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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

1978 - Disco music rouba o espaço do rock, punk e new wave se estabilizam

Já relembramos diversos lançamentos de meio século atrás (o post sobre o ano de 1968), então vamos partir agora para o ano de 1978. A disco music começava a incomodar, tirando o espaço até então quase todo dedicado ao rock na mídia. O punk e a New Wave tentavam se firmar como estilos e novos grupos que seriam grandiosos no futuro surgiam. E, claro, vários gigantes do rock continuavam a lançar seus clássicos. Lá vamos nós voltar no tempo - quarenta anos rumo ao passado glorioso do rock!!


No post sobre o ano de 1977, falamos sobre o acidente aéreo do Lynyrd Skynyrd, a morte de Elvis e lançamentos de filmes de George Lucas e Steven Spielberg. No ano de 1978, tivemos um fato muito raro: a morte de dois papas. O papa Paulo VI faleceu em agosto, e um novo papa foi escolhido (João Paulo I); pouco mais de um mês depois de assumir o cargo, ele faleceu e obrigou o Vaticano a escolher novo líder para a igreja católica. O escolhido, o polonês Karol Wojtyla, adotou o nome João Paulo II e reinou até sua morte, em 2005. Ainda no assunto religião, um lunático chamado Jim Jones atraiu muita gente para viver na Guiana, onde ele planejou e executou um suicídio coletivo, levando à morte de quase mil pessoas, sendo 300 crianças, que beberam uma bebida contendo cianeto (confira a canção "Koolaid", do Accept - a letra fala um pouco desse incidente). No futebol, foi ano de Copa do Mundo, na Argentina, que atravessava uma ditadura sanguinolenta. Os donos da casa acabaram se sagrando campeões, em final em cima da Holanda. Entretanto, o jogo anterior, contra o Peru, ficou famoso por ser um jogo atípico: a seleção peruana se mostrou muito apática e levou uma goleada de 6 x 0 - a seleção argentina precisava golear por quatro gols de diferença, pelo menos. Esse resultado prejudicou o Brasil, que acabou ficando com o terceiro lugar no mundial. No cinema, muitos filmes de expressão foram lançados: "Superman" (com o inesquecível Christopher Reeve e Marlon Brando interpretando seu pai), "Grease - Nos Tempos Da Brilhantina" (com John Travolta e Olivia Newton-John), "O Franco Atirador" (com Robert de Niro, Meryl Streep e Christopher Walken) e "O Expresso da Meia-Noite" (um filme com roteiro de Oliver Stone e dirigido por Alan Parker). Na música, tivemos a grande perda de Keith Moon, do The Who, um dos maiores bateristas de todos os tempos. E tivemos o famoso caso da morte de Nancy Spungen, namorada de Sid Vicious, ex-baixista dos Sex Pistols. Nancy foi achada (pelo próprio Sid) morta no banheiro, com uma facada, e ele acabou preso, acusado da morte dela. Não se sabe exatamente o que aconteceu: alguns dizem que ele a matou; outros dizem que foi um traficante; e outros dizem que ela própria se matou. Vicious tentou se matar na prisão, mas acabou solto sob fiança, e acabou tendo uma overdose no ano seguinte.
Vamos lá conferir os principais lançamentos de quarenta anos atrás!!


Judas Priest - "Stained Class" - este foi o primeiro de dois álbuns lançados pelo Judas Priest neste ano de 1978. Dois clássicos do heavy metal, que ajudaram a definir a sonoridade de um zilhão de bandas que surgiram desde então. Aqui, temos algumas canções definitivas da banda, como a abertura com "Exciter", a cover "Better By You, Better Than Me" (cover da banda Spook Tooth, acabaria envolvendo a banda em uma longa batalha judicial pelo suicídio de um jovem, supostamente inspirado nesta música), a faixa-título, "Saints In Hell" (com grande performance de Rob Halford), "Savage" e o clássico supremo "Beyond The Realms Of Death", presente até hoje nos shows da banda. O novo baterista, Les Binks, que entrou na banda por indicação de Roger Glover, o produtor do disco anterior, compôs uma parte deste grande clássico (a introdução acústica, segundo a Wikipedia). Em outubro deste mesmo ano, a banda lançaria mais um grande clássico, confira mais abaixo!

Van Halen - "Van Halen" - os irmãos Van Halen, holandeses de nascença, foram morar nos EUA ainda crianças, e como bons filhos de um músico, aprenderam a tocar diversos instrumentos. Eddie começou aprendendo piano, depois passou para a bateria e finalmente passou pra guitarra. Alex começou na guitarra mas começou a tocar escondido na bateria do irmão, e acabaram trocando de instrumentos. Se juntaram a David Lee Roth, o vocalista, e a Michael Anthony, o baixista, e foram mudando de nome (passando por Genesis e Mammoth) até chegar ao sobrenome da família. Ralaram muito tocando em festinhas, pequenos clubes e foram ganhando popularidade na cena. Gene Simmons, baixista e vocalista do Kiss, viu uma dessas apresentações e gostou da banda, ajudou-os a gravar uma demo mas acabou não ajudando muito mais. Ted Templeman, produtor da gravadora Warner (produziu álbuns do Montrose e Doobie Brothers, entre outros), viu a banda junto com um executivo da mesma gravadora, e rapidamente deram um contrato de gravação para o Van Halen. O próprio Templeman cuidou da produção deste primeiro álbum. Simplesmente uma das estreias mais impactantes da história do rock! O mundo simplesmente foi revolucionado com a guitarra de Eddie Van Halen, suas técnicas incríveis (basicamente quase todos os guitarristas desde então passaram a usar essas técnicas), a cozinha milimetricamente perfeita de Alex Van Halen e Michael Anthony, e as loucuras vocais de David Lee Roth. Além disso tudo, tínhamos composições combinando agressividade, melodias grudentas, técnica musical apurada, e muito mais. Um álbum que abre com uma sequência tal qual "Runnin' With The Devil", "Eruption", "You Really Got Me" (versão definitiva para o clássico do The Kinks) e "Ain't Talkin' 'Bout Love" precisa ser celebrado o tempo todo! Fora outras canções excelentes como "Jamie's Cryin'", "Atomic Punk" e "On Fire". O álbum só alcançou o Top 20 da parada norte-americana (19ª posição), mas foi vendendo muito com o passar do tempo e hoje em dia já alcançou disco de diamante - mais de dez milhões de cópias vendidas! Não satisfeito com todos esses feitos, neste mesmo ano o Van Halen entrou em turnê ao lado de ninguém menos que o Black Sabbath, e colocou os veteranos no bolso noite após noite! Vamos celebrar os quarenta anos de um dos mais importantes e mais influentes álbuns da história do rock!!

