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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

1999 - O auge do new metal

Enfim chegou a hora de falar sobre o ano de 1999, em mais um post da série que relembra os lançamentos de anos passados. Voltaremos vinte anos no tempo e falaremos de alguns dos principais lançamentos do rock. Aproveite e também confira os posts sobre os anos de 1969, 1979 e 1989 (e também os lançamentos nacionais de 1989).

No post sobre 1998, falamos sobre a eleição, para segundo mandato, do presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele já enfrentava uma crise econômica no final do ano anterior, que se agravou com a mudança do câmbio e a desvalorização do real. Este segundo mandato de FHC foi bem turbulento, com escândalos nas privatizações e piora nos índices econômicos, com mais desemprego e inflação também aumentando.
Lá fora, a vida também não estava fácil para o presidente dos EUA, Bill Clinton. Logo no começo do ano, foi aberto processo de impeachment contra ele, graças ao escândalo sexual provocado pelo seu envolvimento com a estagiária Monica Lewinsky. O senado norte-americano acabou absolvendo Clinton, que se manteve até o final de 2000 no poder.
Foi nos EUA um dos fatos mais marcantes deste ano: o massacre em Columbine. Dois alunos mataram 10 colegas na escola de mesmo nome, e depois cometeram suicídio. Muitos buscaram motivação nos artistas e filmes preferidos da dupla, mas a verdade é que o fácil acesso a armas com grande poder de fogo e sua condição psicótica foram determinantes para o massacre. Um documentário sobre o massacre, produzido por Michael Moore, acabou sendo o vencedor do Oscar da categoria no ano de 2003.
Apesar de importantes, os fatos acima não chamaram tanto a atenção quanto o "bug do ano 2000", um problema que prometia afetar sistemas mundo afora graças a uma economia no armazenamento de datas (os sistemas só armazenavam dois dígitos). Muitos chegaram a acreditar que o mundo iria acabar por conta de falta de energia elétrica, mísseis nucleares sendo disparados acidentalmente e coisas piores imaginadas. No final das contas, o mundo saiu praticamente ileso desse problema.
No cinema, este ano de 1999 ficou marcado com um dos melhores para o cinema brasileiro: o filme "Central do Brasil" venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e também foi indicado para Melhor Filme Estrangeiro no Oscar do mesmo ano. Fernanda Montenegro conseguiu uma indicação para Melhor Atriz, mas não levou (ela perdeu para Gwyneth Paltrow...).
Os principais filmes do ano foram "Star Wars - Episódio I - A Ameaça Fantasma" (amaldiçoado pelos fãs antigos da franquia), "Matrix" (filme que revolucionou o cinema, em especial os efeitos especiais), "A Múmia", "Beleza Americana" (um dos melhores), "O Suspeito da Rua Arlington" (um thriller excelente, recomendo), "O Sexto Sentido", "Detroit Rock City" (um filme que conta a saga de alguns garotos tentando ir a um show do Kiss), "Clube da Luta" (revolucionário e até hoje marcante), "Meninos Não Choram" (uma atuação soberba de Hilary Swank), "O Colecionador de Ossos", "Dogma" (filme que conta com Alanis Morissette no elenco), "À Espera de um Milagre", "O Mundo de Andy" (filme com Jim Carrey, que conta com música do R.E.M. na trilha sonora), "O Talentoso Sr. Ripley" e "Hurricane - O Furacão" - ufa, um ano muito produtivo para o cinema!!
Na música, tivemos a terceira edição do festival Woodstock, no estado de Nova Iorque, EUA, e as mortes do ex-baterista do Megadeth, Gar Samuelson, e do produtor Bruce Fairbairn (produtor de álbuns de muito sucesso como "Slippery When Wet", do Bon Jovi; "Get A Grip", do Aerosmith; e "The Razors Edge", do AC/DC).

Chegou a hora então de reviver os principais lançamentos musicais de 1999. Vamos lá!!

The Black Crowes - "By Your Side" - este foi o quinto álbum de estúdio dos Black Crowes, e marca uma mudança de formação, com a saída do guitarrista Marc Ford e do baixista Johnny Colt, sendo substituídos por Audley Freed e Sven Pipien, respectivamente. Freed não participou das gravações; as guitarras ficaram todas a cargo de Rich Robinson. Produzido por Kevin Shirley, foi o álbum com a pior colocação nas paradas, em um momento de baixa popularidade da banda. Apesar do pouco sucesso, o disco traz qualidades inegáveis, com composições fortes e performances encorpadas dos irmãos Robinson. Destaque para as faixas "Kickin' My Hear Around", a faixa-título, "Only A Fool" e "Diamond Ring". A banda excursionou um pouco para promover o álbum, mas o maior evento deste ano de 1999 para os Black Crowes foi tocar duas noites - uma em New York e outra em Los Angeles - com o guitarrista Jimmy Page. A química aconteceu entre os músicos, e felizmente as apresentações foram gravadas e lançadas em um álbum duplo ao vivo recheado de clássicos do Led Zeppelin muito bem interpretados. Acabou servindo como um renascimento na popularidade da banda, que ainda produziria bem na década de 2000, antes de implodir com a briga entre os irmãos Robinson. Uma pena!

