Este post vai falar sobre o segundo dia metal do Rock In Rio - dia 22/09/2013, noite que fechou o festival e contou com Iron Maiden, Slayer, Helloween e diversas outras bandas. Vamos lá!!
Minha terceira presença no festival acabou sendo a que presenciei o maior número de problemas - a começar pela entrada: se na quinta-feira, dia 19, e no dia anterior, dia 21, foi tranquila, sem filas e aborrecimentos, a deste último dia de festival teve um mar de gente sendo retardada e privada de sua entrada por uma revista que me pareceu mais minuciosa que a dos dias anteriores - até tampinha de garrafa de água tínhamos que jogar fora!
Por conta dessa demora desnecessária, levei uma hora e meia desde o momento em que cheguei nas imediações da Cidade do Rock até o momento em que adentrei, o que me fez perder todo o show do Viper com André Mattos e quase toda a apresentação do Destruction - ao chegar ao Palco Sunset, eles estavam tocando a última música sozinhos, antes de chamar o Krisiun para tocar o clássico "Black Metal" do Venom. Diga-se de passagem que quase todo o público estava concentrado para aqueles lados do palco secundário do festival, e as duas bandas estavam fazendo uma grande performance, e foi isso que o Krisiun continuou fazendo até o final. Bela performance, pancadaria na orelha o tempo todo, apresentação brutal, agradou bastante.
Helloween e o guitarrista Kai Hansen em ação, |
A seguir, o que vimos foi uma multidão se aglomerando desde o fim do show anterior, para presenciar o show do Helloween. Digo, sem medo de errar, que era uma das atrações mais desejadas deste dia, abaixo talvez apenas do headliner Iron Maiden. A banda não fez feio, trouxe uma apresentação certeira, recheada de grandes canções heavy metal, que agradou em cheio os presentes. Destaque para "I'm Alive", "Are You Metal?" e "I Want Out". O encontro com o ex-guitarrista Kai Hansen também agradou muito e levou muitos fãs da banda a loucura. Não dá pra entender como uma apresentação dessas não foi pro Palco Mundo...
Andreas Kisser e Zé Ramalho juntos. Foto: Veja |
Não vi o Kiara Rocks. Li depois na Internet que Paul Dianno fez participação especial e que a banda apostou em algumas covers de clássicos do rock. Ouvi elogios ao vocalista e algo do tipo "o cara canta em português mas como se fosse gringo". Depois vou até tentar ver pela TV pra entender o porquê disso... Pra fechar os shows no Palco Sunset, um encontro que prometia muito e que rendeu tudo que se esperava: o Sepultura recebeu Zé Ramalho, lenda da música popular brasileira. Antes, a banda desfilou algumas canções que pouco toca ao vivo, como a cover do New Model Army, "The Hunt", "Dusted", a cover do Chico Science e Nação Zumbi "Da Lama Ao Caos", e o clássico "Inner Self". O som do palco cooperou e o show agradou em cheio a plateia que também era muito grande. Com Zé Ramalho (muitos apelidaram o encontro de Zépultura), tocaram a já manjada porém excelente "Dança Das Borboletas", "Jardim Das Acácias", "Mote Das Amplidões", uma canção do disco solo de Andreas Kisser chamada "Em Busca Do Ouro", com Zé introduzindo uma letra e a cantando, "Ratamahatta" e fecharam com o clássico "Admirável Gado Novo". A esta altura, eu já estava me amontoando no Palco Mundo para ver o Slayer, e muita gente do palco principal cantava o refrão. Bonito demais, esse encontro foi excelente e rendeu um belo show. Aliás, os shows do Palco Sunset foram um grande destaque mais uma vez, parabéns para os idealizadores desta empreitada.
Tom Araya, mostrou diversos sorrisos durante o show. Foto: Jornal O Dia |
Sim, aos poucos o público foi debandando da apresentação no Palco Sunset para conferir os reis do thrash metal, os mais fieis e com os fãs mais devotos e loucos do planeta. O Slayer passou por um bocado recentemente, incluindo a morte de Jeff Hanneman e a saída de Dave Lombardo, então existia uma certa expectativa sobre seu show. Aos primeiros acordes de "World Painted Blood", foi desfeito qualquer rumor: teríamos o apocalipse sonoro no Rock In Rio! A banda trouxe um set enxuto, porém totalmente recheado de seus maiores clássicos, que empolgaram seu público e fez abrir inúmeras rodinhas. O ponto negativo, para mim, foi a falha no som (pelo menos no ponto onde eu estava localizado, direita do palco) que não nos permitiu ouvir claramente a guitarra de Gary Holt. Fora isso, Paul Bostaph fez bonito na banda mais uma vez, descendo a mão em seu kit com a devida precisão, o próprio Gary arrebentou e Tom Araya e Kerry King foram perfeitos em seus instrumentos. Até observamos diversos sorrisos de Araya! Nas últimas três músicas do show, ainda tivemos imagens de Jeff Hanneman no telão, uma bela homenagem mais que merecida. Uma apresentação marcante que me tranquilizou: o Slayer ainda tem diversos anos de vida, e poderá nos presenciar ainda com muitos anos de sua máquina apocalíptico-supersônica de thrash metal.
