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sábado, 7 de janeiro de 2017

Uma rápida retrospectiva de 2016

O ano novo já começou e promete diversos lançamentos de qualidade, mas ainda dá tempo de falar rapidinho dos principais discos lançados no ano passado. Minhas escolhas recaem sobre os álbuns que eu escutei e mais gostei. Com certeza existem mais de uma centena de grandes lançamentos; estes são os que mais acompanhei e gostei. Confere aí!!


Vamos lá, os lançamentos de 2016 que o blog mais curtiu, mês a mês:

Janeiro

Megadeth - “Dystopia” - Dave Mustaine tentou refazer a formação mais clássica do Megadeth, com Nick Menza (que acabou falecendo em maio do ano passado) e Marty Friedman. Não conseguiu. Não se entenderam. Ele partiu para o plano B. Trouxe dois grandes nomes para a bateria e para a segunda guitarra: Chris Adler (Lamb Of God) e Kiko Loureiro (Angra). Pronto, foi o suficiente para agitar bastante a Internet durante meses. Mas será que ele conseguiria um bom resultado no novo álbum? Conseguiu, sim! O estilo de tocar de Kiko casou muito bem com o de Mustaine e ele teve espaço para dar sua contribuição em três composições. O resultado foi o melhor álbum do Megadeth em muitos anos, conseguindo alcançar a terceira posição na parada norte-americana. A turnê de promoção do álbum passou pelo Brasil e foi muito bem sucedida, com grandes apresentações. Claro que, no decorrer dos meses, Adler não aguentou o tranco e acabou saindo, ficando apenas em sua banda original. Seu substituto foi Dirk Verbeuren (ex-Soilwork), que fez um belo trabalho nos shows aqui no Brasil. Agora, ficamos no aguardo da próxima aventura musical de Dave Mustaine. Será que ele manterá nosso conterrâneo Kiko Loureiro ao seu lado?
(Confira aqui a resenha que o blog fez para este disco)

Dream Theater - “The Astonishing” - este foi um projeto ambicioso, iniciado pelo guitarrista John Petrucci, que teve a ideia de compor um álbum conceitual baseado em uma história futurística de rebeldes tentando derrubar um império opressor (hummm, acho que já vi algo parecido...). Ao lado de Jordan Rudess, ele compôs as 34 (!!) músicas do novo disco, totalizando mais de duas horas de música. Ficou algo difícil de digerir até mesmo pelos fãs da banda, acostumados a longos álbuns. A banda manteve-se fiel a seus ideiais e partiu para uma turnê tocando todo (e somente) o novo álbum ao vivo. Esta turnê passou pelo Brasil. Confesso que ainda não consegui digerir totalmente tanta informação. Mesmo após diversas audições, não consigo guardar momentos tão marcantes. Ainda espero um álbum impactante do Dream Theater sem o baterista Mike Portnoy. Até agora, os três lançados não conseguiram me empolgar.

Tedeschi Trucks Band - “Let Me Get By” - este foi o terceiro disco desta excelente banda que explora blues e rock, com pitadas de soul, reggae, jazz e o que mais eles queiram, tamanha a desenvoltura dos músicos. O núcleo da banda é formado pelo casal Derek Trucks (ex-Allman Brothers Band) e Susan Tedeschi, que assume a produção, a composição e a direção musical desta aventura. A voz suave de Susan encaixa muito bem com a guitarra de Derek e as canções deslizam pelo ouvido, tornando a audição deste álbum um deleite dos deuses. Curtam a abertura com "Anyhow", "Laugh About It", a faixa-título e "I Want More". Uma pena que uma banda tão talentosa tenha tão pouco espaço no Brasil. Nem um festivalzinho lembra do nome deles (bem, o SWU os trouxe, em 2011). Na torcida pra curtir esses caras no Rock In Rio! (não custa sonhar...)