Genesis - "...And Then There Were Three..." - este foi o primeiro álbum do Genesis a ser gravado sem o guitarrista Steve Hackett, que decidiu sair da banda para se dedicar à carreira solo (ver seu segundo álbum mais abaixo). Sem Hackett, Mike Rutherford assumiu as guitarras no estúdio (na turnê que promoveu o álbum foi recrutado o guitarrista Daryl Stuermer). O trio remanescente escolheu mudar o direcionamento musical da banda, levando o som do Genesis para águas mais pop. Em tempos de popularidade do punk, o rock progressivo era visto com maus olhos, e as canções encurtaram - nenhuma música passa dos sete minutos (veremos mais abaixo que o Yes fez o mesmo). Destaque para as canções "Down And Out", "Snowbound", "Many To Many" e "Follow You Follow Me". Esta última canção foi lançada como single e fez muito sucesso, se tornando uma das músicas mais conhecidas do Genesis até então, o que acabou abrindo as portas para uma nova geração de fãs (se bem que acabou alienando uma parte antiga dos fãs, que preferiam a banda mais progressiva, dos tempos com Peter Gabriel e Steve Hackett). O sucesso levou o álbum à 14ª posição na parada norte-americana - a mais alta na carreira da banda até então - e rendeu um disco de platina. Seria o início de uma era de muito sucesso para a banda, culminando com o álbum "Invisible Touch", de 1986. A banda, atualmente, está em um longo hiato, sem previsão de retorno. Phil Collins retomou sua carreira solo, não dando sinais de que deseja reviver a banda. Uma pena, adoraria ver um show do Genesis...

Renaissance - "A Song For All Seasons" - este talvez tenha sido o álbum de maior sucesso do Renaissance. Ainda contando com a formação mais clássica (Annie Haslam nos vocais, John Tout nos teclados, Jon Camp no baixo, Michael Dunford na guitarra e Terence Sullivan na bateria), o disco acabou estourando graças ao single "Nothern Lights", que chegou ao Top 10 da parada de singles do Reino Unido. O estilo progressivo continuava firme e forte, com destaque para longas faixas como "The Day Of The Dreamer" e a faixa-título, que dividiam espaço com faixas mais curtas porém bem eficientes como a já citada "Nothern Lights", a faixa de abertura "Opening Out" e "She Is Love", não cantada por Annie e sim pelo baixista Jon Camp. Esta formação clássica gravaria mais um álbum e se separaria. Uma série de mudanças de formação aconteceriam ao longo dos anos. Os membros Michael Dunford e John Tout já faleceram. Desta formação, somente Annie Haslam continua na banda, que tocou recentemente no Brasil. Longa vida a esta grande vocalista!!

The Band - "The Last Waltz" - este álbum reproduz a última apresentação do The Band, e também acabou gerando um documentário, filmado por ninguém menos que Martin Scorsese. Apesar de ter sido lançado neste ano de 1978, a apresentação foi realizada em novembro de 1976, e contou com um grande número de convidados especiais e famosos, dentre eles: Neil Young, Bob Dylan, Eric Clapton, Joni Mitchell, Ringo Starr, Ron Wood, Muddy Waters e muitos outros. Todas essas estrelas se juntaram ao grupo e interpretaram diversos clássicos, tanto da The Band quanto de outros artistas. Neil Young interpreta sua própria música, "Helpless"; Joni Mitchell interpreta sua própria música, "Coyote"; Eric Clapton interpreta uma cover, "Further On Up The Road"; já Bob Dylan interpreta diversas canções junto com a banda, incluindo "Forever Young" e o clássico "I Shall Be Released" (nesta canção, todos os convidados cantam backing vocals juntos). Além do documentário dirigido por Scorsese, também foi lançado um disco triplo com essas performances. Este foi um dos documentários baseados em um concerto mais aclamados de todos os tempos, com algumas reservas de membros da The Band, que acusaram Robbie Robertson de aparecer demais em detrimento dos demais integrantes. Independente das críticas, trata-se de uma performance musical de primeira, músicos consagrados que se cansaram da vida na estrada e resolveram encerrar suas carreiras em alto estilo, com este projeto. O álbum triplo teve uma performance comercial modesta nas paradas: 16ª posição na parada norte-americana, alcançando apenas disco de ouro. Durante as filmagens, Martin Scorsese e Robbie Robertson ficaram amigos, e o segundo passou a trabalhar com o primeiro, como produtor e compositor das trilhas sonoras, em produções consagradas como "Touro Indomável", "A Cor do Dinheiro", "Cassino" e muitos outros. Com relação à The Band, eles voltaram á ativa em 1983, sem o principal compositor, Robbie Robertson, para um sucesso moderado em turnês. Richard Manuel, um dos integrantes do grupo, cometeu suicídio em 1986. Outros integrantes também já faleceram: Rick Danko, em 1999, de problemas no coração; Levon Helm, em 2012, de complicações de um câncer. Da formação original, somente Garth Hudson e Robbie Robertson ainda estão vivos. Viva o legado desta grande banda de rock!!

