Já passamos a limpo os lançamentos do ano de 1969, e agora chegou a vez de rever os grandes lançamentos de 40 anos atrás - o ano de 1979! Tivemos disco music, tivemos new wave, grandes bandas de rock sofrendo mudanças para se adaptar às mudanças do mercado fonográfico, e um movimento que levaria o heavy metal para seu auge de popularidade na próxima década - o movimento New Wave Of Brittish Heavy Metal. Apertem os cintos e vamos viajar no tempo, 40 anos atrás - vamos lá!!
O ano de 1979 pode ser considerado um ano de renovação, especialmente no Brasil, pois tivemos um novo presidente - João Baptista de Figueiredo (eleito indiretamente, claro; ainda estávamos na ditadura militar), e esse presidente sancionou a Lei da Anistia, ampla geral e irrestrita. Se trouxe de volta diversas pessoas que foram expulsas do país ou fugiram com medo da repressão, também livrou da cadeia muitos torturadores e perseguidores do regime, que até hoje não pagaram por seus crimes.
Outro país que viveu novos ares foi o Irã. Logo no começo do ano, o Xá do Irã, Reza Pahlevi, fugiu do país, pois já não tinha controle sobre o Exército e a população, na sua maioria islâmica, já apoiava o Aiatolá Khomeini. A revolução foi uma questão de tempo e aconteceu no dia 01 de Fevereiro deste ano de 1979. Pouco depois, a Embaixada dos EUA foi alvo de protestos por estudantes: os iranianos exigiam que os norte-americanos devolvessem o Xá, para que este pudesse pagar pelos seus crimes contra o país. Os estudantes acabaram invadindo a embaixada, fazendo 52 reféns durante 444 dias. Os EUA chegaram a tentar invadir a embaixada novamente, para libertar os reféns, sem sucesso. Somente após a assinatura de um acordo de paz foi possível libertar os reféns, em janeiro de 1981. Recentemente, o filme "Argo", estrelado e dirigido por Ben Afleck, contou um pouco dessa história - recomendo o filme, muito bom.
Também tivemos mudanças na Inglaterra, com a posse de Margareth Tatcher como primeira ministra - a dama de ferro ficou no poder até 1990 - e no Cambodja, com a queda de Pol Pot. Ele foi um dos responsáveis por um grande massacre no país, entre 1975 e 1979.
No cinema, tivemos excelentes filmes lançados: "Alien, O Oitavo Passageiro", "Alcatraz - Fuga Impossível", "Hair", "Kramer Vs. Kramer", "A Vida de Brian", "Star Trek", "Apocalypse Now" e "Rocky II". Um grande ano para a sétima arte. Na música, tivemos a morte de Sid Vicious. Ele matou sua namorada, Nancy Spungen, chegou a ser preso, mas foi libertado sob fiança. Acabou morrendo vítima de uma overdose de heroína. Ainda na música, tivemos a primeira demonstração de uma tecnologia que iria revolucionar a música: a Philips demonstra o Compact Disc - CD - pela primeira vez. Até hoje, esses disquinhos me fascinam!!
Outro país que viveu novos ares foi o Irã. Logo no começo do ano, o Xá do Irã, Reza Pahlevi, fugiu do país, pois já não tinha controle sobre o Exército e a população, na sua maioria islâmica, já apoiava o Aiatolá Khomeini. A revolução foi uma questão de tempo e aconteceu no dia 01 de Fevereiro deste ano de 1979. Pouco depois, a Embaixada dos EUA foi alvo de protestos por estudantes: os iranianos exigiam que os norte-americanos devolvessem o Xá, para que este pudesse pagar pelos seus crimes contra o país. Os estudantes acabaram invadindo a embaixada, fazendo 52 reféns durante 444 dias. Os EUA chegaram a tentar invadir a embaixada novamente, para libertar os reféns, sem sucesso. Somente após a assinatura de um acordo de paz foi possível libertar os reféns, em janeiro de 1981. Recentemente, o filme "Argo", estrelado e dirigido por Ben Afleck, contou um pouco dessa história - recomendo o filme, muito bom.
Também tivemos mudanças na Inglaterra, com a posse de Margareth Tatcher como primeira ministra - a dama de ferro ficou no poder até 1990 - e no Cambodja, com a queda de Pol Pot. Ele foi um dos responsáveis por um grande massacre no país, entre 1975 e 1979.
No cinema, tivemos excelentes filmes lançados: "Alien, O Oitavo Passageiro", "Alcatraz - Fuga Impossível", "Hair", "Kramer Vs. Kramer", "A Vida de Brian", "Star Trek", "Apocalypse Now" e "Rocky II". Um grande ano para a sétima arte. Na música, tivemos a morte de Sid Vicious. Ele matou sua namorada, Nancy Spungen, chegou a ser preso, mas foi libertado sob fiança. Acabou morrendo vítima de uma overdose de heroína. Ainda na música, tivemos a primeira demonstração de uma tecnologia que iria revolucionar a música: a Philips demonstra o Compact Disc - CD - pela primeira vez. Até hoje, esses disquinhos me fascinam!!
Agora chega de papo e vamos aos grandes lançamentos de 1979!!
