Seguindo os posts revivendo os grandes lançamentos de anos atrás, este post vai varrer o ano de 1992, ano de diversos lançamentos importantes e que tentaremos cobrir neste post. Para conferir os posts sobre os anos de 1972 e 1982, veja aqui, aqui e aqui.
Conforme falamos no post sobre 1991, tivemos a Guerra do Golfo e o desmantelamento da União Soviética, além da AIDS avançar perigosamente na nossa sociedade. Em 1992, os conflitos seriam internos e explodiriam com uma forte onda de violência em Los Angeles, depois do espancamento de Rodney King por policiais. O desrespeito aos direitos humanos não seria exclusividade americana e teríamos nosso problema também, com o infame massacre no Carandiru (vejam o filme, ele é excelente). A preocupação com o meio ambiente trouxe a Eco 92 para o Rio de Janeiro, sem muitos efeitos práticos (este ano estamos com a Rio+20, tentando novamente salvar o meio-ambiente). Aliás, a grande notícia daquele ano no nosso país foi o impeachment do presidente Fernando Collor, depois de um escândalo e de diversos protestos dos "caras pintadas". Musicalmente, perdemos Freddie Mercury no ano anterior e ele receberia uma linda homenagem em um grandioso show no Estádio de Wembley. A grande perda do ano de 1992 foi Willie Dixon, bluesman fundamental e muito influente em bandas como Led Zeppelin, Rolling Stones e Jeff Beck Group. O grunge cresceu na carona do sucesso dos discos de Nirvana e Pearl Jam (veja o post sobre o ano de 1991 aqui), e influencia não só a música mas também o cinema, e o filme "Singles", de Cameron Crowe, consegue relativo sucesso. No Brasil, o festival Hollywood Rock trouxe bandas que faziam sucesso momentâneo, que a MTV mostrava exaustivamente na sua programação. Mas não foi um festival de sucesso, e meio que de última hora tiveram que tornar um ingresso valer para duas pessoas (pelo menos na edição do Rio de Janeiro isto aconteceu...). O show do Living Colour e o dueto de Titãs e Paralamas do Sucesso seriam os melhores momentos (os piores? um "tecladista" de uma banda que já sumiu tacando o teclado pro alto e fingindo que estava tocando...).
Vamos então aos álbuns que estão completando (ou completaram) vinte anos:
Vamos então aos álbuns que estão completando (ou completaram) vinte anos:
Pantera - "Vulgar Display Of Power" - a capa deste disco resume bem o sentimento que você tem ao escutá-lo: que tomou um forte soco na face!! A banda já tinha alguns lançamentos na bagagem, mas somente no disco anterior, "Cowboys From Hell", que iniciou sua caminhada com um som potente, poderoso, encorpado, fortemente influenciado pelo thrash metal das bandas dos anos 80. Aqui, a banda está talvez em sua melhor forma, e temos um desfile de clássicos: "Mouth For War", "A New Level", "Walk", "Fucking Hostile", "This Love", ufa!! Até parece que foi ontem que escutei na Fluminense FM estas músicas sendo lançadas... Que ontem nada, já se passaram vinte anos!! Um grande álbum, de uma banda que só não se tornou ainda maior graças à morte estúpida de seu guitarrista, que tinha um grande talento e faz a maior falta. We miss you, Dimebag!!
Bad Religion - "Generator" - sexto álbum desta banda precursora no punk, é um álbum de transição, onde a banda começa a flertar com músicas menos rápidas, mais melodiosas, com estruturas um pouco mais complexas. As faixas "The Answer" e "No Direction" foram um bom exemplo desta transição. Claro que ainda temos as canções arranca-toco típicas, como a faixa-título e "Tomorrow". As letras assumem um tom sombrio, como podemos ver em "Atomic Garden". Este disco também marcou a troca de bateristas, saindo Pete Finestone e entrando Bobby Schayer. A banda começaria a alcançar o sucesso a partir do próximo álbum, "Recipe For Hate", que contém o grande clássico "American Jesus". Tanto sucesso que seriam até contratados por uma grande gravadora alguns álbuns depois, mas sem perder a alma punk da banda.
White Zombie - "La Sexorcisto: Devil Music, Volume 1" - apesar de muita gente achar que este foi o primeiro álbum da banda, na verdade foi o terceiro. A banda penou em gravadoras independentes e este foi finalmente seu primeiro disco em uma grande gravadora. É um disco pesado, bem conciso, explorando a paixão pelos filmes B de terror de seu vocalista, Rob Zombie, e abusa de vinhetas como introduções das canções. Os grandes destaques do álbum foram as canções "Welcome To Planet Motherfucker/Psychoholic Slag", "Thunder Kiss '65" e "Black Sunshine" (introdução narrada por Iggy Pop). A banda ainda lançaria mais um grande disco, e acabaria se desfazendo para seu vocalista se concentrar numa carreira solo, tanto como cantor como diretor de filmes (fez duas versões para "Halloween", em 2007 e 2009).