Rainbow - "Long Live Rock 'N' Roll" - depois de dois anos excursionando muito (com o resultado sendo lançado no álbum ao vivo "On Stage", no ano anterior, 1977), a banda começou a pensar no sucessor do grande clássico "Rising". A formação já estava mudando: o tecladista Tony Carey e o baixista Jimmy Bain, que gravaram o disco anterior, foram demitidos por Ritchie Blackmore. Bob Daisley e David Stone foram os substitutos, e antes das gravações terminarem a banda já estava de volta à estrada. Nem todas as partes de baixo foram gravadas por Bob Daisley (que entraria na banda de Ozzy Osbourne alguns anos mais tarde); o próprio Blackmore gravou algumas músicas. E Tony Carey também tocou teclado em algumas músicas, como músico contratado. Independente das mudanças de formação, temos outro grande clássico do Rainbow aqui, com várias canções marcantes que entraram para a história do rock: a empolgante faixa-título (cada vez mais dá gosto de cantar o refrão, não é mesmo?), a intrigante "Gates Of Babylon", a manjada porém excelente "Kill The King" (manjada pois foi incluída no disco ao vivo lançado no ano anterior, e era presença marcante nos shows da banda naquela época), a melancólica "Rainbow Eyes", tivemos aqui outro trabalho de primeira da banda, sem se repetir e mantendo sua marca. Após extensa turnê, Blackmore decidiu tomar o caminho comercial, abandonando os letras fantasiosas de Dio, que não concordou com a guinada que seu guitarrista queria dar e acabou saindo da banda. O Rainbow acabou totalmente reformulado e no ano seguinte voltaria bastante mudado, musicalmente falando (pra pior, na minha opinião). Ronnie James Dio, o baixinho que encantou o mundo cantando para a banda em três grandes álbuns, ficou desempregado por pouco tempo: ele aproveitaria a vaga aberta por Ozzy e encantaria ainda mais como o novo vocalista do Black Sabbath. Quando chegar o post falando sobre o ano de 1980 a gente fala mais sobre esse assunto!!

 
Jethro Tull - "Heavy Horses" e "Bursting Out" - conforme falamos no post de 1977, o Jethro Tull iniciou uma sequência de álbuns fortemente influenciados pelo folk com o disco anterior, "Songs From The Wood". Este álbum, "Heavy Horses", mantém a mesma pegada, se bem que com traços mais fortes que no álbum anterior. Destaque para as canções "Acres Wild", "No Lullaby", "Moths" e a faixa-título. Sucesso moderado para o álbum, conseguindo entrar no Top 20 das paradas britânica e norte-americana. A banda caiu na estrada para promover o álbum, tocando na Europa nos meses de maio e junho de 1978, e aproveitou para gravar as apresentações e lançar seu primeiro álbum ao vivo, que saiu no mês de setembro. "Bursting Out" é um álbum duplo que abrangeu quase toda a carreira da banda, incluindo grandes clássicos como "Jack In The Green", "A New Day Yesterday", "Thick As A Brick", "Too Old To Rock 'N' Roll: Too Young To Die", "Ministrel In The Gallery" e uma grande sequência do álbum "Aqualung": "Cross-eyed Mary", "Aqualung" e "Locomotive Breath". Dois grandes momentos da carreira do Jethro Tull!!

Steve Hackett- "Please Don't Touch" - após excursionar pelo mundo inteiro no ano anterior (1977), incluindo shows no Brasil, o Genesis viu seu guitarrista sair da banda - já vimos que a banda gravou também um álbum neste ano de 1978 - ver mais acima. Steve Hackett já tinha gravado um álbum solo e não se conformou com o pouco material seu que foi incluído no álbum "Wind And Wuthering". As canções rejeitadas pelo Genesis acabaram compondo este belo álbum, mais um grande disco de Hackett. Se no primeiro disco solo a maioria das músicas era instrumental, aqui temos mais canções com vocais, divididos entre Steve Walsh (vocalista do Kansas), Richie Havens e Randy Crawford. Destaque para as canções "Narnia", "Racing In A", "How Can I?" e "Hoping Love Will Last". Steve Hackett se mantém firme e forte na ativa, gravando diversos álbuns em sua carreira solo, revisitando seu trabalho no Genesis (como fez na última turnê que fez no Brasil) e muito mais. Ele tocará novamente pelo Brasil em março. Um show de primeira, podem ter certeza!!

AC/DC - "Powerage" - após uma turnê com o Black Sabbath, no ano anterior (1977), a banda demitiu o baixista Mark Evans, e trouxe para seu lugar Cliff Williams, o substituto perfeito que durou até os dias atuais na banda. O grupo ainda batalhava para estourar no mercado norte-americano, tocou em diversas turnês por lá, abrindo para diversos nomes, mas não foi com este álbum que eles conseguiram o sucesso por lá. Qualidade não falta a este discaço, um clássico que já abre no talo com "Rock 'N' Roll Damnation", empolga ainda mais com "Down Payment Blues" e ainda conta com petardos tais quais "Riff Raff", "Sin City" e "Up To My Neck In You". A banda caiu na estrada pra promover o álbum e tentar crescer seu público ainda mais. Uma dessas apresentações acabou sendo gravada e lançada como o primeiro álbum ao vivo do AC/DC - veja mais abaixo!!

