Páginas

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

1998 - Consolidação do nu metal, novos talentos surgindo, grandes sobrevivendo

Chegamos a mais um post da série que relembra os lançamentos de anos passados. Este post vai viajar vinte anos atrás, até o ano de 1998, para mostrar os principais lançamentos do rock. Não esqueça de conferir também os posts sobre os anos de 1968, 1978 e 1988 (e também os lançamentos nacionais de 1988).

Conforme falado no post sobre o ano de 1997, este foi ano de eleição no Brasil. Com a emenda da reeleição aprovada, Fernando Henrique Cardoso governou o país por mais quatro anos, mais turbulentos e difíceis que os quatro primeiros. No Rio de Janeiro, moradores de um edifício chamado Palace II, foram surpreendidos com desmoronamentos que causaram a morte de oito pessoas e mais de 150 famílias desabrigadas. Sérgio Naya, o acionista majoritário da construtora do prédio, era deputado federal e acabou cassado por decoro parlamentar. Ele fugiu do Brasil para os EUA, mas foi localizado e chegou a ficar preso por algum tempo, mas foi absolvido. Faleceu em 2009 sem pagar as devidas indenizações aos moradores.
No futebol, este foi ano de Copa do Mundo, disputada na França, que acabou se sagrando campeã do mundo pela primeira vez. Nossa seleção conseguiu fazer uma boa campanha e chegou à final, apesar da defesa que nos dava muitos sustos (Junior Baiano...). Entretanto, o episódio ocorrido com Ronaldo Fenômeno no dia da grande final permanece mal explicado até hoje: ele teve convulsões, foi descartado para a partida, chegaram a anunciar Edmundo como titular, e em cima da hora ele acabou jogando. O resultado foi um time apático que tomou uma surra da França na final.
Internacionalmente, o mundo tecnológico era agitado por duas grandes notícias: a Apple anunciou seu primeiro iMac, que seria um sucesso nos anos seguintes; e ocorreu a fundação da empresa Google, que dominaria o cenário e a Internet com seus produtos.
No cinema, tivemos grandes filmes, com bilheterias estrondosas: "Armageddon" e "Impacto Profundo" exploravam a proximidade com o ano 2000 e todo o clima apocalíptico que se aproximava. Dois filmes muito premiados exploravam a segunda guerra mundial: "O Resgate do Soldado Ryan" mostrava um pouco sobre o desembarque na Normandia, e "Além da Linha Vermelha", mais poético, mostrava a guerra no Pacífico. Outros filmes que podemos citar são "Quem Vai Ficar Com Mary?" (comédia com Ben Stiller, Matt Dillon e Cameron Diaz), "Shakespeare Apaixonado" (ficou conhecido pela atuação de Gwyneth Paltrow, que acabou "roubando" o Oscar de nossa atriz Fernanda Montenegro), "O Show De Truman" (primeira atuação séria e elogiada de Jim Carrey), "US Marshals" e nosso grande filme "Central do Brasil", que levou Fernanda Montenegro a concorrer ao Oscar de melhor atriz.
Na música, tivemos as mortes de Tim Maia, Linda McCartney (parceira de Paul McCartney nos Wings), Frank Sinatra e Nelson Gonçalves.

Chega de papo, vamos aos grandes lançamentos deste ano de 1998!

Pearl Jam - "Yield" - depois de um álbum bem experimental, e pouca promoção - a banda ainda se recusava a tocar em arenas dominadas pela TicketMaster, o Pearl Jam voltou ao estúdio e lançou um álbum que foi considerado um retorno ao bom e velho rock praticado anteriormente, direto, claro e de muita qualidade. O disco traz contribuições de composição de todos os membros, incluindo contribuições até mesmo do baterista Jack Irons, que sairia durante a turnê promocional - Matt Cameron (ex-Soundgarden) foi seu substituto. Grandes sucessos da banda estão presentes neste álbum: "Given To Fly" (uma chupada grande de "Going To California", do Led Zeppelin...), "Do The Evolution" (primeiro vídeo clipe da banda em anos), "MFC" e "In Hiding". Segundo lugar na parada norte-americana e disco de platina. Atualmente, é considerado um dos grandes trabalhos da banda. Taí, completando vinte aninhos de lançamento!!

Gov't Mule - "Dose" - três anos depois do álbum de estreia, o trio formado por Warren Haynes, Allen Wood e Matt Abs voltou a se reunir, gravando esta pérola, com diversas canções de força impressionante e alguns covers extremamente bem feitos, um álbum que passou meio batido quando foi lançado, mas atualmente já pode ser considerado como um dos grandes álbuns deste ano de 1998. Destaque para a excelente "Thorazine Shuffle", "Thelonius Beck" (tributo ao músico de jazz Thelonious Monk), "Birth Of The Mule" (tributo a Miles Davis), "Larger Than Life" e "I Shall Return", que encerra o álbum. Uma pena esta grande banda não excursionar mais para fora dos EUA, eu adoraria ver um show deles!!

