Páginas

sábado, 19 de março de 2011

Iron Maiden - The Final Frontier World Tour vem aí!

O Iron Maiden está em turnê. Após o lançamento do excelente "The Final Frontier", eles caíram na estrada para promover o disco. Este post vai falar um pouco sobre o mais recente disco do Iron Maiden, o repertório da turnê, e outros detalhes numa espécie de aperitivo para os shows que se aproximam, da perna brasileira da turnê.


O mais recente disco do Iron Maiden, "The Final Frontier", foi lançado em agosto de 2010, e foi um dos maiores sucessos da banda - pelo menos na colocação que o disco alcançou nas paradas de sucessos de diversos países. De acordo com a Wikipedia, o disco alcançou o topo das paradas na Inglaterra, Portugal, França, Itália, Alemanha, Índia, Rússia, Argentina, Chile, países escandinavos, até mesmo no nosso Brasil (há uma nota pedindo uma citação para a informação na Wikipedia...). A capa traz mais um Eddie, desta vez um pouco parecido com o "Predador". O disco foi altamente elogiado pela imprensa, e deu o primeiro Grammy para o Iron Maiden, com a música "El Dorado", primeiro single do disco (a banda já tinha sido indicada com "Fear Of The Dark" e "The Wicker Man"). Falei sobre este disco neste post. Mas dedicarei algum tempo dissecando-o faixa a faixa aqui.

1 - "Satellite 15... The Final Frontier" - a introdução desta música (tem sido a introdução dos shows da atual turnê) é um tanto futurista, com uma batida não usual para o Iron Maiden. A música dá uma parada e Bruce começa a cantar suavemente versos que indicam um piloto do futuro com certo desespero quase certo que está perdido (tá explicada a introdução meio futurista...). Então a canção muda totalmente, entrando num som mais clássico, e Bruce muda seus versos do desespero para o conformismo, lembrando Ícaro por estar tão perto do Sol, num desejo quase inatingível de falar uma última vez com a família. Neste clima, o Iron Maiden abre seu 15º disco com uma excelente música, que está abrindo os shows da turnê e que considero um dos destaques do álbum.
2 - "El Dorado" - iniciando como uma continuação da música anterior, um baixo galopante de Steve Harris marca esta canção, escolhida como o primeiro single do álbum, com uma força igual a seu riff, reforçando com um refrão marcante. A escolha para single não poderia ter sido mais adequada. Será presença certa no começo do show, logo após a primeira música.
3 - "Mother Of Mercy" - adoro esta canção, seu começo calmo com Bruce cantando de forma belíssima e a evolução com o peso moderado e o refrão delicioso de se ouvir. O solo de Adrian Smith também merece menção. Uma pena que o Iron preferiu incluir a próxima música na turnê...
4 - "Coming Home" - esta é mais cadenciada até que a anterior, com um começo bem suave, dedilhado, intensificando conforme a música progride. Os solos de Murray e Smith se contrastam de forma interessante. Esta provavelmente também estará presente no set list das apresentações, mas eu preferiria a anterior. Gosto pessoal meu, esta canção também é interessante.
5 - "The Alchemist" - esta é a mais rápida do disco, nos dois sentidos: tanto na duração da faixa (pouco mais de  quatro minutos) quanto no seu andamento, tentando lembrar o velho Iron Maiden. A letra envolvendo alquimia deve ser contribuição de Bruce, que já explorou o tema em sua carreira solo. O solo de Janick Gers segue seu estilo, mais "nervoso". Sem implicância, mas esta seria melhor escolha para a turnê que "Coming Home"...
6 - "Isle Of Avalon" - segunda música mais longa do disco (só perde para "When The Wild Wind Blows"),  é uma canção com aquele começo de andamento calmo, que tem sido característico nos discos da donzela desde o álbum "The X Factor". Uma espécie de heavy metal progressivo de qualidades indiscutíveis, que encontram nas qualidades vocais de Bruce Dickinson um poderoso suplemento. A canção evolui com solos de Dave Murray e Adrian Smith, desta vez se complementando (o de Murray é melhor...). O andamento calmo retorna, e evolui numa segunda parte parecida com a primeira, para terminar com um clímax vocal de Bruce.
7 - "Starblind" - mais uma de começo calmo, esta traz uma suave camada de teclados no fundo que deixa esta introdução interessante. Rapidamente um forte riff rasga a música (se tivesse que chutar, diria que é de Adrian Smith) e lhe dá um andamento mais heavy metal. No meio, após o refrão, mais um riff (menos rasgante) é o prelúdio para os solos. E a calmaria volta, para o encerramento com mais refrão. Uma letra tão grande acabou alongando esta canção, e o refrão não é tão melódico. Eis uma música mais difícil de absorver...
8 - "The Talisman" - uma introdução de dedilhado e vocal quase susurrado de Bruce são apenas o começo de uma grande canção, outro destaque do disco. Ela se transforma e os famosos riffs galopantes do Iron Maiden se fazem presentes, dando um andamento clássico a esta música. Janick Gers dá o ar de sua graça novamente no solo (achei que ele apareceu pouco como solista neste álbum). Outra letra longa, e mais uma música de quase dez minutos de duração. Mas esta vale cada segundo, e com refrão muito mais fácil e melódico. Repito novamente, outro destaque deste grande disco.
9 - "The Man Who Would Be King" - esta introdução me faz lembrar outra canção do Maiden, só não lembro agora qual. É mais um começo suave, já característico do Iron Maiden da segunda metade dos anos 90 e de toda a década de 2000. Após mais de dois minutos de introdução, o heavy metal clássico volta a dominar, e o Maiden sabe fazê-lo muito bem. O solo de Dave Murray é também num estilo clássico de heavy metal. Toda a melodia da música a conduz de forma eficiente até seu final, com Bruce encerrando em cantos e versos suaves.
10 - "When The Wild Wind Blows" - talvez a melhor música do disco, é também a mais longa (11 minutos de duração). A introdução, lenta na medida certa com o vocal suave de Bruce, dura pouco mais de dois minutos, tornando-se em uma levada metal belíssima que quase deixa o ouvinte sem fôlego. A segunda parte muda um pouco o andamento da canção, talvez recuperando o fôlego com alguns versos cantados de forma mais tranquila por Bruce, apenas uma espécie de preparação para os longos solos, revezados pelos três guitarristas e intercalados por trechos instrumentais e mais alguns versos cantados por Dickinson. Após os solos, uma rápida levada daquelas clássicas do Iron Maiden e voltamos ao começo lento, que termina belamente a canção. 


