Falta uma semana para o show de uma das lendas vivas da guitarra aqui no Rio de Janeiro. Ele participou dos Yardbirds, saiu, participou de supergrupos e se lançou em uma carreira solo bastante sólida. Não estamos falando de Eric Clapton nem Jimmy Page, os mais conhecidos guitarristas oriundos do Yardbirds, mas sim de Jeff Beck. Vamos conhecer um pouco mais sobre sua história (pelo menos a que eu me lembre...).
Yardbirds, incluindo Jimmy Page e Jeff Beck (os primeiros à esquerda)
Jeff entrou para os Yardbirds para substituir Eric Clapton. Ficou pouco tempo e gravou apenas um disco, em 1966. Beck dividiu a guitarra solo da banda com Page durante alguns meses (Jimmy Page entrou na banda como baixista!) e resolveu sair. Montou um supergrupo com Rod Stewart, Ronnie Wood (na época, tocando baixo) e Nick Hokins (pianista, tocou com Ritchie Blackmore em uma banda desconhecida e gravou piano em músicas do The Who antes) e chamou-o de The Jeff Beck Group. Com esta formação, gravou dois discos, "Truth" e "Beck-Ola", ambos excelentes. Sobre "Truth", ele saiu poucos meses antes do primeiro do Led Zeppelin, e ambos possuem versões para "You Shook Me"...
Jeff Beck em 1973
Supergrupos geralmente possuem superegos e este não era diferente: a banda se dissolveu após os dois discos lançados, por brigas internas. Jeff resolveu reformar a banda após um acidente que ele sofreu, e chamou outros membros para o Jeff Beck Group, entre eles Cozy Powell (baterista já falecido, tocou com Rainbow, Black Sabbath e Whitesnake). Lançou mais dois discos e resolveu formar outro supergrupo, dessa vez com Tim Bogerty e Carmine Appice (isso mesmo, irmão de Vinnie Appice, baterista do Black Sabbath, Dio e Heaven & Hell), ambos oriundos do Cactus. Eles gravaram um disco juntos, criativamente chamado de "Beck, Bogerty & Appice". Disco excelente, vale a pena escutar!!
O excelente Blow By Blow, talvez o melhor da carreira de Jeff Beck
Após as aventuras com os supergrupos, Jeff Beck resolve iniciar sua carreira solo. E que início!! O primeiro disco solo dele foi "Blow By Blow", um disco instrumental fantástico, com músicas excelentes; destaco "Scatterbrain" e "Cause We've Ended As Lovers", mas o disco todo é demais. Os dois próximos discos também são muito bons, "Wired" e "There And Back". Beck demora quatro anos entre o lançamento de um e outro, e para o próximo outros cinco anos. Estes discos subsequentes são ganhadores de grammy e tal, mas não os conheço, então nem posso falar muito sobre eles.
No Final dos anos 90, Jeff Beck começa a experimentar com música eletrônica (que pena...), e o disco "You Had It Coming", lançado já em 2001 é uma prova disso. Não é um disco ruim, mas não gostei de tanto experimentalismo e flerte eletrônico. Até mesmo a versão de "Rollin' And Tumblin'" é experimental.
Sobre o último disco de Jeff Beck eu já falei no último post. "Emotion & Commotion", lançado em março deste ano é um excelente disco, com qualidade inquestionável, suavidade, solos lindos e participações especiais de vocalistas femininas: Joss Stone, Imelda May e Olivia Safe. Destaco as músicas com Joss Stone, que arrebenta em "I Put A Spell On You" e "There's No Other Time", e também as instrumentais "Over The Rainbow" (tema do Mágico de Oz) e "Nessun Dorma" (já foi trilha de diversos filmes). Este disco levou Jeff Beck de volta às paradas, chegando à 11ª posição, a mais alta desde o seu primeiro disco solo.
Jeff Beck em 2009
Sobre o show, espera-se um repertório baseado neste último disco, complementado com músicas dos discos passados e alguns covers. Olhando na Internet, não vi no repertório minhas músicas preferidas. Mas pode ser que ele resolva mudar o set list aqui no Brasil, afinal é a primeira vez dele aqui nas nossas terras. O show aqui no Rio é o primeiro da turnê. Ele ainda toca em São Paulo, Buenos Aires e Santiago.
Semana que vem eu volto e falo como foi o show. Até lá!!