David Gilmour - "David Gilmour" - após o álbum "Animals",as relações no Pink Floyd já tinham começado a ficar estremecidas. Roger Waters já exercia forte controle sobre as composições, impondo sua visão musical. Após a turnê promocional, David Gilmour tinha muitas ideias musicais que não conseguiu utilizar na banda, então canalizou todo esse material para este seu primeiro álbum solo. E conseguiu um excelente resultado, com canções onde sua guitarra era o centro das atrações. Destaque para a abertura instrumental, "Mihalis" (aliás, as outras duas instrumentais, "Raise My Rent" e "It's Deafinitely", são muito boas também), "There's No Way Out Of Here", "So Far Away" e "No Way". O álbum conseguiu boa repercussão comercial, atingindo o Top 20 da parada britânica e o Top 40 da parada norte-americana, inclusive alcançando disco de ouro (meio milhão de cópias vendidas). No ano seguinte, Gilmour retornou suas atenções para o Pink Floyd, para gravar um grande álbum da banda, apesar de poucas contribuições suas nas composições. Papo para o próximo post!!

Bruce Springsteen - "Darkness On The Edge Of Town" - em 1975, Bruce Springsteen tinha lançado um de seus maiores álbuns, "Born To Run", que alcançou a terceira posição na parada norte-americana e vendeu seis milhões de cópias nos EUA. Este álbum foi o sucessor, outro grandioso disco, mas que demorou mais do que devia, graças a um litígio com o ex-empresário Mike Appel. O álbum foi aclamado pela crítica, por sua musicalidade intensa e composições encorpadas e inspiradas. Também fez sucesso com o público, alcançando a quinta posição na parada norte-americana. O disco já começa fantástico com a ótima "Badlands", e segue forte com "Adam Raised A Cain". Outras faixas também se destacam: "Racing In The Street", "The Promised Land", "Prove It All Night" e a faixa-título. A sequência de grandes álbuns não pararia: em 1980, Bruce alcançaria pela primeira vez o topo da parada norte-americana com o disco "The River". Quando chegar a hora, a gente fala sobre esse ano!!

Thin Lizzy - "Live And Dangerous" - este foi o último álbum a ser lançado pela formação mais clássica do Thin Lizzy - com os guitarristas Scott Gorham e Brian Robertson. A ideia da banda era lançar mais um álbum de estúdio, mas o produtor escolhido, Tony Visconti (já tinha produzido T-Rex e David Bowie; depois ele produziu muitos outros álbuns do camaleão), estava com sua agenda ocupada. Phil Lynott então resolveu se juntar ao produtor por um curto período para lançar este álbum ao vivo, com gravações de shows das últimas turnês do Thin Lizzy. Houve muito debate ao longo do tempo sobre a quantidade de overdubs (correções nas gravações ao vivo, feitas em um estúdio) que o álbum sofreu. Alguns disseram que quase todo o disco foi refeito no estúdio; outros afirmam que somente uma pequena parte foi refeita. Independente disso, temos um grande álbum, de uma banda inspirada, uma formação que jamais iria se reunir novamente. Todos os grandes clássicos da banda estão lá: "Jailbreak", "Emerald", "Massacre", "Still In Love With You", "Cowboy Song", "The Boys Are Back In Town", "Warriors", "The Rocker", uma coleção impressionante de músicas de qualidade, tocadas ao vivo (ou em estúdio, dependendo da quantidade de overdubs), um dos grandes discos gravados por esta banda que tanto influenciou o hard rock e o heavy metal que iria ser feito dali pra frente. Brian Robertson teve um desentendimento com Phil Lynott e saiu da banda, sendo substituído por Gary Moore. Brian formou a banda Wild Horses ao lado de Jimmy Bain (ex-Rainbow na época), e mais tarde entraria no Motörhead, substituindo Fast Eddie Clarke. Histórias de uma grande banda que infelizmente não teremos mais a chance de ver ao vivo!

The Rolling Stones - "Some Girls" - o título do post já indica: a disco music roubou um grande espaço antes dedicado ao rock. Os Rolling Stones não eram bobos e aproveitaram para compor uma canção influenciada pelo novo estilo - a batida de "Miss You" é uma batida disco que cresceu com arranjos pop e blues, gaitas e outros mais, construindo um clássico da banda. Vale lembrar que tamanha inspiração é resultado da combinação perfeita de Keith Richards com Ron Wood. O novo membro dos Stones não chegou a tempo para uma participação efetiva no disco anterior, mas neste disco seu estilo melhorou a pegada da banda, que se inspirou novamente para compor grandes músicas. Além do clássico citado, logo na abertura, temos também outras grandes canções: "The Whip Comes Down", "Just My Imagination (Running Away From Me)", "Far Away Eyes", "Beast Of Burden" e "Shattered". Com tamanha qualidade, o álbum foi parar no topo da parada norte-americana, e vendeu muito desde então, alcançando mais de seis milhões de cópias somente nos EUA. A turnê que promoveu o álbum também foi um sucesso estrondoso, apesar de ter sido curta - apenas dois meses. Em 2011, um desses shows foi lançado em CD e DVD: "Some Girls: Live In Texas '78", contendo como bônus a apresentação da banda no programa Saturday Night Live, neste mesmo ano de 1978. Um item que vale a pena ser conferido!!