Fevereiro

Anthrax - “For All Kings” - um dos quatro pilares do thrash metal norte-americano, o Anthrax está vivendo um grande momento de sua carreira. Com o retorno de Joey Belladonna, a banda vem recuperando sua popularidade e lançando grandes álbuns. "For All Kings" foi mais um degrau percorrido nesta escalada da banda. Com canções apostando em boas melodias e refrões grudentos, aliadas a composições trabalhadas, sem esquecer do fundamento thrash de agitar bastante, acabou sendo o disco que mais escutei neste ano de 2016. Escute (no talo) as canções "You Gotta Believe", "Breathing Lightning", "Evil Twin", "Blood Eagle Wings" e "Zero Tolerance" e confirme que este foi um grande lançamento de 2016!
(Aqui você confere a resenha que o blog fez para este disco)

Março

Joe Bonamassa - “Blues Of Desperation” - assim como "Different Shades Of Blue", o disco anterior, este álbum de Joe Bonamassa traz apenas composições dele, em parceria com alguns compositores de respeito de Nashville, a nova meca musical dos EUA. É outro que segue uma escalada de qualidade, aqui rumo a um estrelato no mundo do blues. O disco traz o uso de naipe de metais, backing vocals, e uma pequena inovação: dois bateristas tocando juntos, para dar mais profundidade às canções. Outro grande álbum de Joe, que traz mais algumas grandes canções para seu repertório: "This Train", "Mountain Climbing" e "The Valley Runs Low", só pra citar algumas. Pela oitava vez seguida, um álbum de estúdio de Bonamassa alcançou o topo da parada de blues dos EUA, reafirmando a força do guitarrista. Agora, Joe se volta para o Black Country Communion - ele e Glenn Hughes fizeram as pazes e os quatro membros da banda se reuniram para gravar o quarto disco do supergrupo. Certeza de que vem coisa boa por aí!
(Aqui você confere a resenha que o blog fez para este disco)

Abril

Zakk Wylde - “Book Of Shadows II” - Zakk resolveu colocar o seu grupo Black Label Society de lado e revisitou a pegada acústica que tinha iniciado há vinte anos. Esta segunda parte, obviamente denominada "Book Of Shadows II", traz um Zakk Wylde compondo de forma introspectiva, soturna, explorando suas influências southern rock de forma brilhante em ótimas canções tais quais "Autumn Changes", "Lost Prayer", "Eyes Of Burden" e "Sleeping Dogs". Mais um belo trabalho de Zakk, que passeia com desenvoltura entre o heavy metal de sua banda e estas facetas acústicas de sua carreira solo. Um lançamento que pode ter passado batido por muita gente, mas que merece muito a sua atenção!

Santana - “Santana IV” - outro lançamento que pode ter passado batido por muita gente é este aqui. Simplesmente a reunião da formação clássica do grupo Santana, depois de 45 anos sem tocar juntos. Contando com Carlos Santana, Gregg Rolie e Neal Schon (Journey), Mike Carabello e Michael Shrieve, o álbum revive aquela mística sonoridade criada por eles, em canções inspiradas e bem compostas. Não é um disco de fácil absorção - você precisa escutar com atenção e repetir a audição mais algumas vezes para perceber a profundidade e beleza das canções. Destaque para "Yambu", "Sueños", "Blues Magic", "Echizo", "Leave Me Alone" e "Come As You Are". Após o lançamento do álbum, a banda tocou ao vivo uma noite na casa de shows House Of Blues, em Las Vegas, e gravou a apresentação, lançando o CD/DVD do show, com o título "Santana IV: Live at the House of Blues Las Vegas". Vale a pena!

Maio

Eric Clapton - “I Still Do” - o que dizer de um álbum de Eric Clapton? Certeza quase absoluta de um disco de qualidade. Neste caso, Clapton resolveu trazer de volta o produtor Glyn Johns, simplesmente o cara que produziu um dos álbuns mais importantes dele, "Slowhand". Juntou as feras de costume para tocar com o mestre (Andy Fairweather Low, Chris Stainton e outros) e gravou alguns blues de respeito, algumas covers de J.J. Cale e outras canções tradicionais em mais um grande álbum do deus da guitarra. Sem excessos nos solos, sem malabarismos musicais, apenas canções deliciosas sendo muito bem interpretadas. No alto de seus 70 anos, Eric Clapton usa o título deste trabalho para reafirmar sua condição de músico em atividade e pra dizer: ainda estou aqui, vivinho da silva!!

