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domingo, 31 de maio de 2015

Blues Pills, psicodelia direto da Suécia

Acompanhando o canal da Nuclear Blast, no YouTube, em busca de boas bandas de heavy metal (as melhores agora estão assinando com a gravadora alemã), acabei esbarrando com uma imagem altamente psicodélica, um vídeo de uma nova banda sendo promovida. Acabei clicando e descobri uma das melhores vozes femininas dos últimos dez, quinze anos. A dona dessa voz chama-se Elin Larsson; o nome da banda, Blues Pills. Vamos falar agora sobre o álbum de estreia deles!

Além da voz fantástica de Elin, outra coisa chama a atenção na banda: sua origem sueca, pouco comum dentro do rock (OK, temos outras boas bandas suecas, mas costumam tender ou para o pop ou para o heavy metal), mas não é só: o baterista Cory Berry e o baixista Zack Anderson são oriundos dos EUA (o baterista Coru saiu da banda pouco depois deste lançamento, sendo substituído por um sueco, André Kvarnström); a vocalista Elin Larsson tem origem sueca; e o guitarrista, Dorian Sorriaux, de apenas 18 anos, tem origem francesa. Dessa salada de nacionalidades emergiu uma grande sonoridade fortemente calcada na música psicodélica da segunda metade dos anos 60 e no blues rock da primeira metade dos anos 70. O primeiro disco foi lançado em julho de 2014 em todo o mundo, menos no Brasil (globalização, cadê você...). Com a mudança na distribuição dos lançamentos da Nuclear Blast no começo do ano - passaram a ser feitos pela Voice Music - um dos primeiros títulos da gravadora alemã a serem lançados no Brasil foi esta preciosidade dos Blues Pills, e por isso estou falando sobre ele agora - foi quando eu finalmente consegui comprá-lo, mídia física, encarte impresso, essas coisas que roqueiro das antigas aprecia.

Foto promocional da banda, retirada de seu web site
O disco abre com a melhor música, "High Class Woman", uma tremenda linha de baixo conduzindo a canção, com a guitarra fazendo um delicioso recheio e o vocal portentoso; e segue com outras excelentes, com destaque para "Jupiter" (com Sorriaux abusando do pedal wah-wah), "River" (lentinha deliciosa, solo inspiradíssimo), "No Hope Left For Me" (outra lentinha, vocal de primeira), a mais roqueira "Devil Man" e "Gypsy" (vejam os vídeos abaixo), todas transbordando psicodelia e mostrando a banda procurando improvisar um pouco nas composições, deixando o disco com um clima descompromissado e informal. As influências não são descaradas, são mais sutis - percebe-se que beberam na fonte de Cream, Big Brother & The Holding Co., Jimi Hendrix Experience, um pouco de Led Zeppelin, mas sem copiar ninguém explicitamente. Tudo isso destacando a impressionante potência vocal da vocalista Elin Larsson, porém não fica por aí: o trabalho de baixo e bateria da cozinha traz um groove impressionante, bebendo não só do rock mas também do soul/funk dos anos 70. E os solos totalmente viajantes do guitarrista Dorian Sorriaux enriquecem ainda mais este trabalho de estreia.

Outra foto promocional da banda, retirada de seu web site
A edição nacional trouxe duas faixas bônus: "Dig In", uma lentinha mais calcada no blues tradicional, a banda toda parece trabalhar para Elin brilhar em sua interpretação inspirada; e "Time Is Now", uma canção já tendendo mais para o blues rock, e aqui até dá pra sentir uma influência de Blue Cheer, banda pioneira que acabou influenciando o heavy metal. Vale lembrar que ambas as canções saíram em um EP chamado "Devil Man", lançado um pouco antes deste primeiro disco de estúdio. Aproveite que este grande disco foi lançado no Brasil e confira a qualidade impressionante desta banda!!

Relação de músicas:
1 - "High Class Woman"
2 - "Ain't No Change"
3 - "Jupiter"
4 - "Black Smoke"
5 - "River"
6 - "No Hope Left For Me"
7 - "Devil Man"
8 - "Astralplane"
9 - "Gypsy"
10 - "Little Sun"
Faixas Bônus da edição nacional:
11 - "Dig In"
12 - "Time Is Now"

Alguns vídeos:
"High Class Woman":


"Jupiter" (lyric video):


"No Hope Left For Me":


"Gypsy":



Um abraço rock and roll e até a próxima resenha!!