Alice In Chains - "SAP" - este EP acústico é uma spécie de interlúdio entre o primeiro e segundo álbuns da banda (ainda falaremos sobre o segundo neste post). Serviu para mostrar um lado pouco conhecido da banda, acústico, calmo e suave, que teria seu auge no disco acústico lançado alguns anos mais tarde. Destaque para "Brother" e "Right Turn", esta última com os convidados especiais Mark Arm (Mudhoney) e Chris Cornell (Soundgarden), creditados como Alice Mudgarden. Este EP mais tarde seria juntado ao EP "Jar Of Flies" e lançados juntos - tudo a ver, dadas as características semelhantes de ambos.
Body Count - "Body Count" - banda completamente atípica, por ter iniciado como um projeto paralelo do rapper Ice-T, eles cresceram conforme foram fazendo apresentações ao vivo - a banda dividia o palco nos shows do próprio rapper. Com o reconhecimento e os elogios das performances ao vivo, surgiu a ideia de gravar um disco inteiro com a banda (a primeira gravação foi parar no disco solo de Ice-T). E a polêmica começou com a escolha inicial para o nome do disco: "Cop Killer", nome de uma das canções gravadas - uma crítica forte à brutalidade policial (lá eles também tem este problema...). Depois de muita pressão de associações de policiais e diversos grupos conservadores, Ice-T acabou decidindo retirar a canção do álbum. Toda a polêmica acabou ajudando a divulgar o álbum, que chegou à posição de número 26 da parada americana. Musicalmente, o disco é um soco no estômago dos conservadores, com petardos hardcore de primeira, destacando-se "Body Count's In The House", "KKK Bitch", "There Goes The Neighboorhood" e "Evil Dick". A banda ainda lançaria alguns discos a mais (chegaram a se apresentar no Brasil em 1995), porém sem o punch deste primeiro grande álbum, que sacodiu o ano de 1992.
L7 - "Bricks Are Heavy" - esta banda feminina é mais uma que aproveitou a onda grunge e o sucesso repentino de Nirvana e Pearl Jam. Nem me pergunte porque o L7 entrou nesta onda, já que elas eram de Los Angeles... (talvez tenha sido por elas terem usado o mesmo produtor de "Nevermind", Butch Vig) Enfim, depois que o single "Pretend We're Dead" foi lançado e caiu nas graças das rádios rock americanas, o álbum decolou e a banda começou a aparecer em festivais maiores e ter os shows com mais público. A banda fez até aparição aqui nas nossas terras, no Hollywood Rock de 1993. Este disco tem uma sonoridade mais heavy metal mas ainda guarda as influências punk dos discos anteriores. Destaque para as canções "Wargasm", "Everglade" e "Monster". A banda ainda lançaria mais alguns álbuns, mas a partir do ano 2000 entrariam em hiato indefinido. Donita Sparks, a principal vocalista e guitarrista, tenta agora uma carreira solo, sem grande sucesso.
Obituary - "The End Complete" - terceiro disco destes pioneiros do death metal, e um dos melhores. É o mais vendido da carreira deles, segundo a Wikipedia. Destaque para a faixa título e para as canções "I'm In Pain" e "Killing Time", canções com aquele estilão da banda, o vocal gritado e urrado de John Tardy e velocidade supersônica se alternando com trechos mais arrastados. A banda se manteve na ativa até 1997, quando resolveu dar um tempo nas turnês cansativas. Eles retornaram em 2003, lançando mais três discos desde então. Um novo álbum está prometido para este ano de 2012. Eles estavam previstos para tocar no Metal Open Air, mas acabaram cancelando junto com a maioria das bandas internacionais. Tocaram em São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre, além de outras cidades da América do Sul, durante o mês de abril deste ano.
Black Crowes - "The Southern Harmony And Musical Company" - segundo álbum dos corvos negros, é uma aula de rock and roll, altamente influenciado pelo melhor do classic rock dos anos 70. Com músicos competentes, um grande vocalista, um coro feminino fantástico nos backing vocals, muito feeling e riffs afiados, a banda se superou e nos presenteou com este clássico, que alcançou o topo da parada americana, merecidamente. Destaques para os sucessos "Sting Me", "Remedy", "Thorn In My Pride" e "No Speak No Slave" (esta eu me lembro bem tocando na Fluminense FM. Bons tempos...). A banda ainda lançaria grandes discos, como "Amorica" (com a capa polêmica mostrando pelos pubianos). Continuam em atividade, praticando o mesmo rock de alta qualidade. Um retorno ao Brasil seria bem-vindo!