Death Angel - “The Evil Divide” - este álbum é o resultado de uma evolução que o Death Angel vem apresentando desde 2010, quando consolidaram a formação atual da banda. É o terceiro álbum com o produtor Jason Suecof, e mostra como a banda conseguiu equilibrar a agressividade que um disco de thrash metal deve possuir com belas melodias e refrões ganchudos. Para melhorar ainda mais o resultado, a banda trouxe composições bem azeitadas e arranjos agradáveis. Destaque para as canções "The Moth", "Lost", "Hatred United / United Hate" e "The Electric Cell". Eles embarcaram em uma turnê ao lado do Slayer e do Anthrax em setembro/outubro e agora neste ano de 2017 devem embarcar em outra turnê norte-americana, agora ao lado do DevilDriver. Que não se esqueçam do Brasil!
(Aqui você confere a resenha que o blog fez para este disco)

Junho

Candlemass - “Death Thy Lover” - este é um EP de apenas quatro músicas (sendo uma delas instrumental), gravado pela banda para comemorar os 30 anos do lançamento de seu disco de estreia, "Epicus Doomicus Metallicus". Apesar de conter apenas 26 minutos de música, este é um EP que honra a banda e mostra sinais de que ainda pode render bons frutos. A formação que gravou este EP está junta desde 2012, contando com o sempre presente baixista Leif Edling, o vocalista Mats Levén, os guitarristas Matts Björkman e Lars Johansson e o baterista Jan Lindh. Que a banda continue na ativa!

Scorpion Child - “Acid Roulette” - já falamos do Scorpion Child aqui no blog (confira este post), resenhando seu disco de estreia. Este segundo álbum mantém a boa qualidade da banda, provando que estes texanos vieram pra ficar. Pra quem não conhece eles ainda, os caras tocam um hard rock explorando as grandes influências dos anos 70 - Led Zeppelin, Lucifer's Friend, Slade. Destaque para as canções "Reaper's Danse", "My Woman In Black", "Twilight Coven" e "Moon Tension". Que algum produtor se ilumine e traga os caras aqui pro Brasil!

Gojira - “Magma” - estes franceses entraram no radar dos brasileiros, principalmente, após sua participação no festival Rock In Rio de 2015 (tocaram no Palco Mundo, na mesma noite que Motley Crue e Metallica). mas a banda está batalhando na ativa desde o começo da década, com seis álbuns (incluindo este) no currículo. Este disco em particular chamou muito a atenção da mídia especializada, pela mudança no direcionamento musical, com a banda apostando em um som ainda bem pesado, mas com nuances atmosféricas, vocal mais limpo, composições mais trabalhadas. O esforço deu muito certo: a banda alcançou sua posição mais alta na parada norte-americana (24ª posição) e ganhou duas indicações ao Grammy: melhor álbum de rock e a canção "Silvera" foi indicada como melhor performance metal. Dê uma chance a esses franceses e a este grande álbum. Eles lhe surpreenderão!

Agosto

Blues Pills - “Lady In Gold” - este novo disco dos Blues Pills representa uma certa ruptura musical com a sonoridade praticada no álbum anterior. Aqui, a banda resolveu ampliar os horizontes, dar mais espaço para piano/órgão, e abrir as portas para as influências soul, que transbordam. Até mesmo adicionaram um quarteto de backing vocals. Com esta mudança, o blues rock não está mais tão forte. Isto não significa que o novo álbum é fraco, muito pelo contrário. As composições estão mais maduras, os arranjos mais elaborados, se bem que sim, eu senti um pouco a falta da guitarra do pequeno prodígio francês Dorian Sorriaux. Mas ele está presente, sim, e fez um bom trabalho. Quem brilha (intensamente) é a vocalista Elin Larsson, que canta (ainda mais) lindamente neste disco. Outro álbum que pode ter sido ignorado ou descartado por não seguir necessariamente o caminho de seu predecessor, mas que merece (e muito) a sua atenção. Mais um que você deve conferir!
(Confira a resenha que o blog fez para este disco aqui)