Dio - "Inferno – Last In Live" - este foi o primeiro álbum completo ao vivo de Dio (apesar de "Intermission", que é mais considerado um EP ao vivo), gravado quase com a mesma formação que gravou o álbum "Angry Machines", com a diferença da troca de baixistas - quem toca aqui é Larry Dennison, e da adição do tecladista Scott Warren. Tracy G., o guitarrista, apesar de não ser considerado um dos melhores guitarristas com quem Ronnie trabalhou, não faz feio, toca direitinho e a banda funciona bem ao vivo, passeando pelos clássicos do Rainbow, Black Sabbath e da sua carreira solo. Destaque para belas versões dos clássicos "Don't Talk To Strangers", "Holy Diver" e "Heaven And Hell", e para a versão especial de "Mistreated", com um lindo trecho de "Catch The Rainbow". Escute este álbum do começo ao fim e passeie pela bela coleção de canções que o grande Ronnie James Dio nos deixou. Como esse baixinho faz falta!!

Joe Satriani - "Crystal Planet" - este álbum foi uma espécie de retorno à melhor forma de Joe Satriani, que tinha se afastado de sua sonoridade mais comum no álbum anterior, mas aqui voltou com tudo, nos brindando com um dos melhores álbuns de sua carreira, talvez superado apenas pelos discos mais clássicos. Ao lado de seus velhos parceiros Jeff Campitelli na bateria e Stuart Hamm no baixo, ele trouxe memoráveis temas instrumentais, que costumam ser presença garantida em seus shows: "House Full Of Bullets", a faixa-título, "Love Thing", "Ceremony" e "Time". Um dos últimos discos de Satriani a vender bem, antes da crise no mercado fonográfico. No álbum seguinte de estúdio, Joe experimentaria com a música eletrônica, apresentando um álbum que foi estranhado por seus fãs. Papo para os próximos posts!

Liquid Tension Experiment - "Liquid Tension Experiment" - Mike Portnoy sempre adorou montar projetos paralelos, mesmo quando ainda era baterista do Dream Theater. Uma de suas aventuras foi criar esta banda, um quarteto instrumental formado por ele, Tony Levin (já tocou com o King Crimson, Peter Gabriel e até com o Yes) no baixo e Jordan Rudess no teclado (nesta época, Rudess ainda não era membro do Dream Theater; o bom entrosamento com os demais membros aqui acabou servindo como porta de entrada para a banda). Para a guitarra, Portnoy queria Dimebag Darrel, guitarrista do Pantera, mas não teve sucesso. Tentou também Steve Morse (Deep Purple, Dixie Dregs, Kansas), mas acabou tendo que se contentar com seu companheiro de banda, John Petrucci. Banda formada, rapidamente entraram em estúdio e gravaram este álbum de estreia, que rapidamente se tornou querido entre os fãs do Dream Theater e rock progressivo em geral, dada a qualidade das composições e a virtuosidade do grupo. Algumas canções acabaram se destacando e ficando bem conhecidas, em especial a faixa de abertura, "Paradigm Shift". Outros destaques ficam com as faixas "Kindred Spirits", "State Of Grace" e "Universal Mind". O quarteto ainda gravaria um segundo álbum de estúdio, e lançaria outro com sobras de estúdio e também um disco ao vivo, sem Jordan Rudess. Quando Rudess entrou para o Dream Theater, Portnoy não viu mais sentido em gravar um terceiro álbum com a banda. Talvez isso tenha mudado após sua saída do Dream Theater, mas até agora nenhum movimento para reativar o grupo. Fiquemos com a qualidade desse belo álbum de rock instrumental!

Eric Clapton - "Pilgrim" - apesar de estar  bem ativo na segunda metade dos anos 90, Eric Clapton não tinha lançado nenhum álbum de estúdio com composições próprias. Lançou álbuns ao vivo, um excelente álbum acústico e um excelente álbum de blues com covers de grandes clássicos do estilo. Seu último álbum com músicas próprias tinha sido a trilha sonora do filme "Rush", de 1992 (esta trilha sonora continha o clássico "Tears In Heaven", feita em homenagem ao filho que faleceu em um acidente). Clapton se cercou de grandes músicos, como sempre (Steve Gadd, Nathan East, Greg Phillinganes, Andy Fairweather Low), entretanto o álbum não passa ao ouvinte todo o sentimento que se esperava. A produção foi calcada em sintetizadores e bateria eletrônica, meio que pasteurizando a música, tirando um pouco do feeling e da essência orgânica dos músicos. Podemos destacar as canções "River Of Tears", "Fall Like Rain", "Sick And Tired" e "She's Gone". O próximo álbum de Eric Clapton iria redimir completamente os erros aqui cometidos: "Reptile", de 2001, já devidamente dissecado pelo blog - confira aqui!!

Motörhead - "Snake Bite Love" - mais um álbum do Motörhead: o décimo quarto de estúdio, o segundo com a formação que contava com Lemmy Kilminster, Mikkey Dee e Phil Campbell, o power trio que caminhou junto até o fim da carreira da banda. Não é um dos melhores álbuns da banda, mas também não é um dos piores; está ali no meio do caminho, com boas canções e algumas não tão memoráveis. Este disco faz parte de uma sequência de álbuns produzida por Howard Benson - este foi o último da série, iniciada com o álbum "Bastards". Destaque para a faixa de abertura, "Love For Sale", e para as faixas "Dogs Of War", "Don't Lie To Me" e "Better Off Dead". Rock and roll direto e sem frescuras, este era o Motörhead!!