UFO - "Obsession" - último álbum de estúdio da fase áurea do UFO, com Michael Schenker na guitarra (ele retornaria nos anos 90, mas sem o mesmo impacto). Mais um disco de grande qualidade, recheado de clássicos. Logo na abertura, "Only You Can Rock Me" e seu riffaço agitando, com aquela quebrada no meio para um lindo solo de Schenker. Ainda temos muitas outras grandes canções: "Ain't No Baby"; a linda balada "Lookin' Out For Nº 1"; o rockaço "Hot 'N' Ready" e seu grande riff; o clássico "Cherry", com seu começo tranquilo que vai crescendo e se transformando; "You Don't Fool Me" e Schenker se superando em solos; a lentinha caprichada "Born To Lose", ufa! Muita coisa boa!! No meio da turnê de promoção deste grande álbum, Michael Schenker abandonou o barco. Teve uma rápida passagem pelos Scorpions, e depois formou o Michael Schenker Group. Os membros restantes trouxeram o guitarrista Paul Chapman e continuaram com a banda, que nunca mais conseguiu o mesmo sucesso de antes. Uma das bandas que mais influenciou o heavy metal praticado nos anos 80, se você não conhece o UFO, comece a escutar sua discografia imediatamente!!

Boston - "Don't Look Back" - depois de uma estreia absolutamente arrasadora, a expectativa por um segundo álbum do Boston era enorme. A banda excursionou bastante para promover o primeiro disco, mas ainda assim o intervalo de dois anos nos anos 70 entre um álbum e outro era muito grande e deixou a gravadora bem impaciente. Enfim lançado, gerou novamente um grande sucesso, alcançando disco de platina em menos de um mês de vendas! Logo de cara, a faixa-título abre com aquele estilão Boston, melodias escancaradas, música bem produzida, um clássico por assim dizer. Ela mesmo ajudou muito no sucesso do disco, mas as excelentes faixas "A Man I'll Never Be" e "Feelin' Satisfied", outros singles bem sucedidos do álbum, também contribuíram bastante. Este grande clássico foi parar direto no topo da parada norte-americana, e já conseguiu a marca de sete milhões de cópias vendidas somente nos EUA! Claro que não deu pra chegar perto do sucesso estonteante do primeiro álbum, mas ainda assim um dos discos mais vendidos do rock!!

The Who - "Who Are You" - este foi o derradeiro e último álbum de estúdio do The Who a contar com o grande baterista Keith Moon. A esta altura, ele estava com sérios problemas de dependência, já tinha desmaiado no meio de um show da banda, tinha ganhado peso e seus colegas de banda tinham sérias dúvidas sobre suas habilidades para tocar o instrumento. De qualquer forma, eles entraram em estúdio e gravaram este álbum, um pouco irregular, com arranjos um tanto quanto complexos, sem a força dos discos anteriores da banda. Ainda assim, o álbum foi bem recebido comercialmente, chegando à segunda posição na parada norte-americana e alcançando disco duplo de platina. O maior destaque do disco, claro, é a mais que conhecida faixa-título, que recentemente experimentou um revival ao se tornar a música de abertura da séria "CSI: Crime Scene Investigation". Outros destaques ficam para "905" (com vocal do baixista John Entwistle), "Sister Disco" e "Trick Of The Light". Lamentavelmente, quase um mês depois do lançamento deste álbum, Keith Moon tomou uma overdose de remédios prescritos para tratar de seu vício e acabou falecendo. A banda decidiu seguir em frente, e escolheu Kenney Jones (ex-Small Faces e ex-Faces) como seu substituto. Lançariam mais dois álbuns de estúdio e se separariam. Retornariam várias vezes para tocar juntos e realizar algumas turnês, mesmo depois da morte do baixista John Entwistle, em 2002. No último ano, 2017, nós brasileiros finalmente tivemos a chance de testemunhar a uma grande apresentação ao vivo do The Who - confira aqui a resenha para o show deles no Rock In Rio!!

Scorpions - "Tokyo Tapes" - este foi o último álbum dos Scorpions a contar com o guitarrista Uli Jon Roth. Ele participou da turnê que promoveu o último disco de estúdio, "Taken By Force", e é ele quem toca neste álbum ao vivo. Entretanto, antes do lançamento, ele já tinha saído da banda para seguir carreira solo. Trata-se de uma bela apresentação da banda, gravada na capítal do Japão, três noites seguidas de shows abrangendo todo o repertório do grupo até então. Destaque para as canções "Pictured Life", "In Trance", "Fly To The Rainbow", "Top Of The Bill", "Dark Lady" e as covers "Hound Dog" e "Long Tall Sally". Como vimos mais acima, Michael Schenker saiu do UFO neste mesmo ano de 1978 e resolveu retornar para os Scorpions, para trabalhar novamente ao lado do seu irmão. Não durou muito, e a banda precisou encontrar um substituto. O escolhido foi Mathias Jabs, que se provou a escolha certeira, levando a banda a muito sucesso - ele está até hoje nos Scorpions. Longa vida a esta grande banda alemã!!

Ace Frehley - "Ace Frehley" - a esta altura dos anos 70, o Kiss era a banda mais bem sucedida dos EUA, com seus álbuns sempre alcançando disco de platina e os produtos de merchandising vendendo igual pãozinho quente. Mas as tensões dentro da banda cresciam, principalmente com o consumo excessivo de drogas e álcool por Ace Frehley e Peter Criss. Então, talvez tentando provar o tamanho da popularidade do Kiss, talvez tentando aliviar um pouco essas tensões entre os membros, surgiu a ideia dos quatro álbuns solo. Isso mesmo: cada membro do Kiss gravou um disco por si só, e os quatro discos foram lançados no mesmo dia (18 de setembro de 1978). A força da popularidade foi provada: os quatro álbuns foram bem sucedidos, alcançando disco de platina e também chegando ao Top 40 da parada norte-americana. E cada membro teve a devida liberdade para gravar o que quisesse: Peter Criss preferiu explorar rhythm & blues e baladas; Gene Simmons se cercou de um monte de convidados (Joe Perry, Dona Summer, Cher e outros); Paul Stanley e Ace se mantiveram mais fieis ao estilo da banda. Meu destaque entre os quatro álbuns solo é o de Ace Frehley. Com composições fortes, uma pegada roqueira muito boa e grandes músicos ao seu lado (Anton Fig na bateria, Will Lee no baixo e Eddie Kramer na produção), o disco talvez tenha sido o de maior impacto a longo prazo dentre os quatro (não foi o mais bem sucedido em termos de parada; o álbum de Gene Simmons alcançou posição acima deste). Destaque para as excelentes canções "Rip It Out", "Ozone", "New York Groove" e "I''m In Need Of Love". Depois de tanto sucesso, o Kiss começaria a implodir, com as saídas de Peter Criss e Ace Frehley nos anos seguintes. No meio dos anos 80, a banda abandonou a maquiagem e abraçou o pop metal açucarado que tanto fez sucesso naquela época. Somente nos anos 90 que a banda ressurgiria com a devida força para retomar seu lugar como grande banda de rock!