Motörhead - "Everything Louder Than Everyone Else" - apesar deste álbum ao vivo não ter sido o primeiro da carreira do Motörhead (foi o quarto), foi o primeiro a incluir um show inteiro, nada menos que 25 músicas! Todos os clássicos foram incluídos, e algumas músicas do último álbum de estúdio - "Snake Bite Love" - também marcaram presença. O show foi gravado em Hamburgo, na Alemanha, e traz o power trio em toda a sua forma crua, sem overdubs ou ajustes - o que você escuta, aqui, é a banda realmente tocando ao vivo; toda a potência sonora do Motörhead em seus ouvidos. Claro que este não é o melhor álbum ao vivo da banda - "No Sleep 'Til Hammersmith" ainda é o melhor - mas este é um disco que representa bem essa fase da banda como power trio - fase que seguiu até os últimos dias de Lemmy. Escute em alto e bom som e não se arrependa!!

Burn The Priest - "Burn The Priest" - muitos podem estranhar esse álbum, mas ele simplesmente foi o primeiro disco da banda que ficaria conhecida nos anos seguintes como Lamb Of God. Musicalmente, os elementos já estavam todos ali, com um groove metal quase beirando o death metal, os vocais extremos de Randy Blythe e a cozinha visceral composta por Chris Adler e John Campbell. As guitarras ficaram a cargo de Mark Morton e de outro guitarrista, Abe Spear. Destaque para as faixas "Bloodletting", "Resurrection #9", "Lies Of Autumn" e "Buckeye". Após o lançamento do álbum, Spear saiu da banda, sendo substituído pelo irmão mais novo do baterista Chris Adler, Will Adler. Com a nova formação, e para evitar que fossem confundidos com uma banda de temática satânica, eles mudaram para o nome que são conhecidos hoje: Lamb Of God. O começo da história desses gigantes do groove metal, vinte anos atrás!!

Kreator - "Endorama" - este foi o último álbum da fase experimental do Kreator, um álbum onde a banda explorou influências industriais, góticas e variou muito sua sonoridade, fugindo do thrash metal da década anterior. Também foi o último disco a contar com os serviços do guitarrista Tommy Vetterli, que sairia da banda logo depois da turnê promocional do álbum. Destaque para as faixas "Golden Age", a faixa-título (com a participação do vocalista do Lacrimosa, Tilo Wolff), "Everlasting Flame" e "Future King". A fuga da sonoridade tradicional e o experimentalismo levaram o Kreator a baixas vendas e diminuição da popularidade. Após a troca de guitarrista, a banda resolveu retomar a sonoridade mais pesada e se reencontrou com seu público, recuperando a popularidade e a relevância musical para os anos 2000!!

Black Label Society - "Sonic Brew" - Zakk Wylde tentou a sorte com a banda Pride & Glory, não deu certo; tentou uma carreira solo, lançando o álbum "Book Of Shadows", e também não deu muito certo. Ao lado do baterista Phil Ondich, Zakk partiu para a gravação de mais um álbum, dessa vez tocando todos os instrumentos e também cantando (menos a bateria, claro). Musicalmente, Wylde resolveu ser mais conservador, mantendo a sonoridade do álbum mais próxima do heavy metal que ele tocou com Ozzy Osbourne - com fortes influências de Black Sabbath. Essa sonoridade seria a marca registrada da banda que se formaria a partir de então. Além de Ondich, juntou-se a Zakk o baixista John DeServio e o guitarrista Nick Catanese, velhos parceiros em empreitadas anteriores. Batizaram a banda de Black Label Society e fizeram uma capa inspirada na marca de whisky (a empresa Johnnie Walker depois mandou a banda trocar a capa). Destaque para as faixas "Bored To Tears", "Born To Lose", "Low Down" e "Spoke In The Wheel". O álbum foi lançado primeiramente no Japão, e demorou a ser lançado nos Estados Unidos. Quando foi lançado, a banda incluiu duas faixas extras: "Lost My Better Half" e uma versão para "No More Tears", com participação do baixista Mike Inez (Mike e Zakk gravaram a versão original no álbum de mesmo nome de Ozzy Osbourne). Aí está, o começo da carreira desta banda tão importante nos dias atuais!

S.O.D. - "Bigger Than The Devil" - este foi o segundo álbum de estúdio do Stormtroopers Of Death, a banda paralela de Scott Ian e Charlie Benante, do Anthrax, ao lado de Dan Lilker e Billy Milano. O bom humor da banda continuava em alta, começando pela capa, parodiando Iron Maiden, seguindo pelo título do disco, uma brincadeira com a famosa frase de John Lennon ("somos maiores que Jesus Cristo"), e as brincadeiras e referências não param por aí: temos canções com nomes sugestivos como "Celtic Frosted Lakes" e "Seasoning The Obese", brincando com bandas que influenciaram os membros (Celtic Frost e Slayer). Musicalmente, a banda continuou a praticar seu crossover de thrash metal com hardcore com muita propriedade, variando o peso com a velocidade, com fortes pitadas de humor. Destaque para as faixas "Kill The Assholes", "Monkeys Rule", "Shenanigans" e "Aren't You Hungry" (esta muito parecida com "Imitation Of Life", do Anthrax). Um álbum para agitar do início ao fim!! A banda ainda lançaria mais um álbum de estúdio, em 2007, mas não voltaria mais à ativa. Uma pena, seu senso de humor e sua qualidade musical fazem muita falta!!