Iron Maiden - "Fear Of The Dark" - este disco é um marco na história da donzela de ferro por diversos motivos: primeiro, é o último a contar com o grande produtor Martin Birch, que se aposentaria logo a seguir. Seria também o último disco de Bruce Dickinson, até que ele decidiu voltar para a banda sete anos depois. Além destes dois fatos, temos também a primeira capa do Iron Maiden não desenhada pelo cartunista Derek Riggs, que havia feito todas as anteriores. Outro fato que pode ser mencionado é a primeira balada da banda, "Wasting Love", que fez algum sucesso, mas foi rejeitada pela maioria dos fãs de longa data. Musicalmente, o álbum marca uma guinada rumo ao heavy metal progressivo, que ficaria ainda mais evidente nos lançamentos seguintes. Apesar de conter belas músicas, como a faixa-título, "Be Quick Or Be Dead", "Afraid To Shoot Strangers" e "From Here To Eternity", é um disco irregular, sem o forte punch costumeiro dos álbuns da donzela. A saída de seu grande vocalista seria um trauma que só seria superado depois de dois discos e turnês irregulares. Ainda bem que Bruce retornou!!
Testament - "The Ritual" - neste álbum, vemos uma grande banda de thrash metal flertar com um heavy metal mais suave, com mais experimentos. Acredito que deve ter sido uma concessão que Chuck Billy e Eric Peterson tenham feito a Alex Skolnick, que provavelmente queria explorar novas sonoridades. Acabou não sendo suficiente, já que Skolnick saiu da banda logo após o lançamento deste disco. Apesar do som mais suave, o álbum trouxe algumas músicas marcantes, como a lentinha "Return To Serenity" e "Electric Crown", presente quase sempre nos set lists de shows da banda. A banda passou por diversas mudanças de formação após este disco, esteve a ponto de terminar, mas seguiu em frente, acabou reunindo quase que a totalidade de sua formação mais clássica (faltou apenas o baterista Louie Clemente) e vem lançando belos discos (como o último, "The Formation Of Damnation"). Em julho deste ano de 2012, temos programado o lançamento de mais um álbum, chamado "Dark Roots Of Earth". Ficamos na expectativa!!
Kiss - "Revenge" - depois de abandonar as maquiagens no meio dos anos 80, para conseguir algum sucesso, o Kiss lançou diversos álbuns irregulares, de poucas vendagens (comparadas com os sucessos estrondosos dos anos 70, claro), flertando fortemente com o hair metal que imperava nos EUA nos anos 80. Era hora da banda se reencontrar musicalmente e lançar um disco a altura de seu passado. O retorno do produtor Bob Ezrin (o mesmo do álbum "Destroyer") ajudou e muito nesta empreitada. O ponto negativo é que o baterista Eric Carr não pôde gravar o disco, pois já sofria de um raro câncer no coração que acabou tirando sua vida em novembro de 1991. Eric Singer (ex-Black Sabbath e Badlands) foi seu substituto. O disco tem um punch musical que não se via nos álbuns do Kiss em muito tempo. Destaques para as faixas "Unholy", "Take It Off", "Domino" e "I Just Wanna". A última faixa do disco, "Carr Jam 1981", se tornou uma grande homenagem ao falecido Eric Carr, e sua origem, segundo a Wikipedia, é uma demo que ele gravou logo que entrou para a banda. Eric era um grande baterista e deve ser sempre lembrado. We miss you, Eric!!
Faith No More - "Angel Dust" - estamos diante de um grande álbum, uma curiosa fusão de estilos completamente díspares, talvez somente possível vindo da mente distorcida de Mike Patton e seus comparsas. E estamos também diante do que podemos chamar de um dos maiores suicídios comerciais de todos os tempos. Depois de crescer bastante e fazer seu nome conhecido na cena metal com o grande disco "The Real Thing", este álbum foi um tiro no pé e apenas manteve uma base mais fiel de fãs, afastando diversos. O disco é de difícil assimilação (apesar de ser muito bom) e é preciso ter a cabeça aberta para curti-lo em sua plenitude. Destaques para "Midlife Crisis", "Everything's Ruined" e "A Small Victory". Depois da turnê de divulgação deste álbum, o guitarrista Jim Martin acabou saindo da banda, não concordando com o direcionamento musical que o grupo estava seguindo (Jim queria que a banda seguisse com mais influências heavy metal). A banda ainda lançaria mais dois álbuns e encerraria suas atividades. Em 2009, se reuniram e fizeram diversos shows pelo mundo afora, incluindo o Brasil.
