Depois do post exclusivo do Dream Theater, comemorando o show vindouro, vou soltar mais dois posts sobre a letra d. Este, falando do restante das bandas, e um exclusivo do Deep Purple, banda simplesmente fundamental para a história do rock, parte da santíssima trindade de bandas dos anos 70 (Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath).
Vamos começar com os Dead Kennedys, banda polêmica de punk dos EUA. Porque polêmica? Basta perceber os nomes das músicas do primeiro disco: Mate os Pobres, Férias no Camboja, Vamos Linchar o Dono da Casa, etc. Com uma espécie de sarcasmo ácido nas letras e um som único, rápido, direto e eficiente, os Dead Kennedys fizeram de tudo para não fazer sucesso. Quando o single "California Uber Alles" começou a decolar, eles foram chamados para um evento, pra tocar o novo hit. Até começaram a tocar ela, mas Jello Biafra parou a música logo no começo, e a banda começou a tocar uma música com uma letra doida e super provocativa, contra a indústria da música. Depois foi a polêmica com a capa do "Frankenchrist"... Ihhhh, acho que os Dead Kennedys também merecem um post próprio... Bom, meu primeiro contato com a banda foi na casa de um amigo meu, que tinha o primeiro disco deles numa versão em vinil branco. Foi uma loucura, aquele som era demais, me empolguei mesmo quando escutei. Quando a era do CD veio, fui comprando os discos deles aos poucos, importado claro, o único lançamento nacional deles é uma coletânea com restos de estúdio ("Give Me Convenience Or Give Me Death" - tem a tal versão ao vivo daquela música que citei acima). Quem curte punk precisa conhecer os Dead Kennedys, esqueçam o lixo emo e vão escutar algo decente...
Mantendo o pé no punk/hardcore, tem o D.R.I., outra banda fundamental. Uma das primeiras bandas a fazer crossover, que é aquela mistura de hardcore com thrash. Minha maior lembrança do D.R.I. foi o show sensacional no Garage. Atrasou um monte, tava cheio demais, mas foi uma aula de hardcore, os caras lavaram a alma de todos. Em termos de discos, eu gosto muito do "Crossover", "Thrash Zone" e do "Full Speed Ahead", este último com o pé fincado no thrash.
O Downset é uma banda dos anos 90 que já acabou (infelizmente), mas era ótima. Descoberta do meu grande amigo Paulo Roberto, eles fazem um som ótimo, pesado e rápido, letras de protesto. O segundo disco ("Do We Speak A Dead Language?") é um desbunde, começa logo com o discurso do Martin Luther King para entrar num musicão chamado "Empower", quem não conhece e curte hardcore com influências de hip hop vai gostar, com certeza.
Deftones, banda que rivaliza com o Korn como melhor de alterna-metal, ou nu metal, ou seja lá o que queiram chamar. O primeiro disco ("Adrenaline") é excelente, o segundo é melhor ainda, especialmente a música com a participação do Max Cavalera, "Headup". O terceiro disco ("White Pony") tem bons momentos, mas já cai na qualidade. Os mais recentes já não conheço tão bem. Quando lançaram o "White Pony" fizeram o favor de tocar no Rock In Rio e salvar o último dia de shows, foi uma hora de peso e presença marcante, showzaço!
O death metal tem como seu maior expoente uma banda chamada Death. Original, não? Mas o Death foi a banda que começou o estilo, e seu falecido mentor, Chuck Schuldiner, era um gênio musical que foi evoluindo o som da banda a tal ponto que os últimos discos do Death são obras primas. Duvida? Então escute "Individual Thought Patterns", "Symbolic" e "The Sound Of Perseverance" e você verá! Eu descobri o Death por acaso. Queria discos de bandas de death metal, tava querendo conhecer mais o estilo, e vi o "Symbolic" pra vender, tava lançando ele, em 95. Depois que escutei, fiquei apaixonado, fiz mais uns 4 amigos se apaixonarem também, e fui escutar os outros discos, principalmente estes citados, que são muito bons. Pena que o maldito câncer levou esse gênio embora. Chuck faz muita falta...
Vamos falar rapidamente do representante nacional, o Dr.Sin. Eu conheci o Dr.Sin quando eles tocaram no Hollywood Rock, e mandaram um belo show, empolgando a plateia roqueira que aguardava o show do Nirvana. Depois foram construindo uma excelente reputação, abrindo pro Satriani e lançando discos muito bons. Meu preferido é o "Brutal", com mais peso e uma técnica impressionante. E a música "Futebol, Mulher e Rock And Roll" é bem legal, principalmente a participação do Silvio Luis. Esta música é do disco "Insinity", bem legal também.
Dire Straits todo mundo conhece, é a banda de "Sultans Of Swing", ou "Soltando o Suíno", pros que quiserem "abrasileirar"... Falando rapidamente, banda muito legal, é aquele rock oitentista de qualidade, tipo The Smiths, U2, Simple Minds, etc, só que com um guitarrista sensacional, com um som mais folk no começo e mais pop no fim, mas sempre com muita qualidade. Eu recomendo o "Alchemy", com versões ao vivo fantásticas, inclusive do maior hit.
Pra fechar o post, vamos falar de meu vocalista preferido: Ronnie James Dio. Já falamos um pouco dele no post do Black Sabbath, então aqui falaremos sobre sua carreira solo, iniciada logo após a confusão na mixagem do "Live Evil", que fez ele sair do Sabbath. O cara canta muito, tem um lirismo fantástico em suas músicas, com aquelas letras estilo "Senhor dos Aneis". Começou a carreira solo com um discaço, "Holy Diver". Quando eu escutei o Dio pela primeira vez, confesso que não gostei muito, era "Rainbow In The Dark", já tinha ouvido falar do Dio, com uma tremenda fama, mas fiquei meio desapontado. Depois, fui acabar escutando os trabalhos dele no Sabbath e no Rainbow e adorei, o que me reanimou a escutar a carreira solo dele. E este primeiro disco é histórico, heavy metal de primeira, bons tempos de Vivian Campbell e Jimmy Bain na banda. O segundo disco ("The Last In Line") é também muito bom, o terceiro ("Sacred Heart") é que eu acho que acaba caindo de qualidade, acho que nesse o Campbell já queria sair (e saiu pra ir pra uma banda meia boca, Def Leppard). O próximo disco ("Dream Evil") conta com o Craig Goldy como guitarrista, muito bom, gosto bastante deste disco, especialmente a música "Sunset Superman" e "Night People". O Dio lança mais um disco (que, confesso, nunca ouvi) e dá uma pausa na carreira solo, porque ele volta ao Sabbath, para lançar o "Dehumanizer". Nova briga, nova saída da banda, recontinua a carreira solo. Nesta fase, gosto muito do disco "Strange Highways", pesadíssimo, e o ao vivo "Inferno: Last In Live", que dá uma passada em toda a carreira dele. O Craig Goldy volta pra banda e eles lançam outro discão, "Magica". Os shows do Dio no Rio, na turnê do disco ao vivo e na turnê do "Magica", são fantásticos, maravilhosos. Que o baixinho se recupere do câncer que lhe atingiu e volte a nos brindar com excelentes músicas e shows, sua marca registrada !!