Suicidal Tendencies - "Freedumb" - após alcançar relativo sucesso com sua formação clássica, em 1995 o Suicidal Tendencies se desfez, com Mike Muir e Robert Trujillo seguindo com o Infectious Grooves. O retorno da banda se deu com uma formação completamente diferente, mantendo apenas Mike Muir e Mike Clark da formação clássica. Dean Pleasants substituiu Rocky George na guitarra solo; Josh Paul no baixo e Brooks Wackerman na bateria completaram a nova formação da banda. Eles fizeram uma turnê com essa formação (turnê que passou no Brasil, eu fui em um show no antigo Imperator no final de 1997). Entretanto, quando entraram em estúdio, resolveram abandonar as influências thrash metal e se concentraram no punk/hardcore, relembrando o estilo do primeiríssimo álbum da banda. Desapontamento para muitos fãs, outros ficaram felizes com o novo direcionamento. Destaque para a faixa-título e para as faixas "Scream Out", "Cyco Vision" e "We Are Family". Um álbum com atributos, mas um pouco estranho na discografia da banda. Ainda assim, vale conferir!!

Pennywise - "Straight Ahead" - este foi o quinto álbum de estúdio dessa banda californiana, o mais bem sucedido da banda até então, alcançando a 62ª posição na parada norte-americana. Após superar a perda do baixista Jason Thirsk no álbum anterior, "Full Circle", aqui a banda já mostra total entrosamento com o novo baixista, Randy Bradbury, e entrega um disco coeso, bem composto e que empolga em diversos momentos. Os destaques do álbum ficam com as faixas "Can't Believe It", "Victim Of Reality", a faixa-título, "My Own Way" e "Alien" (esta última foi o maior sucesso do disco, alcançando o Top 40 da parada "Modern Rock Tracks"). Durante as sessões de gravação deste álbum, o Pennywise gravou uma cover para um dos maiores sucessos do Men At Work, a canção "Down Under". Foi adicionada como faixa bônus em algumas versões do álbum. Um álbum de skate punk / hardcore que vale a pena conferir!

Red Hot Chili Peppers - "Californication" - após a saída de Dave Navarro, no ano anterior, o Red Hot Chili Peppers ficou perto de se separar de vez. A banda não estava chegando a um acordo sobre o substituto de Navarro, e somente depois de Flea revelar que estava ajudando John Frusciante a se livrar do vício foi que eles voltaram a ver futuro para o grupo. Frusciante esteve com o grupo em dois dos mais aclamados álbuns do Red Hot ("Mother's Milk" e "Blood Sugar Sex Magik") e sua volta trouxe uma força de composição que fez a banda reviver os melhores dias. Trouxe também uma mudança de estilo para o grupo, que foi acontecendo cada vez mais nos próximos discos: a suavização de sua música. Dá pra perceber claramente a banda criando canções cada vez mais melódicas, incluindo a faixa-título, "Scar Tissue" e "Otherside". Entretanto, são nos momentos mais funkeados onde eles se saem melhor: a introdução com "Around The World" e nas faixas "Parallel Universe", "Get On Top" e "Purple Stain". O álbum chegou à terceira posição da parada norte-americana, mas ao longo do tempo vendeu muito e já alcançou seis milhões de cópias vendidas somente nos EUA. A guinada sonora iniciada neste álbum acabou prejudicando a banda, que entrou no automático, encontrou uma espécie de fórmula e se acomodou. Não são mais os inquietos dos primeiros discos, lamentavelmente. E esse lado irreverente dos Red Hot Chili Peppers faz muita falta...

Testament - "The Gathering" - os anos 90 não foram muito generosos com o Testament. Após o último álbum de estúdio com a formação clássica ("The Ritual", de 1992), a banda sofreu a baixa de seus membros originais Alex Skolnick, Greg Christian e Louie Clemente. Depois, foram dispensados da gravadora Atlantic. Com dois álbuns de estúdio bons porém sem tanta força, a carreira da banda chegou a ser considerada em perigo. A dupla Chuck Billy / Eric Peterson manteve-se unida e focada, e com a ajuda de uma cozinha dos sonhos - Dave Lombardo e Steve DiGiorgio - conseguiu recuperar o prestígio com este grandioso álbum, intenso, pesado e com algumas canções que, atualmente, já podem ser consideradas clássicos na carreira da banda. É o caso das faixas "D.N.R. (Do Not Resuscitate)", "Eyes Of Wrath" e "True Believer", sempre lembradas nos set lists atuais da banda. A maré positiva não duraria muito: o guitarrista James Murphy foi diagnosticado com câncer logo após o lançamento deste álbum, e um pouco depois Chuck Billy também descobriu que estava com câncer. Ambos conseguiram realizar o tratamento com sucesso, se curando da doença - no caso de Chuck, um evento que incluiu diversas bandas da bay area ajudou a levantar fundos para seu tratamento: o evento foi chamado Thrash Of The Titans. Depois desses contratempos, o Testament deu a volta por cima, retornou com a formação mais clássica e vem lançando um disco melhor que o outro. Longa vida a esse baluarte do thrash metal norte-americano!!