Black Sabbath - "Dehumanizer" - sou suspeito pra falar de algum disco com Ronnie James Dio nos vocais. Ele é meu vocalista preferido e sempre teve performances excelentes. Junto com o Black Sabbath então, nem se fala. Iommi e Dio combinavam perfeitamente. Aqui tivemos o terceiro disco de estúdio da dupla, com composições fortes e poderosas, destacando-se "Computer God", "TV Crimes" e "Time Machine". Um conjunto de riffs incríveis de Iommi, a grande cozinha de Geezer e Vinnie, todos deram a perfeita condição para Dio realizar, na época, um de seus grandes trabalhos. Pena que durante a turnê, um convite de Ozzy acabou separando esta formação novamente. E ainda bem que eles retornaram em 2007, gravaram um novo disco e retornaram ao Brasil. Vida longa ao Black Sabbath, aos pais do heavy metal. Ronnie, we miss you!!
Trouble - "Manic Frustration" - este quinto álbum de estúdio da banda trouxe mudanças de sonoridade, fugindo um pouco do estilo doom metal mais arrastado, trazendo elementos stoner e grunge, com andamentos mais rápidos. Foi o segundo e último álbum lançado pela gravadora Def American - a falta de sucesso acabou levando o Trouble a ser demitido pela gravadora. Com a mudança de estilo, ficamos com um álbum mediano, que ainda assim traz alguns bons momentos, como as faixas "Fear", "Rain", a faixa-título e "Hello Strawberry Skies". Após serem dispensados pela gravadora, o Trouble só voltaria a lançar um novo disco em 1995, e depois entrariam em longo hiato de gravação, só retornando em 2007. Atualmente, a banda está na ativa, só que com um novo vocalista: Kyle Thomas. Eric Wagner, o ex-vocalista, se juntou ao também ex-membro da banda Ron Holzner e formou a banda The Skull. Felizmente, a gravadora Hellion Records relançou quase toda a discografia do Trouble no Brasil (incluindo este álbum), permitindo que a nova geração conheça esta bela banda!!
Helmet - "Meantime" - definir o estilo que o Helmet pratica é uma dificuldade. Na Wikipedia, eles arriscam três: metal alternativo, pós-hardcore e rock barulhento (?!). Isso que dá pegar um músico com altas doses de influência de jazz, como o líder da banda Page Hamilton, compondo. Só sei que o som da banda tem qualidade e convida a um bom bate-cabeça. Este foi o segundo disco da banda, e acabou sendo o mais vendido e o que alcançou as melhores críticas, é o grande clássico do grupo. Destaque para a faixa-título, que abre o trabalho, "Give It" e "Unsung", esta útlima a música mais conhecida da banda. A banda chegou a encerrar as atividades em 1998, mas retornou em 2004 à ativa e atualmente está excursionando pela Europa, tocando este disco na íntegra como comemoração ao seu aniversário de 20 anos. Assim que se faz!!
Suicidal Tendencies - "The Art Of Rebellion" - depois de lançar o excelente álbum "Lights... Camera... Revolution!", a banda resolveu inovar e incorporar novas sonoridades ao seu estilo, até mesmo flertar com canções de orientação pop. O resultado, na minha opinião, acabou sendo irregular e sem a potência sonora que o Suicidal tinha anteriormente. Ainda sim, destaco as canções "Can't Stop", "Gotta Kill Captain Stupid" e "Still Going Down". No ano seguinte, o Suicidal regravaria seu primeiro álbum e algumas outras canções, no álbum "Still Cyco After All These Years", com resultado bem melhor que este disco. Atualmente, o Suicidal Tendencies é quase que Mike Muir e seus convidados, já que os membros antigos não participam mais da banda (com exceção de Mike Clark, que continua com na banda).