Van Halen - "Van Halen III" - após uma tentativa fracassada de reunião da formação clássica, com o retorno do vocalista Dave Lee Roth, o Van Halen resolveu recrutar o vocalista Gary Cherone, do Extreme, para ser o novo cantor da banda. Gravaram este álbum de estúdio, o disco do Van Halen que menos vendeu em sua história. A química entre eles nunca aconteceu, musicalmente o álbum não tem punch, muitas baladas, os defeitos são muitos e variados. A faixa melhorzinha fica com "Fire In The Hole", que fez parte da trilha sonora do filme "Máquina Mortífera 4". A turnê promocional passou em alguns lugares onde a banda nunca tinha ido, como Austrália e Nova Zelândia, mas gerou pouco interesse do público. E após a turnê, a banda e Cherone chegaram a iniciar os trabalhos para um sucessor, mas a coisa toda desandou de um jeito que eles preferiram se separar. O Van Halen ficou parado, sem fazer nada, durante cinco anos, até 2004, quando voltou a se reunir com o vocalista Sammy Hagar, para uma turnê. A reunião durou pouco, apenas até o ano seguinte. O Van Halen voltou à ativa em 2007, com a então sonhada reunião com Dave Lee Roth. Em 2012, o Van Halen finalmente voltou a lançar um álbum de estúdio com Roth, chamado "A Different Kind Of Truth" - veja a resenha para este álbum aqui!!

Iron Maiden - "Virtual XI" - este foi o segundo álbum do Iron Maiden a contar com o vocalista Blaze Bailey. Enquanto o disco anterior, "The X Factor", ainda foi bem recebido pelos fãs da banda, este foi mal recebido, e é geralmente conhecido como o pior álbum da donzela de ferro. A verdade é: os fãs realmente não aceitaram a saída de Bruce Dickinson da banda. No disco anterior, ainda havia a curiosidade de se saber como seria o trabalho da banda com o novo vocalista, mas neste álbum não havia mais esse fator, e eu acredito que a produção do álbum também não contribuiu - as músicas parecem sem punch, sem força, características marcantes dos grandes discos do Iron Maiden (OK, o álbum não é todo horrível; temos boas canções, como "The Clansman"). Os dois primeiros singles mostraram isso e acabaram decretando a falência do álbum e até da própria banda. Com um álbum fraco nas mãos, a turnê não gerou muita expectativa e também foi mal. Os problemas acabaram se acumulando e foram jogados nas costas do novo vocalista, que não conseguia, noite após noite, entregar uma performance aceitável para os clássicos da banda, eternizados na voz de Bruce. Some a isso tudo os belos álbuns que Dickinson e Adrian Smith estavam fazendo, e tivemos, logo no começo de 1999, a demissão de Blaze Bailey. Era inevitável que a banda convidasse Bruce de volta, e então o retorno aconteceu, e foi grandioso. No post sobre o ano 2000 a gente fala sobre isso!!

Cannibal Corpse - "Gallery Of Suicide" - depois da estreia no álbum anterior, "Vile", George "Corpsegrinder" Fischer já se sentia bem à vontade com a banda, que não se arriscou nem mudou suas características musicais: manteve seu death metal agressivo, rápido e bem técnico. Mesmo tendo a estreia do seu novo guitarrista, Pat O'Brien (está até hoje na banda), substituto de Rob Barrett (Rob retornaria à banda em 2005, não saindo mais). Apesar de alguns momentos mais lentos e arrastados, o forte do disco é a pancadaria sonora sem perdão, com destaque para as faixas "I Will Kill You", "Disposal Of The Body", "Sentenced To Burn" e a faixa-título. O Cannibal Corpse se mantém na ativa firme e forte, com extrema regularidade em seus lançamentos e em suas performances, sempre animais!

Soulfly - "Soulfly" - após a briga que causou a saída de Max Cavalera do Sepultura, o vocalista rapidamente resolveu montar uma nova banda, batizada como Soulfly, e sem demora lançou seu álbum de estreia, produzido pelo mesmo produtor do último álbum que ele participou no Sepultura, o clássico "Roots" - o produtor Ross Robinson. Com o mesmo produtor, um curto espaço de tempo passado, já era de se esperar que a sonoridade continuasse parecida. E foi isso mesmo que aconteceu, com a ajuda de diversos convidados: para a faixa de abertura, "Eye For An Eye" (a melhor do disco), temos Dino Cazares e Burton Bell, do Fear Factory; para "Bleed", temos Fred Durst e DJ Lethal, do Limp Biskit; Chino Moreno, do Deftones, aparece na faixa "First Commandment"; entre outros convidados. O álbum passa uma certa confusão, com (poucos) acertos e (muitos) erros. Max saiu na frente de seus ex-colegas de banda, mas não conseguiu produzir um álbum tão forte quanto os que vinha produzindo com sua ex-banda (veremos que o novo do Sepultura também não foi nenhuma maravilha...). Max mantém o Soulfly ativo até hoje, agora alternando com discos e turnês com o Cavalera Conspiracy, projeto ao lado de seu irmão, Iggor Cavalera. Eles fazem falta no Sepultura, como fazem...