Biohazard - "New World Disorder" - o Biohazard levou muito tempo para gravar este álbum - praticamente três anos. A banda ainda se recuperava da perda do guitarrista Bobby Hambel, que foi substituído por Rob Echeverria (ex-Helmet). Rob ajudou a banda na turnê do álbum anterior, "Mata Leão", mas não duraria muito - sairia da banda logo após mais um álbum de sobras de estúdio. Este foi também o único disco lançado pela gravadora Mercury, com quem a banda não teve uma boa relação. Com muito pouca divulgação, o álbum não alcançou grandes vendas nem grande posição nas paradas. Uma pena, foi um disco com qualidades, trouxe a produção caprichada de Ed Stasium (já produziu Ramones, Living Colour e Motörhead) e algumas faixas fortes, como a abertura "Resist" e as faixas "Switchback", "Breakdown" e "Cycle Of Abuse". Nesta mesma época, o baixista e vocalista Evan Seinfeld começou a trabalhar como ator (na série "Oz") e aos poucos se afastaria da banda. Atualmente, o Biohazard parece com atividades encerradas, sem perspectivas, gravadora e até mesmo uma formação completa. Uma pena, foram uma bela banda dos anos 90!!

Liquid Tension Experiment - "Liquid Tension Experiment 2" - segundo (e último) álbum de estúdio deste projeto paralelo de três dos então membros do Dream Theater: Mike Portnoy, John Petrucci e Jordan Rudess. Jordan entraria na banda graças ao entrosamento com os outros dois, após a saída de Derek Sherinian. Trata-se de um álbum totalmente instrumental, cheio de virtuosismos, mas que traz composições centradas e inspiradas, como a abertura com "Acid Rain", a mais calma "Biaxident" e as faixas "Another Dimension" e "Hourglass". A banda não se reuniu mais para gravar nada novo, apenas algumas turnês ao longo desses anos. A saída de Mike Portnoy do Dream Theater deixou alguma animosidade entre ele e os outros dois membros da banda, mas recentemente ambos afirmaram que um novo álbum do projeto é possível; eles só precisam encontrar tempo para tal. Eu torço para que encontrem tempo, o projeto gerou dois belos álbuns!!

Santana - "Supernatural" - o grande guitarrista Carlos Santana se viu sem contrato com gravadoras na primeira metade dos anos 90, com seus álbuns não mais alcançando posições boas na parada norte-americana. Muitos falaram que estava velho e ultrapassado, e fecharam as portas para ele. Foi o chefão da gravadora Arista, Clive Davis, quem deu uma nova chance para Santana, após perceber que seu novo projeto prometia - canções mais pop em parceria com artistas atuais, mantendo o espírito e a pegada original do guitarrista. Junto a diversos convidados, Santana compôs canções fortes e pegajosas que trouxeram de volta a força comercial do começo dos anos 70. Na semana de lançamento, o álbum chegou apenas à 19ª posição, mas em pouco tempo alcançou o topo da parada e lá permaneceu por 12 semanas (não consecutivas). Atualmente, o álbum já vendeu 15 milhões de cópias nos EUA e o dobro no mundo todo. Os destaques são vários: a principal canção do álbum é "Smooth", parceria com Rob Thomas (Matchbox 20); temos também "Love Of My Life" com Dave Matthews; "Put Your Lights On", com Everlast; "Maria Maria", com David McRae e Marvin Moore-Hough; "Corazón Espinado", com Maná; e "The Calling", com Eric Clapton. Como podemos ver, quase todo o disco fez muito sucesso, impulsionando vertiginosamente as vendas. Um clássico da música internacional, completando duas décadas de seu lançamento!!

The White Stripes - "The White Stripes" - este foi o álbum de estreia de um dos grandes nomes da cena rock dos anos 2000, os White Stripes, uma dupla que fez muito barulho e sucesso na década seguinte. Aqui, eles estreavam, ainda que timidamente, seu conceito de banda com apenas uma baterista e um guitarrista que também era vocalista. O disco não fez grande sucesso, mas lançou os elementos que iriam mexer com muitas cabeças: os riffs originais de Jack White, guiados com uma levada única da bateria de Meg White, algo tribal e rítmico que ainda encaixaria muito melhor nos próximos álbuns. Aqui, a coisa toda ainda estava em um estado mais bruto, transbordando influências blues rock para todos os lados. Destaque para as faixas "The Big Three Killed My Baby", "Suzy Lee", "Wasting My Time" e "I Fought Piranhas".  O grupo estouraria nos anos 2000 com diversos álbuns de estúdio que fariam muito sucesso e marcariam toda aquela geração. Encerraram atividades em 2011, quando ainda estavam no auge. Nenhum sinal aparente de retorno, lamento informá-los...