Dream Theater - "Images And Words" - disco de estréia de James LaBrie na banda, é um dos melhores do grupo e também o de maior sucesso. A banda já tinha lançado um álbum anteriormente com outro vocalista (Charlie Dominici), mas sem a maturidade de composições e a produção polida que este álbum trazem. Este é um disco que praticamente define o estilo heavy metal progressivo, que iria crescer bastante, junto com o Dream Theater e outras bandas. Falar sobre a qualidade dos músicos é desnecessária, todos são grandes destaques em seu instrumento. Destaque para o grande sucesso da banda, "Pull Me Under", além das excelentes canções "Take The Time", "Metropolis Pt.1" e "Learning To Live". Atualmente, a banda continua firme e forte, apesar da baixa do membro fundador Mike Portnoy, substituído por Mike Mangini. Kevin Moore, tecladista da época deste álbum, também não está mais na banda, tendo sido substituído inicialmente por Derek Sherinian (hoje no Black Country Communion) e depois por Jordan Rudess.
Megadeth - "Countdown To Extinction" - quem já leu a biografia de Dave Mustaine (sabia mais sobre esta biografia aqui) sabe que sua banda acompanhava os passos dados pelo Metallica. No ano anterior, a ex-banda de Mustaine tinha lançado um álbum de sucesso estrondoso e que tinha fugido do thrash metal, abraçando um heavy metal mais tradicional. Este álbum pode ser visto como uma resposta, pois segue mais ou menos os mesmos preceitos, e acabou sendo o álbum de maior sucesso do Megadeth (alcançou a segunda posição da parada americana). Musicalmente, como já foi dito, é uma fuga do speed metal que a banda praticava, em busca de músicas com mais melodia, refrões, um trabalho almejando o sucesso. Mesmo assim, é um trabalho forte, conciso, de composições excelentes e que resistiram ao teste do tempo, se tornando clássicos e presença constante nos shows da banda. Destaques para "Skin O' My Teeth", a faixa-título e "Sweating Bullets". A banda deve tocar este álbum na íntegra em alguns shows que fará pela América do Sul este ano. Já foram confirmados shows na Argentina, Chile e Brasil (em setembro - São Paulo, Via Funchal, dia 05). Vale a pena conferir!!
Ministry - "Psalm 69: The Way To Suceed And The Way To Suck Eggs" - o Ministry era uma banda pop tradicional do começo dos anos 80, que abusava de sintetizadores. Porém, na segunda metade daquela década, o líder da banda, Al Jourgensen, resolveu dar uma guinada rumo a um som industrial bem pesado, com muitas guitarras distorcidas. O resultado do disco anterior, "The Mind Is A Terrible Thing To Taste" já é muito interessante, mas neste álbum aqui as composições são mais fortes e a influência do heavy metal e a presença das guitarras distorcidas é absoluta, com destaque para as canções "N.W.O.", "Jesus Built My Hotrod" e a faixa-título. A banda continua na ativa, mas este álbum foi com certeza o auge de sua carreira!
Motörhead - "March Ör Die" - este é um dos meus preferidos de Lemmy e seus asseclas. A banda ainda era um quarteto na época (com dois guitarristas, Phil Campbell e Würzel), mas durante as gravações iria trocar de baterista; Phil "Animal" Taylor, da formação original, seria despedido, segundo a Wikipedia, por não conseguir aprender a tocar uma das canções, "I Ain't No Nice Guy", uma das poucas baladas da história da banda. Tommy Aldridge (ex-Ozzy Osbourne) foi chamado para gravar o álbum, mas para assumir as baquetas dali pra frente foi escolhido Mikkey Dee, ex-baterista de King Diamond (grande escolha!). O disco possui canções um tanto quanto atípicas do estilo tradicional do Motörhead, como a citada balada (com participações de Ozzy e Slash), uma cover de Ted Nugent ("Cat Scratch Fever"), um blues com participação de Slash ("You Better Run") e a faixa-título, com grandes influências de industrial. Toda esta diversidade e as participações tornaram este álbum um dos melhores da carreira do Motörhead, mas a pouca divulgação por parte da gravadora não fez dele um grande sucesso na época. Meus destaques ficam para "Stand", "Jack The Ripper", o blues "You Better Run" e a faixa-título. Discaço!!
Eric Clapton - "Unplugged" - este é talvez o melhor álbum da série acústica da MTV (compete com o do Kiss e do R.E.M., na minha opinião), uma apresentação majestosa do deus da guitarra, aqui com seu violãozinho esbanjando classe e talento. O repertório cobre canções recentes (na época), como a feita na época da morte de seu filho, "Tears In Heaven", clássicos do blues como "Rollin' And Tumblin'", de Muddy Waters, até clássicos dos anos 70 totalmente retrabalhados para o formato acústico, como "Layla", que ficou completamente diferente. A banda de apoio é fantástica também, contando com parceiros de longa data de Clapton, como Andy Fairweather-Low (tocou com Roger Waters), Nathan East, além de outros, como Chuck Leavell (tecladista que sempre excursiona com os Rolling Stones) e Ray Cooper. Este é outro álbum que chegou ao topo da parada americana. Outro que chegou lá merecidamente!