Scorpions - "Lovedrive" - este foi o primeiro álbum dos Scorpions a contar com o guitarrista Matthias Jabs e que iniciou a fase onde a banda combinava seu hard rock com baladas açucaradas. Bem, neste álbum em especial, tivemos também a participação do guitarrista Michael Schenker. Ele tinha acabado de sair do UFO e gravou algumas partes de guitarra no disco, além de ter composto "Coast To Coast" e "Holiday" junto com o irmão Rudolph Schenker. Aliás, a extensão da participação de Michael neste álbum tem sido motivo de polêmica, já que ele afirma ter participado muito mais das gravações e não ter sido devidamente creditado. Enfim, o importante é que o resultado ficou excelente, iniciou a fase de sucesso dos Scorpions nos EUA e fez a banda se tornar um dos grandes grupos de rock dos anos 80. Destaque para as faixas "Loving You Sunday Morning", "Always Somewhere", "Coast To Coast" e "Holiday". O disco conseguiu a 55ª posição na parada norte-americana e alcançou disco de ouro. Os próximos álbuns da banda iriam fazer ainda mais sucesso, acompanhe toda essa história ano a ano nesta série de posts - confira na página Túnel do Tempo!!
Accept - "Accept" - álbum de estreia desta banda alemã que seria tão importante e influente na cena metal. Aqui, a banda ainda não praticava a sonoridade pela qual ficou famosa, ainda estavam descobrindo o melhor caminho a seguir. Tanto que neste primeiro álbum, o baixista Peter Baltes assume o vocal em duas faixas ("Seawinds" e "Sounds Of War"), e o vocalista Udo Dirkschneider não tinha ainda seu vocal tão rasgado como acabou conhecido. O baterista que gravou o álbum, Frank Friedrich, não quis continuar na banda e antes mesmo deste disco ser lançado, saiu da banda, sendo substituído por Stefan Kauffman (Stefan ficaria na banda durante toda a fase áurea). Os destaques ficam com a abertura com "Lady Lou", a balada "Seawinds" (uma das que o baixista canta), "Free Me Now" e "Helldriver". Os próximos lançamentos do Accept iriam encorpar, ganhar qualidade e trazer fãs para a banda, que cresceria rapidamente, alcançando sucesso na primeira metade dos anos 80. Atualmente, a banda mantém somente o guitarrista Wolf Hoffmann da formação mais clássica. A baixa mais recente foi o baixista Peter Baltes, que resolveu mudar de vida. Só o tempo dirá se a banda irá manter sua qualidade e sua pegada!
UFO - "Strangers In The Night" - como foi falado acima, Michael Schenker saiu do UFO no ano anterior, 1978, no meio da turnê de divulgação do álbum "Obsession". Antes de sair, diversas apresentações da turnê foram gravadas e transformadas neste fantástico álbum ao vivo, que traz a banda no auge, explorando um repertório explosivo com maestria. A abertura com "Natural Thing" já mostra a banda cuspindo maribondos, e a intensidade da performance só aumenta nos clássicos "Doctor Doctor", "Lights Out" e "Rock Bottom", e também em faixas menos conhecidas porém intensas como "Only You Can Rock Me", "Too Hot To Handle" e "Let It Roll". Após a saída de Schenker, o UFO arranjou rapidamente um substituto: o guitarrista Paul Chapman. Entretanto, os próximos álbuns da banda não conseguiram repetir o sucesso dos anteriores, e também ficaram bem aquém no quesito qualidade. Nos anos 90, Michael Schenker retornaria à banda em algumas oportunidades, mas deixaria o grupo também. Enfim, no começo dos anos 2000, a banda encontrou um belo substituto: o guitarrista Vinnie Moore. Recentemente, a banda anunciou uma turnê de despedida, já que o vocalista Phil Mogg anunciou que não deseja continuar excursionando. Uma pena, porém um descanso merecido após mais de 40 anos de serviços prestados ao rock!!
Bad Company - "Desolation Angels" - depois de um álbum que não entrou no Top 10 das principais paradas ("Burnin' Sky", de 1977), o Bad Company voltou ao sucesso maior com este álbum de estúdio, que alcançou a terceira posição da parada norte-americana e a décima posição na parada britânica, além de duplo disco de platina. O sucesso se deu graças a dois singles fortes do álbum: a abertura do disco, "Rock 'N' Roll Fantasy", e a canção "Gone, Gone, Gone". Dois rockões de primeira, clássicos da banda com certeza. O álbum realmente trouxe mais força nas composições, e é considerado um dos grandes discos da banda. Outros destaques ficam com as faixas "Evil Wind", "Lonely For Your Love" e "Rhythm Machine". A formação clássica do Bad Company ainda lançaria mais um álbum de estúdio em 1982, e se separaria. Paul Rodgers saiu da banda para seguir carreira solo. A banda seguiu com outros vocalistas, sem o mesmo brilho de outrora. Atualmente, a banda tem excursionado com os membros disponíveis: o vocalista Paul Rodgers e o baterista Simon Kirke. O baixista Boz Burrel faleceu em 2006, vítima de um ataque cardíaco, e o guitarrista Mick Ralphs sofreu um AVC e está se recuperando. Longa vida aos membros restantes, e que continuem mostrando o grande legado do Bad Company!!
Van Halen - "Van Halen II" - depois de uma estreia simplesmente apoteótica, que redefiniu a forma de se tocar guitarra, o Van Halen excursionou com ninguém menos que o Black Sabbath, ganhando tremenda experiência na estrada. Rapidamente, a banda retornou ao estúdio para gravar este segundo álbum, que apesar de não possuir a força do anterior, traz fortes composições e todo o talento de Eddie Van Halen tocando sua guitarra de forma incrível, reforçando sua condição de novo guitar hero do pedaço. Destaque para as canções "You're No Good" (uma cover que ficou conhecida na voz da cantora Linda Ronstadt), "Dance The Night Away" (o principal sucesso do álbum), "Somebody Get Me A Doctor" e "D.O.A.". O álbum aumentou a popularidade do Van Halen, alcançou a sexta posição na parada norte-americana e venderia, ao longo do tempo, cinco milhões de cópias. Um clássico do hard rock completando 40 anos!!