Jimmy Page & Robert Plant - "Walking Into Clarksdale" - depois de lançar o álbum acústico com uma orquestra e excursionar mundo afora tocando os clássicos do Led Zeppelin, a dupla Jimmy Page e Robert Plant resolveu gravar um álbum de estúdio - este álbum, produzido pela dupla e mixado por Steve Albini. Também gravaram o disco o baixista Charlie Jones e o baterista Michael Lee. O álbum não alcançou tanto sucesso quanto o acústico anterior. Chegou apenas à oitava posição na parada norte-americana e disco de ouro, o que é pouco para uma dupla oriunda do Led Zeppelin. A pegada é mais mística e folk, fugindo um pouco do clássico hard rock da ex-banda dos dois. Destaque para a abertura com "Shining In The Light", "Blue Train", "Please Read The Letter" e "Most High". Depois de uma rápida turnê de promoção do álbum, a dupla se separou. Jimmy Page gravou um incrível álbum ao vivo com os Black Crowes - "Live At The Greek", lançado em 2000. Robert Plant retornou para sua carreira solo. Eles iriam se reencontrar em 2007, dessa vez incluindo John Paul Jones e Jason Bonham (filho de John Bonham) para um show ao vivo do Led Zeppelin em 2007, que foi gravado e lançado em CD e DVD em 2012 com o título "Celebration Day". Apesar de vários convites para uma turnê de reunião, Robert Plant nunca mais aceitou voltar a cantar com o Led Zeppelin, apesar das ofertas milionárias para fazê-lo. Uma pena...

Bad Religion - "No Substance" - depois de dois álbuns de sucesso, que chamaram a atenção da mídia, este disco causou certa decepção, apesar de conter os principais elementos musicais que consagraram o Bad Religion: um punk rock calcado em boas melodias, e letras inteligentes fornecidas pelo vocalista Greg Graffin. Talvez o fator decepcionante foi a falta de uma canção com o punch de canções tais quais "A Walk", "Punk Rock Song", "Incomplete" ou "Infected". Temos algumas candidatas aqui: a abertura com "Hear It", o forte riff de "The Biggest Killer In American History", o otimismo punk de "Raise Your Voice!" ou a velocidade de "At The Mercy Of Imbeciles". Nenhuma chega lá e o álbum fica realmente devendo um pouco. A banda chegaria lá em 2002, com o retorno de seu antigo guitarrista, Brett Gurewitz. Papo para outros posts!

Deep Purple - "Abandon" - este foi o segundo álbum do Deep Purple a contar com o guitarrista Steve Morse, mas lamentavelmente foi o último a contar com o tecladista Jon Lord, que se aposentou da banda em seguida. Musicalmente, apesar do disco seguir mais ou menos a fórmula do belo álbum anterior, "Purpendicular", não conseguiu o mesmo sucesso, sem músicas tão marcantes. Um fato inédito neste álbum foi a regravação de uma música da banda, "Bloodsucker", um clássico do disco "In Rock". Podemos destacar, além desta regravação, as faixas "Any Fule Kno That", "Watching The Sky" e "Whatsername". O próximo álbum de estúdio da banda já contaria com o tecladista Don Airey, que desde então vem substituindo o mestre Jon Lord. Jon faleceu em 2012, consequência de um câncer no pâncreas. Para mim, Lord foi o maior tecladista que o rock viu!!

Slayer - "Diabolus In Musica" - este álbum do Slayer gerou certa polêmica entre os fãs da banda, já que ele se utiliza de elementos comumente usados no estilo nu metal, tão detestado pela velha guarda do heavy metal. Polêmicas a parte, eu pessoalmente gostei do álbum quando de seu lançamento, em especial de músicas aceleradas como a grande abertura com"Bitter Peace", "Perversions Of Pain", "Scrum" e "Point". Realmente, algumas músicas parecem peixes fora d'água, bem atípicas na discografia do Slayer, como o single "Stain Of Mind" e "Love To Hate". A banda veio ao Monsters of Rock de 1998, alguns meses após o lançamento do álbum, como headliner, e tocou diversas músicas do disco, que foram bem recebidas pelo público na época. A banda levaria algum tempo para lançar o próximo álbum de estúdio, e ele se envolveria em diversas polêmicas, desde o título, passando pela capa e até a data de lançamento. Um dia faço um post para falar desse álbum!

Madball - "Look My Way" - terceiro álbum de estúdio destes novaiorquinos que nasceram como uma espécie de projeto paralelo do Agnostic Front e depois se desenvolveram por conta própria (o vocalista Freddie Cricien é irmão de Roger Miret, vocalista do Agnostic Front). Este disco mostra a banda bem madura no estilo, com canções agressivas e bem compostas, com destaque para a faixa-título e as faixas "Cut Off", "Waste Of Time" e "Lesson Of Life". Apesar de muitas mudanças de formação, o Madball continua na ativa, com o vocalista Freddie Cricien e o baixista Hoya como núcleo, variando bateristas e guitarristas. O último lançamento da banda foi neste ano de 2018, com o álbum "For The Cause".

Agnostic Front - "Something's Gotta Give" - este álbum marcou o retorno do Agnostic Front às atividades - eles não lançavam um álbum de estúdio desde 1992. Conseguiram um novo acordo com a gravadora Epitaph e foram produzidos aqui por Billy Milano (vocalista das bandas S.O.D. e M.O.D.). Foi um bom retorno destes baluartes do hardcore, levando a música da banda a uma nova geração de fãs.  Contou com a participação de Lars Frederiksen, do Rancid, e Jimmy Gestapo do Murphy's Law. Destaque para a faixa-título, que abre o álbum, e para as faixas "Believe", "Gotta Go" (esta é um hino hardcore, dá vontade de sair agitando ao escutar), "Do Or Die" e "Bloodsucker" (esta com a participação do irmão de Roger Miret, o vocalista Freddy Cricien, do Madball). Desde então, a banda vem se mantendo em atividade e lançando álbuns regularmente. O último disco lançado foi "The American Dream Died", em 2015, pela Nuclear Blast. Se tiver a oportunidade de ver o Agnostic Front ao vivo, não perca, é um show cheio de energia e vibração!!

