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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Motörhead - The Wörld Is Yours - Mais um grande petardo!


Vamos falar hoje sobre o último lançamento do Motörhead, que tocará para nós brasileiros em abril (São Paulo, Curitiba e Florianópolis) e setembro (Rock In Rio, dia metal) deste ano - confira nos links do blog a agenda de shows internacionais para 2011. The Wörld Is Yours, vigésimo disco da carreira da banda, é mais um petardo de primeira de Lemmy e cia, provando que a banda ainda é bem relevante e trará mais um show de qualidade para nossas terras.




Formação clássica do Motörhead, visual pistoleiro: Lemmy, Phil Taylor e "Fast" Eddie Clarke

Antes de falar sobre o disco em si, contemos um pouco de história. Lemmy Kilmister começou sua carreira no mundo musical cedo, e conseguiu um importante emprego de roadie em um dos mais famosos power trios que já existiram: Jimi Hendrix Experience. Depois Lemmy fez parte do Hawkwind, uma banda com relativo sucesso no começo dos anos 70, na Inglaterra. Em 1975, Lemmy teve problemas com drogas e acabou saindo da banda. Resolveu montar sua própria banda, utilizando como nome a última composição que ele fez para a Hawkwind, Motörhead (antes, quis chamar a banda de "Bastard", mas seu empresário lhe falou que a banda não teria muito sucesso com este nome...). Depois de uma formação instável, Lemmy trouxe Phil Taylor para a bateria e "Fast" Eddie Clarke para a guitarra, com Lemmy ficando no baixo e vocais. Este trio construiu uma história fantástica, criando clássicos absolutos do rock, tais quais "Overkill", "Bomber", "Ace Of Spades", e influenciou dezenas de bandas pelo mundo afora, especialmente as bandas que estavam surgindo nos EUA no começo dos anos 80, criando um movimento que mais tarde seria chamado de thrash metal. Em 82, Eddie Clarke saiu da banda (pois não quis gravar uma cover), deixando a vaga de guitarrista aberta. Phil Campbell e Würzel transformaram a banda em um quarteto, agora com dois guitarristas. Phil Taylor saiu também da banda, sendo substituído pelo ex-baterista do Saxon Pete Gill, mas este ficou pouco tempo (aproximadamente três anos), deixando apenas "Orgasmatron" como sua participação em gravações de discos. Taylor retornou por um tempo, mas acabou saindo novamente, abrindo espaço para o atual baterista, Mickey Dee, um pequeno monstro das baquetas, que já tinha tocado com King Diamond. Após o disco "Bastards", Würzel também sai da banda, tornando-a novamente um trio: Lemmy, Campbell e Dee.


A formação atual do Motörhead, com Lemmy, Campbell e Dee


O Motörhead é conhecido por um som característico, com o baixo de Lemmy atuando praticamente como uma guitarra base, um som único que distingue a banda das outras. Com uma pegada forte que mescla a velocidade e atitude do punk com o peso e os solos do heavy metal, a banda criou uma identidade a partir dos seus primeiros discos, mantendo sempre esta identidade ao longo dos anos e discos gravados.
Neste novo disco, The Wörld Is Yours, a banda mantém esta identidade, a mesma pegada de pelo menos 30 anos. O disco tem dez músicas, quase 40 minutos de um rock poderoso, direto, sem frescuras, ao melhor estilo Motörhead. Vamos a minhas impressões faixa a faixa:

1 - Born To Lose - o disco abre com um rockaço, de sacudir caveiras em cemitérios. Canção típica do Motörhead, com muito punch, um belo riff de Campbell, vocais rasgados de Lemmy e excelente trabalho de Mickey Dee na bateria. O refrão não é melódico mas é um ponto alto que reforça o riff da música. O solo de Campbell não faz feio e a música volta com tudo depois do solo para encerrar com seu refrão.
2 - I Know How To Die - Outro rockão, riff inicial rápido indicando um petardo de primeira. Após o riff inicial, a banda entra de sola, num ritmo mais acelerado que a canção anterior. O solo desta música supera o da anterior em velocidade e qualidade e o disco vai ganhando corpo. Veja no final deste post uma versão ao vivo desta canção.
3 - Get Back In Line - primeiro single do disco, esta mantém a pegada do disco num bom nível. Confesso que as músicas anteriores seriam melhores candidatas a single. Talvez o refrão mais melódico tenha pesado, mas o riff, o solo e o vocal de Lemmy seguram as pontas muito bem. Veja no final deste post o vídeo que a banda fez para esta música e uma versão ao vivo tocada no programa de Conan O'Brien.
4 - Devils In My Head - quase uma continuação da música anterior, os discos do Motörhead nos deixam muito com esta impressão, dada a identidade que a banda imprime em seus discos. Mais uma vez o refrão melodioso faz um belo contraste com a voz de Lemmy e o riff rasgante da canção. A letra da música insiste que Lemmy escuta demônios em sua cabeça...
5 - Rock 'n' Roll Music - esta começa mais lenta e mantém aquela levada mais rock and roll, como o título da música sugere. Talvez seja um contraponto para variar um pouco o disco, mas a letra exalta o espírito do rock, afirmando que o rock and roll é a verdadeira religião, podendo acordar os mortos e até fazer o cego ver. Aleluia! Salve sua alma com o rock and roll!!
6 - Waiting For The Snake - aqui voltamos ao estilo mais tradicional do Motörhead. A levada no meio da música me agradou muito, com um belo solo de Campbell, e o riff principal também mantém bem a canção.
7 - Brotherhood Of Man - esta canção pra mim é um dos grandes destaques do disco. O riff introdutório nos lembra um pouco o de "Orgasmatron", matador, e o estilo de vocal que Lemmy usa também é igual. A letra meio que cita as desgraças que a raça humana impõe a si própria, e cai perfeitamente no ritmo pesado do riff. Provavelmente a melhor do disco!!
8 - Outlaw - outro destaque do disco, com um riff matador e uma letra exaltando o modo de vida dos foras-da-lei. O solo no meio da música é acelerado e ficou muito bom.
9 - I Know What You Need - com ritmo bem acelerado acompanhando o riff forte, mais uma grande canção deste disco. É pena que já estejamos chegando ao final deste petardo...
10 - Bye Bye Bitch Bye Bye - pra encerrar o disco, um rock mais melodioso, mas com uma levada forte e com um riff marcante. A letra promete o inferno para alguma garota que Lemmy deve ter conhecido e não gostado. Um belo encerramento para mais um grande disco do Motörhead!


Com o repertório deste disco e uma grande coleção de clássicos a seu dispor, quem for aos shows do Motörhead este ano no Brasil deverá presenciar mais uma grande performance da banda, que costuma roubar a cena em festivais (no Rock In Rio, com um set enxuto, tem tudo pra ser um dos melhores shows do festival).

Atenção, este lançamento aconteceu apenas lá fora!! Aqui no Brasil, vamos aguardar qual gravadora irá lançar (se lançar) este petardo...


Links interessantes:
Vídeo ao vivo de "I Know How To Die":


Banda canta "Get Back In Line" no show de Conan O'Brien:



Vídeo de "Get Back In Line":