Motörhead - "Overkill" - depois que conseguiram gravar o primeiro álbum, o Motörhead excursionou um pouco para promovê-lo, arranjaram um péssimo empresário, chegaram a se separar, voltaram para o antigo empresário, ufa! Tanta confusão, conseguiram um acordo com a gravadora Bronze Records para lançar um single, uma cover, "Louie, Louie". O dono da gravadora não esperava muito e nem tinha escutado a música (ao escutar, ficou assustado e achou horrível...). Surpreendentemente, o single fez sucesso, rendeu uma apresentação no programa Top Of The Pops, e também o direito de gravar o segundo disco. Agora sim, com um produtor de respeito, Jimmy Miller (produtor de discos clássicos dos Rolling Stones, Traffic, Blind Faith, dentre outros), a banda conseguiu reproduzir em estúdio sua sonoridade, forte e impactante, trazendo um repertório de primeira que marcou toda a carreira da banda. O cartão de apresentação já era a sensacional faixa título, que abre o disco, uma introdução animal do baterista Phil Taylor, e seu final repetindo várias vezes. Os clássicos se acumulam neste grande álbum: "Stay Clean", "Capricorn", "No Class", "Damage Case", "Metropolis", canções marcantes que permaneceram no set list do Motörhead até o final, quando o grande Lemmy faleceu. Não posso dizer que o álbum vendeu milhões de cópias. Ele chegou apenas na 24ª posição da parada britânica. Rendeu um sucesso moderado para a banda, que capitalizou em uma turnê e rapidamente partiu para a gravação do terceiro álbum de estúdio ainda neste ano de 1979 (outro grande disco, "Bomber"; ver mais abaixo). Entretanto, posso dizer com certeza que este álbum do Motörhead (e os demais álbuns da formação clássica) influenciou muitas e muitas bandas da próxima década, nos anos 80, a formarem bandas. A sonoridade rápida da banda foi um dos pilares do thrash metal, a ser criado alguns anos mais tarde por Metallica, Megadeth, Slayer, Exodus e Anthrax. Um dos álbuns mais influentes da história do metal!!
Supertramp - "Breakfast In America" - neste sexto álbum de estúdio, o Supertramp deu uma guinada para uma sonoridade mais pop, em contraste com a levada progressiva dos álbuns mais antigos da banda. A guinada deu muito certo: o álbum se tornou o mais popular da banda, tendo vendido 4 milhões de cópias nos EUA, e tendo atingido o topo dessa parada. O álbum parece mais uma coleção de sucessos, de tão numerosos e famosos são os singles tirados do disco. Destaque para as faixas "The Logical Song", "Goodbye Stranger", a faixa-título, "Take The Long Way Home" e "Lord Is It Mine". Este foi o auge da carreira do Supertramp, que atravessaria momentos não tão grandes, e também passaria pela saída de um dos principais compositores da banda, o vocalista Roger Rodgson. Mesmo assim, ainda continuam na ativa, apesar de certa inatividade nos últimos anos, dando tempo para o vocalista Rick Davies se recuperar de um câncer. Longa vida a esses grandes artistas e que escrevam mais capítulos na história do rock!!
(agradeço ao leitor do blog Igor Maxwel por me lembrar de incluir este grande álbum no post. Esquecimento total da minha parte!)
Supertramp - "Breakfast In America" - neste sexto álbum de estúdio, o Supertramp deu uma guinada para uma sonoridade mais pop, em contraste com a levada progressiva dos álbuns mais antigos da banda. A guinada deu muito certo: o álbum se tornou o mais popular da banda, tendo vendido 4 milhões de cópias nos EUA, e tendo atingido o topo dessa parada. O álbum parece mais uma coleção de sucessos, de tão numerosos e famosos são os singles tirados do disco. Destaque para as faixas "The Logical Song", "Goodbye Stranger", a faixa-título, "Take The Long Way Home" e "Lord Is It Mine". Este foi o auge da carreira do Supertramp, que atravessaria momentos não tão grandes, e também passaria pela saída de um dos principais compositores da banda, o vocalista Roger Rodgson. Mesmo assim, ainda continuam na ativa, apesar de certa inatividade nos últimos anos, dando tempo para o vocalista Rick Davies se recuperar de um câncer. Longa vida a esses grandes artistas e que escrevam mais capítulos na história do rock!!
Triumph - "Just A Game" - este terceiro álbum do Triumph foi o primeiro a alcançar um sucesso maior nos EUA, graças a dois de seus singles: "Hold On" e "Lay It On The Line". Musicalmente, foi um álbum de transição, onde a banda estava caminhando para a sua sonoridade mais conhecida, praticada nos anos 80. Aqui, eles ainda se arriscavam no blues, com "Young Enough To Cry", no hard rock mais direto com "American Girls", traziam as influências clássicas de Emmett na instrumental "Fantasy Serenade" e até arriscaram uma levada jazz com "Suitcase Blues". Outro fato que o ouvinte pode estranhar é que os vocais são mais divididos aqui entre o guitarrista Rik Emmett e o baterista Gil Moore. 48ª posição na parada norte-americana e disco de ouro para este belo disco clássico, que completa 40 anos!!