Roger Waters - "Amused To Death" - terceiro álbum de estúdio da carreira solo de Roger Waters, e o de maior sucesso até então, alcançando a oitava posição na parada britânica. Trata-se de um álbum que traz fortes temas influenciados pela Guerra do Golfo e sua espetaculização pela televisão (pra quem não sabe, na época da Guerra do Golfo, a CNN fazia uma cobertura agressiva, quase que passando ao vivo os ataques e lançamentos de mísseis), em composições inspiradas executadas por um time de músicos de primeiro quilate: na guitarra, ninguém menos que Jeff Beck, com auxílio de Andy Fairweather Low e Steve Lukather, Graham Broad na bateria, Randy Jackson no baixo (Randy foi jurado no programa de TV American Idol), dentre muitas outras feras. É o álbum de maior sucesso de crítica de sua carreira solo, considerado quase tão bom como os clássicos com o Pink Floyd. Destaque para as faixas "What God Wants, Part I", "Perfect Sense, Part I", "The Bravery Of Being Out Of Range" e a faixa-título. Roger Waters não entrou em turnê para promover este álbum. Ele só retornaria aos palcos em 1999, com a turnê "In The Flesh", que percorreu o mundo e gerou o disco ao vivo "In The Flesh - Live". Roger só lançaria um novo álbum de estúdio em 2005, com a ópera "Ça Ira". Longa vida a este grande gênio da música contemporânea!!
Ramones - "Mondo Bizarro" - este foi o primeiro álbum dos Ramones a não contar com o baixista Dee Dee Ramone. Bem, não contar como baixista, pois Dee Dee compôs três músicas do álbum. Foi um álbum forte da banda, trazendo alguns sucessos marcantes como "Poison Heart", "Strentgh To Endure" (com vocais do novo baixista, CJ Ramone) e "Tomorrow She Goes Away". Temos também outras boas faixas como a abertura com "Censorshit" (atacando a censura), a cover "Take As It Comes", do The Doors, e "The Job That Ate My Brain". Especialmente no Brasil, este álbum fez muito sucesso, alcançando disco de ouro por vendas acima de cem mil cópias. Neste período, os Ramones começaram a excursionar mais frequentemente no nosso país, com grandes shows e algumas confusões pelo caminho. Lamentavelmente, a banda só lançaria mais dois álbuns de estúdio: um de covers ("Acid Eaters") e o derradeiro ("Adios Amigos"), e encerraram a carreira em 1996. De todos os membros da banda, apenas Marky e CJ Ramone continuam vivos. Entretanto, o legado da banda sobreviverá por muito tempo!!
Roger Waters - "Amused To Death" - terceiro álbum de estúdio da carreira solo de Roger Waters, e o de maior sucesso até então, alcançando a oitava posição na parada britânica. Trata-se de um álbum que traz fortes temas influenciados pela Guerra do Golfo e sua espetaculização pela televisão (pra quem não sabe, na época da Guerra do Golfo, a CNN fazia uma cobertura agressiva, quase que passando ao vivo os ataques e lançamentos de mísseis), em composições inspiradas executadas por um time de músicos de primeiro quilate: na guitarra, ninguém menos que Jeff Beck, com auxílio de Andy Fairweather Low e Steve Lukather, Graham Broad na bateria, Randy Jackson no baixo (Randy foi jurado no programa de TV American Idol), dentre muitas outras feras. É o álbum de maior sucesso de crítica de sua carreira solo, considerado quase tão bom como os clássicos com o Pink Floyd. Destaque para as faixas "What God Wants, Part I", "Perfect Sense, Part I", "The Bravery Of Being Out Of Range" e a faixa-título. Roger Waters não entrou em turnê para promover este álbum. Ele só retornaria aos palcos em 1999, com a turnê "In The Flesh", que percorreu o mundo e gerou o disco ao vivo "In The Flesh - Live". Roger só lançaria um novo álbum de estúdio em 2005, com a ópera "Ça Ira". Longa vida a este grande gênio da música contemporânea!!