System of A Down - "System Of A Down" - este foi o álbum de estreia do System of a Down, uma banda formada por descendentes de armênios que estudaram juntos em uma escola voltada para conterrâneos na Califórnia. Eles montaram uma banda, começaram a se apresentar em clubes famosos em Hollywood (como o Whisky-A-Go-Go) e chamaram a atenção de Rick Rubin, que acabou contratando a banda para sua gravadora American (a mesma do Slayer na época; os membros do System são fãs declarados do quarteto de thrash metal). O álbum alcançou um sucesso bem moderado, conforme os singles do disco foram sendo lançados: "Sugar", principalmente, e "Spiders" em segundo lugar. Outros destaques do álbum ficam para as faixas "Suite-Pee", "Suggestions" e "DDevil". A banda teve que trabalhar duro durante os próximos anos excursionando fortemente, abrindo para Slayer, Metallica, participando do festival itinerante Ozzfest, dentre diversas outras turnês. Em 2001, seu segundo álbum de estúdio iria transformá-los em um dos maiores nomes do rock nos anos 2000. Em outro post a gente fala sobre esse grande disco!

Bruce Dickinson - "The Chemical Wedding" - enquanto o Iron Maiden patinava com seu novo vocalista, Blaze Bailey, Bruce Dickinson lançava um disco de extrema qualidade ao lado do também ex-Iron Adrian Smith. Riffs inspirados, belas melodias, canções coesas e fortes que empolgavam os fãs de heavy metal. Elogios também para a bela produção de Roy Z, que toca guitarra no álbum ao lado de Smith. Destaque para as canções "King In Crimson", a faixa-título, "The Tower", "Jerusalem" e "The Alchemist". A turnê que promoveu o álbum foi um sucesso, e terminou aqui no Brasil, onde Bruce gravou o show em São Paulo e lançou como o disco ao vivo "Scream For Me Brazil". Bruce só iria lançar um novo álbum de estúdio de sua carreira solo em 2005. Até lá, voltou a ser o vocalista do Iron Maiden, trazendo a banda de volta ao sucesso e glória!

Anthrax - "Volume 8: The Threat Is Real" - as dificuldades continuavam para o Anthrax neste ano de 1998. Trocaram de gravadora mais uma vez - uma que foi à falência após o lançamento do disco - e não conseguiram um substituto de respeito para a vaga de Dan Spitz (Paul Crook, Dimebag Darrel e Charlie Benante gravaram os solos do álbum). Pra completar o quadro, a banda estava experimentando muito e o cenário não era nada favorável para os grupos de thrash metal. Então, apesar de termos um bom álbum, é um tanto irregular e experimental, e acabou tendo praticamente nenhuma divulgação por parte de sua gravadora. No final, nenhuma música deste álbum ficou no set list do grupo, e poucas são lembradas pelos fãs da banda. Algum destaque para as faixas "Crush", "Piss N' Vinegar" e "Harms Way". O próximo álbum do Anthrax iria reviver a carreira da banda e ser um notável na discografia do grupo. Trata-se de "We've Come For You All", de 2001, e o blog já falou sobre ele - confira aqui.

Fear Factory - "Obsolete" - depois de chamar a atenção com o belo álbum "Demanufacture", o Fear Factory partiu para a composição deste seu sucessor, um álbum conceitual sobre um futuro sombrio onde máquinas dominam os seres humanos. Musicalmente, o álbum continua onde o outro parou, muito peso mesclado com alguns poucos elementos eletrônicos, adicionando algumas camadas de teclados e a voz mais suave do vocalista Burton Bell conduzindo esses momentos mais serenos, contrapondo com o ataque feroz de outros momentos. No disco, o herói e o vilão da história ganharam cada um uma música específica: "Edgecrusher" (o herói) e "Securitron (Police State 2000)". Outros destaques do álbum são as canções "Shock", "Smasher/Devourer", a faixa-título e "Ressurection". Outro fato que chamou a atenção para o álbum foi a cover de "Cars", de Gary Numan, cantada pelo próprio. Este é, até hoje, o álbum mais bem sucedido da banda, e chegou a conseguir alcançar disco de ouro. Para quem não conhece, ele com certeza merece uma audição cuidadosa!!

Korn - "Follow The Leader" - este terceiro álbum do Korn é considerado, pelo seu enorme sucesso, como o álbum que tornou o estilo nu metal conhecido em todo o mundo. Pode ser considerado também o álbum mais alternativo, ou menos pesado, da banda. São muitos convidados, incluindo alguns rappers (Ice Cube e Tre Hardson) e também Fred Durst, do Limp Biskit. É um disco longo, mais de uma hora de duração, e que ainda trazia algo meio bizarro: 12 faixas de 5 segundos cada, totalmente em silêncio - o álbum começava na faixa 13 e terminava na faixa 25. Musicalmente, conforme já falado, o disco se aprofunda no hip hop, e o baixo se sobressai ainda mais que nos discos anteriores. Se o primeiro disco da banda ainda trazia traços de metal, o segundo entrou de cabeça no estilo e este disco se aprofundou de vez. As canções mais conhecidas são "Freak On A Leash", "Got The Life" e "All In The Family", mas destaco as faixas "Dead Bodys Everywhere" e "My Gift To You", que traziam algum peso. O sucesso do álbum foi imediato, alcançando o topo da parada norte-americana e vendendo cinco milhões de cópias nos EUA. Foi o auge da carreira da banda, que desde então nunca mais conseguiu alcançar tamanha vendagem em seus lançamentos. O declínio do estilo nu metal também contribuiu muito para essa queda de popularidade. O último lançamento da banda aconteceu em 2016: "The Serinity Of Suffering". Um próximo álbum de estúdio está a caminho, veremos a reação do público a ele!