Journey - "Evolution" - este foi o quinto álbum de estúdio da banda. Eles iniciaram a carreira em 1975, após o guitarrista Neal Schon e o tecladista Greg Rolie terem saído da banda Santana. Eles lançaram alguns álbuns sem sucesso, e acabaram trazendo para a banda um novo vocalista, Steve Perry (Greg Rolie era o vocalista até então), também mudando a direção musical, tornando a música do Journey mais acessível. O primeiro lançamento com Perry foi o álbum "Infinity", no ano anterior, 1978. Este álbum continuou nesta levada e aumentou o sucesso do grupo, conseguindo finalmente alcançar o Top 20 da parada norte-americana, com triplo disco de platina ao longo dos anos. Destaque para o clássico "Lovin', Touchin', Squeezin'", e para as faixas "City Of The Angels", "Lovin' You Is Easy" e "Just The Same Way". A banda lançaria mais um álbum e o tecladista Greg Rolie deixaria a banda. O Journey iria fazer ainda mais sucesso na próxima década, com o álbum "Escape", de 1981. Papo para outro post!!
Thin Lizzy - "Black Rose: A Rock Legend" - após o lançamento de "Live And Dangerous", no ano anterior, a banda acabou tendo uma baixa: o guitarrista Brian Robertson, que já tinha deixado a banda em 1977, acabou saindo de vez, após desentendimentos com o baixista e vocalista Phil Lynott. Novamente, Gary Moore foi chamado para cobrir a vaga, e desta vez acabou ficando para gravar este próximo álbum de estúdio. Mantendo o alto nível de composições, acabou se tornando outro grande disco do Thin Lizzy, um dos mais bem sucedidos, alcançando a segunda posição na parada britânica. O álbum traz alguns clássicos da banda, como "Waiting For An Alibi" e "Sarah", além de outras excelente faixas como "Do Anything You Want To", "Got To Give It Up" e a quase faixa-título (quase pois seu nome é um pouco maior: "Róisín Dubh (Black Rose): A Rock Legend"), uma coleção de músicas antigas irlandesas, um tributo à terra natal de Lynott. Lamentavelmente, Gary Moore não ficou muito tempo na banda, e acabou abandonando no meio da turnê. Após alguns substitutos temporários, a banda acabou se acertando com Snowy White, que tinha tocado com o Pink Floyd, e ele gravaria os próximos álbuns com a banda. Confira os posts relativos aos anos seguintes pra saber mais sobre essa história!!
Ramones - "It's Alive" - apesar de lançado neste ano de 1979, este álbum ao vivo dos Ramones ainda conta com o baterista Tommy Ramone e somente conta com material dos três primeiros discos (a banda lançou seu quarto álbum, "Road To Ruin", em 1978, já com Marky Ramone na bateria). O disco foi gravado em 1977, em Londres, no última dia do ano. Trata-se de uma clássica apresentação da banda, com todos os clássicos gravados na época incluídos: "Rockaway Beach", "Teenage Lobotomy", "Blitzkrieg Bop", "Sheena Is A Punk Rocker", "Commando", "Surfin' Bird", "Cretin Hop", um repertório explosivo executado de forma acelerada e sem muitas frescuras, apenas aos gritos de "1 2 3 4" de Dee Dee Ramone introduzindo as músicas. Na época do lançamento, o álbum não fez muito sucesso, mas ao longo dos anos se tornou um dos discos ao vivo mais influentes do rock. Particularmente, eu prefiro o outro álbum ao vivo dos Ramones, "Loco Live", de 1991. Acho que tem mais punch e foi melhor mixado. Inclusive está na minha lista de melhores discos ao vivo de todos os tempos!!
Saxon - "Saxon" - este é o álbum de estreia de um dos pilares do movimento New Wave Of Brittish Heavy Metal (NWOBHM), que também traria diversas outras bandas com ele, incluindo Motörhead, Iron Maiden, Def Leppard, Samson, Angel Witch e diversas outras. Originalmente chamada de Son Of A Bitch, o Saxon foi chamando a atenção no underground até que conseguiu um contrato para gravar seu primeiro disco de estúdio (do movimento, o Saxon foi a primeira banda a conseguir um contrato de gravação com uma gravadora grande). Aqui, a banda ainda estava inexperiente e não teve muita ajuda do produtor, que parecia não saber trabalhar com uma banda de heavy metal. Falta um pouco de punch ao disco, e as canções não mostram a força que a banda já tinha ao vivo. Ainda assim, podemos destacar as faixas "Rainbow Theme", "Frozen Rainbow", "Stallions Of The Highway" e "Backs To The Wall". O Saxon aproveitaria uma vaga na turnê do Motörhead, e essa dupla daria muito o que falar tocando juntos. Eles cresceriam muito nos anos a seguir e se tornariam dois grandes nomes do heavy metal mundial!!
Kiss - "Dynasty" - depois de atravessar a década arrastando multidões para seus shows e ver seus álbuns vender muito, este disco marca o começo do declínio na popularidade do Kiss. Depois de não alcançar um grande sucesso com os quatro discos solo, e do projeto do filme da banda não ter alcançando grande visibilidade, o grupo resolveu escutar pessoas de fora para direcionar sua sonoridade. O resultado é uma tendência disco na faixa de abertura, o clássico "I Was Made For Lovin' You", que fez bastante sucesso na época e conseguiu impulsionar as vendas do álbum, disco de platina e nona posição na parada norte-americana. Mas o disco não é ruim, tem boas canções que se destacam, em especial a cover "2,000 Man", dos Rolling Stones, cantada por Ace Frehley (Ace também assume os vocais em outras duas faixas do álbum), e também as faixas "Sure Know Something" e "Magic Touch". Vale destacar que o baterista Peter Criss mal toca neste álbum (também não tocou no álbum seguinte, "Unmasked") - Anton Fig gravou quase toda a bateria do disco. Criss teria uma atuação sofrível durante a turnê subsequente e acabaria saindo da banda pouco tempo depois. Eric Carr seria seu substituto e ficaria com o Kiss até sua morte, em 1991!!
