitter, Tumblr. Em breve, falaremos sobre o show do Pearl Jam que acontecerá em novembro. Aguarde!!

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