Rob Zombie - "Hellbilly Deluxe" - o White Zombie nem tinha acabado, e seu vocalista, Rob Zombie, já trabalhava neste álbum solo. O fim da banda era inevitável, segundo Rob, e ele aproveitou para iniciar sua carreira como artista independente. O álbum continua onde o ultimo disco do White Zombie parou: uma combinação de heavy metal, música eletrônica e temática de filmes de horror. Uma mistura que deu ainda mais certo aqui, com o álbum chegando à quinta posição da parada norte-americana, e vendendo três milhões de cópias, vendas maiores que a da ex-banda (os dois últimos discos do White Zombie alcançaram apenas dois milhões de cópias vendidas). A banda de apoio de Zombie contava com Rob Blasko (Ozzy Osbourne) no baixo, John Tempesta e Tommy Lee na bateria, Mike Riggs e Danny Lohner na guitarra, dentre muitos outros. Destaque para as faixas "Superbeast", "Dragula", "Demonoid Phenomenon" e "Meet The Creeper". A carreira musical de Rob Zombie é dividida com sua carreira como diretor de filmes - ele já dirigiu diversos filmes nos anos 2000, incluindo "Halloween" e sua sequência, e até um episódio da série "CSI: Miami". Criatividade e trabalho combinam muito bem com Rob Zombie!!

Death - "Sound Of Perseverance" - este foi o último álbum de estúdio do Death. Na época, Chuck Schuldiner já desejava fazer a transição para o heavy metal, abandonando o estilo death metal. Quando Chuck assinou o contrato com a Nuclear Blast, ele já tinha em mente essa mudança, e acabou acordando com a gravadora mais um álbum com sua banda Death, antes de migrar para o heavy metal com sua nova banda, Control Denied. Então, musicalmente, este álbum continua de onde o anterior ("Symbolic") parou: canções agressivas porém mais longas, estruturas mais complexas, vocal menos rasgado, técnica musical apurada. A abertura do disco, "Scavenger Of Human Sorrow", mostra um pouco disso, exibindo também os novos talentos descobertos por Schuldiner: o guitarrista Shanon Hamm e o excelente baterista Richard Christy, que se destacam em todas as canções (e acabaram seguindo Chuck no novo projeto). Destaque, além da abertura já citada, para as canções "Spirit Crusher", "Story To Tell" e "To Forgive Is To Suffer", além da cover fenomenal para "Painkiller", do Judas Priest, onde Chuck coloca os pulmões pra fora e arrasa nos vocais. O próximo (e último) álbum a contar com o talento de Chuck Schuldiner seria o de estreia de sua nova banda, Control Denied, chamado "The Fragile Art Of Existence" e lançado em 1999. Logo a seguir, Chuck foi diagnosticado com câncer no cérebro, e acabou falecendo em 2001, nos privando de seu incrível talento. We miss you, Chuck!!

Kiss - "Psycho Circus" - depois da reunião da formação original, com maquiagem e tudo, o Kiss sentiu necessidade de lançar um novo álbum de estúdio com essa formação, o que não acontecia desde "Dinasty", de 1979. A ideia do álbum foi boa e seu lançamento levou a banda a outra turnê promocional (que passou pelo Brasil no ano seguinte, em São Paulo, show em Interlagos), mas as gravações tiveram tudo menos uma banda gravando. Ace Frehley e Peter Criss tocam muito pouco no disco. Peter só canta em duas músicas ("You Wanted The Best" e "I Finally Found My Way") e toca bateria em uma ("Into The Void"). O baterista nas demais faixas do disco é Kevin Valentine (fonte: Wikipedia). Ace toca e canta em duas músicas ("Into The Void" e "You Wanted The Best"), além de ter composto a primeira. Tommy Thayer é quem toca guitarra solo nas demais faixas do disco. Apesar de todos esses problemas, temos aqui um bom álbum da banda, em especial a faixa-título, uma de minhas preferidas. Destaque também para "Within", "Into The Void" e "I Pledge Allegiance To The State Of Rock & Roll". Depois da turnê promocional deste álbum, o Kiss inventou uma turnê de despedida, que durou até 2001. Antes do final da turnê, Peter Criss saiu da banda, já que não chegou a um acordo sobre seus ganhos na turnê. Após o fim da turnê, Ace Frehley também saiu da banda, que acabou não renovando seu contrato. Os substitutos foram Eric Singer e o já citado aqui Tommy Thayer, que continuaram usando a maquiagem original, fato que tem gerado críticas até os dias de hoje. Um novo álbum de estúdio do Kiss só seria lançado 11 anos depois, em 2009. Papo para outro post!!