Eu confesso que tentei assistir ao tal Avenged Sevenfold, fiquei lá e vi umas duas, três músicas. Não desceu. Na minha opinião, falta originalidade à banda. Harmonias fracas, pouco peso, a forte sensação de já ter ouvido aquilo antes... Parecia até que a banda sabia de sua limitação e tentava compensar com excesso de pirotecnia. E tome labareda pra cá, fogos de artifício pra lá. Sempre acho que uma banda deve pautar sua apresentação calcada em sua música - os efeitos especiais devem ficar em segundo plano, apenas complementado (foi o caso do Iron Maiden, como falarei já já). Para uma banda que já tem 14 anos, eu acho que eles já deveriam ter amadurecido e evoluído muito mais.
Bruce Dickinson, o frontman do Iron Maiden, correu, pulou e cantou como sempre faz |
Enfim, a última atração da noite era o Iron Maiden. Sim, eles que estão quase todo ano aqui. Sim, eles que estão repetindo o mesmo set list na turnê inteira. Ainda assim, a histeria quando da entrada da banda no Palco Mundo foi ensurdecedora. É uma banda com fãs ainda mais devotos e fieis, e muitos ali não tiveram a oportunidade de ver um show anterior. Utilizando o palco baseado na capa do álbum "Seventh Son Of A Seventh Son", a banda entrou cuspindo fogo com duas canções deste disco, a mediana "Moonchild" e o single "Can I Play With Madness". "The Prisoner" empolgou a galera da velha guarda, e "2 Minutes To Midnight" incendiou completamente o público, que cantou a plenos pulmões todos os versos, com ênfase no refrão. Daí pra frente, foi um desfile de grandes canções que manteve a apresentação num nível altíssimo de empolgação. Todos os músicos estavam muito bem, em especial meu preferido, Adrian Smith, que estava perfeito em seus solos. Os efeitos especiais de pirotecnia e os Eddies que apareciam, eram mais complementos para alimentar a imaginação dos fãs e se relacionar com as capas dos respectivos álbuns. Foram muito bem recebidos. O bis com o famoso discurso de Churchill abrindo "Aces High" foi apoteótico e sinalizou o começo do final da apresentação, que ainda contou com "The Evil That Men Do" e a manjada "Running Free", estendida como sempre. Fim de show, público extenuado e extremamente satisfeito com este segundo dia metal, que na minha opinião foi bem melhor que o primeiro. Fim de Rock In Rio também. Fica a forte impressão que as apresentações de rock deixaram todos extasiados e que elas são as melhores do festival. Em 2015, é de se esperar que a aposta no heavy metal irá se manter, não há motivos em contrário. Nem se configura em aposta, é ganho certo com o público mais fiel do planeta!
Set list do Slayer:
"World Painted Blood"
"Disciple"
"War Ensemble"
"At Dawn They Sleep"
"Mandatory Suicide"
"Hallowed Point"
"Die By The Sword"
"Dead Skin Mask"
"Hate Worldwide"
"Seasons In The Abyss"
"South Of Heaven"
"Raining Blood"
"Angel Of Death"
Set list do Iron Maiden:
"Moonchild"
"Can I Play With Madness"
"The Prisoner"
"2 Minutes To Midnight"
"Afraid To Shoot Strangers"
"The Trooper"
"The Number Of The Beast"
"Phantom Of The Opera"
"Run To The Hills"
"Wasted Years"
"Seventh Son Of A Seventh Son"
"The Clairvoyant"
"Fear Of The Dark"
"Iron Maiden"
Bis:
"Aces High"
"The Evil That Men Do"
"Running Free"
Alguns vídeos
Apresentação completa do Helloween
Show completo do Sepultura, com Zé Ramalho:
Slayer tocando "Rainning Blood":
Iron Maiden tocando "Wasted Years":
Agora só em 2015!! Em breve falo mais sobre o show do Black Sabbath do mês que vem. Um abraço rock and roll pra todos!!