Yes - "Tormato" - Estávamos na era do punk rock, que execrava bandas de rock progressivo como o Yes. Mas, ainda assim, havia espaço para esse tipo de banda, e os reis do rock progressivo lançaram mais um álbum de sucesso e qualidade, apostando em canções não tão longas (nenhuma música passa de oito minutos) e melodias envolventes, para aumentar o poder comercial do álbum. Deu certo, alcançando o Top 10 nas paradas norte-americana e britânica e alcançando rapidamente disco de platina nos EUA. Destaque para as canções "Future Times / Rejoice", "Don't Kill The Whale", "Release, Release" e "On The Silent Wings Of Freedom". Após uma turnê de sucesso pelos EUA e Europa, a banda tentou retomar sessões de estúdio para a gravação de um próximo álbum, mas diversas divergências entre os membros acabaram levando à saída de Jon Anderson e Rick Wakeman da banda. Eles gravariam o próximo disco de estúdio com outros membros - a conferir no post de 1980!!

Ramones - "Road To Ruin" - depois de três álbuns lançados, sendo dois no ano anterior (1977), os Ramones tiveram a primeira baixa na sua formação original: saiu o baterista Tommy Ramone e entrou Marc Bell, que agora ficaria conhecido como Marky Ramone. Tommy não saiu completamente do universo da banda: ele produziu este álbum e também "Too Tough To Die", de 1984. Musicalmente, o álbum tenta ampliar um pouco o leque de opções da banda, adicionando músicas de andamento mais cadenciado, como a abertura com a ótima "I Just Want To Have Something To Do" e a baladinha "Needles And Pins". Entretanto, o disco traz algumas canções punk rock de primeira, como "I Wanted Everything", "I'm Against It" e o grande clássico "I Wanna Be Sedated". Apesar da tentativa da banda de ampliar seu leque para fazer mais sucesso, o álbum se saiu pior que o anterior (o clássico "Rocket To Russia"). O próximo álbum de estúdio dos Ramones alcançariam uma marca muito melhor em termos de sucesso, mas no geral a banda nunca foi muito popular em termos de vender discos. O forte deles eram os shows memoráveis que faziam. Quem foi a um show dos Ramones com certeza não esquece!!


Black Sabbath - "Never Say Die!" - Ozzy chegou a sair da banda depois da turnê promovendo o álbum "Technical Ecstasy", chegou a ser substituído por outro vocalista (Dave Walker), mas retornou ao Black Sabbath para gravar este álbum. Você coloca este disco pra escutar, do começo ao fim, e percebe que a banda começou bem, temos quatro belas canções no lado A: a excelente faixa-título, com refrão que te ganha rapidamente; "Johnny Blade", com andamento mais rápido e com guitarra diferenciada; "Junior's Eyes" e "Hard Road" também não fazem feio. Mas aí vem o lado B e desgraça tudo: você até consegue salvar "Shock Wave" e "Air Dance", mas a coisa desanda e fica parecendo que Ozzy foi embora no meio da gravação, já que temos uma instrumental e uma música cantada por Bill Ward no fim do disco. E mais ou menos foi isso mesmo, todos o problemas com drogas que a banda tinha e ainda por cima Ozzy teve que enfrentar a morte de seu pai. Apesar do álbum irregular, a banda caiu na estrada para comemorar seus dez anos, e teve o Van Halen abrindo os shows. Os membros acabaram amigos até hoje (Tony Iommi e Eddie Van Halen já publicaram fotos juntos nos bastidores em shows recentes do Black Sabbath), mas o Van Halen superou o Sabbath noite após noite, deixando um gosto amargo para eles. Após o fim da turnê, a banda não conseguiu evoluir mais e acabou decidindo demitir Ozzy. Não demorou muito para trazerem Ronnie James Dio para seu lugar (ele tinha saído do Rainbow recentemente). Ozzy Osbourne conseguiu uma carreira solo de imenso sucesso, até maior que a carreira que o Black Sabbath tentou levar dali em diante. Felizmente, na segunda metade dos anos 90, a banda começou a reunir a formação original novamente, fazendo vários shows, incluindo duas turnês no Brasil (aqui na nossa terrinha sem Bill Ward, que não aceitou os termos contratuais oferecidos a ele). A banda alega que chegou a seu fim após a sua última turnê. Será que foi o fim mesmo? Só o tempo nos dirá!!