Limp Biskit - "Signicant Other" - apesar do primeiro álbum do Limp Biskit ter revelado a banda para o mundo, os membros se apressaram em gravar um segundo álbum para se distanciar das comparações ao Korn (o primeiro álbum da banda também foi produzido por Ross Robinson) e também evitar que o público achasse que a banda baseava seu trabalho em covers (um dos maiores sucessos do primeiro disco foi "Faith", cover de George Michael). Escolheram um produtor diferente (Terry Date, que já tinha produzido Pantera, White Zombie, Deftones e Soundgarden, entre outros) e variaram a sonoridade do disco, abraçando influências hip hop de forma mais intensa, sem abandonar as influências metal, mais diluídas no álbum. O resultado foi um sucesso estrondoso, alcançando o topo da parada norte-americana e vendendo mais de sete milhões de cópias somente nos EUA. Os destaques do álbum ficam com as faixas "Nookie", "Break Stuff""Nobody Like You". O Limp Biskit foi uma das bandas mais bem sucedidas do movimento nu metal. Entretanto, após algum tempo, o movimento caiu em desgraça e eles acabaram saindo do topo das paradas. Não lançam material novo desde 2014, e seu último álbum de estúdio foi lançado em 2011. Resta a dúvida se ainda conseguirão repetir o sucesso monstruoso do passado. Acho pouco provável...

Slipknot - "Slipknot" - o desenvolvimento do Slipknot data de 1995, com os primeiros membros da banda se juntando: Paul Gray, Joey Jordison e Shawn Crahan. A banda chegou a gravar uma demo que muitas vezes é confundida como um primeiro álbum (essa demo foi gravada com outro vocalista, Anders Colsefini). Em 1998, outra demo foi gravada e essa sim atraiu muita atenção das gravadoras, e também do famoso produtor Ross Robinson, que foi a Des Moines, Iowa, cidade natal da banda. Após assistir aos ensaios, ele recomendou a contratação da banda pela Roadrunner (onde estão até hoje) e assumiu a produção deste primeiro disco. Muita gente classificou esse primeiro álbum como nu metal, até mesmo por causa do produtor, mas temos uma mistura grande de influências: thrash e speed metal, rap, funk metal, industrial, tudo junto em uma salada que tomou o mercado da música pesada de assalto e revirou tudo. Claro, tudo isso ampliado com o visual de um bando de oito mascarados com macacões iguais, cada um com um número. Quando os primeiros singles foram liberados, a febre começou rapidamente: primeiro, "Spit It Out" e seu vídeo com influências de "O Iluminado"; depois, a melódica e grudenta "Wait And Bleed", cujo refrão não saía da cabeça de quem a escutava. E, aos poucos, várias outras faixas foram ganhando a preferência dos fãs: "(sic)", "Surfacing", "Liberate", uma impressionante coleção de canções fortes que fez com que o álbum alcançasse dois milhões de cópias vendidas nos EUA. Era o começo da carreira musical de uma das bandas mais importantes da atualidade, um dos poucos headliners das gerações mais recentes. Abandone seu preconceito e dê uma chance a este álbum: não é (só) nu metal, é muito mais, e é muito bom!!

Machine Head - "The Burning Red" - após a saída do guitarrista Logan Mader (substituído por Ahrue Luster), o Machine Head completou a turnê do álbum anterior e entrou no estúdio para gravar seu sucessor. Escolheram o queridinho do nu metal, Ross Robinson, como produtor, e mudaram radicalmente o visual, adotando dreads e roupas coloridas para atrair o público do estilo em voga. Foi uma jogada mais comercial do que musical. Claro que o álbum traz novos elementos, vocais rap aqui e ali, produção direcionada, cover do The Police, mas o disco ainda traz o peso típico do Machine Head e de seu groove metal. Músicas como "The Blood, The Sweat, The Tears", "Exhale The Vile" e "I Defy" poderiam estar em outros álbuns da banda. E a cover para "Message In A Bottle" vale a pena conferir. Essa formação da banda ainda gravaria mais um álbum, mas acabaria esquecida por sua gravadora e teria que batalhar muito para ganhar seu espaço novamente. Atualmente, o Machine Head está excursionando com duas formações (!!): uma formação com dois novos membros, executando diversas canções da carreira da banda; e a formação (quase) original que gravou o primeiro álbum da banda, "Burn My Eyes", tocando-o na íntegra. Os vídeos da turnê estão matadores, torço muito que eles lembrem do Brasil!!

Megadeth - "Risk" - este foi o ponto mais baixo da carreira brilhante do Megadeth de Dave Mustaine. Animado com o sucesso do disco anterior, "Cryptic Writings", ele resolveu repetir o produtor, Dan Huff, dando ainda mais poderes e aceitando cada vez mais sugestões para tentar alcançar o sucesso de sua ex-banda. O resultado foi catastrófico, e não deveria ser chamado de Megadeth. Sem peso, mal composto, diluído em experimentações fúteis e inúteis, o álbum não conseguiu vingar nenhuma das músicas, e afastou seus fãs tradicionais de vez. Se podemos destacar algo, que seja "Prince Of Darkness", "Seven" e a dupla de canções chamada "Time". Pra piorar a situação, pouco tempo depois do lançamento, o guitarrista Marty Friedman resolveu sair da banda, desfazendo de vez a formação mais clássica da banda, que gravou tantos discos clássicos. Levou tempo, mas o Megadeth conseguiu se recuperar, e está mais forte do que nunca. Que Dave Mustaine se recupere do câncer que o atingiu e tenha uma longa carreira de qualidade e sucesso pela frente!!