Os grandes destaques do disco estão no começo e no fim (primeira e última músicas), mas todo o álbum se mostra excelente. Talvez o melhor disco do Iron Maiden desde "Brave New World". Não é a toa que este disco fez tanto sucesso, como já falamos alguns parágrafos atrás.

Antes mesmo do lançamento, a banda já estava na estrada, com uma turnê norte-americana que se estendeu para datas em diversos festivais na Europa, já introduzindo nos sets as novas canções. Na verdade, a única canção do disco novo tocada foi o primeiro single, "El Dorado". Outras canções só foram realmente introduzidas na turnê neste ano de 2011, quando a turnê começou pra valer, em fevereiro. Mais uma vez, a banda usuará seu "Ed Force One", um boeing 757 customizado para transportar todos os equipamentos e toda a banda e equipe que a acompanha. Bruce Dickinson vai mais uma vez pilotar o avião, descansando quando houver curto espaço entre os shows. Os primeiros shows foram na Rússia, Singapura, Indonésia e Austrália. Agora em março, a banda iniciou tocando na Coréia (tocaria também no Japão, porém o terremoto acabou forçando o cancelamento dos dois shows marcados), para então partir para a América Latina. Depois, a banda volta à Europa, na temporada de verão. O site oficial informa que mais shows ainda serão agendados, então fica a expectativa para uma perna norte-americana da turnê, já que os shows do ano passado só tinham o single "El Dorado" no set list.