Whiplash - "Thrashback" - este álbum marcou o retorno do trio original que formou a banda: os famosos três Tonys - Tony Portaro na guitarra e vocais, Tony Bono no baixo e Tony Scaglione na bateria. Foi um retorno ao som mais clássico que a banda praticava no começo da carreira. Destaque para as faixas "Temple Of Punishment", "King With The Axe", "Memory Serves" e "Thrash 'Til Death". Um thrash metal clássico de primeira que não estava sendo devidamente reconhecido nesta época de nu metal e música mais alternativa. A falta de apoio e sucesso acabou levando a banda a encerrar as atividades. Eles só retornariam em 2009, mas com a ausência do baixista Tony Bono, que acabou falecendo em 2002. Desde então, a banda vem se mantendo mais ou menos na ativa, tendo lançado um álbum de estúdio no ano do retorno. Um novo álbum de estúdio é esperado para este ano de 2019, agora que eles assinaram contrato com a gravadora Metal Blade. Vamos torcer para um retorno em grande estilo!!

Sepultura - "Against" - após a conturbada saída de Max Cavalera da banda, o Sepultura partiu para a busca de um novo vocalista. Vários foram testados, até mesmo Chuck Billy, do Testament, mas no fim o escolhido foi Derrick Green, um norte-americano um tanto quanto desconhecido e que teve a ingrata tarefa de substituir Max. Assim como no Soulfly, o Sepultura também recorreu a diversos convidados para a gravação do primeiro disco sem seu principal vocalista: Jason Newsted (na época, baixista do Metallica), João Gordo (Ratos de Porão), e experimentos com um grupo japonês de percussão chamado Kodo. O álbum tem alguns bons momentos, mas atira para todos os lados sem conseguir acertar pra valer em nada. O álbum abre em alta rotação com a faixa-título, um quase hardcore que te deixa esperançoso. "Choke" é continuação do álbum anterior, só que sem os urros de Max, perdendo pontos. E aí a coisa começa a desandar. As canções não mostram força, se perdendo no meio do caminho entre o estilo iniciado em "Roots" e algo novo onde a banda não conseguiu chegar. Os momentos mais memoráveis a partir daí são as faixas com convidados: "Reza", com João Gordo, e "Hatred Aside", com Jason Newsted (esta para mim é a melhor do álbum, disparada). Na época, tanto o Soulfly de Max Cavalera quanto o Sepultura com Derrick Green faziam parte da mesma gravadora, Roadrunner (hoje em dia eles também fazem parte da mesma gravadora, só que agora é a Nuclear Blast). Houve muita reclamação por parte do Sepultura de falta de promoção, ou de preferência para com o Soulfly. E é fato que o primeiro disco do Soulfly vendeu mais que o primeiro disco do Sepultura sem Max. Certo mesmo é que ambas as carreiras nunca conseguiram render tão bem como na época de ouro da banda. Até os dias de hoje...

Black Sabbath - "Reunion" - Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler se juntaram para tocar no festival itinerante Ozzfest no ano de 1997, contando com o baterista da banda de Ozzy, Mike Bordin. Eles fechavam as noites com um set mais reduzido, após Ozzy tocar com sua banda solo. Bill Ward não foi chamado para essa turnê: a banda alegou temer que Bill não aguentasse o ritmo puxado da turnê. O sucesso desses shows levou à banda a marcar duas apresentações em sua cidade natal, Birmingham, incluindo Ward (o temor com a saúde de Bill continuava - eles mantiveram Vinny Appice em stand by para cobrir qualquer problema que viesse a acontecer). Seriam os primeiros shows com a formação original da banda desde 1992. Os shows foram um sucesso, e gravados para serem lançados, o que resultou neste álbum duplo ao vivo, que traz todos os grandes clássicos do Black Sabbath, e também conta com duas faixas inéditas, gravadas em estúdio: "Psycho Man" e "Selling My Soul". Canções medianas, não empolgaram muito os fãs. Apesar do sucesso do álbum, muitos fãs reclamaram dos overdubs (sempre rola isso...), dizendo que os vocais de Ozzy foram corrigidos demais. Independente das reclamações, este foi, de verdade, o primeiro álbum ao vivo oficial da formação original do Black Sabbath, já que o lançamento anterior, "Live At Last", foi lançado sem autorização da banda. Um registro histórico que levou a banda a diversas turnês, até que em 2006, Ozzy Osbourne foi trabalhar em seu disco solo e acabou gerando a oportunidade da formação que gravou "Mob Rules" se reencontrar novamente. Papo para outros posts!!

R.E.M. - "Up" - este foi um álbum difícil para o R.E.M.. Durante as sessões de gravação deste álbum, o baterista Bill Berry resolveu sair do grupo, mas pediu ao trio remanescente que continuasse com a banda. Com o baque, a banda levou um tempo mas retomou as gravações. Durante esta segunda sequência de gravações, os três membros restantes se desentenderam bastante e o fim do R.E.M. chegou a ser considerado - felizmente, eles resolveram os problemas e continuaram. Musicalmente, este é um disco de experimentações, tendendo para a música eletrônica, um direcionamento que a banda sentiu ser necessário para continuar relevante. Não é necessariamente minha fase preferida da banda, mas podemos destacar as canções "Lotus", "Suspicion", "At My Most Beautiful" e "Daysleeper". O próximo álbum do R.E.M. colocaria o trem de volta aos trilhos do rock. Papo para futuros posts!!