Coal Chamber - "Chamber Music" - O Coal Chamber foi uma banda que fez algum sucesso na onda do movimento nu metal, se aproveitando dos visuais e parte da sonoridade. A banda parecia um pouco mais pesada, e chamou também a atenção do público o fato da baixista ser uma mulher (Rayna Foss, atualmente casada com Morgan Rose, baterista da banda Sevendust). Após algum sucesso com o primeiro álbum (auto intitulado, com a canção "Loco" chamando a atenção pelo vídeo), a banda conseguiu vagas em turnês importantes e acabou chamando a atenção da família Osbourne. Este álbum buscou um pouco de identidade musical, fugindo das influências de Korn e White Zombie no primeiro disco, com uma produção mais caprichada e um convidado especial: Ozzy Osbourne, que canta na canção "Shock The Monkey", uma cover de Peter Gabriel. Essa participação ajudou bastante a banda, que alcançou o 22º lugar na parada norte-americana e conseguiu turnês importantes. Destaque para as faixas "El Cu Cuy""Tyler's Song" e "What's In Your Mind?". A banda ainda chegou a lançar um terceiro álbum de estúdio, mas uma briga interna levou o grupo a encerrar as atividades. Chegaram a se reunir novamente e lançar um quarto álbum de estúdio, mas se separaram de vez. O motivo é que o vocalista Dez Fafara montou uma nova banda, chamada DevilDriver, mais voltada para o groove e o death metal, que acabou fazendo mais sucesso que o próprio Coal Chamber, fazendo dessa banda a sua prioridade. Só o tempo nos dirá se veremos a banda se reunir novamente..

Agnostic Front - "Riot, Riot, Upstart" - depois de um período de hiato, o Agnostic Front voltou com tudo. Dois álbuns de estúdio, um atrás de outro, pela gravadora Epitaph. Se o disco anterior ainda trazia alguns convidados e uma regravação (do clássico "Crucified"), este aqui é mais direto e rápido, um clássico do hardcore novaiorquino. Logo na abertura, Roger Miret dispara em um minuto toda a sua raiva contra o ex-prefeito da cidade, Rudolph Giuliani, na faixa "Police State, agressiva e essencial. "I Had Enough" e a faixa-título mantém a adrenalina lá em cima, e teremos faixas rápidas porém fortes (como "Frustration", "My Life" e "Price You Pay") que tornam este álbum um dos melhores da banda. O Agnostic Front gravaria mais um álbum pela Epitaph e então mudariam para a gravadora Nuclear Blast, onde estão até hoje, em uma carreira de integridade musical dedicada ao hardcore que já dura quase quatro décadas. Longa vida a esses baluartes do estilo!!

Yes - "The Ladder" - este foi o único álbum do Yes a contar com dois guitarristas e um tecladista, numa formação com seis integrantes que contava com os membros tradicionais Chris Squire, Jon Anderson, Steve Howe e Alan White ao lado do guitarrista Billy Sherwood e do tecladista russo Igor Khoroshev. A banda aproveitou os trinta anos de carreira para aceitar os préstimos do famoso produtor Bruce Fairbairn, que levou-os ao Canadá para gravar um álbum que foi considerado um retorno à criatividade da banda, com composições centradas que foram muito bem recebidas pelos fãs da banda. Destaque para as faixas "Homeworld (The Ladder)", "Lightning Strikes", "Face To Face" e "The Messenger". Lamentavelmente, o produtor Bruce Fairbairn faleceu durante a mixagem do álbum, que foi dedicado a ele. A turnê de promoção do disco teve grandes momentos, incluindo uma apresentação na casa House Of Blues, em Las Vegas, onde eles gravaram o show e lançaram o álbum ao vivo "House Of Yes: Live From House Of Blues", uma senhora performance desta formação, que acabou gravando apenas estes álbuns. Atualmente, duas versões do Yes existem: uma com Steve Howe, Alan White, Billy Sherwood (tocando baixo no lugar do falecido Chris Squire), Geoff Downes e o vocalista Jon Davison; e outra, com Jon Anderson, Rick Wakeman e Trevor Rabin, conhecida como Yes Featuring ARW. Uma pena que todos não se juntem novamente, como aconteceu em 1988, e toquem juntos para uma grande turnê. Os fãs merecem essa união!!

Saxon - "Metalhead" - este foi o décimo quarto álbum de estúdio do Saxon, trazendo como novidade o baterista Fritz Randow, que substituiu Nigel Glockler (Nigel precisou se ausentar para se recuperar de contusões no pescoço e ombros, e só retornou à banda em 2005). Outro álbum de muito peso e qualidade desses baluartes do heavy metal britânico, trazendo um belo conjunto de canções que chamou a atenção da crítica, que elogiou bastante o álbum. Destaques para a faixa-título, "Are We Travellers In Time", "Conquistador" e "Sea Of Life". Neste mesmo ano de 1999, o Saxon começou a enfrentar uma batalha pela disputa do direito de uso do nome. Graham Oliver e Steven Dawson registraram o nome da banda e tentaram impedir Biff Byford e os demais membros  de usarem o nome em shows e venda de material. A batalha se arrastou até 2003, quando a justiça inglesa decidiu que Byford tinha os direitos sobre o nome da banda. Os ex-membros puderam utilizar o nome Saxon prefixando seus sobrenomes (Oliver/Dawson Saxon). O importante é que a formação atual do Saxon segue firme e forte, lançando álbuns grandiosos até os dias de hoje!!