Gary Moore - "Back On The Streets" - este grande guitarrista começou sua carreira tocando em uma banda chamada Skid Row (não confundir com a banda de hard rock dos anos 80/90), que já continha, como um dos membros, Phil Lynott. Foi onde se conheceram e começaram a estabelecer sua relação profissional. Gary entrou no Thin Lizzy em 1974, após a saída de Eric Bell, mas ficou pouco tempo. Voltou a entrar na banda no ano de 1977, substituindo rapidamente Brian Robertson. E porque falo tanto do Thin Lizzy aqui? Porque Phil Lynott e Brian Downey tocaram em quase todas as faixas deste álbum solo de Gary Moore. Além deles, Don Airey e Simon Philips completam o time que gravou o álbum. Um disco de grandes canções, sejam elas instrumentais - como "Fight Of The Snow Moose" e "What Would You Rather Bee Or A Wasp?" - ou com os vocais, divididos entre Gary e Phil, em lindas músicas tais quais "Don't Believe A Word" (uma música do Thin Lizzy) e "Parisienne Walkways". Esta última foi o grande sucesso do álbum, e conseguiu chegar ao Top 10 de singles da parada britânica. Ainda vale citar a canção "Spanish Guitar", grande bônus track incluída anos mais tarde nas versões em CD. Gary Moore iria passar mais uma temporada no Thin Lizzy a seguir, inclusive gravando um álbum no ano seguinte, 1979. Entretanto, ele sairia no meio da turnê de promoção e passaria a se dedicar a sua carreira solo, de grande sucesso e variedade musical. Gary faleceu em 2011, nos privando de seu enorme talento. Rest in peace, Gary!!

Gillan - "Gillan" - depois que foi demitido do Deep Purple, Ian Gillan montou uma banda sua e lançou diversos álbuns, seguindo por uma linha jazz rock que não agradou a seu público. Ele mesmo percebeu isso e dissolveu a banda. Resolveu montar uma nova banda, abraçando o hard rock como estilo, trazendo muito mais sucesso para ele. Foram seis álbuns, de 1978 a 1982. Os álbuns sempre se posicionaram bem na parada britânica, chegando a alcançar a segunda posição em 1981. Mas antes desse sucesso, tiveram que batalhar, e este primeiro disco do grupo só conseguiu ser lançado em mercados alternativos - Japão, Austrália e Nova Zelândia. Por este motivo, este álbum é conhecido como "The Japanese Album". Destaque para as canções "Secret Of The Dance", "Dead Of Night", "Fighting Man", "Sleeping On The Job" e "Roller". Se você curte a fase Mk.2 do Deep Purple e a voz de Ian Gillan, este é um disco que você precisa conhecer!!

Dire Straits - "Dire Straits" - lançado no mês de outubro de 1978, este álbum de estreia dos Dire Straits não chamou muito a atenção do público logo de cara. Somente depois que o single "Sultans Of Swing" alcançou sucesso nos EUA, meses depois, foi que a banda finalmente alcançou reconhecimento pelo seu trabalho. Temos aqui uma estreia grandiosa, de primeira, já mostrando todo o talento na guitarra de Mark Knopfler. Ele também era o vocalista, e estava apenas começando sua grande carreira, seja ao lado desta maravilhosa banda, ou em sua longa e prestigiada carreira solo. Voltando ao disco, ele não se resume ao grande clássico, temos também outras belas canções: "Down To The Waterline", "Water Of Love", "Southbound Again" e "Wild West End". No final das contas, este disco de estreia voou alto: segunda posição na parada norte-americana e quinta posição na parada britânica. O Dire Straits iria lançar muitos outros álbuns de muito sucesso e muita qualidade. Neste ano de 2018, eles serão finalmente incluídos no Rock And Roll Hall Of Fame. Nada mais justo com esta grandiosa banda britânica!!

Judas Priest - "Killing Machine" - segundo álbum de estúdio lançado pelo Judas Priest neste ano de 1978, traz uma leve mudança no direcionamento musical, simplificando um pouco a sonoridade em favor de canções um pouco mais diretas, talvez para combinar com a mudança de visual que a banda estava adotando - o visual que a banda usa até hoje, abusando no couro. E tome mais clássicos pra história da banda: "Rock Forever", "Evening Star", "Hell Bent For Leather" (até hoje serve como a canção onde Rob Halford entra com sua motocicleta no palco), a cover "The Green Manalish (With The Two-Pronged Crown" (cover do Fleetwood Mac, da época de Peter Green - veja o post sobre o ano de 1968) e "Running Wild". Nos EUA, este disco só seria lançado no começo de 1979, com um nome diferente: "Hell Bent For Leather". Este seria o segundo e último álbum de estúdio com o baterista Les Binks; ele ainda apareceria no álbum ao vivo "Unleashed In The East". Dave Holland, oriundo do Trapeze, iria substituí-lo no disco seguinte de estúdio. Podemos considerar que a mudança no direcionamento musical ocorrida neste álbum acabou proporcionando à banda o estrelato conseguido no clássico "British Steel", de 1980. Papo para futuros posts!!

AC/DC - "If You Want Blood You've Got It" - primeiro álbum ao vivo do AC/DC, ele mostra a potência que era um show da banda na época, ainda com Bon Scott nos vocais. Os grandes clássicos deles nesta época estão incluídos aqui: "Hell Ain't A Bad Place To Be", "The Jack", "Problem Child", "Whole Lotta Rosie", "High Voltage", "Let There Be Rock", uma sequência impressionante para provar a importância deste álbum - um dos grandes discos ao vivo da história do rock. O show foi gravado no Apollo Theatre, em Glasgow, na Escócia e seria o último álbum do AC/DC a ser produzido pela dupla Harry Vanda / George Young (George era irmão mais velho de Malcolm e Angus). No ano seguinte, 1979, a banda buscaria um novo produtor para tentar finalmente estourar nos EUA. Papo para o próximo post!