Sodom - “Decision Day” - décimo quinto álbum de estúdio de uma das maiores bandas alemãs de thrash metal, ainda queimando lenha pra valer. Tom Angelripper, Bernemann Kost e Makka Freiwald, juntos desde 2010, continuam destruindo em 11 músicas totalizando pouco mais de 50 minutos de ataque destes alemães. Destaque para a abertura com "In Retribution", e também para a faixa-título e para as faixas "Vaginal Born Evil" (nome lindo para uma canção, não?) e "Blood Lions". Longa vida a estes alemães e que retornem muitas vezes ao Brasil!

Outubro

Testament - “Brotherhood Of The Snake” - mais uma grande banda de thrash metal lançou um álbum de qualidade no ano de 2016. Mesmo sem contar muito com as composições de Alex Skolnick, o Testament se apoiou em Eric Peterson para soltar outro trabalho de respeito, com diversos arrasa-quarteirões como a faixa-título, "The Pale King", "Stronghold" e "Centuries Of Suffering", reforçando a boa fase da banda. O disco alcançou a 20ª posição na parada norte-americana e coloca o Testament novamente na estrada para promover este novo álbum. Em breve o blog fala mais a fundo deste bom lançamento, aguarde!

Glenn Hughes - “Resonate” - the voice of rock is back! Glenn Hughes voltou a lançar um álbum de estúdio de sua carreira solo, oito anos depois do último. Glenn não ficou parado durante esse tempo, lançou três álbuns com o Black Country Communion e um com o California Breed. Entretanto, na carreira solo ele dá as cartas e conseguiu entregar mais um trabalho de qualidade. Ao lado do baterista Pontus Egborg (com quem vem excursionando) e do guitarrista Soren Andersen, com participação especial de Chad Smith em duas faixas (Chad adora respirar ar fresco fora de sua banda...), nosso grande baixista/vocalista solta sua voz poderosamente em composições inspiradas que garantem grandes momentos. Outro álbum que o blog pretende se aprofundar muito em breve, pode esperar!

Novembro

Metallica - “Hardwired… To Self-Destruct” - oito anos sem lançar nenhum disco. Com tanto tempo sem nada novo, o Metallica correu o sério risco de perder a relevância dentro da cena heavy metal e de acabar se repetindo nos shows. Finalmente, a banda tirou a bunda da cadeira e voltou ao estúdio para gravar o sucessor de "Death Magnetic". Acabou se empolgando e lançando um disco duplo, 12 novas faixas. Muito elogiado pela crítica mundo afora, o novo álbum realmente traz algumas canções poderosas, que há muito não se via em discos da banda: as aceleradas "Hardwired" e "Spit Out The Bone", "Atlas, Rise!", a excelente "Moth Into Flame", "Halo On Fire". Já é um ponto de louvor encontrarmos tantas canções de qualidade em um disco do Metallica; isto não acontecia desde o álbum homônimo de 1991 - o famoso black album. Entretanto, temos mais uma penca de canções que precisam ser digeridas junto. Não são ruins, mas eu ainda estou processando tanta música. Para mim, o maior ponto negativo do álbum é a ausência total de Kirk Hammett no processo de composição (vendo os vídeos que mostram a banda trabalhando as músicas, ele só aparece pra tocar seus solos e pronto...). Ainda assim, o resultado final é acima da média e merece ser louvado. Metallica, seja bem-vindo de volta ao mundo do heavy metal!!

Bem, é isso, uma passagem rápida pelos lançamentos favoritos do blog. Espero que tenham gostado. Deixem suas impressões nos comentários. Um abraço rock and roll e feliz 2017!!

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