Ed Force One, repaginado para a The Final Frontier tour

Serão diversos shows aqui para nós, latinos, numa turnê extensa. Veja abaixo todas as datas da turnê aqui na América Latina (shows no Brasil em destaque):

17/03 - Monterrey, México
18/03 - Cidade do México, México
20/03 - Bogotá, Colômbia
23/03 - Lima, Peru
26/03 - São Paulo, Brasil - Estádio do Morumbi
(Cavalera Conspiracy abre o show em São Paulo. Deveriam abrir em toda a turnê brasileira...)
27/03 - Rio de Janeiro, Brasil - HSBC Arena (lá estarei!)
30/03 - Brasília, Brasil - Estacionamento do Nilson Nelson
01/04 - Belém, Brasil - Parque de Exposições
03/04 - Recife, Brasil - Área externa do Centro de Convenções de Pernambuco
05/04 - Curitiba, Brasil - Expotrade
08/04 - Buenos Aires, Argentina (Kamelot abre o show)
10/04 - Santiago, Chile
(Exodus abre o show. O Exodus podia dar uma esticadinha até o Brasil, o último disco deles é excelente!)

O set list das apresentações tem sido mais ou menos constante, com 5 canções do novo disco, mais algumas músicas de álbuns mais recentes e alguns clássicos para saciar a fome dos fãs mais antigos. Veja abaixo o set list da apresentação na Indonésia (o disco ao qual a música pertence está entre parênteses):

Set List do show na Indonésia:
1 - "Satellite 15... The Final Frontier" ("The Final Frontier")
2 - "El Dorado" ("The Final Frontier")
3 - "2 Minutes To Midnight" ("Powerslave")
4 - "Coming Home" ("The Final Frontier")
5 - "Dance Of Death" ("Dance Of Death")
6 - "The Trooper" ("Piece Of Mind")
7 - "Blood Brothers" ("Brave New World")
8 - "The Wicker Man" ("Brave New World")
9 - "When The Wild Wind Blows" ("The Final Frontier")
10 - "The Talisman" ("The Final Frontier")
11 - "The Evil That Men Do" ("Seventh Son Of A Seventh Son")
12 - "Fear Of The Dark" ("Fear Of The Dark")
13 - "Iron Maiden" ("Iron Maiden")
Bis:
14 - "The Number Of The Beast" ("The Number Of The Beast")
15 - "Hallowed Be Thy Name" ("The Number Of The Beast")
16 - "Running Free" ("Iron Maiden")

Percebam que temos nada menos que 5 canções do novo disco no set list. Enquanto os discos "Iron Maiden", "The Number Of The Beast" e "Brave New World" são contemplados com duas músicas, outros álbuns não tem nenhum representante: "Killers", "Somewhere In Time", "No Prayer For The Dying" e "A Matter Of Life And Death". Não considerei os discos em que Bruce esteve ausente recentemente.

Os shows começam com a primeira música do novo disco. Reparem no vídeo que coloquei lá embaixo que a banda não toca a primeira parte da música, ela fica como introdução, e a banda entra no meio, naquela parada que quebra a canção em duas. "When The Wild Wind Blows", um dos destaques do novo disco, é um ponto alto do show (ver vídeo lá embaixo do show em Moscou), com todas as nuances, variações e complexidades desta belíssima canção. O novo Eddie "Predador" aparece, como sempre, na canção "Iron Maiden" (ver vídeo lá embaixo do show em Sidney).

Muitos reclamarão deste show, dizendo que temos poucos clássicos. Ora, o Iron já fez uma excursão tocando apenas músicas antigas, usando um palco com temas dos discos clássicos. Agora é hora deles promoverem o grande disco "The Final Frontier". Hora de seguir em frente na carreira...

Acompanhem as novidades do blog seguindo-nos no twitter: @ripandohistrock. Grande abraço e vejo os fãs do Iron Maiden na HSBC Arena!!

Links Interessantes:
Iron Maiden na Wikipedia - http://en.wikipedia.org/wiki/Iron_Maiden
Guitar Solos "The Final Frontier" - http://forum.maidenfans.com/index.php?topic=19980.0
Set Lists das Apresentações do Iron Maiden - http://www.setlist.fm/search?query=iron+maiden

Vídeos:
"The Final Frontier" ao vivo, do show em Jacarta, Indonésia:

Pedaço de "Iron Maiden" ao vivo com o Eddie "Predador", do show em Sidney, Australia:

"When The Wild Wind Blows" ao vivo, do show em Moscou, Russia: