Este post vai falar sobre um grande álbum do Anthrax, que completa dez anos de lançamento em 2013. Estamos falando de "We've Come For You All", último registro de material original da banda com o vocalista John Bush (a banda ainda lançaria um disco de regravações de músicas antigas com Bush).
Desde a saída de Joey Belladonna da banda, em 1992 (a Wikipedia diz que ele foi demitido), o Anthrax experimentou uma série de problemas com seus integrantes e com a queda nas vendas de seus álbuns lançados. A banda saiu de uma sétima posição na parada americana com o álbum de estreia de John Bush, "Sound Of White Noise" (último disco com a participação de Dan Spitz), para a posição 118 do disco anterior a este que comentamos, o mediano "Volume 8: The Threat Is Real". Dan Spitz, guitarrista solo na banda por 12 anos, desde o álbum de estreia, saiu e deixou um problemão para o Anthrax - nos álbuns seguintes até Charlie Benante, o baterista, assumiu os solos, assistido por Paul Crook (que acabou excursionando com a banda) e Dimebag Darrell, do Pantera, que fez participações em vários álbuns desta fase, incluindo este. O relacionamento com as gravadoras também trouxe diversos problemas, com duas delas indo à falência em momentos importantes como o lançamento dos álbuns. Adicione também uma turnê com dois vocalistas, cancelada em cima da hora, e o problema com a associação do nome da banda com a substância usada pelos terroristas, no auge dos ataques sofridos pelos EUA, em 2001.
Foto tirada durante a polêmica com o nome da banda - eles dizendo em bom inglês que não mudariam o nome |
O álbum começa com uma pequena instrumental, "Contact", um prelúdio que vai crescendo até explodir na excelente canção "What Doesn't Die" (como o Anthrax gosta da temática de zumbis...), uma das melhores do disco, thrash metal de primeira qualidade, que mostrava ao mundo, há dez anos atrás, que o Anthrax estava de volta aos seus melhores dias. Destaque para a bateria de Charlie Benante, arrasadora. "Superhero" mantém o ritmo forte, com um excelente riff, uma canção cheia de clima e refrão forte. Um belo dedilhado que se transforma em outro riffaço introduz "Refuse To Be Denied", outra composição forte que enriquece este álbum. Para quem tem críticas ao vocalista John Bush (eu costumava ter o pé atrás...), suas performances neste disco são uma bela resposta. "Safe Home", primeiro single do álbum, deu um susto nos fãs na época, já que se trata de uma canção mais melódica, com mais apelo para tocar em rádios (o vídeo clipe trazia a participação de Keanu Reeves). Ainda assim, é uma bela canção, que não faz feio no conjunto - o solo é um dos melhores do álbum.
"Any Place But Here" é outra canção que usa uma introdução acústica e parte para o peso com outro grande riff. O refrão e o solo também se destacam. "Nobody Knows Anything" traz mais uma vez um trabalho impressionante de Charlie Benante na bateria - na época, se falava que um baterista thrash tinha voltado a sua melhor forma, e muita gente entendeu errado, achando que se tratava de Lars Ulrich... "Strap It On" traz o solo de Dimebag Darrell e um refrão pegajoso como qualidades mais fortes. "Black Dahlia" acelera à velocidade da luz, lembrando os projetos mais extremos do ex-baixista da banda Dan Lilker - uma de minhas preferidas.
"Cadillac Rock Box" é outra com solo de Dimebag Darrell, com uma levada mais hard rock, melodia envolvente, muito boa também. "Taking The Music Back" tem a participação de Roger Daltrey nos vocais e também teve vídeo clipe para promover a canção. Segue o caminho da anterior, numa linha mais hard rock. "Crash" é uma curtinha, menos de um minuto, quase uma introdução para "Think About An End", uma canção forte de melodia marcante que se destaca; a segunda parte da música vai num crescente que transforma ela em um dos pontos fortes deste grande álbum. Para fechar, temos a faixa-título, que encerra com a banda descendo a lenha com força, no melhor estilo thrash metal.
Ainda temos duas faixas bônus lançadas para este álbum: uma versão acústica para o single "Safe Home", que ficou bem interessante; e "We're A Happy Family", uma cover do Ramones, também lançada em um disco tributo aos pioneiros do punk rock.
Após este belo álbum, esta mesma formação ainda lançou um disco com regravações de músicas antigas, "The Greater of Two Evils", até que Frank Bello anunciou que sairia da banda para tocar no Helmet. Ele retornaria na turnê de reunião da formação mais clássica da banda, em 2005. Em 2007, a banda quase se desfez, juntou os cacos e se uniu com um novo vocalista, Dan Nelson, que acabou nem excursionando direito, saiu da banda após alguns poucos shows. John Bush retornaria à banda para diversos shows marcados, até que eles finalmente se entenderam novamente com Joey Belladonna, em 2010, colocaram a carreira nos trilhos e lançaram um grande álbum, "Worship Music". E eles estão a caminho do Brasil!!
Relação das músicas do álbum:
1 - "Contact"
2 - "What Doesn't Die"
3 - "Superhero"
4 - "Refuse To Be Denied"
5 - "Safe Home"
6 - "Any Place But Here"
7 - "Nobody Knows Anything"
8 - "Strap It On"
9 - "Black Dahlia"
10 - "Cadillac Rock Box"
11 - "Taking The Music Back"
12 - "Crash"
13 - "Think About An End"
14 - "W.C.F.Y.A."
Faixas bônus:
15 - "Safe Home" (versão acústica)
16 - "We're A Happy Family" (cover do Ramones)
Alguns vídeos:
Vídeo clipe para "Safe Home", com participação de Keanu Reeves:
Vídeo clipe para "Taking The Music Back":
Vídeo clipe para "What Doesn't Die":
Vídeo clipe para "Taking The Music Back":
Vídeo clipe para "What Doesn't Die":
Em breve mais resenhas de álbuns históricos. Um abraço pra vocês e muito rock and roll!!