Dire Straits - "Communiqué" - este segundo álbum de estúdio do Dire Straits foi musicalmente uma continuação do primeiro, seguindo a mesma pegada porém sem uma canção tão forte quanto "Sultans Of Swing", o single que fez a banda famosa. Resumindo, um bom disco, mas sem tanta força quanto o álbum de estreia. Por este motivo, não alcançou posições tão altas como o disco de estreia: apenas 11ª posição nos EUA e Top 5 no Reino Unido, alcançando apenas disco de ouro na parada norte-americana. Os destaques ficam com as faixas "Once Upon A Time In The West", "Where Do You Think You're Going?", "Lady Writer" (a canção mais famosa do disco, lançada como single) e "Portobello Belle". A banda iria mudar de rumo para o próximo álbum, inclusive com mudanças de formação - o irmão de Mark Knopfler, David, sairia da banda. Papo para o post sobre 1980!!
Joy Division - "Unknown Pleasures" - este foi o álbum de estreia do Joy Division, uma banda britânica que ficaria famosa no underground e seria também a base do futuro grupo de new wave New Order. Bernard Sumner na guitarra, Peter Hooks no baixo, Stephen Morris na bateria e Ian Curtis no vocal foi a formação que gravou este álbum, influenciado por Sex Pistols mas com sonoridade pós-punk marcante, quase gótica, produzido por Martin Hannett e que se destacaria muito ao longo do tempo, influenciando muita gente. Os destaques ficam para as faixas "Disorder", "Day Of The Lords", "New Dawn Fades", "She's Lost Control" e "Shadowplay". Após o lançamento do álbum, a banda conseguiu excursionar pela Inglaterra e depois pela Europa, aumentando sua base de fãs e lentamente crescendo sua popularidade. A rotina extenuante de turnês começou a pressionar o vocalista Ian Curtis, que tinha epilepsia e começou a ter ataques constantes, até mesmo no meio dos shows (o que acabou ajudando na sua fama). Alguns shows acabaram sendo cancelados, dadas as condições de saúde do vocalista. Antes do começo de uma turnê pelos EUA, Ian Curtis acabou se suicidando, enforcando-se. Antes disso, a banda tinha gravado seu segundo álbum, "Closer", que acabou lançado depois da morte do vocalista. Após superar o choque pela morte do colega de banda, os remanescentes formaram uma nova banda, o New Order, que guardou pouca semelhança com a sonoridade da banda anterior. Celebremos a música de Ian Curtis e do Joy Division!!
Queen - "Live Killers" - este foi o primeiro disco ao vivo que o Queen lançou em sua carreira, abrangendo canções de praticamente todos os álbuns de estúdio lançados até então, em uma performance intensa que demonstra um pouco o poder de ataque que a banda tinha nos anos 70: uma cozinha excelente formada por Roger Taylor e John Deacon, a guitarra de Brian May detonando tudo, e todos (incluindo o público) sendo regidos por Freddie Mercury. Gravado na perna europeia da turnê do álbum "Jazz", o álbum traz os principais clássicos do Queen: "We Will Rock You" (a versão tradicional e a versão mais rápida, que abre o disco), "Love Of My Life" (esta versão ficou muito conhecida no Brasil, pois foi lançada como single após os shows no Morumbi), "Bohemian Rhapsody", "Tie Your Mother Down" e "We Are The Champions", e muitas outras canções no meio. Sucesso imediato com a terceira posição na parada britânica e Top 20 na parada norte-americana (além de duplo disco de platina). Este álbum pode ser considerado um divisor de águas na carreira da banda: os próximos álbuns de estúdio trariam o Queen flertando com sintetizadores e músicas mais dançantes, preparando a banda para a entrada em uma nova década!!
Samson - "Survivors" - este foi o primeiro álbum de estúdio do Samson, uma das bandas pioneiras do movimento NWOBHM. Formada pelo guitarrista Paul Samson (cujo sobrenome dá nome à banda), Chris Aylmer no baixo e o famoso Thunderstick na bateria (famoso pois seu visual com máscaras foi muito utilizado pela banda, e ele tocava ao vivo em uma jaula). A banda se formou em 1976 e foi batalhando seu lugar ao sol, com algumas mudanças e alguns membros famosos, como é o caso do baterista Clive Burr, que depois acabou entrando no Iron Maiden (o baterista Thunderstick chegou a fazer parte do Iron Maiden antes da banda gravar seu primeiro álbum). Em 1979, a banda finalmente conseguiu um contrato para gravar seu primeiro disco de estúdio, e os vocais acabaram ficando a cargo do próprio Paul Samson (ao contrário do que possa parecer, já que Bruce Dickinson aparece na capa do álbum). Destaque para as faixas "It's Not As Easy As It Seems", "Big Brother" e "Tomorrow Or Yesterday". Logo depois do álbum gravado, a banda convidou Bruce Dickinson para o posto de vocalista, sob o pseudônimo Bruce Bruce. Ele gravou dois álbuns com a banda, antes de atender ao chamado que mudaria sua carreira, se tornando vocalista do Iron Maiden. O resto é história!!
Neil Young - "Rust Never Sleeps" - este álbum foi gravado ao vivo durante a turnê do ano anterior, uma turnê onde Neil Young tocava uma parte do show acústico e outra parte elétrica. O barulho da plateia foi removido ao máximo, dando a impressão de se tratar de um álbum de estúdio. A parte acústica abre o álbum, com o clássico "My My, Hey Hey (Out Of The Blue)", e se encerra com a mesma canção, só que tocada de forma elétrica, assumindo o nome "Hey Hey, My My (Into The Black)". A segunda parte, elétrica, é executada por Neil Young ao lado da Crazy Horse, em sua formação mais clássica: Frank Sampedro na guitarra, Billy Talbot no baixo e Ralph Molina na bateria. Podemos destacar também as canções "Pocahontas", "Powderfinger" e "Sedan Delivery". O disco conseguiu entrar no Top 10 da parada norte-americana e alcançou disco de platina. Neil Young iria atravessar os anos 80 fazendo muito pouco sucesso. Somente em 1989 ele recobraria seus melhores dias e lançaria um álbum digno. Em breve a gente fala sobre o ano de 1989 e conta essa história!!