Ramones - "Mondo Bizarro" - este foi o primeiro álbum dos Ramones a não contar com o baixista Dee Dee Ramone. Bem, não contar como baixista, pois Dee Dee compôs três músicas do álbum. Foi um álbum forte da banda, trazendo alguns sucessos marcantes como "Poison Heart", "Strentgh To Endure" (com vocais do novo baixista, CJ Ramone) e "Tomorrow She Goes Away". Temos também outras boas faixas como a abertura com "Censorshit" (atacando a censura), a cover "Take As It Comes", do The Doors, e "The Job That Ate My Brain". Especialmente no Brasil, este álbum fez muito sucesso, alcançando disco de ouro por vendas acima de cem mil cópias. Neste período, os Ramones começaram a excursionar mais frequentemente no nosso país, com grandes shows e algumas confusões pelo caminho. Lamentavelmente, a banda só lançaria mais dois álbuns de estúdio: um de covers ("Acid Eaters") e o derradeiro ("Adios Amigos"), e encerraram a carreira em 1996. De todos os membros da banda, apenas Marky e CJ Ramone continuam vivos. Entretanto, o legado da banda sobreviverá por muito tempo!!
Screaming Trees - "Sweet Oblivion" - apesar de muita gente achar este o primeiro disco deste grupo, esta é uma banda que já estava em atividade há algum tempo, com alguns lançamentos na bagagem. Somente depois do estouro do grunge, com o Nirvana e o Pearl Jam, no ano anterior, foi que diversas bandas de Seattle conseguiram se fazer visíveis (tendo som parecido ou não), e este álbum foi o que revelou o Screaming Trees. Com uma canção na trilha sonora do filme "Singles" ("Nearly Lost You"), este álbum tem uma qualidade incrível, com belo trabalho de guitarra, um vocal de primeira e composições fortes. Destaques para o já citado sucesso, além de "Shadow Of The Season" (tocou na Fluminense FM durante um bom tempo), "Dollar Bill" e "Butterfly". Pelo visual "estranho" da banda e sua pouca vontade de se promover demais, o sucesso foi bem curto - eles ainda lançariam mais um álbum em 1996, chamado "Dust", e encerrariam as atividades. Uma pena, tinham bastante talento!
Blind Melon - "Blind Melon" - esta banda de rock era uma ilustre desconhecida da mídia e gravadoras, até que seu vocalista, Shannon Hoon, gravou backing vocals e apareceu no vídeo de "Don't Cry", dos Guns 'N' Roses. Pronto, a banda conseguiu um contrato e gravou este primeiro disco. O álbum tem uma qualidade muito boa, com composições interessantes, mas também ia passando batido pelo público até que o single "No Rain" estourou nas rádios e trouxe a atenção para a banda. O álbum é uma mescla de estilos bem costurados, com pitadas folk, southern, dentre outras. Destaque para as canções "Soak The Sin", "Tones Of Home" e "Time", além do single citado. A banda soltaria ainda um segundo disco, "Soup", mas pouquíssimo tempo depois do lançamento, o vocalista faleceu, devido a uma overdose de cocaína. A banda se desfez logo após, mas em 2006 voltaram à ativa com um novo vocalista, lançando um disco alguns anos depois.
Alice In Chains - "Dirt" - me lembro bem da época em que comprei este vinil e fui pra casa, coloquei-o no prato pra tocar, posiciono a agulha, a bolacha começa a rodar, e de repente "Aaaaaahhhhhh!", um grito potente de Laney Staley, abrindo a canção "Them Bones". Era só o começo de um álbum clássico, um disco de uma força e uma profundidade incríveis. Ele elevou o sucesso da banda muitas vezes, foi muito vendido (segundo a Wikipedia, mais de 5 milhões de cópias mundo afora) e transformou uma pequena banda em um monstro do rock. Isto tudo apesar da temática pesada das letras, tratando de temas como a morte, o vício nas drogas e a guerra. Destaques para as faixas "Down In A Hole", "Hate To Feel" e "Angry Chair". O disco ainda tem um convidado de honra em uma rápida participação: Tom Araya, do Slayer, urra na faixa não listada "Iron Gland". Lamentavelmente, o grande vocalista Laney Staley se afundaria cada vez mais no vício em heroína, falecendo em 2002 de uma overdose. A banda deu uma boa parada, mas sacodiu a poeira e levantou das cinzas com um grande lançamento em 2009, "Black Gives Way To Blue" (veja este post que disseca este lançamento).
R.E.M. - "Automatic For The People" - o final dos anos 80 e começo dos anos 90 foi o auge criativo do R.E.M., que vinha em uma sequência de dar inveja: "Document" em 1987, "Green" em 1988, o mega-sucesso "Out Of Time" em 1991 e este álbum veio completar esta fantástica coleção de grandes discos, de qualidade incrível, com composições fortes, instrumental variando do acústico ao elétrico, letras inspiradas e tudo o mais. A produção ficou a cargo do parceiro de longa data Scott Litt e o disco ainda conta com arranjos em diversas canções de John Paul Jones, ex-baixista do Led Zeppelin. Os destaques ficam para "Drive", "Everybody Hurts" (linda balada) e "Man On The Moon", todas excelentes, fizeram bastante sucesso e impulsionaram as vendas do álbum, que chegou á marca de 16 milhões de cópias, segundo a Wikipedia. A banda continuaria na ativa até recentemente, quando decidiram se separar. Uma pena, uma grande banda a menos!