Dream Theater - "Once In A LIVEtime" - este álbum ao vivo marca o fim de uma era no Dream Theater, com o tecladista Derek Sherinian. O álbum foi gravado em Paris (no Bataclan), na turnê promocional do álbum "Falling Into Infinity". O show, longo, passeou por toda a carreira da banda até então, incluindo várias referências às influências do grupo, como o solo de "Freebird", do Lynyrd Skynyrd, e o riff de "Moby Dick", do Led Zeppelin, no final da faixa "Take The Time"; trechos de "Have A Cigar", do Pink Floyd, e "Enter Sandman", do Metallica, durante a faixa "Peruvian Skyes"; e até referências a outros projetos dos membros do grupo, como o trecho de "Paradigm Shift", do Liquid Tension Experiment (ver acima), no solo de John Petrucci. A apresentação é recheada de virtuosismo e perfeição, e a banda consegue ser empolgante durante (quase) todo o tempo. A saída de Derek Sherinian abriu caminho para a entrada do tecladista Jordan Rudess, que estava tocando com Petrucci e Portnoy no já citado Liquid Tension Experiment. O entrosamento foi imediato e Rudess contribuiu muito para o próximo lançamento, talvez o álbum mais importante da carreira do Dream Theater. No post de 1999 a gente fala mais sobre ele!!

Rush - "Different Stages" - existia a regra, na discografia do Rush, que dizia assim: "após quatro álbuns de estúdio, vem um álbum ao vivo". Então, este álbum ao vivo corresponde à sequência após os quatro álbuns de estúdio "Presto", "Roll The Bones", "Counterparts" e "Test For Echo". As gravações foram feitas, em sua maioria, em um show da banda em Chicago, 1997, na turnê de divulgação do então último álbum de estúdio ("Test For Echo"), salvo algumas exceções, como duas faixas gravadas em shows da turnê do álbum "Counterparts". Na época da compilação das faixas, a tragédia da morte da filha e da esposa de Neil Peart tinha atingido a banda, e Geddy Lee e Alex Lifeson imaginavam que este poderia ser o último registro do Rush, já que Peart tinha declarado que não mais se apresentaria, tamanha a tristeza em seu coração (felizmente, ele se recuperou e voltou a tocar por um bom tempo). Então, além das apresentações das últimas turnês, temos um terceiro disco contendo canções gravadas na turnê do álbum "A Farewell To Kings", tornando este álbum ainda mais importante e histórico. As performances são, como sempre, incríveis e recheadas de talento e virtuosismo. Destaque para as versões ao vivo de "Dreamline""Driven", "Animate", "Nobody's Hero", "Stick It Out" e uma versão ao vivo para o clássico "2112", executada na íntegra com uma perfeição impressionante. Um incrível álbum histórico que encerra uma fase importante na carreira do Rush, passando a limpo a carreira do grupo com tremenda competência!

The Offspring - "Americana" - este álbum trouxe o Offspring de volta ao seu maior sucesso, uma vez que o disco anterior, "Ixnay On The Hombre", não conseguiu repetir o sucesso estrondoso do álbum "Smash". Este álbum traz a banda conciliando suas raízes com canções mais pop, em um casamento harmonioso que levou o grupo ao segundo lugar da parada norte-americana, alcançando vendas de cinco milhões de cópias para o disco. Logo na abertura, temos uma grande canção, "Have You Ever", mais cadenciada porém empolgante, que é seguida por uma daquelas canções que você não consegue ficar parado, "Staring At The Sun", a melhor do álbum para mim. Depois temos o grande sucesso do disco, "Pretty Fly (For A White Guy)", que conseguiu fazer com que o álbum vendesse muito (aliada com o vídeo engraçado que foi feito para a música). Ainda temos outras canções fortes no disco: "The Kids Aren't Alright", a versão irada de "Feelings", "She's Got Issues" e "Why Don't You Get A Job?". A força dessas canções são sempre provadas nos shows ao vivo do Offspring, em especial nos últimos shows da banda no Brasil, e no Rock In Rio, onde um mar de pessoas se debateu e agitou com estas canções. Uma prova de longevidade para o grupo!

Metallica - "Garage Inc." - depois de dois álbuns seguidos fugindo do seu estilo, o Metallica resolveu lançar um disco de covers. Na verdade, já tinha esse disco pronto, com todas as covers gravadas até então em sua carreira. A banda resolveu gravar novas covers, sempre explorando suas origens e influências. Incluiu Black Sabbath, Mercyful Fate, Discharge, Thin Lizzy e outras escolhas, umas óbvias, como Misfits e Diamond Head, e outras mais surpreendentes, como Bob Seger e Nick Cave. O resultado ficou muito bom em alguns casos, regular em outros. Os destaques muito bons ficam para a cover de Black Sabbath, "Sabbra Cadabra", o medley do Mercyful Fate, a cover dos Misfits, "Dye, Dye My Darling" e as duas covers do Discharge. A cover do Bob Seger também ficou legal (não esqueça de ver o vídeo clipe gravado pra esta e também para "Whiskey In The Jar" - excelentes!). O lançamento ganhou uma importância bem maior com a inclusão do segundo disco, que trouxe todas as covers gravadas pela banda até então, espalhadas por singles e EP's e agrupadas para o deleite do fã. Este sim, um disco desbundante com versões arrasadoras, muitas vezes melhores que as originais, como "Am I Evil", "Blitzkrieg", "Breadfan" e "So What". Se você precisa de um pretexto para explorar este álbum, o segundo disco é mais que motivo. Considere o primeiro disco como bônus e aproveite também, há boas coisas ali!

Mais um post da série anual chega ao fim, posts sempre voltando 20, 30, 40, 50 anos no tempo e mostrando os grandes lançamentos de rock desses anos de ouro. Sempre um prazer preparar esses posts, espero que vocês curtam também, ano que vem tem mais!!!

Um abraço rock and roll e até a próxima!!