Rush - "Hemispheres" - o álbum anterior da banda, "A Farewell To Kings", viu a banda entrar no rock progressivo, guardando ainda alguns poucos traços do hard rock da primeira fase. Neste disco, o Rush mergulhou de cabeça no rock progressivo, lançando um álbum com apenas quatro músicas, sendo que a primeira canção, "Cygnus X-1 Book II: The Hemispheres", ocupava todo o lado A - e era uma continuação da última música do disco anterior. Outros destaques deste clássico são "The Trees", com uma linda levada acústica, e a sensacional canção instrumental "La Villa Strangiato", quase dez minutos de virtuosismo deste grande power trio. O processo de composição e gravação deste grande álbum foi um tanto quanto desgastante para a banda, e talvez por este motivo a banda acabou se distanciando um pouco das canções tão longas - o próximo álbum de estúdio iria começar a trilhar caminhos mais pop, sem abandonar a qualidade. Até alcançar o ápice da popularidade com "Moving Pictures", de 1981. Recentemente, Alex Lifeson revelou que o Rush encerrou as atividades - não tem mais planos para gravar álbuns ou excursionar. Merecem o descanso, já produziram muitas obras primas ao longo de sua carreira!

Whitesnake - "Trouble" - David Coverdale já tinha gravado dois álbuns solo desde o fim do Deep Purple: "White Snake" e "Northwinds". Entretanto, Coverdale rapidamente montou uma nova banda, aproveitando o guitarrista Mick Moody, que gravou os dois álbuns solo com ele, e o guitarrista Bernie Marsden, além da excelente cozinha formada por Neil Murray (que depois gravou com Black Sabbath, Gary Moore, Brian May e muitos outros) e o mito Jon Lord. Esqueça aquele hard rock que você conhece da MTV e os vídeos para "Is This Love?" e "Still Of The Night". Aqui, a banda era centrada em fazer um belo blues rock, com melodias bem agradáveis e influência dos Beatles - basta conferir a cover para "Day Tripper". Outros destaques ficam para "Take Me With You", "Lie Down (A Modern Love Song)" e "Don't Mess With Me". Foi o começo de uma era da banda que eu chamo de "anos dourados", pela formação recheada de grandes músicos, produção caprichada do mestre Martin Birch e sonoridade calcada em um blues rock de primeira. Falei sobre esta era neste post aqui, vale a pena conferir. O Whitesnake batalharia bastante para alcançar o sucesso. Acompanhe esta saga ao longo dos próximos posts!!

The Clash - "Give 'Em Enough Rope" - este segundo álbum do The Clash conseguiu ser aclamado pela crítica e pelo público. Foi o primeiro álbum lançado nos EUA, mas não estourou por lá - a banda ainda teria que excursionar bastante e esperar pelo próximo disco de estúdio. Mas no Reino Unido o álbum foi muito bem sucedido, chegando à segunda posição e vendendo muito. Com uma produção muito mais caprichada que o primeiro disco e mantendo a variedade musical da banda, trata-se de outro grande álbum de punk rock, empolgante e com muito punch, feito pra pogar bastante. Destaque para as canções "Safe European Home", "English Civil War", "Tommy Gun" e "Drug Stabbing Time". A consagração do The Clash viria com o próximo álbum, um dos mais elogiados discos da história do punk rock. Ano que vem a gente fala sobre ele, no post de 1979!!

Queen - "Jazz" - mais um disco de sucesso da era de ouro do Queen, os anos 70. Mais uma vez, a banda passeia com propriedade por diversos estilos, sempre mantendo uma identidade musical e abusando da qualidade nas composições. O álbum abre com "Mustapha", uma incrível composição de Freddie Mercury que traz alguns ritmos arábicos (e algumas coisas na letra também) sem deixar de ser um poderoso rock. E segue com o clássico "Fat Bottomed Girls", composto por Brian May com uma linda introdução cantada à capela - May canta o refrão. Temos "Jealousy", linda balada com o piano de Freddy dominando. Ainda podemos citar os clássicos "Bicycle Race" e "Don't Stop Me Now", onde a banda esbanja qualidade nos arranjos e também nos vocais harmoniosos, uma das marcas características das músicas do Queen nos anos 70. Foi mais um grande sucesso da banda, alcançando a segunda posição no Reino Unido e sexta posição nos EUA. Bons tempos estes que o Queen reinava - eram tempos de grandes músicas!!

Siouxsie And The Banshees - "The Scream" - este foi o álbum de estreia desta banda inglesa, liderada pela cantora Susan Ballion, que adotou o nome artístico Siouxsie Sioux. O Siouxsie And The Banshees foi um dos grandes nomes do pós-punk, um movimento que evoluiu a partir do punk rock, adicionando elementos avançados e flertando com outros estilos. A banda estava batalhando desde 1976, fazendo barulho no underground, mas demorou a conseguiu uma gravadora que lhes garantisse liberdade artística. Enfim, este ano de 1978 viu a banda assinar com a gravadora Polydor e lançar seu disco de estreia. Um disco intenso, cheio de energia, transbordava um frescor que outras bandas já consagradas não conseguiam mais passar. Destaque para as canções "Jigsaw Feeling", "Carcass", "Mirage" e "Metal Postcard (Mittageisen)". O álbum foi aclamado pela crítica, e também fez sucesso no Reino Unido, chegando à 12ª posição. Este álbum foi produzido por Steve Lillywhite, e foi seu primeiro sucesso comercial. Ele ficaria conhecido por produzir os três primeiros álbuns do U2, outra banda deste mesmo movimento e que só conseguiria lançar seu primeiro álbum em 1980. Papo para futuros posts!!

Então é isso! Chegamos ao fim desta viagem no tempo, voltando quarenta anos e relembrando grandes clássicos do rock. Acha que eu esqueci de algum lançamento importante de 1978? Deixe seu comentário, dizendo qual disco faltou.

Um abraço rock and roll e até o próximo post!!