AC/DC - "Highway To Hell" - depois de fazer muito sucesso em sua terra de origem, Austrália, o AC/DC partiu para a Europa e os EUA para abocanhar os maiores mercados. Foi um trabalho lento e gradual; a banda foi lançando seus álbuns e excursionando intensamente, abrindo para diversas bandas, no intuito de se tornar conhecida e criar uma base de fãs para suportar sua música. Para este álbum, a banda se uniu ao produtor Robert John "Mutt" Lange, com quem ficariam também para os dois próximos discos. Lange conseguiu casar a simplicidade e energia da banda com uma produção cristalina que evidenciou suas qualidades e elevou seu patamar em diversos degraus. O resultado foi um álbum excelente, empolgante do início ao fim, que se tornou um dos álbuns mais influentes da história do rock. Basta a faixa-título, que abre o disco, para você se render totalmente ao AC/DC e bater cabeça intensamente, empolgado com o riff épico e a levada rítmica contagiante. E por aí vai, em canções marcantes tais quais "Girls Got Rhythm", "Walk All Over You", "Touch Too Much", "Shot Down In Flames" (uma de minhas preferidas), "If You Want Blood (You Got It)", clássicos eternizados neste grande disco de rock. A qualidade do álbum levou o AC/DC a alcançar, finalmente, uma boa posição na parada norte-americana: 17ª posição, e sete discos de platina ao longo do tempo. A banda excursionou bastante para promover o álbum, e quando finalmente se preparava para gravar seu sucessor, a tragédia atingiu o grupo em cheio: o vocalista Bon Scott foi encontrado morto dentro de um carro, depois de uma noite de bebedeira. O motivo da morte foi intoxicação com seu próprio vômito. Uma perda gigante para o mundo do rock, que o AC/DC acabou superando no ano seguinte, com o substituto Brian Johnson e um álbum que iria quebrar todos os recordes de vendas. Papo para o próximo post!!
Rainbow - "Down To Earth" - depois de ter lançado três álbuns grandiosos ao lado de Ronnie James Dio, Ritchie Blackmore resolveu apostar em uma sonoridade mais comercial para o Rainbow, para tentar abocanhar o grandioso mercado norte-americano. Dio não quis saber disso e rapou fora (ele iria se juntar ao Black Sabbath e iniciar outra fase de grandiosidade em sua carreira). O tecladista David Stone e o baixista Bob Daisley também foram dispensados, restando apenas o baterista Cozy Powell. Blackmore chamou os camaradas ex-Deep Purple para a nova empreitada: Roger Glover aceitou, e assumiu a produção; Ian Gillan deu um sonoro não, então a vaga de vocalista sobrou para Graham Bonnet, um ilustre desconhecido até então. Também se juntou ao projeto o tecladista Don Airey (que curiosamente entraria no Deep Purple um tempão depois, pra substituir Jon Lord). E o álbum abre com uma pegada meio Deep Purple, com a faixa "All Night Long", uma das melhores do disco. Destaque também para as faixas "Eyes Of The World", "Makin' Love", "Since You Been Gone" e "Danger Zone". A banda caiu na estrada, fez muitos shows e fechou em grande estilo a primeira edição do Festival Monsters Of Rock de 1980. Lamentavelmente, Blackmore queria algo ainda mais pop, já que este álbum não fez muito sucesso nos EUA. E esse desejo acabou alienando Cozy Powell, que saiu da banda (e acabou entrando no Michael Schenker Group pouco tempo depois). O vocalista Graham Bonnet também saiu, e as mudanças se consolidariam para os próximos álbuns. Confira o post sobre o ano de 1981 para mais sobre esta história!!
Michael Jackson - "Off The Wall" - o blog sai um pouco do rock para citar um dos álbuns do artista mais bem sucedido de todos os tempos, em termos de venda de álbuns. Este álbum não foi o primeiro solo de Michael Jackson, mas foi o que chamou a atenção do mundo para sua carreira solo, que decolaria vertiginosamente no próximo álbum de estúdio, o álbum mais vendido de todos os tempos, "Thriller". Podemos considerar este álbum um capítulo anterior, onde Michael ainda está com o pé no funk e na soul music e explora sua musicalidade de forma livre, aproveitando a produção caprichada de Quincy Jones. O carro-chefe do álbum é a canção de abertura, "Don't Stop 'Til You Get Enough" (para quem não está reconhecendo pelo nome, a canção que abria o programa "Vídeo Show", na Rede Globo), que rendeu um Grammy para Michael e puxou as vendas lá pra cima, levando o álbum para a terceira posição na parada norte-americana e a um total de oito milhões de cópias vendidas ao longo do tempo. Além da faixa já citada, podemos citar também a faixa-título, a faixa "Rock With You" e a parceria de composição com Paul McCartney na canção "Girlfriend" (eles lançariam outra canção juntos, "Say Say Say"). Michael Jackson iria vender muito na década de 80 (mais do que qualquer outro artista), mas suas excentricidades também ficariam conhecidas, e ele acabou falecendo em junho de 2009, vítima de seu vício em anestésicos. Deixou um grande legado que deve ser explorado, em especial seu trabalho nos anos 70!!