Chris Cornell - "Euphoria Morning" - após os desentendimentos e a separação do Soundgarden, Chris Cornell começou a compor para lançar seu primeiro álbum solo. Contou com o apoio da dupla Alain Johannes e Natasha Shneider (da banda Eleven), que também gravaram o álbum com ele. O disco é um rompimento com a sonoridade pesada e cheia de guitarras de sua ex-banda, trazendo mais luz às músicas acústicas, tendendo a um folk rock com canções de andamento mais calmo, vocais mais serenos, sem no entanto perder a qualidade. O álbum foi elogiado pela crítica e chegou a concorrer ao Grammy com a canção "Can't Change Me", o principal single do disco. Outros destaques ficam para "Preaching The End Of The World", "When I'm Down", "Sweet Euphoria" e "Steel Rain". Apesar dos elogios da crítica, o álbum não vendeu muito, apesar de ter entrado no Top 20 da parada norte-americana. Talvez por esse motivo, Chris Cornell tenha aceitado o convite do trio remanescente do Rage Against The Machine para formar uma nova banda, que iria reinar na década seguinte: o Audioslave. Papo para outros posts!! (como este aqui: Audioslave - dez anos do primeiro álbum)

Creed - "Human Clay" - este segundo álbum da banda estourou e vendeu muito nos EUA, chegando ao topo da parada e alcançando a marca de 11 milhões de cópias vendidas. Superou o álbum de estreia (que vendeu seis milhões de cópias nos EUA) e se tornou o maior sucesso da curta carreira do grupo. Os sucessos do álbum são vários: "Are You Ready?", "What If", "With Arms Wide Open" e "Higher". Musicalmente, a banda sempre foi envolta em certas polêmicas: clones de Pearl Jam, muito orientada ao rádio, pouca originalidade, entre outras. Nunca esteve entre minhas bandas preferidas, mas não podemos negar o enorme sucesso que eles alcançaram. Os relacionamentos desgastados acabaram levando ao fim da banda - em especial o relacionamento do vocalista Scott Stapp com os outros três membros. Em 2004, os três resolveram que a banda tinha chegado a seu fim e partiram para uma nova empreitada com outro vocalista - Myles Kennedy - formando o Alter Bridge. Scott Stapp começou uma carreira solo de poucos altos e muitos baixos (apenas três álbuns de estúdio em 15 anos). A banda ainda se reuniu para um último álbum de estúdio do Creed em 2009, mas não gravaram ou tocaram juntos desde então.

Dream Theater - "Metropolis Pt. 2: Scenes From A Memory" - após lançarem um álbum com canções mais acessíveis (graças à pressão da gravadora), e não alcançar o sucesso desejado, o Dream Theater resolveu se separar do tecladista Derek Sherinian. Meio que já tinham decidido que iriam recrutar o terceiro tecladista para a banda. A escolha caiu em Jordan Rudess, que já tocava com Mike Portnoy e John Petrucci no Liquid Tension Experiment (ver mais acima). Aproveitaram o entrosamento e mergulharam em um projeto de álbum conceitual, uma continuação do clássico "Metropolis - Part I", sobre uma terapia de regressão usando hipnose que revela para o paciente (Nicholas) o assassinato de uma mulher chamada Victoria Page. Nicholas acaba descobrindo que ele era Victoria no passado e começa a descobrir detalhes sobre o relacionamento dela com o namorado, Julian, e um relacionamento paralelo com o irmão, que o leva a acreditar que esse foi o motivo de seu assassinato. Ao acordar de seu transe hipnótico, ele descobre que o psiquiatra é Julian reencarnado, e vai assassiná-lo novamente, igual fez no passado. Toda essa história se desenvolve durante mais de uma hora de composições coesas e que se completam, fazendo com que o ouvinte não consiga parar a audição, tornando o álbum um clássico moderno, similar aos grandes álbuns conceituais como "The Wall" e "Tommy". Apesar dos membros demonstrarem virtuosismo na execução das músicas, as composições falam mais alto e dão força para o conjunto, tornando este disco a obra prima da carreira do Dream Theater. Apesar de não ter vendido muito e não ter alcançado uma posição alta na parada norte-americana, o álbum foi aclamado pelos fãs e pela crítica, e atualmente é considerado um clássico. Tão importante para a banda que eles estão executando-o na íntegra, novamente, na atual turnê (farão isso quando tocarem no Brasil em dezembro deste ano de 2019). Se você não escutou este álbum ainda, eu lhe peço: dispa-se de qualquer preconceito (para com a banda e/ou o estilo) e dê uma chance a este disco, que demonstra musicalidade profunda, unidade entre as canções e força impressionante de composição. Um grande clássico do rock!!