Sick Of It All - "Just Look Around" - segundo álbum destes baluartes do hardcore novaiorquino, é um soco no estômago com toda a fúria e intensidade dos irmãos Koller, na guitarra e vocais (a banda ainda conta com o baixista Craig Setari, que tocou no Agnostic Front). A banda estava começando a chamar atenção e este disco ajudou bastante a banda a conseguir um contrato com uma gravadora maior, que lançaria o disco seguinte da banda, "Scratch The Surface". Neste álbum os destaques ficaram com a faixa-título (que até ganhou video clip), além de "Shut Me Out", "What's Goin' On" e "We Stand Alone". A banda continua na ativa, com toda a intensidade hardcore de sempre, lançando petardos intensos de qualidade.
Rage Against The Machine - "Rage Against The Machine" - pouquíssimas bandas conseguem lançar um álbum de estréia de tamanho impacto na cena musical como este. Uma mistura muito bem azeitada de hardcore, vocais rap, som funkeado, trabalho de guitarra absurdamente inovador, o Rage Against The Machine revolucionou a música no começo dos anos 90 com este lançamento. Com músicas incendiárias como "Bombtrack", "Killing In The Name", "Bullet In The Head", "Know Your Enemy" e "Freedom", este é um disco nota 10 como poucos. A banda ainda lançaria outros belos discos, excursionaria bastante e se separaria no começo deste século, quando o vocalista Zack De La Rocha saiu da banda. Os membros restantes se juntaram a Chris Cornell (ex-Soundgarden) e formaram o Audioslave, outra bela banda, que acabou durando pouco. A demanda por shows do Rage Against sempre foi gigantesca e a banda acabou retornando à ativa, em 2007. Existe grande expectativa por um novo álbum de estúdio, mas os integrantes sempre desconversam. Ficamos com este daqui, clássico da música revolucionária que a banda fez!!
Biohazard - "Urban Discipline" - depois de gravar um belo disco de estreia e chamar a atenção de todos, inclusive da gravadora Roadrunner, os novaiorquinos do Biohazard partiram para seu segundo registro, e conseguiram alcançar um excelente resultado, flertando e misturando com maestria heavy metal com hardcore, além de incorporar alguns elementos de hip hop. O grande destaque do disco é a canção "Punishment", cujo vídeo, segundo a Wikipedia, foi o mais assistido na história do programa "Headbanger's Ball", da MTV americana. Outros destaques são "Shades Of Gray", "Black And White And Red All Over", a regravação de "Wrong Side Of The Tracks" (originária do primeiro disco da banda) e a cover de "We're Only Gonna Die", do Bad Religion. A banda alcançou sucesso com seus lançamentos seguintes, mas uma briga dos integrantes com o guitarrista Bobby Hambel acabou os prejudicando e a banda foi perdendo sua audiência aos poucos. Eles estão de volta à ativa (com Hambel de volta), porém agora a baixa é o baixista/vocalista Evan Seinfeld, que resolveu se dedicar a sua carreira como ator pornô (ele trabalhou durante anos na série Oz e acabou entrando no mundo pornô através de sua ex-esposa, Tera Patrick). Cada um com seu cada qual!
Nirvana - "Incesticide" - depois do estouro inusitado com "Nevermind", a gravadora aproveitou e juntou todo o material de sobras de estúdio, singles e participações em programas de rádio para faturar um pouco mais em cima do nome Nirvana e do estilo grunge, em alta. Apesar disto, temos uma boa coletânea, mostrando diversas facetas do grupo que acabou se esfacelando devido à alta exposição e ao fato de que seu líder e principal compositor, Kurt Cobain, não conseguiu lidar com tamanha pressão e acabou se suicidando. Destaque para as faixas "Been A Son", "Molly's Lips" e a versão arrasa-quarteirão para "Polly".
É isto, chegamos ao fim desta retrospectiva de lançamentos do ano de 1992. Por este ano, já chega de retrospectivas; ano que vem, retornaremos a explorar os anos passados. Deixem seus comentários sobre seus álbuns preferidos e sobre algum disco que tenha ficado de fora. Um grande abraço e até o próximo post!!