Led Zeppelin - "In Through The Out Door" - em 1977, no meio de uma turnê norte-americana, o vocalista Robert Plant recebeu a triste notícia da morte de seu filho. A notícia caiu como uma bomba sobre a banda: o restante da turnê foi cancelada, e eles deram um tempo para Plant se recuperar. O Led Zeppelin só voltou a pensar em gravar este álbum no ano seguinte, 1978, quando ensaiaram e, mais para o fim do ano, gravaram em um estúdio na Suécia. As gravações foram marcadas por ausências de Jimmy Page e John Bonham, que estavam envolvidos com álcool e heroína. John Paul Jones e Robert Plant dominaram as composições. Talvez por este motivo o disco tenha uma sonoridade mais experimental, fugindo um pouco do som pesado tradicional dos primeiros álbuns. Os teclados de Jones estão mais presentes também. Claro que, ainda assim, temos um grande disco aqui, com alguns clássicos presentes, tais como "In The Evening", "Carouselambra" e "All My Love". O álbum alcançou sucesso após seu lançamento: topo das principais paradas (norte-americana e britânica) e seis discos de platina ao longo de sua história. Lamentavelmente, seria o último álbum de estúdio do Led Zeppelin (sem considerar o álbum póstumo "Coda", com sobras de estúdio). A banda ainda conseguiu realizar algumas apresentações ao vivo, na Europa, mas pouco antes da turnê norte-americana, durante os ensaios, após consumo maciço de álcool, o baterista John Bonham faleceu intoxicado com seu próprio vômito. A banda decidiu não continuar sem Bonham e encerrou as atividades. Um dos maiores grupos de rock de todos os tempos!!
Judas Priest - "Unleashed In The East" - aproveitando a onda heavy metal que ressurgia, o Judas Priest lançou este álbum ao vivo recheado de clássicos gravados até então, incluindo "Exciter", "Sinner", "The Ripper", "The Green Manalish (With The Two Prong Crown", "Diamonds And Rust", uma coleção impressionante de canções em versões incendiárias e definitivas que levaram a banda ao Top 10 da parada britânica e ao Top 100 da parada norte-americana, conseguindo inclusive um disco de platina. Foi o último lançamento da banda com o baterista Les Binks, que não estava satisfeito com a direção musical da banda. Seu substituto foi Dave Holland, ex-Trapeze, que ficaria até 1988 na banda (Dave acabou preso, acusado de abuso de um menor; ele faleceu no ano passado). Era o começo de uma era de grande sucesso para o Judas Priest, que lançaria um disco melhor que o outro na sequência. Confira os posts sobre os próximos anos para acompanhar essa história!!
The Police - "Reggatta De Blanc" - este segundo álbum de estúdio do The Police iniciou uma sequência impressionante de álbuns que chegaram ao topo da parada britânica - um total de quatro até o fim da carreira da banda. O álbum consolidou a fama da banda e sua musicalidade, misturando rock com reggae e new wave, adicionando outro clássico ao seu repertório - a impressionante abertura com "Message In A Bottle". Além disso, a faixa-título, uma música instrumental, ganhou o Grammy do ano seguinte como melhor faixa instrumental de rock. Podemos também destacar as faixas "Walking On The Moon" e "The Bed's Too Big Without You". Tudo isso abriu as portas para a banda, que iniciou em 1980 sua primeira turnê mundial. O sucesso do grupo iria aumentar até o final da carreira, em 1986. Uma turnê de reunião em 2007 e 2008 matou um pouco a curiosidade dos velhos fãs e da nova geração, que nunca tinha visto a banda em ação. Desde então, o gigante voltou a adormecer. Quem sabe um dia o The Police volte a acordar!
Fleetwood Mac - "Tusk" - depois do sucesso estrondoso do álbum "Rumours", o principal compositor do Fleetwood Mac, Lindsey Buckingham, resolveu romper com a sonoridade e tentar produzir algo bem diferente, já absorvendo influências de novas bandas do pós-punk, tais quais Talking Heads, The Police e outras. Apesar dessa quebra de paradigma, e sendo um disco duplo, o álbum acabou sendo bem sucedido, alcançando a quarta posição na parada norte-americana e o topo da parada britânica, chegando a disco duplo de platina. Ainda assim, foi criticado por não seguir a fórmula do disco anterior e ficar alguns degraus abaixo. Destaque para as faixas "Over & Over", "Think About Me", "Sara" e "Sisters Of The Moon". Após uma longa turnê promovendo o álbum, os membros da banda partiriam para a gravação de álbuns solo e só retornariam em 1982, com o álbum "Mirage". Atualmente, a banda segue na ativa, mas resolveu se separar de Lindsey Buckingham. Ele foi substituído pelos guitarristas/vocalistas Mike Campbell (ex-Tom Petty & The Heartbreakers) e Neil Finn (ex-Crowded House). Agora que aproveitaram músicas da banda para abertura de novela, quem sabe não vejamos o Fleetwood Mac excursionando no Brasil? A esperança ainda existe!!
Motörhead - "Bomber" - após a turnê de promoção do álbum "Overkill" (ver mais acima), o Motörhead retornou ao estúdio com o mesmo produtor (Jimmy Miller) para gravar seu terceiro disco, o segundo neste ano de 1979, e conseguiu superar o sucesso do anterior, alcançando a 12ª posição na parada britânica. O álbum não tem tanta força e qualidade quanto o lançado no começo do ano, mas traz diversas canções clássicas e, atualmente, já é considerado um grande álbum da banda. Lemmy, Phil e Eddie reclamaram bastante do produtor, que segundo eles estava viciado em heroína (Jimmy Miller produziu o clássico "Exile On Main St.", dos Rolling Stones, e muitos dizem que ele se viciou durante essas gravações), e também reclamaram de não terem testado as canções durante a turnê (partiram para a gravação deste álbum muito rápido, sem tempo para experimentações). De qualquer forma, temos grandes faixas por aqui: "Dead Men Tell No Tales" (uma canção anti-heroína, talvez em homenagem ao produtor), "Sweet Revenge", "Stone Dead Forever" e a grandiosa faixa-título, que sempre foi presente nos shows da banda. A turnê de promoção deste álbum contou com o Saxon como banda de abertura e também contou com um jogo de iluminação imitando um bombardeiro. A banda seguiria com toda a força e lançaria outro grande clássico no próximo ano!!