Rage Against The Machine - "The Battle Of Los Angeles" - este foi o último álbum de estúdio com músicas compostas pelo Rage Against The Machine (eles lançaram um álbum de covers no ano seguinte). O disco segue o estilo inovador da banda, adicionando mais algumas músicas marcantes ao seu catálogo. Nas letras, a banda também seguiu fortemente engajada na política e nas causas sociais, apoiando grupos de esquerda. O álbum estreou no topo da parada norte-americana e alcançou duplo disco de platina com dois milhões de cópias vendidas nos EUA. Não satisfeitos com todo o impacto musical e de suas letras, a banda se juntou ao cineasta Michael Moore para gravar vídeos de duas músicas do álbum: "Testify" e "Sleep Now In The Fire". Na gravação do vídeo da segunda, em frente à Bolsa de Nova Iorque, centenas de pessoas apareceram para ver a banda tocar, e a bolsa acabou tendo que fechar as portas, levando a polícia a prender o cineasta (por algumas horas). Os membros da banda, no meio da confusão, tentaram invadir o prédio da bolsa, mas não conseguiram. Polêmicas à parte, o álbum tem muita qualidade e grandes faixas: além das duas citadas, também destaco "Guerrilla Radio", "Born Of A Broken Man" e "War Within A Breath". Após a turnê promovendo o disco, o vocalista Zakk De La Rocha anunciou sua saída do grupo. O Rage Against The Machine ficou com as atividades suspensas até 2007, quando a banda voltou a se reunir para tocar em diversos festivais de música. Tocaram juntos até 2011, quando voltaram a se separar. Os três membros Tom Morelo, Brad Wilk e Tim Commeford tocaram juntos com Chris Cornell no Audioslave, de 2000 a 2007, e agora tocam em uma nova banda, Prophets Of Rage, formada com o vocalista Chuck D, do Public Enemy, e o vocalista B-Real, do Cypress Hill. Fica a esperança dos fãs em ver uma reunião da formação original da banda, um dia. Fiquemos na torcida!

Metallica - "S & M" - depois de lançar a dupla de álbuns "Load"/"Reload", com alta rejeição dos fãs de longa data, o Metallica abriu frentes distintas: primeiro, um álbum de covers, incluindo todas as gravadas anteriormente, tornando o lançamento interessante para os fãs mais antigos. Depois, resolveu tocar com a Orquestra de São Francisco, com a regência de Michael Kamen (que já tinha trabalhado com eles na música "Nothing Else Matters"). O resultado ficou bem interessante e manteve o Metallica em alta, com o álbum alcançando a segunda posição na parada norte-americana e vendendo cinco milhões de cópias nos EUA até os dias atuais. A participação da orquestra conseguiu casar bem com a música da banda, complementando e enriquecendo seu som. Os destaques ficam para as execuções dos clássicos da banda, em especial a primeira trinca de canções, incluindo a famosa abertura com a música de Ennio Morricone, "The Ecstasy Of Gold", seguida da instrumental "The Call Of Ktulu" e do clássico "Master Of Puppets". Uma abertura pra nenhum fã botar defeito. Para comemorar os vinte anos deste lançamento, o Metallica voltou a tocar com a Orquestra de São Francisco neste ano de 2019. Os shows foram devidamente gravados e chamados de "S&M2". Foram exibidos nos cinemas do mundo todo e espera-se que um novo DVD seja lançado deste projeto. Os arranjos originais foram respeitados, mas também tivemos músicas mais recentes tocadas com a orquestra, como "The Day That Never Comes", "Moth Into Flame" e "The Unforgiven III". Uma comemoração de respeito!!

Control Denied - "The Fragile Art Of Existence" - Chuck Schuldiner foi evoluindo o som de sua banda principal, o Death, do death metal para algo mais técnico e progressivo, ainda dentro do heavy metal. Basta escutar os três últimos álbuns da banda, "Individual Thought Patterns", "Symbolic" e "The Sound Of Perseverance" para perceber essa evolução. No entanto, Chuck não se sentia à vontade com a pressão dos fãs do Death, que sempre queriam a banda de volta à antiga sonoridade dos três primeiros álbuns. A ideia então foi criar uma nova banda, praticamente com a mesma formação que gravou o último álbum do Death: ele e Shannon Hamm nas guitarras, Richard Christy na bateria, com a adição de Steve DiGiorgio no baixo e Tim Aymar nos vocais (Chuck não se sentia seguro para cantar em uma banda mais desenvolvida como esta). Musicalmente, foi uma continuação natural da sonoridade que o Death vinha praticando; nenhuma mudança drástica foi tomada, apenas a mudança de nome para dar mais liberdade para eles. Destaque para as faixas "Consumed", "Expect The Unexpected", "When The Link Becomes Missing" e a faixa-título. O segundo álbum de estúdio do Control Denied começou a ser gravado, mas o câncer de Chuck Schuldiner acabou interrompendo o processo. Chuck veio a falecer no final de 2001, com apenas 34 anos. Uma perda inestimável para a música pesada!!

É isso. Passamos a limpo mais um ano de lançamentos importantes dentro do rock. Estes, de vinte anos atrás. Espero que tenham gostado, confiram os posts para os demais anos e deixem seus comentários. Um abraço rock and roll e até a próxima!!