Whitesnake - "Lovehunter" - apenas o segundo álbum do Whitesnake, e a banda já conseguiu entregar um de seus melhores discos, com grande produção de Martin Birch e performances memoráveis de Neil Murray, Bernie Marsden, Micky Moody e, claro, David Coverdale. Logo de cara, na abertura, uma das melhores músicas do álbum, "Long Way From Home", com um refrão que te faz cantar junto sempre. A seguir, o clássico "Walking In The Shadow Of The Blues", riff empolgante, lamentavelmente uma canção que não tem mais presença nos set lists recentes do grupo. Outros destaques deste grande álbum incluem "Medicine Man", a faixa-título e "We Wish You Well". A banda ainda não era popular nesta época, estava construindo sua história e sua reputação, e este discaço ajudou muito: Top 30 na parada britânica, abrindo as portas para uma longa excursão e vaga no festival Reading, em 1980. Os próximos álbuns da banda iriam tornar a banda muito conhecida, mas somente na Inglaterra. Eles ainda teriam um longo caminho até conseguir sucesso nos EUA. Confira os posts de 1984 e 1987 e saiba mais sobre essa história!!
Aerosmith - "Night In The Ruts" - neste sexto álbum de estúdio da banda, tivemos a primeira baixa na banda: o guitarrista Joe Perry brigou com Steven Tyler e saiu do grupo, forçando-os a completar o trabalho de guitarras com outros integrantes (Brad Whitford, Richie Supa e o futuro substituto de Perry, Jimmy Crespo). O que aconteceu foi: a banda estava gravando o disco, e estava com apenas metade do trabalho pronto, e foi obrigada a retornar pra estrada, pra fazer grana. Em um dos shows, a esposa de Perry brigou com a esposa do baixista Tom Hamilton, e uma discussão áspera entre Joe e Steven acabou causando a saída do guitarrista. Apesar da briga e da saída de Perry, temos um bom disco, hard rock conciso e de primeira, com os vocais sempre de qualidade de Steven Tyler, trabalho de guitarras de Joe Perry e Brad Whitford (Perry já tinha completado suas partes em metade das faixas) e a cozinha com Tom Hamilton e Joey Kramer. Destaque para as faixas "No Surprize", "Remember (Walking In The Sand)" (uma cover da banda The Shangri-Las) e "Three Mile Smile". A popularidade da banda já estava em declínio, e o álbum demorou para conquistar disco de ouro, ficando apenas na 14ª posição da parada norte-americana. O sucesso só retornaria no meio da década seguinte, quando Joe Perry e Brad Whitford (Whitford saiu quando o grupo começou a gravar o álbum seguinte, "Rock In A Hard Place", em 1981) retornaram ao grupo. O post sobre o ano de 1985 fala um pouco sobre isso!
Pink Floyd - "The Wall" - este foi um tremendo álbum conceitual (também chamado de ópera rock por muitos), um disco duplo com o conceito girando em torno de um rock star chamado Pink - há quem diga que este personagem seria baseado talvez em Syd Barret, mais provavelmente no próprio Roger Waters. O disco percorre toda a história do personagem, desde sua infância, com os abusos de professores, sua mãe excessivamente protetora, problemas de relacionamento e vai culminando com a construção de um muro que isola o personagem do convívio com a sua família e a sociedade. O disco foi quase que totalmente composto por Roger Waters, com participações de David Gilmour em algumas canções ("Young Lust", "Comfortably Numb" e "Run Like Hell"). A produção ficou a cargo de Bob Ezrin (trabalhou com Alice Cooper, Aerosmith e Kiss antes), com Waters e Gilmour co-produzindo ao lado de James Guthrie (participaria da produção de diversos álbuns do Floyd posteriormente). Durante as gravações, o tecladista Richard Wright saiu da banda, retornando para a turnê como músico contratado (vejam como estava mandão Waters na época...). Apesar dos conflitos internos entre a banda estarem bastante evidentes na época, o disco foi um sucesso estrondoso: alcançou o topo da parada americana (e o topo de muitas outras paradas pelo mundo afora) e vendeu mais de 11 milhões de cópias - um grande feito para um álbum duplo. O projeto acabou evoluindo e se tornou um filme, lançado em 1982 e dirigido por Alan Parker. Depois de tudo isso, um último álbum do Pink Floyd, "The Final Cut", seria lançado em 1983, com parte da formação original - Wright já tinha saído. Muita briga pelo direito de usar o nome da banda acabou esfacelando esta grandiosa banda de rock progressivo, que deixou sua marca indelével na história do rock!!
Prezados leitores, mais um post histórico, relembrando os grandes lançamentos de um ano, chega ao fim. Fizemos uma viagem no tempo, 40 anos atrás, e vimos muitas bandas em processo de mudança e adaptação, e também vimos o começo do ressurgimento do heavy metal através do movimento New Wave Of Brittish Heavy Metal (NWOBHM). Espero que tenham gostado. Deixem suas impressões e os discos que sentiram falta.
Um abraço rock and roll e até a próxima!!